História nunca dita
Que nos incomoda muito...
As lembranças insistem em se fazer presente
Avivando a saudade, abrindo feridas e sangrando a alma...”
(Rose Felliciano)
O som do despertador soou no quarto anunciando passar do meio dia, mas não era preciso afinal o garoto de olhos extremamente verdes passou a noite em claro fitando o teto de seu quarto, imaginando a cena de Sirius desacordado que fazia questão de não sair de sua mente, mesmo após se esforçar muito para isto.
Com um suspiro cansado sentou na cama e enterrou as mãos nos cabelos, sua cabeça estava mais pesada que o normal, seu corpo mais dolorido e dessa vez não havia nenhum homem ou uma enfermeira doida para lhe acordar, apenas um despertador com soar irritante.
Ainda era incapaz de acreditar que nunca mais veria Sirius, algumas dolorosas imagens dos diversos tapas, barraco, das piadas e dos conselhos desconexos lhe passavam na cabeça como pequenos flashes, recordar destas coisas fez com que algo se contraísse dentro do peito.
Sem animo se arrastou até o banheiro, tirou cada peça de roupa lentamente, não havia pressa para o que teria que fazer daqui a algumas horas, abriu o chuveiro e apoiou as mãos na parede, de cabeça baixa deixou que toda a água escorresse por seu corpo livremente como se fosse capaz de levar com si toda aquela tristeza que emanava de seu corpo.
§
Buscou Gina com o olhar a ruiva estava o seguindo com o olhar travesso, agora sim Sirius iria pagar pelos vários sustos que lhe dera em todas as vezes que tinha invadido o seu quarto sem permissão e ficava a lhe esperar acordar silenciosamente, agora seria a sua vez de acordá-lo. Olhou o rosto da ruiva, esta fazia um grande esforço para não rir, naquele momento sentiu uma enorme vontade de rir também, mas se controlou ou senão estragaria tudo.
Com gestos fez uma pequena contagem regressiva, quando estava no dois respirou profundamente e ao chegar no 1 soltou o berro mais forte que conseguiu assim como a garota, mas algo havia dado errado, Sirius se quer mexeu um músculo, sentiu seu coração acelerar enquanto idéias horríveis passavam por sua cabeça.
Aproximou-se dele e lhe sacudiu mais algumas vezes, como este continuou inerte, desesperado correu corredor a fora e passou a gritar por ajuda.
Viu os enfermeiros entrarem no quarto e tirarem Sirius em uma maca, olhou para Gina esta tinha algumas lágrimas escorrendo por seu rosto livremente, queria alinhá-la em seus braços e dizer algo em consolo mas era incapaz de se mover.
§
Levantou a cabeça e deixou que a água escorresse por sua face. Enquanto sentia a angustia voltar. Meia hora depois saiu do banheiro enrolado em uma toalha, logo se deparou com a mãe encostada no batente da sacada lhe fitando, mãe e filho se olhavam sem saber o que dizer um ao outro.
-Arrumei um terno para você ir ao velório. –Disse Lilian por fim, apontando para a cama onde estava um terno preto estendido.
-Obrigada. –Respondeu simplesmente.
Pegou algumas peças de roupa e foi ao banheiro, voltando pouco tempo depois já praticamente vestido.
-Você também vai não é mesmo? –Perguntou enquanto calçava os sapatos.
-Vou, não deixarei de despedir-me de um grande amigo. –Falou a ruiva sem perceber o que acabava de dizer.
Um pequeno e triste sorriso surgiu nos lábios do moreno.
-Sirius tinha este dom de se tornar amigos das pessoas de maneira repentina.
A ruiva abriu a boca para dizer algo mais desistiu, viu o filho tentando de maneira desastrosa por a gravata, sem dizer nada se aproximou dele e passou a ajudá-lo na tarefa, com seu auxílio em pouco tempo já estava com a gravata posta com um nó bem feito.
“Talvez aquele não fosse o melhor momento para ele saber.”
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§
As palavras do médico lhe atingiram em cheio, sentiu as pernas fraquejarem e toda a esperança que até agora lhe mantinha firme evaporar, sentiu alguém lhe abraçar, mas se esquivou do toque, Tonks o olhou com pena e voltou a se aproximar dele, antes que ela aproxima-se o suficiente para lhe impedir correu para dentro da UTI aproveitando a distração do médico que esclarecia o que havia ocorrido com o moreno a Lilian e Molly.
Correu mais rápido que conseguiu naquele momento, olhava de um lado apara o outro tentando achar o amigo e ver que tudo aquilo não passava de um grande equivoco, escutou a voz de Tonks lhe chamar e alguns enfermeiros correrem em sua direção.
Fechou os punhos e adentrou mais o local, de uma sala cirúrgica naquele momento saia uma maca coberta por um lençol branco.
Caminhou até a maca, mas quando estava preste a descobrir o enfermeiro que a empurrava o impediu, em seguida sentiu dois enfermeiros lhe prender os braços, tentou se debater enquanto berrava ofensas aos dois.
-Soltem-no! –Pedia Tonks que havia se aproximado.
-Sinto muito Tonks, mas não podemos solta-lo. –Falou o enfermeiro moreno.
-Ele esta descontrolado! –Concluiu o enfermeiro loiro. –Céus, vamos tirar ele daqui logo.
Remus passou a se debater com mais força.
-Eu quero ver Sirius! –Berrou o homem a todo pulmão.
Os enfermeiros se entreolharam e ele soube naquele momento que quem estava naquela maca como havia pensado era o seu amigo. Os assistiu olharem seriamente a Tonks que fez um acenou afirmativo com a cabeça.
O enfermeiro que estava empurrando a maca descobriu a parte onde seria a cabeça do paciente, e naquele momento Remus pode ver a imagem de um Sirius Black mais pálido que nunca e com os lábios arroxeados.
§
Lupin estava absorto sentado de maneira desleixada no chão ao lado do sofá, a pequena mesinha a sua frente estava cheia das mais diversas garrafas, em uma de suas mãos carregava uma que bebia automaticamente, Tonks poderia jurar que ele nem ao menos tinha percebido o quanto havia bebido.
-Remus! –Chamou a enfermeira fazendo este semicerrar os olhos em sua direção.
-Hmm! –Respondeu em um gruído.
A enfermeira jogou a bolsa em um lugar qualquer e correu na direção dele, como pudera ser tão besta em não adivinhar que ele iria fazer alguma besteira se ficasse sozinho.
-Céus Remus, logo será o velório de Sirius e olha o seu estado. –Falou a mulher arrancando a garrafa da mão dele, naquele momento ele tentou se levantar mais a única coisa que conseguiu foi cair novamente no chão com um grande estrondo. –Remus!
Tonks se abaixou e tentou ajudá-lo a se levantar, mas o máximo que obteve foi levantá-lo um pouco para jogá-lo no sofá.
-Se machucou? –Perguntou a mulher tentando ver se havia algum arranhão nele, os olhos castanhos apenas a fitavam sem alegria. –Remus? –Chamou a mulher incerta.
-O que é? –Perguntou o homem impaciente, de uma maneira que Tonks nunca havia visto.
A mulher ficou incerta sobre o que dizer, talvez fosse melhor curá-lo da bebedeira primeiro.
-Esqueça, depois conversamos primeiro irei cuidar desta sua bebedeira. –Falou a mulher se levantando e segurando um dos braços dele o puxando para ficar em pé.
Com um grande esforço conseguiu levá-lo até o banheiro, enquanto se largou de qualquer jeito no chão ela se encarregou de encher a banheira, quando viu que a água estava realmente gelada e tratou de arrastá-lo para dentro dela, assim que sentiu a água exageradamente gélida tentou sair em um sobressalto, porém Tonks o segurou firmemente o obrigando a continuar nela, sabia que ele a qualquer momento ele poderia ter saído mas mesmo bêbado não queria machucá-la, quando viu que ele não resistia mais se levantou e caminhou até a porta na intenção de preparar um grande copo de café forte.
-Vou preparar café para ajudá-lo a recobrar a consciência. –Falou prestes a sair.
-Não preciso recobrar consciência nenhuma! –Falou o homem a encarando com raiva. –Vá para sua casa, não quero ajuda de ninguém!
-Remus, se você pensa que irei deixá-lo sozinho quando você precisa de mim esta muito...
O homem se levantou da banheira e fitou os olhos rosa de Tonks.
-Será que você ainda não entendeu? –Perguntou seriamente enquanto a enfermeira o olhava confusa. –EU NÃO PRECISO DE VOCÊ!
Aquelas palavras fizeram com que o coração de Tonks se contraísse dentro do peito, as palavras ainda soavam em seus ouvidos enquanto a muito custo se segurava para não derramar as lágrimas que lhe embaçava a vista. Abaixou a cabeça por alguns segundos, respirou profundamente três vezes seguida para apenas depois voltar a erguer a cabeça e fitar a imagem do homem que se tornará Remus Lupin.
-Não sairei daqui até você estar curado desta bebedeira. –Falou firmemente. –E se quer me ver realmente fora da sua vida é melhor por esta sua bunda branca novamente na banheira e esperar que eu lhe traga o café.
Sem dizer mais nada saiu do banheiro o deixando sozinho, mesmo assim ainda foi possível ouvi-lo dizer algumas palavras duras a seu respeito.
Enquanto esperava a água do café ferver Tonks desabou numa cadeira chorando compulsivamente. Deveria ter adivinhado que uma hora isto iria acontecer, nada em sua vida havia dado certo até agora, por que começaria agora?
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Saiu do elevador sendo seguido pela sua mãe, do outro lado na recepção pode ver alguns ruivos caminhando em sua direção, não queria falar com ninguém e nem ouvir palavras de consolo que não serviam para nada, mas mesmo que tivesse querendo ficar sozinho não tinha o direito de ser mal-educado com quem não havia lhe feito nada.
Atrás de todos aqueles homens ruivos vinham duas ruivas, uma delas ainda longe lhe deu um pequeno sorriso triste o qual foi correspondido, apesar da ocasião péssima não pode deixar de reparar no quanto ela estava bonita com um vestido todo preto, o cabelo preso em um coque e de sandálias de salto alto.
-Ola. –Ouviu a voz dela lhe atingir com um cumprimento assim que se aproximou o suficiente dele. –Vamos? –Perguntou a todos que confirmaram com um aceno.
Todos se dirigiram para fora onde havia alguns carros alugados os esperando.
-Como conseguiram tantos carros? –Perguntou Rony.
-Tonks que preparou tudo, ela disse que foi um pedido de Remus. –Esclareceu Gui o irmão mais velho que estava acompanhado de uma mulher loira.
Chegaram ao cemitério onde Sirius seria velado e enterrado um pouco mais das 2 da tarde, o lugar estava cheio de pessoas, algumas delas até mesmo publicas. Harry já tinha ido algumas vezes a aquele cemitério, seu pai e alguns amigos de sua mãe tinha sido enterrados ali e portanto passou boa parte da infância visitando aquele lugar.
Remus e Tonks já estavam lá, mas para a estranheza de Harry a enfermeira estava distante do homem chorando em um canto isolado enquanto ele se mantinha em pé ao lado do caixão do amigo, com o semblante duro.
Gina que havia parado ao lado do moreno encarou a cena com os olhos brilhando em duvida, quando esta passou a olhá-lo diretamente nos olhos foi impossível não se ver imerso nos castanhos mel dela.
O tempo passou lentamente, Harry não soube dizer quantas vezes ao certo saiu da sala em busca de um ar menos pesado, mas nenhuma delas havia funcionado para seu desespero, estava prestes a arrancar a gravata quando viu Gina vir em sua direção.
Os dois haviam ficado lado a lado todo o tempo, mas tinham trocado apenas algumas insignificantes palavras, e o fato de talvez ela puxar algum assunto sobre Sirius o desesperou.
-Vejo que tivemos o mesmo pensamento. –Comentou a ruiva se pondo ao lado dele, este a encarou de maneira interrogativa. –De tomar um ar.
Concordou em um aceno enquanto encarava o céu nublado daquele fim de tarde.
-Acho que vai chover em breve. –Comentou Harry tentando manter a conversa longe daquilo tudo.
Gina havia entendido a intenção do moreno ao comentar sobre o clima.
-É bem capaz que chova mesmo. –Falou dando as costas para o moreno e saindo sem dizer nada. –Harry? –Chamou ainda sem olhá-lo. –Daqui a dez minutos iram enterrá-lo.
Dez minutos depois Harry, Lupin, Rony e mais um homem que o moreno não conhecia se encarregaram de carregar o caixão, onde eram seguidos por todos os conhecidos de Sirius.
O moreno conhecia aquele caminho, era o caminho que levava até o tumulo de seu pai, olhou para trás e pode ver sua mãe derramar ainda mais lágrimas, com certeza ela também havia percebido aquela coincidência.
Quando chegou ao lugar Harry ficou ainda mais impressionado quando percebeu que eles ficariam enterrados apenas a alguns túmulos de distância um do outro, uma triste coincidência.
O padre disse algumas palavras de consolo enquanto muitos choravam ainda pela perda do amigo, antes de enterrá-lo Lupin chamou a atenção de todos para um pequeno discurso.
-Bom... Não sou bom com palavras então serei o mais breve possível. Sirius foi um grande homem, um amigo fiel, um cara divertido e inteligente, acredite quem quiser. –Falou Remus arrancando algumas risadas tristes de todos, inclusive dele mesmo. –Conheci Sirius em um momento delicado da minha vida, apesar de nunca termos nos falado direito quando eu precisei ele foi um dos poucos a me estender a mão, foi ele que me ensinou o que é a verdadeira amizade, graças a ele que hoje posso dizer que conheci pessoas especiais das quais irei agradecer pelo resto da vida mesmo elas tendo sidas tiradas de mim tão cedo, foram perdas horríveis que se não fosse por Sirius muito provavelmente hoje não estaria aqui. –Fez uma pequena pausa a qual tomou fôlego, as lágrimas pareciam querer vencer o homem. –Sirius me ensinou que não podemos levar a vida a sério, cismava em repetir que a melhor forma de combater qualquer tristeza era fazer os outros rirem, pois ver as pessoas que amamos felizes fazia com que automaticamente fossemos felizes também. Tenho certeza que todos aqui hoje podem confirmar o quanto este homem se esforçava a sorrir mesmo após a vida ter lhe dado mil e um motivos de tristeza, por Sirius Black este homem que sempre prezou tanto a felicidade hoje peço a vocês que esqueçam deste velório triste e deste discurso melancólico e guardem consigo apenas as recordações boas que vivenciou ao lado deste homem. Sirius não gostava de tristeza e neste momento onde quer que esteja deve estar querendo enfiar um belo muro em nossas caras.
Naquele momento todos deixaram as lágrimas escorrerem livremente por suas faces mesmo aqueles que se mantinham firmes até o momento, mas o mais incrível era que inevitavelmente todos estavam sorrindo.
Harry olhou o caixão que descia com a ajuda de algumas cordas, sentindo que aquele era o verdadeiro fim, fechou os olhos com força, sem querer ver o que realmente acontecia.
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-Ora meu caro aprendiz, o que é a vida sem uma pequena aventura às vezes? –Perguntou Sirius sorridente enquanto sentava na ponta de sua cama, fez cara mais séria que conseguiu e passou a dizer. . – Como um grande sábio disse uma vez : "Os covardes morrem muitas vezes antes da morte; o valente experimenta o gosto da morte apenas uma vez".
-Não sabia que gostava de Willian Shakespeare. –Comentou sorrindo.
-Não posso dizer se gosto ou não, nunca li nenhum livro dele, apenas vi esta frase em algum lugar e me identifiquei com ela. –Comentou sorrindo como sempre fazia.
§
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Remus Lupin foi o último a sair do cemitério, pelo menos era o que ele esperava, porém quando estava saindo pode ver de relance a imagem de uma mulher de cabelos rosa se esconder atrás de uma árvore, não foi difícil descobrir que se tratava de Tonks.
Emburrado se dirigiu até a árvore e teve vontade de rir quando viu a mesma distraída com os olhos fechados e batendo a mão na testa diversas vezes seguida, quando esta ia bater pela trigésima vez desde que se aproximou segurou a mão dela fazendo-a arregalar os olhos em sua direção.
-Remus! –Falou surpresa.
A vontade de rir havia sumido dando lugar a uma raiva incontrolada que ele não sabia de onde vinha.
-O que você faz aqui? –Perguntou de maneira grosseira.
As faces da mulher logo foram tingidas de rosa e seu olhar se tornou frio, esta se desencostou da árvore e apontou o dedo na cara dele.
-Olha aqui senhor eu-sou-o-dono-do-mundo, o que ainda estou fazendo aqui não é da sua conta! Portanto seja educado se quiser realmente saber de alguma coisa. –Falou Tonks batendo com o dedo ameaçadoramente no ombro do homem, porém isto não fez com que ele se intimidasse. –Quer saber? Vai ver se eu estou na esquina Lupin.
Tonks tentou passar por ele, porém foi impedida, se virou para xingá-lo, mas novamente ele foi mais rápido.
-Você por acaso estava a me seguir Ninphadora? –Perguntou Remus de maneira nervosa.
A mulher puxou o braço com força, se desvencilhando das mãos dele, aquelas mãos que há pouco tempo lhe fazia se sentir a mulher mais sortuda de toda a terra agora lhe fazia sentir ódio.
-Nunca mais me chame de Ninphadora! –Berrou a mulher chamando a atenção de algumas pessoas que estavam a velar algum desconhecido deles, porém não se importou. – Para você Sr. Lupin é Tonks. –Sua voz saia cada vez mais baixa e ameaçadora. –Se quer mesmo saber eu NÃO estou seguindo você, eu sei muito bem o quando não sou bem vinda. Eu só queria saber uma coisinha...
-O que é? –Perguntou o homem entre dentes.
-Você por acaso sofre de bipolaridade ou é louco mesmo? –Perguntou Tonks o encarando com um sorriso sarcástico.
-Acho que louco, afinal se envolver com alguém como você só estando louco! –Devolveu Remus friamente sem saber o quanto aquela frase machucou Tonks, porém esta fingiu não se abalar e continuou com o semblante frio.
-Ah sim agora entendo, agora vê se faz um favor aos outros e tome um banho você está decadente! –Falou a mulher se afastando dele.
Remus a seguiu e novamente a segurou, dessa vez a mulher urrou de fúria.
-Da para me soltar seu verme! –Berrou a mulher, varias pessoas assistiam a tudo mais nenhuma delas fazia nada. –Por que não me deixa ir? Pensei que tivesse recobrado a sanidade!
-Você não sabe de nada mesmo não é Tonks?! -Perguntou o homem com um sorriso triste.
-Você é um ...
O que ele era não soube dizer já que acabou com qualquer distância que tinha entre eles e a beijou, no começo Tonks esmurrava o peito de Lupin e tentava não corresponder ao beijo, porém quando o sentiu aprofundar o beijo de forma selvagem não conseguiu resistir, os socos agora se tornaram fracos e demorados. Assim que passou a corresponder ao beijo um sorriso surgiu nos lábios dele chamando sua atenção.
Os dois pararam de se beijar apenas quando a necessidade de respirar foi inevitável.
-Pensei que queria que saísse de sua vida. –Falou Tonks abraçada a Remus, sua cabeça estava encostada no peito do homem.
Lupin fechou os olhos e respirou fundo, parando de mexer nos cabelos rosa da mulher. Fato este que não passou despercebido por Tonks, que se afastou dele e passou a olhá-lo diretamente nos olhos, sabia que alguma coisa estava errada só não sabia ao certo o que.
-Remus? –Chamou Tonks insegura.
O homem abaixou o olhar para os sapatos, naquele momento Tonks não precisou de nenhuma palavra para entender o que aquilo significava.
A enfermeira se afastou bruscamente, seu olhar transmitia uma grande magoa, ergueu a cabeça mostrando superioridade e passou a dizer com uma voz fraca.
-Eu sinceramente gostaria de entender o porquê de tudo isto Lupin. –Aquelas palavras fizeram com o homem erguer a cabeça para fita-la. –Ainda estou tentando similar o motivo disso tudo, talvez um dia eu entenda o porquê desta atitude e possa te desculpar. –Lupin abriu a boca para dizer alguma coisa, mas ela ergueu a mão em um gesto impaciente fazendo-o se calar. –Não precisa me explicar nada, cansei dessa loucura toda.
-Tonks você não entendeu...
-Nem poderia, você fez o favor de não me explicar absolutamente nada. –Falou a mulher naquele momento finas lágrimas escorriam por seu rosto. –Faça-me um favor Sr. Lupin, esqueça que um dia tivemos alguma coisa.
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Gina estava em frente ao espelho do banheiro penteando os cabelos flamejantes de maneira distraída, muitas coisas haviam acontecido em sua vida, das quais muitas vezes se achou incapaz de carregar, o pior de tudo era que sempre que pensava que tudo estava finalmente voltando aos eixos as coisas voltavam a desandar.
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Escutou um grande estrondo de algo caindo muito próximo ao lado de fora da porta, arqueou a sobrancelha, curiosa se dirigiu a porta a qual ao abrir não havia entendido nada, apenas quando seu olhar caiu para o chão percebeu que aos seus pés havia um garoto estatelado no chão, deixou escapar um gemido de preocupação e logo se abaixou para ver como o garoto estava.
Abaixou-se e perguntou com a voz preocupada.
- Tudo bem com você? –Perguntou enquanto tentava ver se não havia nada quebrado ou algum corte nele.
O moreno de maneira repentina foi tentar se levantar e acabou batendo a sua cabeça na dela de maneira forte, gemeu de dor enquanto automaticamente se levantava e tomava uma distância segura daquele garoto desastrado.
§
Aquela lembrança fez com que um pequeno sorriso fosse parar em seus lábios, foi naquele dia que tinha conhecido Harry, de uma maneira bastante cômica gostava de lembrar.
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Estava caminhando por uma rua movimentada de Londres, havia uma enorme roda gigante a sua frente a qual o moreno ao seu lado explicava ser London Eye, ou apenas Eye, em um momento o moreno havia pedido para ficar parada em um canto enquanto ele iria buscar alguma coisa que ela não fazia a menor idéia sobre o que era, ao passar alguns minutos se sentiu amedrontada com toda aquela multidão a sua volta, e se Harry não conseguisse achá-la?
Mas por sorte logo ele estava ao seu lado e os dois voltavam a caminhar de mãos dadas, andar com ele daquela forma despreocupada foi muito importante para ela, quando pensou que as surpresas se enganou terrivelmente, pois logo Harry a guiou em direção ao Eye, quando a cabine estava a subir sem perceber agarrou o braço do moreno de maneira possessiva. Havia se esquecido de que morria de medo de altura.O que era extremamente estranho por que vivia olhando as pessoas pelo terraço do St. Mungus.
Ainda sem saber o que fazer se viu novamente sendo guiada por Harry para perto da janela, ao mesmo tempo em que o guia começava a falar alguma coisa sobre a história daquele lugar em Inglês, enquanto estava encantada com a vista Harry a pegou desprevenida e tirou uma foto sua.
Na mesma hora se fingiu de indignada para o moreno, e começou a tentar roubar a câmera de suas mãos numa tentativa de bater alguma foto dele.
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Seu sorriso aumentou ainda mais, aquela noite havia sido a melhor de toda a sua vida, onde pode esquecer que existia doença e ser apenas Virginia uma adolescente de 17 anos que estava na companhia de um grande “amigo”.
§
Estava cansada após toda aquela bagunça no refeitório, ao entrar no quarto se deparou com a imagem de um embrulho em sua cama, o mais estranho era que não se lembrava de ter deixado nada ali.
Desfez o embrulho cheia de curiosidade que se revelou tratar de um porta-retrato, Gina de imediato lembrou-se do momento que havia sido batida, estava ela e Harry no Eye e o guia pensará que eram namorados e havia se oferecido para bater uma foto deles juntos, o moreno iria desfazer o mal entendido quando o impediu, se divertindo à custa da timidez dele que sentiu ficar confuso sobre o que fazer.
A fotografia dela abraçada ao pescoço dele e beijando uma de suas faces enquanto ele a segurava firmemente pela cintura, fazendo com que algo dentro dela se remexesse e uma vontade de abraçá-lo daquela forma novamente voltasse a surgir.
Logo viu o bilhete que tinha vindo junto com o presente e que fez com seu coração se enchesse de esperança, talvez ainda pudesse ser feliz. Pelo menos iria lutar para isso.
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Assim que terminou de pentear os cabelos deixou o pente de qualquer maneira na pia enquanto olhava diretamente nos olhos de seu reflexo.
Aquele moreno havia surgido na sua vida de uma maneira repentina e lhe trago a alegria que nunca foi capaz de pensar que um dia alguém poderia lhe dar, e o que ela havia dado a ele até o momento? Ele tinha a apoiado nos momentos mais difíceis e agora seria a vez dela de mostrar que estava ao lado dele caso precisa-se.
Decidida terminou de se arrumar e saiu do quarto em direção ao de Harry.
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Sua mãe assim que havia lhe deixado no hospital partiu para casa junto de Hermione, o deixando sozinho, ainda com a tristeza da perda recente se jogou na cama de terno mesmo, não havia vontade e nem necessidade de mudar de roupa.
Varias coisas passavam pela cabeça de Harry, quando alguém bateu na porta.
-Entre! –Falou o moreno se sentando na cama vendo a imagem de Lupin adentrar o quarto.
O homem estava mais abatido do que nunca, os olhos vermelhos e cheio de orelhas, a barba rala e com as roupas amassadas, naquele momento Harry teve certeza que mais que ninguém Remus estava no fundo do poço.
O homem o encarou e o garoto fez sinal para que senta-se na cama, este agradeceu com a voz quase inaudível. Depois daquilo ambos se mantiveram em um silêncio incomodo.
-Aconteceu alguma coisa Remus? –Perguntou Harry não agüentando mais de curiosidade.
Remus não respondeu e sim passou a revirar os bolsos interno do paletó de onde tirou um livro de capa preta e estendeu ao garoto que pegou o objeto desconfiado.
Harry olhou a capa e viu o nome de Sirius Black, ainda mais confuso o abriu descobrindo se tratar de um pequeno algum de fotografia, olhou Lupin de maneira interrogativa e este se levantou e ficou de costas para o moreno.
-Sirius iria querer que você ficasse com isto. –Falou simplesmente. –Abra na terceira foto.
Sem perguntar nada o moreno fez o que o homem havia pedido, automaticamente ao ver a imagem de três jovens seus olhos se arregalaram, principalmente após seus olhos recaírem em um moreno de cabelos arrepiados idêntico tirando a cor dos olhos que era castanho.
-Esse é o meu pai... –Sussurrou Harry ainda sem acreditar.
Remus confirmou com a cabeça.
-Como chegaram a conhecer o meu pai? –Perguntou Harry por mais obvio que aquilo fosse. –Por que não me falaram nada?
Remus olhou fixamente para o garoto, teria que explicar tudo desde o princípio, e esperava que ele entendesse.
-Harry, peço que me simplesmente me escute, antes de tirar alguma conclusão deixe que eu explique sim?! –Falou para o garoto que concordou com um aceno de cabeça, passando a fitar a imagem em seguida.
Lupin voltou a se sentar ao lado de Harry e tirou delicadamente o álbum das mãos do moreno, mas ainda assim o deixou aberto para que pudesse ver.
Abriu na primeira foto onde mostrava a imagem de três garotos, o primeiro era magro e um pouco alto, assim como os outros deveria ter por volta de 11 anos, seus cabelos eram negros assim como os olhos, ao seu lado tinha outro garoto de cabelos castanhos um pouco cumpridos e olhos cor de amêndoa, este era o mais mal vestido do trio, ao lado do que Harry supôs ser Lupin havia um pequeno garoto um tanto pequeno e um pouco magricela, de cabelos revoltos e óculos arredondados que escondia os olhos castanhos.
-Essa foto foi tirada quando nós tínhamos 11 anos e havíamos acabado de entrar para o internato de Hogswarts, nos conhecemos no trem e a amizade começou de uma maneira repentina graças ao Sirius. –Falou Lupin olhando para foto com os olhos marejados.
Passaram por algumas fotos onde eles estavam com o uniforme da escola jogando futebol, outra deles aprontando algo com um adolescente narigudo de cabelos oleosos, a próxima foto era de três garotas por volta de seus 18 anos, todas eram muito bonitas e Harry ao ver uma ruiva de olhos verdes reconheceu prontamente sendo sua mãe só que mais nova.
-Esta aqui é a ...
-Sim é Lilian, sua mãe e seu pai já namoravam nesse tempo. –Falou Remus, depois passou a mostrar uma a uma. –Esta é Cecília namorada de Sirius na época e do lado dela esta a Jéssica minha namorada.
Harry ainda olhando para o álbum reparou que as mãos do homem tremeram levemente, e os olhos dele brilhava cada vez mais com as lágrimas que lutava a todo custo segurar.
-Remus, por que você esta me mostrando tudo isso? –Perguntou Harry diretamente o que queria saber.
O homem voltou a se levantar e ficou novamente de costas, Harry viu que ele coçava os olhos durante algum tempo e poderia jurar que estava a secar as lágrimas que antes persistiam em querer sair.
-Quando James fez 20 anos ele se casou com Lilian, mesmo que todos os outros fossem contra isso. –Falou Remus no que Harry passou a ficar cada vez mais confuso. –Com o tempo Sirius se casou com Cecília e eu com Jéssica. –Falou Lupin com a voz embargada.
-Eu não estou entendo aonde você quer chegar. –Confessou o moreno.
-Calma, Harry, você já vai entender. –Disse Lupin paciente apesar da tristeza que passava a consumi-lo.
-Você não pode imaginar como foi bom descobrir que James e Lilian seriam pais, éramos como irmãos um para o outro. –Remus procurou ficar de costas para Harry assim ele não seria capaz de ver o quanto tudo aquilo ainda mexia com ele. –Quando você nasceu eu e Sirius entramos em uma discussão para ver quem seria o padrinho, e eu perdi.
-Padrinho? Sirius era o meu...
-Lilian me prometeu que o próximo filho deles seria meu afilhado e de Jéssica. –Continuou Remus como se não tivesse sido interrompido. –Um pouco antes de você fazer 1 ano Cecília descobriu que estava grávida, seu pai na época tinha um carro enorme então fomos todos comemorar a notícia com o carro dele pai, James sempre foi um excelente motorista. –Enquanto dizia fechou os olhos fortemente, às vezes era capaz de ouvir os gritos. –Mas naquele dia um caminhão venho em nossa direção, ele tentou desviar mais não conseguiu a tempo, o carro foi jogado para fora da pista e acabamos capotando algumas vezes antes de batermos em uma árvore.
Harry permanecia em silêncio tentando similar cada palavra dita por Lupin, aquela história era completamente desconhecida por ele.
Lupin que estava de costas se virou em direção a Harry e olhou diretamente nos olhos do garoto, estes expressavam confusão, talvez estivesse sido melhor não contar aquela história para naquele momento, porém agora que tinha falado quase tudo não poderia deixá-lo sem saber do resto. Aproximou-se dele e tocou o ombro levemente, respirando fundo prosseguiu.
- Por sorte você havia ficado na casa de seus vós paternos. –Naquele momento Harry pode sentir a sinceridade que havia naquelas palavras, e ficou emocionado. -Logo a ajuda chegou, fomos tirados de lá antes que pegasse fogo, quando chegamos ao hospital Sirius estava em estado critico, Lilian em coma, James e eu felizmente estávamos lúcidos, com alguns cortes e alguns ossos quebrados, mas ainda sim éramos os que ficamos em melhor estado físico.
Era muita coisa para similar ao mesmo tempo, primeiro Sirius morria, depois Lupin batia em sua porta e lhe dizia que era amigo de seus pais a muitos anos, depois falava de um acidente onde os quatro são hospitalizados... O moreno arregalou os olhos e encarou Lupin com temor.
-E o que aconteceu a Jéssica e a Cecilia? –Perguntou temendo já saber a resposta.
Lupin voltou a fechar os olhos enquanto uma lágrima escorria escapava de seus controle, dando a certeza a Harry sobre seu temor.
-Elas morreram na hora. –Falou Lupin.
Sua voz saiu fraca, sua garganta estava seca tanto que suspeitasse ser incapaz de dizer algo mais.
-Quando nos recuperamos seu pai estava em depressão, se sentia culpado pela morte delas. –Falou Lupin com a voz cada vez mais fraca. –Ninguém o culpava por isso, todos sabíamos que a culpa foi do motorista do caminhão, mas seu James não conseguia entender isso. Uma vez seu pai implorou para que seguíssemos as nossas vidas sem ele, disse que nós trazíamos as lembranças do acidente.
Harry naquele momento não soube o que pensar, sua cabeça estava mil vezes mais pesada do que quando acordara e sem pré suspeitava se havia mais, parecia que toda aquela história era uma grande bola de neve que só fazia aumentar cada vez mais.
-A muito custo seu pai conseguiu fazermos prometer que não iríamos mais aparecer em suas vidas, enquanto ele não mudava de idéia nos afastamos dele, contávamos com Lilian para mudar a sua opinião, mas estava irredutível sobre isso. -Disse Lupin vendo Harry voltar a se sentar na cama e enterrar as mãos nos cabelos revoltos. –Os anos foram se passando e seu pai foi se afundando na bebida, infelizmente só conseguimos falar com ele novamente um pouco antes que morresse.
Harry se levantou em um sobressalto, passando a nadar de um lado para o outro do quarto, Lupin o encarava sem saber ao certo o que dizer ao garoto, cada vez mais confirmava que nenhum dos dois estava preparado para aquela conversa.
-Eu e Sirius continuamos a cumprir a promessa que havíamos feito de não nos metermos na vida de vocês. –Falou Lupin, agora era ele quem bagunçou os cabelos. –Depois disso Sirius descobriu ter uma séria doença nos rins, poderia morrer a qualquer momento, ele se internou aqui e passou a vigiá-lo de longe, quando descobriu que você estava com hepatite B ele pediu a Lilian que o internasse aqui também.
Harry de repente parou de andar e olhou friamente para Lupin.
-Então quer dizer que vocês me fizeram de bobo durante todo este tempo? –Perguntou Harry irritado. –Mas que merda! Agora que o Sirius esta morto é que vem me dizer que era o meu padrinho...
Sem dizer mais nada Harry saiu do quarto deixando Lupin sozinho, este se deixou cair na cama do garoto há um bom tempo, as lágrimas escorriam por seu rosto sem receio nenhum, queria muito poder trocar de lugar com Sirius ou James, mas ele não podia, era obrigado a viver naquele mundo sem sentido até que alguém finalmente desse fim naquele tormento.
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Harry saiu do quarto correndo, ignorando todos aqueles que passavam a sua volta, andava na direção do elevador atordoado, tanto que nem ao menos percebeu quando derrubou uma enfermeira no chão que carregava alguns cobertores.
Estava com raiva de não terem te contado nada antes, com raiva de seu pai ter sido fraco durante anos, e principalmente por não ter feito nada para mudar isto.
Ao entrar no elevador ouviu alguém chamá-lo, com aquela voz tão conhecida, a voz que lhe dava calma mesmo nos momentos mais angustiantes, porém sua perna pareceu não obedecê-lo, ele necessitava sair daquele lugar o mais rápido possível, era como se a cada minuto que passasse ali se sentisse mais sufocado.
Parou em frente ao elevador e passou a apertar o botão varias vezes seguidas como se isso fosse apressar o mesmo a descer, mal a porta se abriu e Harry se arrastou para dentro empurrando sem querer algumas pessoas que iriam descer naquele andar, a porta se fechou exatamente no momento em que uma massa ruiva aparecia em frente à porta.
Naquele momento a raiva que ele carregava havia ganhado mais um motivo. Como ele pode ter ignorado Gina?
Os andares passavam calmamente e Harry agradecia por ninguém estar entrando no elevador, ao chegar ao primeiro andar saiu em um salto assim que a porta se abriu, caminhando rapidamente em direção a saída.
Quando finalmente saiu pelos portões do hospital pode respirar profundamente.
Olhou pros lados, ainda indeciso sobre o que faria a seguir, de repente um ônibus passou na rua chamando sua atenção.
Sem ao menos perceber o que estava fazendo deu sinal para o ônibus que parou a poucos metros dele, e entrou.
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Gina entrou no corredor que dava ao quarto de Harry e o viu ao longe sair corredor a fora com passos apressados, chamou por seu nome mais este sequer virou em sua direção, tentou chamá-lo de novo mais estava sem fôlego.
Tentou andar o mais rápido que pode em sua direção mais quando chegou perto dele a porta do elevador já estava se fechando, porém ouve tempo suficiente para vislumbrar o brilho aturdido do olhar dele e aquilo fez com que algo dentro dela se contraísse em dor.
Ganhando cada vez mais a certeza de que estava fazendo o certo, apertou o botão do elevador rezando para que esse chegasse o mais rápido possível, lançou um breve olhar para escada mais logo descartou a idéia, com certeza não agüentaria.
Ao chegar ao hall olhou para os lados insegura, incrivelmente ninguém havia a reconhecido naquelas roupas, ao sair sentiu o frio daquela noite lhe atingir com força bagunçando seus cabelos e fazendo com que se arrepiasse.
Hesitou por alguns segundos, mas logo já estava andando em passos decididos para fora do terreno do hospital, porém quando ia passar pelos portões uma Mercedes passou em uma velocidade consideravelmente alta, quase a atropelando, a ruiva só teve tempo de pular para o lado.
Logo o carro parou com uma freada brusca, a porta se abriu dando o vislumbre da imagem de Tonks, esta pulou para fora do carro e correu na direção de Gina.
-Meu Deus Gina, eu te machuquei? –Perguntou a mulher tentando examiná-la assim que se aproximou perto o suficiente.
Porém a ruiva desviou do toque dela e passou a caminhar em direção a saída, no que Tonks arregalou os olhos em sua direção.
-Gina! Para onde você pensa que estava indo? –Perguntou seguindo a garota e tentando impedi-la de prosseguir.
-Eu vou me encontrar com o Harry! –Respondeu a garota finalmente atravessando os portões e olhando para todos os lados.
-Harry?! –A voz de Tonks demonstrava o quanto esta estava confusa. –Gina, o Harry deve estar no quarto dele não acho que ...
-Não! –Gina não queria ser mal-educada, mas teve que interromper a mulher. –Eu vi o Harry sair correndo agora a pouco.
Tonks logo se postou ao lado de Gina e assim como ela passou a olhar para os lados.
-E você sabe para onde ele foi? –Perguntou Tonks olhando diretamente para a ruiva desta vez.
-Na verdade, sim. –Falou a ruiva, mas logo estava sendo arrastada para dentro do hospital novamente.
Tonks arrastava a ruiva tentando ser o menos rude possível com a jovem, esta tentava se soltar.
-Tonks, por favor. –Pediu a garota com a voz embargada de preocupação.
Gina olhou para cima e a mulher tinha um pequeno sorriso em sua face, esta se virou e piscou para o porteiro que olhou de maneira curiosa para as duas.
-Srta. Tonks, esta precisando de ajuda? –Perguntou ele de longe.
A ruiva olhou para Tonks, quase implorando para que não falasse nada, porém a mulher estava muito ocupada dando um sorriso simpático ao pobre porteiro, balançou levemente a cabeça em um gesto negativo e agradeceu.
De repente Gina sentiu seu braço solto novamente enquanto a enfermeira se dirigia ao lado do motorista, ainda aturdida a viu repetir o mesmo piscar de olhos em sua direção.
-Entre logo, não quero ser obrigada e deixar Samara inconsciente. –Sussurrou para que somente Gina fosse capaz de ouvir.
Não foi preciso repetir mais nada para a garota entrar no carro com um sorriso agradecido.
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Assim que o ônibus passou em frente ao um grande super mercado o moreno deu sinal, reconhecendo o local, ao descer foi preciso andar apenas mais duas quadras e logo estava em frente ao grande cemitério que até pouco tempo atrás estava assistindo o enterro de Sirius, seu padrinho...
Colocou as mãos nos enormes bolsos da calça e passou a andar de cabeça baixa pelo lugar, seria capaz de andar por aquele lugar de olhos fechados. Após a morte de seu pai sua mãe e ele iam ao cemitério pelo menos duas vezes por mês, sempre soube que sua mãe ainda era apaixonada por seu pai, mesmo após a sua morte.
Varias vezes a assistiu se ajoelhar na frente do tumulo de seu pai murmurando algumas frases que antes não entendia e que agora fazia o maior sentido, sua mãe se sentia culpada, culpada por não ter conseguido ajudá-lo a superar o acidente.
Levantou a cabeça e olhou pro céu, não havia uma estrela se quer a vista naquela noite, apenas escuridão.
Seus pés o levaram até o tumulo de Sirius, poderia ver a alguns túmulos de distância o de seu pai. Como pode ter pensado que tudo não se passava de uma grande coincidência?Mesmo depois da confissão desastrosa de Sirius.
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Tonks dirigiu todo o trajeto numa velocidade considerável, pouco tempo já estava estacionando o carro naquele estacionamento sombrio do cemitério, a mulher olhou ao redor reconhecendo algumas figuras de uma hora antes.
Gina abriu a porta do passageiro e já ia sair quando Tonks segurou seu braço, chamando a atenção para ela.
-Gina você tem certeza? –Perguntou Tonks.
-Eu... Não sei como... Mas eu tenho certeza Tonks! -Disse Gina, seus olhos e sua voz transpareciam a sinceridade que Tonks precisava.
-Eu vou te acompanhar. –Falou saindo do carro sendo seguida por Gina.
Tonks trancou o carro e passou a caminhar para dentro do cemitério junto a Gina, a ruiva caminhava na frente enquanto Tonks andava com mais cautela, olhando atentamente ao redor com medo que algo pudesse acontecer com elas.
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Antes de chegar a frente ao tumulo de Sirius não fazia idéia do porque estava indo exatamente para ali, mas agora sabia que havia a necessidade de poder saber o que seria sua vida se não estivesse acontecido aquele maldito acidente.
De repente desviou o olhar para o tumulo ao lado e pode ver o nome de Cecília Meyer Black, sua garganta ficou seca, deu alguns passos para esquerda e viu o nome do próximo tumulo e era de Jéssica Swan Lupin.
§
O garotinho de cabelos arrepiados estava rezando de cabeça baixa e olhos fechados em frente ao tumulo do pai, ao terminar ele levantar a cabeça procurou a mãe com os olhos, a achando alguns túmulos à frente colocando algumas flores em dois túmulos desconhecidos por ele.
-Mãe por que você esta pondo flores ai? –Perguntou o garoto curioso.
Sua mãe se levantou e caminhou em sua direção, agachou em sua frente no mesmo tempo que bagunçava os cabelos dele.
-Este lugar é lar de pessoas especiais, que fizeram parte da minha vida querido.
-Então você conhecia estas pessoas? –Perguntou lendo os nomes dos dois túmulos.
A mulher ruiva deixou que uma lágrima escorresse por sua face.
-Sim, querido. –Respondeu simplesmente se levantando e abaixando a cabeça fazendo sinal para que o filho a imita-se, e sem dizer nada o garotinho rezou por todas aquelas pessoas.
§
Naquele momento Harry abaixou a cabeça e passou a rezar, assim que voltou a levantá-la seu rosto estava mergulhado em silenciosas lágrimas.
-Harry? –Escutou a voz da ruiva o chamar.
Virou-se em direção dela, esta o encarou com um pequeno sorriso que foi retribuído. Viu um pouco ao longe Tonks se encostar-se a uma árvore e ficar de costas para eles, provavelmente tentando deixar-los à vontade.
-Gina. –Falou ainda surpreso enquanto estendia uma mão em sua direção, a qual ela aceitou assim que se aproximou dele. –Como me achou?
-Não sei dizer, apenas sabia que estaria aqui. –Respondeu a ruiva olhando diretamente nos olhos de Harry. –O que esta fazendo aqui Harry?
O moreno desviou os olhos para os túmulos, já havia feito aquela pergunta antes e agora se sentia finalmente capaz de responder.
-Buscando a minha história. –Respondeu brevemente, como Gina nada disse então prosseguiu. –Hoje Lupin me contou uma história que envolvia meus pais e eles. Eles se conheciam Gi!
A garota apertou a mão de Harry levemente como se quisesse passar forças para que prossegui-se, logo ele estava contando tudo o que havia acontecido. Sem se importar se agora tinha acabado de começar a chover.
-Então agora estou me perguntando o que seria da minha vida se eles estivessem do meu lado o tempo todo. –Confessou o moreno. –Meu pai era um grande homem, me ensinou muitas coisas, mas sempre estava triste pelos cantos, minha mãe nunca se perdoou por não ter conseguido ajudá-lo. Tenho certeza que Sirius e Cecília seriam ótimos padrinhos, e Jéssica e Remus com certeza neste momento teria os seus filhos, ou quem sabe um afilhado também, afinal meus pais se amavam muito.
Depois daquele desabafo a ruiva o puxou para os seus braços, afagando os cabelos rebeldes dele, queria transmitir que estava ali para apoiá-lo no que fosse preciso, o sentiu abaixar a cabeça encostando seu queixo na curva de seu pescoço e aspirar seu perfume, aquele gesto fez com que ela ficasse inerte.
Ficou aspirando o perfume dela por algum tempo, até que a vontade de tocar em seus lábios e sentir o sabor dele se tornaram forte o suficiente para poder ser controlado.
Harry foi subindo sua face lentamente em direção aos lábios de Gina, sua respiração quente atingindo cada parte do pescoço da garota até que atingisse seus lábios, os olhos verdes mergulharam nos castanhos mel por alguns segundos, como se estivessem a pedir permissão, ao vê-la fechar os olhos um pequeno sorriso surgiu no canto da boca dele enquanto repetia o gesto dela e acabava com qualquer distância que poderia ter entre eles, seus lábios se juntaram em um beijo cheio de sentimentos, onde cada um tentava explorar ao máximo o que podia um do outro.
Naquele momento não havia preocupação, chuva, frio, ou o que mais que pudesse atrapalhá-los naquele momento, existia somente os dois e um desejo incontrolável de ficarem juntos.
Ao se separar Harry ficou tenso olhando esperançosamente para Gina, esperando que ela tivesse alguma reação que o fizesse saber como deveria prosseguir, e logo venho após a ruiva deixar que um sorriso verdadeiro fosse parar em seu lábio no mesmo tempo em que enlaçava o pescoço dele.
O moreno a sentiu tremer em seus braços se dando conta finalmente da chuva que caia sobre suas cabeças, colando o vestido preto no corpo de Gina. Separou-se por alguns segundos dela e tirou o terno e estendeu para ela que aceitou prontamente.
Harry estava a ajudando a colocá-lo quando a ruiva ficou rígida de uma hora para outra, passando a ficar ofegante enquanto o punho semicerrado ia parar automaticamente em cima do peito. Quando a ruiva fez menção de desmaiar Harry a amparou em seus braços.
-Gina?! –Chamou Harry com a voz embargada, a ruiva apenas o olhou por alguns segundos, o suficiente para levantar uma de suas mãos e tocar o rosto de Harry, mas logo os olhos dela se fecharam ao mesmo tempo em que sua mão caia molemente, os olhos do moreno se arregalaram. –GINA!
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N/A: Nossa este capitulo deu trabalho!!!
Ainda nem li ele inteiro então deve estar cheio de erros de português, peço paciência por que irei reler toda a fics arrumar os códigos de HTML, ortografia, etc...
Bom este capitulo com certeza ficou maior do que todos os outros, espero que vocês tenham gostado, o motivo deste capitulo ter saído quase uma semana atrasado são na verdade muitos, o primeiro foi que semana passada eu ainda estava em aula graças aos meus professores que tinham entrado em greve e voltaram do nada pedindo trabalho, então fiquei semana passada correndo de um lado pro outro com trabalhos, no sábado eu consegui fazer 13 páginas de Word, dava até para postar, mas não era como eu queria terminar o capitulo, tinha que ser do jeito certo o que só tive a idéia hoje, e além do mais esta semana minha mãe me mostrou o trailer de um filme (crepúsculo) eu simplesmente me apaixonei e TIVE que ler o livro...
Peço minhas sinceras desculpas pela demora...
Esse capitulo não teve morte mais foi meio triste.
Ingrid: Primeiramente fico feliz que tenha gostado da fics, não ia ler é? Que bom que mudou de idéia... Gostei bastante da sua sinceridade, me fez pensar no que melhor na fics para chamar mais o interesse de leitores, e isso é muito importante. Hehe você é uma das poucas pessoas que pensou que posso matar o Harry ao invés da Gina, sinceramente é uma possibilidade interessante, não que seja certeza que alguém morrerá lógico. Realmente eu não gostei de ter matado o Sirius, minha amiga Milla sabe muito bem o quanto estou sendo sincera.Obrigada pelo comentário.
Bruna Star: Você chorou é? Sei que é maldade, mas fiquei feliz em saber, quer dizer que o clima de morte deu certo. Prometo tentar fazer você não chorar mais... Que bom que vc entende que a história se passa em um hospital. Demorei um pouco, mas expliquei meus motivos um pouco à cima. Obrigada pelo comentário.
Tonks & Lupin: Eu sou malvada? É tenho que concordar, matar o cachorrinho não foi legal...Te deixar sem lágrimas? Que isso quem me dera ter um talento assim. Pensei no seu pedido quando tava escrevendo, mas não foi possível deixar eles felizes, quem sabe no próximo...Obrigada pelo Comentário.
Guta Weasley Potter: Desnaturada? Malvada? Okay eu mereço! *joga um feitiço em si própria* matar o cachorrinho foi imperdoável. Bom se isso te consola o moreno na verdade tem pessoas especiais a sua volta, o que fiz questão de mostrar neste capitulo no caso de Gina. Obrigada pelo comentário.
Inaclara Evans Potter: ahauahauahauahau seria meio estranho eu fazer ele reviver. Não me deixe atentada *.* . Bom este capitulo não tem boas noticias, mas quem sabe no futuro? Obrigada pelo comentário.
Fl4v1nh4: Fico feliz que tenha gostado do capitulo apesar da morte, Okay tentar não matar ninguém mais nos próximos capítulos, mas não garanto nada! Espero que tenha gostado deste novo capitulo. Obrigada pelo comentário.
marcela h.: Desculpa pelo Sirius, como disse a Flavinha irei TENTAR não matar mais ninguém , okay?! Desculpe a demora do capitulo. Obrigada pelo Comentário.
Kamy Potter: Sabe eu li seu comentário na casa de uma amiga, e ela esta de prova em como eu fiquei chateada por não ter pensado nessas suas hipóteses. Desculpa pelo Sirius. Que bom que vc gostou da fics, espero que tenha gostado deste capitulo também. Obrigada pelo comentário.
•´¯♥¯`• Ju Silveira •´¯♥¯`• : Realmente o Sirius morrer é imperdoável, não pode acontecer, mas infelizmente eu sou um ser malvado que fez esta crueldade. Espero que você tenha gostado deste capitulo e tenha me desculpado pela morte do Sirius. Obrigada pelo Comentário.
NATALIA REIS: Vc concorda com eles? Só não montem um clã ou algo parecido para me matar, caso eu mate mais alguém okay?! Espero que tenho gostado deste novo capitulo. Obrigada pelo comentário.
Pratixqueiro: Prazer em conhecê-lo Honório, meu nome é Aline, mas aqui sou mais conhecida como Lily xD. Meu mais novo fã? Nossa que honra. Nem sei como agradecer pelos elogios, realmente fiquei muito feliz com eles, Obrigada viw ^^. Espero que tenha gostado deste capitulo também . Obrigada pelo Comentário.
Ginna A. Potter: Que bom que esteja gostando da fics. Sem mais mortes??? Okay, irei tentar! É uma boa dica a sua, obrigada por ela... Na verdade desde o começo eu sei o que farei com os personagens, principalmente quem irá morrer, mas com estes pedidos e dicas de salvamento nunca se sabe o que vai acontecer, afinal vocês me deixam bem balançada sobre como prosseguir. Espero que tenha gostado do capitulo. Obrigada pelo Comentário.
Patty Potter Hard: kkkkkkkkkkkk gostei da sua sinceridade, que bom que tenha gostado do capitulo e desculpa pela morte de Sirius. Espero que este capitulo tenha sido melhor que o último para você. Obrigada pelo comentário.
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