Uma Nova Despedida
Rony, Harry e Gina chegaram na Toca exatamente as 15:40 horas, o festa já estava toda pronta, balões rosas, lilás e vermelhos estavam magicamente suspensos no ar, uma mesa em tons de rosa e lilás se estendia pelo quintal com o rosto da bruxalinda, a boneca preferida de Victorie. Sra. Weasley e Fleur rodopiavam para todos os lados terminando os últimos preparativos para a festa , Gui balançava o pequeno Julius para lá e para cá e Rony entrou com a imã e o cunhado para dentro da Toca, seus irmãos o receberam com alegria.
- Rony finalmente saindo da Toca. – vociferou Jorge indo em direção de Rony e lançando o braço em seu pescoço.
- Gina me fez sair de casa. – disse o rapaz sorrindo para a irmã.
- Rony. – berrou Percy lhe dando um apertado abraço, Rony pode sentir seus ossos estalarem. – Já está bem, agora está bem? – perguntou Percy ainda abraçando o irmão, porém olhando no fundo dos seus olhos.
Rony apenas acentiu com a cabeça e sorriu de volta para Percy que voltou a lhe abraçar apertadamente. Gui e Carlinhos também saudaram o irmão com um abraço apertado.
- Olha que bonitinho o novo Weasley. – disse Gui mostrando-lhe o bebê.
- Como se chama? – perguntou Rony acariciando o rostinho do sobrinho.
- Julius. – respondeu-lhe Gui simplesmente.
- Venha Rony, vamos entrar Molly te fez um presente. – disse Carlinhos puxando o irmão porta a dentro.
- Presente pra mim? Mas é Victorie quem está fazendo aniversário. – disse o ruivo assustado.
- Tio Rony. – vociferaram Molly e Victorie juntas.
As meninas pularam juntas no colo de Rony que teve uma imensa dificuldade de segurá-las no colo, juntas deram um beijo na bochecha do tio, uma de cada lado, fazendo os olhos do tio encher de água.
- Que dia tão especial é esse que eu mereço uma recepção dessa? – perguntou Rony colocando as meninas no chão e ajoelhando para ficar da altura delas.
- Estávamos com saudades. – respondeu Victorie.
- É com saudades, e olha o que eu trouxe lá da Romênia para você tio, fui eu só eu que escolhi. – disse Molly orgulhosa.
Rony pegou o pacote amarronzado das mãos da menina, sorriu para a sobrinha e abriu o pacote delicadamente. Rony olhava para a moldura com os olhos marejados, um desenho dele e de Molly de mãos dadas, um mar atraz deles e um sol no alto brilhando forte, a menina tinha desenhado com lápis de cor mágico e o desenho se mexia, o desenhado ruivo abraçava e beijava a sobrinha e o mar se movimentava calmamente.
- Olha tio, essa sou eu e esse é você, a gente ta junto lá no mar que tem na Romênia, perto da casa da minha avó e onde o sol brilha todo dia, agora a moldura ela tem essas folhas que de dia abrem as flores. – a menina apontava para as flores. – E de noite elas fecham, ficam assim como um botãozinho fui eu que escolhi. – disse a menina sorrindo feliz.
- É o presente mais... mais... lindo que eu já ganhei na vida. – murmurou Rony abraçando a sobrinha. – Obrigado. E olha o que eu te trouxe Vick.
Rony entregou a menina o presente com o laçarote ora rosa ora lilás. Victorie agradeceu ao tio e se apressou a abrir, seus olhos brilharam quando a menina viu o livro.
- Ah tio Mercí, eu queria esse livro a um tempão, venha Molly vamos ver lá na sala. -
Victorie puxava a prima e corria desembestada com ela para a sala, Rony ainda contemplava o quadro sorrindo, quando sua mãe entrou pela cozinha.
- Meu filho querido. – bradou Sra. Weasley apertando as bochechas de Rony. – Está tão magro desde que saiu aqui de casa, tem ficado cada vez mais com cara de doente, volta para casa da sua mãe meu amor. – suplicou a bruxa beijando Rony nas bochechas.
- Nem dá mais né mãe... vou retroceder... – disse Rony dando um forte abraço na mãe, e rindo.
- Então passa uns dias aqui conosco Rony, assim a mamãe fica mais tranqüila. – pediu-lhe Gina sorrindo.
- Isso meu amor, eu aceito seus irmãos porque eles casaram, mas você não... fica uns dias aqui comigo. – suplicou-lhe Sra. Weasley.
- Pode ser uma boa Rony. – intrometeu-se Gui.
- Concordo plenamente. – interferiu-se Percy.
- Também acho. – riu-se Carlinhos.
- É mano volta para o colinho da mamãe. – disse Jorge brincalhão.
- O que é isso? Um complô? – intrigou-se Rony levantando as mãos.
- Um feliz complô, todos os seus irmãos também devem achar que você está precisando dos cuidadinhos da mamãe. – disse a velha bruxa apertando os ossos do filho.
- Ok eu vou vir para cá, mas apenas uns dias. – suspirou Rony retribuindo o abraço a mãe.
- A meu amor que bom, vou te tratar tão bem que não vai querer sair daqui nunca mais, você e a Gina são os únicos filhos que estarão aqui e vou poder mimá-los todos os minutos do dia. – disse Sra. Weasley abraçando os filhos.
- Ah mamãe. – disseram Gina e Rony em unissóro.
- Agora vamos, tenho que terminar as guloseimas do aniversário da Vick. – disse Sra. Weasley se desvencilhando dos filhos e voltando aos seu afazeres.
Rony foi para o lado de fora com Percy, Gina e Harry conversaram sobre assuntos diversos e toda tarde passou gostosamente, ele nem percebeu o cair da noite quente pipocada de estrelas. Harry foi com Rony até sua casa pegar uma mala para que ele ficasse uns dias na casa da mãe, os amigos decidiram ir de vassoura e apostaram um pequena corrida, Harry tinha uma nova firebolt e Rony ganhara de Carlinhos uma vassoura chamada broomfly a mais nova vassoura do mercado. Harry e Rony voltaram do barracão ainda inertes de toda e qualquer movimentação, brincando com as vassouras quando chegaram a Toca. Rony desceu da vassoura sem ar rindo e conversando com Harry, quando a imagem de Hermione parada na porta da Toca, fez toda a alegria de Rony sumir do rosto do rapaz, tão rápido quanto o pomo de ouro fugindo das mãos de Vitor Krum na final de Rússia e Bulgária naquele ano. Harry olhou para o amigo e em silêncio sumiu pela porta de entrada.
- O que está fazendo aqui? – perguntou Rony secamente.
- Rony... eu queria... eu queria... – começou a menina sem jeito.
- Queria ver a minha cara de bobo, depois de tudo o que aconteceu naquele dia? – voltou a perguntar o rapaz, porém agora alterando levemente a voz.
- Não. – disse a menina secamente, com os olhos marejados. – Quero me despedir.
- Despedir... – repetiu o garoto e sua voz saiu falha.
- É eu vou embora. – disse ela olhando para o chão.
- Para onde? – perguntou Rony com uma dor profunda no peito, como se tivesse acabado de ser estuporado.
- Para algum lugar na Alemanha, ainda não sei ao certo. – explicou-se Mione virando de costas para Rony.
Rony deu um profundo e longo suspiro.
- Então tchau. – disse Rony resistindo desesperadamente para não implorar que ela ficasse.
- Tchau... eu... eu escrevo... – murmurou Hermione.
Hermione não se virou, do jeito que estava prosseguiu para a saída. Rony sentia sua cabeça fervendo, seu estômago revirou-se todo e o rapaz resistia desesperadamente para não chamá-la pra traz, queria gritar, queria pedir, implorar a Hermione que ficasse, ela já estava no portão, era talvez a última vez que Rony veria a menina, nunca mais sentir o seu cheiro, nunca mais tocar a sua pele, nunca mais ter Hermione junto de si.
- FIIIIIIIIIIICAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA... – Vociferou Rony para Hermione. – PELO AMOR DE MERLIN, EU NÃO POSSO VIVER SEM VOCÊ.
Junto com a coragem veio o choro, como uma criança, Rony soltou todo o choro que estava preso na sua garganta, Hermione voltou seu olhar para Rony e foi correndo para os seus braços, Rony correu em direção a menina; os dois se encontraram no meio do quintal, se abraçaram e se beijaram como se nunca o tivessem feito antes. Rony sentia que cada nervo de seu corpo correspondia positivamente ao roçar da pele de Hermione, sentia sua respiração alvoroçada, seu coração acelerado saltando desesperado na sua garganta. Os dois ajoelhados no quintal se beijando enlouquecidamente, sem se preocupar com seu pais, seus irmãos ou sobrinhos dentro da casa, sem se preocupar com a curiosa vizinhança ou fotografias caseiras indo parar em jornais, sem se preocupar com Andrew. Andrew, Rony se lembrou que Hermione era casada, parou de beijá-la no mesmo instante, ainda abraçados um ao outro Rony olhava para uma Hermione totalmente entregue em suas mãos, no entanto o rapaz tinha lembrado que Hermione não poderia ser dele, já que ela era casada.
- E seu marido? – sussurrou Rony.
Hermione não respondeu, Rony percebeu que a moça começou a chorar desesperadamente quando ele tocou no assunto.
- Mione... Mione me conta o que está acontecendo? – suplicou-lhe Rony.
- Eu não posso. – balbuciou a menina chorosa.
- Por favor. – sussurrou o rapaz.
- Não... não... não de novo, eu não podia ter vindo aqui, eu não podia estar aqui. – Hermione chorava ainda mais com as mãos sob o peito de Rony.
- ENTÃO PORQUE VEIO. – bradou uma irreconhecível Gina da outra ponta do quintal, chamando a atenção do casal.
Com o rosto mais sério que Rony já viu Gina fazer na vida, a menina veio em direção dos dois, ela puxou Hermione pelo braço para deixá-la de pé, Rony também se levantou.
- Se não podia estar aqui, porque veio heim... para enterrar o meu irmão num buraco tão fundo que ninguém mais possa retirá-lo. – esbravejou Gina com as unhas enterradas no braço de Hermione.
Rony viu nos olhos de Gina uma raiva que nunca pensou ver na feição da doce e angelical da ruiva.
- Gina... se-se-se acalme. – murmurou Rony, mas a irmã não lhe deu atenção.
- Anda fala. – bradou Gina para Hermione chorosa a sua frente.
- Eu... eu... e-e-e-e-eu tinha... tinha que ver o Rony, antes de partir. – balbuciou a menina entre soluços.
- E vai embora de novo, ta fugindo do que? – perguntou Gina com a voz alterada e a unhas ainda enterradas no braço de sua colega.
- Não to fugindo de nada.
- Pois isso me parece fuga, no meio da noite e sozinha, cadê o seu maridinho? – perguntou Gina irônica.
- Ele... ele...
- Para de gaguejar feito uma galinha que se engasgou com o milho e fala como a mulher madura que sempre foi, te admirei a vida inteira por ser quem é, uma excelente aluna, enfrentou tudo e todas por ter nascido trouxa, nunca se intimidou por isso, provou por A mais B, que não é preciso ter vindo de uma família de bruxos para ser uma das melhores, se formou numa das profissões mais difíceis de todo o mundo bruxo e resolveu de uma hora para outra brincar com o coração do Rony. – berrou Gina e Rony viu toda a sua família de platéia.
Lágrimas de ódio escorriam pelo rosto da ruiva, Hermione chorava compulsivamente, mal podia falar e Rony ficara ali parado observando abobado sua irmã o defender como se fosse a Sra. Weasley.
- Você acha que quantas vezes ele vai agüentar, você entrar e sair da vida dele como se ele fosse um joguete nas suas mãos, ora tenha paciência Hermione. – bradou Gina ainda mais alto e Rony ainda não tinha nenhuma reação.
- Me dá um bom motivo para eu não enterrar a minha mão na sua cara nesse exato momento. – disse Gina apertando ainda mais o braço de Hermione.
- Eu vou embora. – e no meio de todo o seu acesso de choro, foi tudo que Hermione pode dizer.
- Não. – murmurou Rony ainda perplexo.
- Deixe-a ir Rony. – disse Gina soltando-a virando as costas e entrando para a Toca.
Hermione caiu violentamente no chão voltou a chorar compulsivamente.
- Sua irmã tem razão Rony, eu vou embora e nunca mais, eu prometo, que vou lhe incomodar de novo. – disse a menina levantando-se.
- Mas eu não posso, eu não quero viver sem você. – sussurrou Rony.
- Eu também não, mas é o destino Rony não podemos ficar juntos. – disse Hermione quase sem voz.
- Que merda de destino é esse que me separa da mulher que eu mais amo. – bradou Rony com os olhos cheios de lágrimas.
- É um destino muito cruel que também me separa do homem que eu mais amo.
E dando-lhe um selinho carinhoso nos lábios, Hermione se foi deixando um choroso e desesperado Rony para traz.
***Fim do 6º capitulo***
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