A Revelação

Rony esperou Hermione entrar em contato durante dias, porém a menina não entrou em contato com ele, Rony não sabia onde procurar pela moça achando até que talvez ela tivesse voltado para a África. Seu pensamento, no entanto voltava-se para o rapaz moreno que a acompanhou na festa, Hermione jamais falara sobre um amigo bonitão; será que eram amigos? Talvez colegas de profissão, talvez eles trabalhassem juntos na África, ajudando as vitimas da guerra, Rony não sabia, só sabia que eram muito íntimos e Hermione parecia extremamente constrangida ao seu lado. A loja ia de vento em popa, desde a reinauguração, a livraria tem vendido muito bem e Rony tem ficado satisfeito com os lucros. Harry havia conseguido a transferência para o ministério da magia Inglês e agora era sub-tenente dos aurores ia casar-se com Gina e morar novamente na Inglaterra, Sra. Weasley preparava tudo para o casamento, enlouquecendo a todos, queria tudo perfeito para o casamento de sua única filha. Jorge e Angelina noticiaram a chegada de mais um bebê Weasley na família, Sra. Weasley se pos a fazer sapatinhos novamente, nos intervalos dos preparativos para a festa. Carlinhos viria com a esposa para o aniversário de Victorie, naturalmente na Toca, que aconteceria no próximo fim de semana e Percy ajudava Rony com a contabilidade da livraria. Gui e Fleur estavam atrapalhados com o novo bebê, e apenas por isso Sra. Weasley não os atormentava, porém dava uma passadinha por lá todos os dias. Rony procurou por Hermione em todos os lugares que achou possível, onde ela poderia estar, foi a casa de seus pais, na biblioteca, no St. Mungus, mas em lugar algum tinham se quer visto a sombra da famosa medibruxa Hermione Granger. Era uma tarde de sexta-feira, o sol brilhava forte e Rony sentia-se extremamente cansado, havia trabalhado o dia todo desde muito cedo e já sentia o peso do cansaço fazer seus ombros doerem. Rony remexia impaciente nos livros, os trocando de lugar a cada cinco minutos, da esquerda para a direita, de baixo para cima; o ruivo não parava de fazer mudanças, enquanto só lembrava da noite de amor que passou ao lado de Hermione.
- Rony. – berrou Percy assustando o irmão pensativo.
- Ow... – disse Rony levando a mão ao peito. – O que foi Percy?
- Rony vai para casa, eu e Jonas fechamos a loja, você já arrumou essa mesma prateleira umas quinhentas vezes, vai para casa, vai irmão. – dizia Percy indo em direção ao irmão e jogando o braço em torno do seu pescoço.
- Não eu tenho que arrumar esses livros ainda, não posso... – começou Rony apontando as prateleiras.
- Rony vai para casa, deixa que o Jonas arruma, não é mesmo Jonas? – perguntou Percy ao menino magricela ao seu lado.
- Sim senhor. – murmurou Jonas timidamente e se apressando em pegar os livros das mãos de Rony.
- Tudo bem. – disse Rony em meio a um suspiro. – Eu vou.
Rony largou os livros nas mãos de Jonas e viu o sorriso de Percy o incentivando, rodou nos seus calcanhares e aparatou até o barracão, onde era a sua casa. Tal foi sua surpresa ao ver parada na sua porta Hermione, seus olhos estavam vermelhos muito inchados e marcas de lágrimas escorridas pelas bochechas vermelhas, a moça estava sentada nos degraus que levavam a porta e soluçava sem parar.
- Hermione. – balbuciou Rony sem desgrudar os olhos da menina. – O que está fazendo... como... onde você esteve?
Rony abaixou-se até a amada, de modo que ficasse de frente ao seu rosto, colocou uma das mãos no queixo de Mione, fazendo com que ela olhasse direto nos seu olhos.
- Mione o que foi que aconteceu? Onde esteve? Estive te procurando por todos os lados, até a casa dos seus pais eu fui. – murmurou Rony olhando para os olhos castanhos marejados de Hermione.
- Isso não é importante Rony. – disse a moça deixando mais lágrimas caírem. – Eu preciso te contar uma coisa muito mais importante.
- Como isso não é importante Mione... – começou Rony levantando-se indignado. – Procurei você por todos os lados, fui...
- Rony presta atenção e pela primeira vez me ouve. – bradou a menina também se levantando e puxando Rony pelos braços. – Eu não vim aqui para discutir, tem uma coisa... uma coisa muito importante que preciso te contar.
- Hermione depois de cinco anos, você aparece do nada, diz que me ama, faz planos comigo, me deixa louco, aí some, passa dias e dias sem me dar uma única notícia e nem se quer, me diz o que aconteceu? – esbravejou Rony com a morena aos prantos.
- Rony me deixa falar. – bradou a moça nervosa.
- Você vai me dizer onde esteve e porque se encontra nesse estado de nervos? – Perguntou o rapaz confuso.
- Rony onde eu estive não é importante já disse, o que realmente importa é que...
- Que eu sou patético, um verdadeiro imbecil... tão realmente tolo quanto aquele menino que era doido por você na escola... eu sou um trasgo retardado Mione, burro por acreditar que algum dia você realmente me amou, que todo o aperto que eu tinha dentro do peito, me sufocando, você também sentia, eu sou um... um... um... babaca.– vociferou Rony indignado.
- Não... não é isso.... – Hermione tentava-se explicar.
- Hermione, pelos cuecões imundos de Merlin, acho que tenho o direito de saber porque você sumiu depois de dizer que me amava? – bradou o rapaz, segurando a moça pelos braços.
Hermione não respondia, apenas chorava desesperadamente, Rony podia sentir todos os seus nervos em conflito, cada músculo do seu corpo estava respondendo ao seu desespero.
- Acho que posso responder a essa pergunta senhor... Ronald Weasley eu presumo. – disse uma voz masculina a suas costas.
Rony virou-se e deu de cara com o mesmo rapaz moreno bonitão, que acompanhava Hermione na festa de reinauguração da livraria.
- Andrew, por favor... – suplicava Hermione se colocando entre ele e Rony. Rony jurou ver um relance de medo nos olhos da moça.
- Sou Andrew Macornick, marido de Hermione. – disse o rapaz levantando a mão para cumprimentar Rony e ignorando as lamúrias de Hermione.
O mundo de Rony caiu, seu estômago deu uma virada e ele ficou com náuseas, uma sensação de ser socado no pulmão, tirou todo o seu ar e sua respiração ficou desenfreada.Rony tentava falar alguma coisa, mas todas as palavras pareceram lhe faltar, ele abriu a boca várias vezes na inútil tentativa de falar.
- Então você é mesmo Ronald Weasley, o escritor... leio sempre os seu livros. – disse Andrew encarando Rony.
Hermione afundou o rosto nas mãos e voltou a chorar, Rony podia ver a moça soluçar, mesmo ela estando de costas.
- Andrew me deixe... me deixe... – suplicava Hermione, porém o marido parecia não ouvi-la.
- Ora Mi, não estou falando nenhuma mentira, os seus amigos precisam conhecer o seu marido. – o rapaz olhava de Hermione para Rony sucessivamente.
- Marido... – balbuciou Rony finalmente.
- Sim marido, ela não te contou não é? – perguntou Andrew zombeteiro.
- Hermione... – sussurrou Rony com a voz rouca.
Hermione virou-se de frente para Rony e olhou bem no fundo dos seus olhos, Rony penetrou seu olhar bem no fundo dos olhos chorosos de Hermione, a moça tinha os olhos tristes e inchados e lhe pedia silenciosamente para lhe entender.
- Ronald, por favor... – murmurou Hermione entre soluços.
- Bom vamos Mi, temos que voltar para a nossa casa. – disse Andrew indo em direção a rua.
- Ronald... – murmurou Hermione mais uma vez suplicante.
- Acho que seu marido está te esperando. – interrompeu-a Rony com os olhos cheios de lágrimas.
- Rony não... não... – começou Hermione.
- O que vai dizer? Que não é o que parece... que você tem um outra explicação... – cortou Rony novamente.
- Eu... eu... eu... – choramingou Hermione.
- Mi... vamos. – berrou Andrew da calçada.
- Vai. – disse Rony frio como uma pedra de gelo.
Hermione olhava nos olhos de Rony suplicando, porém o rapaz desviou o olhar para o outro lado, depois virou as costas para a moça.
- Ok... tchau Sr. Weasley, adoro os seu livros, quando Mi e eu estivermos em Londres novamente, passaremos por sua loja. – bradou o rapaz.
Rony apertou os olhos, nervoso e não pode impedir que lágrimas saltassem dos seus olhos, ele queria olhar para traz, mas resistiu e subiu as escadas entrando na sua casa, ao fechar a porta chorou desesperado encostado nela.


**Fim do quarto capítulo**

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