Na casa da mae
1º capitulo –
Ele se levantou, parou diante do espelho e mexeu nos cabelos extremamente loiros, era normal acordarem impecáveis, mas mesmo assim ele insistia em penteá-los para cima como antigamente. Esse é um daqueles hábitos que nunca acaba, ou pelo menos aqueles que você pensa que nunca acaba. Ele abriu o guarda-roupa e o encarou:
Ele reclamou ao ver que lhe restava apenas cinco casacos de pele que ainda estavam em estado “utilizáveis”.
Pegou um de cor marrom, pele de urso pardo e bem quente, adequado para o inverno em Londres. Ao olhar pela janela tudo indicava que era um rigoroso inverno, a neve cobria as árvores, os carros, as casas e impossibilitava a passagem de automóveis nas ruas. Ele vestiu o casaco por cima do pijama e abriu a porta do quarto, um vento gelado cortou o ar, mas ele pareceu nem notar. Entrou para o banheiro e começou a lavar o rosto, enormes olheiras lhe envolviam os olhos, novamente ele ignorou, enxugou o roso em uma felpuda e branca toalha depois saiu aos tropeços do banheiro.
As escadas eram de madeira, uma antiga e rústica madeira vinda das florestas do Brasil, de melhor qualidade impossível. Para ele aquilo não passava de um mero detalhe, como o piso de porcelanato creme, completamente inútil todos os detalhes caros para uma casa onde somente ele morava.
Rapidamente ele chegou à cozinha, armários de madeira branca, tapetes antiderrapantes e panelas muito bem limpas e polidas, ele nem olhou para os lados, abriu uma das portas e de lá tirou a tradicional caixa de cereais matinal. Abriu a geladeira e retirou de lá uma garrafa de leite, juntou aos cereais em um prato e comeu lentamente.
Assim que acabou de comer ele subiu novamente as escadas e rumou-se para seu quarto, trocou de roupa e colocou o mesmo casaco marrom que vestia antes, pegou uma mochila em cima do criado-mudo e saiu da casa trancando todos os cômodos.
Um lindo Porshe preto estava na garagem, completamente limpo e brilhante, Draco se sentou em um dos lindos bancos de couro preto e ligou o carro. O ronco do motor era um barulho suave e doce a qualquer ouvido.
Ele saiu para a rua, a neve cobria três dedos de altura no asfalto, o que impedia que o carro andasse rapidamente, ao invés disso ele parecia patinar suavemente sobre o gelo. As ruas estavam desertas, algo não muito normal em plena segunda-feira.
Ele seguiu até um enorme prédio que tinha uma fachada escrita em letras douradas: DRAGO, e em baixo em letras ainda douradas vinha uma pequena explicação: Asseguradora
O nome era meio sem graça segundo muitos clientes, mas era a melhor asseguradora, uma multinacional de primeira qualidade. Mas também a fonte de riqueza dos Malfoy, uma nobre e rica família, a família de Draco.
Ele adentrou a empresa e passou cumprimentando a todos que via:
- Bom dia Clarice. – disse ele à sua secretária particular
- Bom dia Sr. Malfoy. Conseguimos candidatas à vaga de secretaria, marquei entrevista às três da tarde de hoje.
- Tudo bem. – ele falou em tom cansado.
Não seriam as primeiras a entrevista, e ele já estava cansado. Nenhuma garota lhe parecia boa, ou melhor, nenhuma tinha os olhos que diziam coisas boas... Sua mãe que fazia a entrevista com as garotas, ele só acompanhava, segundo ela os olhos revelam o interior das pessoas, era isso que tornava tão difícil conseguir um emprego na Drago.
Ele entrou em seu escritório, duas poltronas brancas preenchiam o lado direito junto a uma plantinha verde e sem flores, e ao lado esquerdo tinha uma mesa de madeira escura, um computador e alguns porta-retratos, sem contar a sua cadeira, uma linda poltrona de couro branco.
Ele se sentou na cadeira para começar novamente um dia da monótona vida de empresário rico. Às vezes ele desejava ser só mais um daqueles que fazem as entrevistas... Sem muito dinheiro e em busca de um trabalho divertido.
Ele ligou o computador e um som veio fortemente dando-lhe um susto que o fez despertar, ele abriu a caixa de e-mails e começou a ler alto:
- Nem todos nós podemos fazer grandes coisas, mas todos nos podemos fazer... – parou na metade da frase e continuou a ler com os olhos
Ele balançou a cabeça como em negação ao terminar de ler o email, pegou o telefone preto que ficava ao lado do computador, discou alguns números:
- Alo. Mãe? - perguntou ele
- Draco... Meu amor... Como você esta filhinho?
- Mãe, menos... Eu já tenho vinte e cinco anos e você sabe muito bem disso.
- Eu sei, mas pra mim você ainda é, e sempre será o meu filhinho pequenininho e lindo!
- Está bem – não adiantava discutir com a Sra. Malfoy, quando ela decidia uma coisa, aquilo tinha que ser – Mas, mãe, hoje tem entrevista às três da tarde, você se importaria de vir até aqui?
- Mas é claro que não... – ela hesitou por um segundo - Só que você vai vir almoçar aqui em casa hoje. Ok?
- Err... Por favor, mãe eu...
- Sem chance Draco. Ou você vem ou eu não vou!
- Está bem mamãe. Darei um jeito. – ele falou contrariado amarrando a cara
- A propósito filho, você viu o email que te mandei?
- Ah! Claro, vi sim. É realmente lindo – mentiu ele para não decepcioná-la – Então... Tchau.
- Beijinhos meu pequeno... Até o almoço
- Até... – ele parecia incerto da resposta, mas concordou quase se decidindo a ir
Ele desligou o telefone rapidamente, continuou inconformado, como era impressionante o modo como sua mãe lhe tratava... Como se ele ainda tivesse cinco anos de idade.
Ele estava tão ocupado com o telefonema que nem percebeu a entrada de Harry na sala, seu grande companheiro de trabalho, amigo super fiel. Harry era alto e magricela, teve um passado difícil, os cabelos negros e lisos diziam isso, assim como os olhos verdes indicavam muita solidão:
- E ai Cicatriz? – perguntou Draco para cumprimentá-lo.
Cicatriz era um apelido amigável que ele tinha inventado para Harry devido a uma cicatriz em forma de raio que ele tinha na testa, resultado de certa ocasião em que Harry caiu de cima de um morro e rolou até em baixo na pequena cidade onde morou.
- Eu estou bem. Novidades?
- Nenhuma. Há quanto tempo está ai?
- Desde a hora em que você disse à sua mãe: “eu já tenho vinte e cinco anos de idade”
- Então... Mãe é assim mesmo. Já viu...
Harry de repente fechou a cara e se desanimou, colocou uns papeis na mesa de Draco e saiu sem falar nada.
- Harry! Desculpa! Eu...
Não adiantou ele falar, naquele instante Harry já devia estar bem longe dali. Ao primeiro ano de vida Harry perdeu os pais em um acidente de carro, ele foi mandado para um orfanato. Por isso o devido trauma.
Ele parou de pensar naquilo e começou a olhar os papéis que Harry havia deixado em sua mesa, um deles era a ficha das garotas que fariam a entrevista.
Ao bater o olho em uma Draco viu o nome Weasley, o mesmo sobrenome do porteiro da empresa. Jorge Weasley, o porteiro, era um homem interessante e misterioso, mas muito competente, por isso o interesse de Draco na ficha. Ele procurou mais detalhes, o nome dela era Ginevra Weasley, vinte e três anos, já tinha trabalhado de repórter em uma pequena rádio e em uma loja no centro da cidade. Mas o que mais lhe chamou atenção foram os lindos olhos castanhos e indecifráveis que continha na foto da garota. Ele ignorou aquilo, afinal, era sua mãe que entendia os olhos...
Draco deixou as fichas de lado mesmo com curiosidade de saber mais sobre a garota e passou a analisar os problemas dos seguros, o que eles tinham que cobrir e etc.
Entre muitos telefonemas, emails e discussões a manhã se passou rapidamente, e aproximadamente ao meio dia ele se levantou para ir almoçar na casa da mãe.
Ele via a família raramente, uma discussão dele e do pai tinha marcado uma época, fazendo Draco se afastar deles. Por mais ou menos três anos eles só se viam a negócios e quando se viam... Mas Draco ainda mantinha um pequeno contato com a mãe por emails e telefonemas rápidos.
Deixou sua sala e a empresa mais rápido do que havia chegado, passou perto da portaria e se lembrou de falar com Jorge:
- Sr. Weasley, me responda uma coisa...
- Sim Sr. Malfoy – respondeu Jorge com voz meio aflita
- A garota que vem fazer teste aqui hoje é seu parente? Uma Ginevra Weasley?
- Ah! – seu tom de voz parecia aliviado – É sim... Minha irmã. Ela se formou não faz muito tempo e agora precisa de um emprego um pouco melhor, como vocês estão precisando de alguém eu sugeri a ela que fizesse uma entrevista...
- Entendo... – Draco coçava o queixo sem perceber enquanto falava – Era só isso. Então, boa tarde.
- Boa tarde para o senhor também
Draco rumou até seu Porshe preto, e com o mesmo doce som de motor suave ele saiu do estacionamento.
A casa dos Malfoy era alta e grande, muito chique e de estilo antigo, com jardins enormes e de grama aparadinha na frente, isso sem mencionar a linda piscina que tinha nos fundos, e geralmente nessa época do ano virava pista de patinação devido à neve.
Ele pegou seu molho de chaves e do meio de tantas chaves pretas ele separou uma dourada com um “M” maiúsculo desenhado artisticamente. Abriu as grades prateadas e adentrou com o carro.
A casa vista de frente era magnífica, as paredes de cor pêssego tinham um ar jovial e transmitiam enorme doçura com a grama verdinha.
A mãe de Draco o esperava em uma cadeira de balanço de madeira realmente valiosa, Narcisa era alta e seus cabelos eram quase brancos, mas seu rosto não indicava velhice, indicava um passado corrido e cansativo, mas muito bom. Seus olhos negros e brilhantes emitiam contraste em relação à pele muito branca que ela tinha:
- Draco! – exclamou ela ao notar a presença do filho já esperado
- Olá mãe. – ele lhe disse depois de um apertado abraço
- Vamos entrar logo, seu pai já está lhe esperando e o almoço está pronto – ela apressou-o
- Está bem...
Os dois caminharam até a sala de jantar juntos onde tinha uma mesa quadrada de oito cadeiras. Um homem de longos cabelos brancos esperava sentado a uma cadeira que era perceptível ser a principal da mesa, Lucio era o pai.
- Pai! – chamou Draco com voz baixa
- Alo Draco. Como vai? – os dois apertaram as mãos enquanto falavam – Muito trabalho?
- Draco! Que saudades filho... – Lucio não era fácil de demonstrar emoções, mas quase um três longe do filho tinha lhe provocado algo – Não, não muito trabalho... E você?
Enquanto os dois conversavam animadamente Narcisa servia o almoço, um pouco de arroz branco, frango, abobora flambado, suco de abobora, pudim de arroz e sorvete de creme com calda de banana.
- Que beleza de almoço mãe... – o prato preferido dele era abobora flambado – Onde...
- Vamos almoçar primeiro, perguntas depois – sugeriu ela servindo o filho
- Eu concordo – apoiou o pai que já se servia
Os três comeram durante um pequeno tempo, tomaram a sobremesa e depois se sentaram nos lindos sofás de couro cor creme que ficavam na sala e ficaram um bom tempo conversando finalmente como uma família feliz, coisa quase inexistente desde o dia em que Draco resolveu morar sozinho:
- Bem, vamos lá mãe? Já são quase duas da tarde... – disse Draco verificando o relógio
- Nossa! Já havia me esquecido disso! – Narcisa exclamou surpresa consigo mesmo, ela se envolvera tanto na conversa que nem percebera o tempo passar – Me espere trocar de roupa... – pediu ela ansiosa
- Está bem... – ele não parecia certo de que devia ter concordado com a mãe
Enquanto Narcisa subia as escadas rumo aos quartos Lucio comentou:
- Você não devia ter concordado... Vai levar um ano para ela terminar de se arrumar... – ele soltou uma gargalhada abafando o fim de sua frase. Draco apenas deu um sorriso torto e hesitante
Um longo silencio seguiu os três minutos que se passaram, mas Lucio cansado daquele tédio começou a conversar de novo:
- Filho, não acha que esta na hora de arrumar uma esposa, ou sei lá... – ele corou um pouco – uma namorada no mínimo? – ele já parecia mais a vontade
- Err... – Draco corou e não soube o que responder. Com isso Lucio se sentiu mais a vontade e continuou:
- Porque, sabe, na sua idade eu e sua mãe estávamos nos casando. Você já tem vinte e cinco anos, e nem namorou serio uma vez...
- Bem... Pai, você sabe que nunca... Nunca me apaixonei por ninguém, não de verdade... – aquela confissão lhe descia apertada na garganta e ele sustentou com toda sua força para continuar – nunca amei ninguém de verdade. Não para me casar com ela!
Lucio não soube o que dizer, e um longo silêncio correu nos próximos minutos. Enquanto isso Narcisa chegou vestindo um lindo blazer preto, se assustou com a expressão dos homens e curiosa perguntou:
- O que foi? Você esta vermelho fofinho... – ela se referiu a Draco e a se ver sem resposta desistiu e saiu rumo ao carro.
Draco se despediu do pai e prometeu não sumir de novo, então com o doce ronco do motor ele saiu com a mãe mal-humorada de casa rumo a uma entrevista de emprego...
N/A = Ah!!! Gente, eu falei tantas vezes que postava certas partes, mas nem deu tempo...
Então até que enfim postei...
Vocês viram que coisa monótona a vida do Draco? E a frieza dele? Foi o Draco mais triste e frio que eu escrevi na minha vida... Olha que já fiz muitas fics com ele! E o pai dele com esse papo de casamento?
Essa é minha primeira D/G! Já fiz D/ *** com tudo quanto era personagem, mas nunca tinha tido uma boa idéia para uma D/G que é meu shipper preferido. Então em um dia que eu estava triste pra caramba me veio à idéia mais estranha do mundo, transformei-a em fic e ficou bom... (pelo menos eu achei)
Inspiração não me falta pra continuar...
Espero que vocês gostem da fic, porque eu to apaixonada nela!!!
AVISO URGENTE: não se assustem com os próximos caps. se eles demorarem, minha casa ta sendo construída e não estou tendo bom acesso à net...
Espero mesmo que tenham gostado, e se gostarem comentem, porque isso não mata nem arranca pedaço viu!! Se puderem fazer um pequeno esforço votem também...
Beijooosssss --- Obrigada por lerem!!
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