Único



19 anos depois da guerra, 19 anos depois que o maior bruxo dos tempos sucumbira, não tão jovem quanto antes, marcada pelo tempo, estava Ginny Potter a olhar pela imensa janela da Mansão Black. Não mais Ginny Weasley: Ginny Potter. Agora estava casada com Harry, com três filhos: Tiago, Lílian e Alvo.

Os olhos verdes meio perdidos, os cabelos acaju caindo-lhe pelos ombros. Agora sim era uma mulher. Pena que Tom não a podia mais ver. Virou-se e caminhou até uma caixa que estava em cima da ama. Caixa velha, empoeirada, assim como Ginny, marcada pelos anos, cansada de tanto esperar... e recheada de lembranças. Mas eram apenas lembranças. Boas lembranças.

A Sra. Potter abriu – a . A doce melodia da última valsa a encantou e produziu ecos na sala vazia. A melodia que dançara com o maior inimigo de seu marido. Amado inimigo. Era a mesma música, embora, quando dançaram, fora tocada pelo piano velho que o Lorde costumava tocar.

A mulher deixou-se ser tomada pelas lembranças da valsa da despedida, do belo rosto de Tom Riddle, do modo frio e intenso como se tratavam, de como ela costumava considerar-se Ginny Riddle. Foi a última vez que o vira. Tinha apenas 16 anos, e, mesmo cedo assim, ele a tomou como sua, e não se arrependeu. Aliás, nenhum dos dois. Isso fora uma noite antes de ele ser morto por aquele que viria a ser, mais tarde, seu marido.

Levantou-se da cama e começou uma dança lenta, era guiada por ele. Incrível como parecia que Voldemort estava ali. Quando ela estava muito emocionada, de pé, chorando, abriu os olhos e o viu. Mas só por alguns instantes, porque os mortos não voltam. E, como fumaça, ele se foi, e ela se sentiu só e vazia.

Ajoelhou-se, ainda chorando. Não iria mais agüentar, ficando ali, no chão, lamentando a morte do único que havia amado.

Era muito fácil. Não havia ninguém em casa. A faca de prata brilhante estava em cima da estante do quarto que pertencera à Sirius.

Se o seu senhor morreu, sua serva também morreria. Nunca havia sido do lado das trevas, mas amava Voldemort.

Leu uma última vez o bilhete de Tom Riddle, e este ficou com a marca de uma lágrima.

Correu até o quarto e pegou a faca polida por Harry. Lembrou-se de seus filhos. Ah, como os amava! Voltando à sala vazia, percebeu que amava mais à Voldemort do que à eles.

Cravou o punhal em seu peito, soltou um grito agudo. Não pensava mais. Não conseguia, só sentia dor. A dor era terrível, mas não pior do que a que sentira os 19 anos longe dele. Em meio à lágrimas, puxou o punhal de seu peito, ele estava tingido de escarlate, assim como o chão limpado ainda esta manhã.

Continuou com o punhal em sua mão e disse:

- Eu te servirei para sempre, eu morrerei por ti.

Ginny sucumbiu ali, com o punhal na mão, com sua alva pele manchada de sangue, seus olhos verdes olhando o nada e ainda vermelhos, devido ao choro. O bilhete de Tom amassado na outra mão. Pelo menos Harry entenderia.

No bilhete estava escrito:

“Eu sempre soube que um dia você me libertaria. Te amo. Tom Riddle.”



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Oooi gente ! Espero que tenha agradado vocês :D
a fic ficou pequenininha, eu tava sem muita inspiração !
Comentem, por favor!?
Beijãão ;)

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