Família Potter
Capítulo I - Família Potter
- Mais três poções para você, Potter.
Droga. Era para ser fim de expediente, sabia?
Meu nome é Lily Histérica Potter. E eu tenho pavor, PAVOR de engravidar.
PAVOR! Deu para entender?
Mas, meu marido, James Potter, supostamente não entende nada disso (homens são tão idiotas!). Ele provavelmente acha que gerar uma criança só inclui basicamente três coisas: fazer amor, barriga crescendo e a Maternidade do St. Mungus.
Não que eu não queira ter filhos. EU QUERO. Mas não agora. Quer dizer, como alguém supõe que eu crie meus filhos em um mundo onde Lord Voldemort acha que é Deus? James, mais do que nunca, deveria saber disso!
Mas quem disse que ele me ouve? (Algum dia ele me ouviu?). Ele quer uma geração de Potterzinhos-Marotos inescrupulosos que deixariam os cabelos do perfeito coque de McGonagall em pé! Ele quer uma geração de desordeiros e quebradores de regras!
Merlin, não terei um Monitor na família.
De qualquer forma, era para ser fim de expediente. Mas, como todo mundo sabe, o Departamento de Mistérios é tão imprevisível quanto o Departamento de Aurores.
Eu trabalho na Divisão de Criação e Registro de Novas Poções e Encantamentos (nome legal, não?). Trabalho, basicamente, com Poções e Encantamentos (duas matérias em que eu era excepcionalmente boa em Hogwarts, admito!). A todo tempo estou testando, testando e testando os limites mágicos.
Pode ser bem legal ou bem chato, às vezes.
Por exemplo, passei a semana passada inteira com cabelos loiros e longos, como uma veela (James ficou maluco!) e acabei passando o Encantamento a ele (Eu fiquei maluca!).
Tenho certeza que nem Almofadinhas, nem a Ordem esquecerão disso tão facilmente.
Voltando.
Ainda tenho três poções azuladas. TRÊS.
As pesquisas chegam de todos os lugares, geralmente ninguém tem a mínima idéia do que elas são capazes de fazer. Meu trabalho, então, se resume a descobrir. E isso envolve paciência, tempo e uma mente calma (coisas que eu preciso, DEFINITIVAMENTE, ter).
Mas, como? Quando se é esposa de James Potter isso é, praticamente, impossível!
Talvez eu deva finalizar o serviço em casa, hoje.
Aparatando.
Eu e James estamos casados há três anos. Namoramos quatro (começamos a namorar no último ano em Hogwarts). E agora James quer filhos. Filhos. Como eu vou cuidar de uma criança com todo esse trabalho?
Nós moramos em uma casa espaçosa (James escolheu), que – definitivamente – caberiam muitas crianças.
Temos amigos leais, bons empregos, lutamos contra o mal na Ordem da Fênix... Muito trabalho.
Não vou mentir que às vezes me sinto só, vejo todas aquelas mulheres trouxas no Parque, cuidando de seus filhos, sem se importar se há ou não um psicopata atrás deles.
Há dois dias todos na Ordem estão muito excitados com a notícia de que Alice Longbottom, a esposa de Frank, está grávida. Molly Weasley já tem um bebê de 4 meses na barriga. Ei, isso é muita pressão para mim! Eu sei que sou a mais nova do grupo e também já deveria estar com dez filhos no mundo... mas, quem me entende?
Eu realmente estou muito exausta para pensar sobre alguma coisa. Vou largar meu projeto em qualquer canto, porque, afinal, eu ainda não tenho crianças em casa para manter tudo fora de alcance! Viva! Viu? Um ponto positivo nisso tudo!
Duvido se Molly pode deixar suas coisas em cima da bancada da sala sem que um dos cinco filhos dela faça estragos.
Vou tomar um banho maravilhoso e me preparar para a chegada do meu adorável-marido-auror e que eu espero sinceramente que esteja vivo até agora, apesar de o relógio da cozinha apenas apontar, "Drink com Sirius".
- Almofadinhas, onde estão aqueles relatórios? – perguntei coçando a cabeça.
Essa sala precisa de uma arrumação urgente. Talvez eu peça para a Lily.
- Sei lá, Pontas. Procura na mesa, foi onde eu deixei. – Almofadinhas me disse distraído, olhando uma revista pornô, que Lily me proibiu de chegar a dez metros de distância. Ou não.
- Eu não encontro nada nessa bagunça. – disse irritado depois que uma foto de Fenrir Greyback caiu em cima da minha cabeça.
Eu e Sirius trabalhamos no Departamento mais legal de todo o Ministério. O Departamento de Aurores. Estudamos arduamente (mentir é feio) para nos formamos e perseguimos bruxos malignos (como os da família do próprio Sirius).
Dividimos a sala com mais um auror – Frank Longbottom – também formado em Hogwarts, cuja esposa recentemente descobriu que está grávida. Grávida. Ah, o que eu daria para ver minha Lily com uma barriga imensa, carregando um bebê meu.
Ploft – Sirius arremessou a revista pornô na minha cabeça.
- Dá pra parar de pensar na Lily? Temos uma batida.
Batida? Adoro batidas. São basicamente formas de levar a prática à teoria.
Eu, Almofadinhas e Frank aparatamos em um beco escuro. Já podíamos ouvir os gritos. Os Comensais estão ficando cada vez mais ousados do que nunca. Nesse ritmo, os trouxas descobrirão a existência dos bruxos até o Natal.
Não dá para ser mais discreto, por favor?
- O que era aquilo? O que era... Quem são vocês? Porque vocês estão usando gravetos?
Porque os trouxas sempre fazem tantas perguntas? Não é bem mais fácil nos deixar fazer nosso trabalho em paz?
- Potter, você cuida dos casos de alteração de memória, Black, veja se há feridos. Eu vou ver se ainda há deles por aqui.
Eu sempre fico com os casos mais legais.
- Obliviate! - disse entediado para a mulher eufórica que nos perseguia, fazendo ela dar meia volta e ir para casa.
Sinceramente, Voldemort já está me enchendo o saco. Por que ele não erra a poção e se explode? Melhor, por que ele não aponta a varinha para si mesmo e nos deixa em paz? A culpa é toda dele.
- Tudo certo. - Frank voltou, sério - Sem sinal de ninguém. Eles não estão mais aqui...
- Nenhum ferido - Sirius informou - eu não sei o que eles estavam pretendendo fazer aqui, mas é muita sorte nossa de que ninguém tenha se machucado. Só alguns arranhões insignificantes na mulher que estava ao lado da parede destruída.
- Potter?
- Todos sem memória.
Depois disso fui liberado do meu turno, já que o time dos aurores das próximas doze horas já havia chegado.
Acho que vou tomar um drink com Sirius, antes de ver meu Lírio.
Eu e Sirius nunca freqüentamos o mesmo lugar. Sabe como é, precaução de aurores. Às vezes nós escolhemos até Barzinhos trouxas, para dar uma fiscalizada também. Afinal, Voldemort adora quem não é bruxo e nunca se sabe.
- Estou exausto! - Almofadinhas se espreguiçou no banquinho do Bar, pedindo alguma coisa com Vodka, uma bebida trouxa que Lily nos apresentou e é tão boa quanto Whisky de Dragão. Hum, que delícia.
- Duas doses! - pedi - Então, você tem notícias de McKinnon.
Sirius fechou a cara.
- Nem me fale dela. Nem me fale. Está metida em alguma expedição ridícula pela Irlanda, atrás de bruxos, sem noção alguma. E quando eu lembro que Dumbledore permitiu isso... - e virou uma dose de Vodka. Esse era o jeito de Sirius dizer que estava preocupado com ela.
Ele virou a minha dose também!
Corrigindo, ele está muito preocupado com ela.
Marlene é uma das melhores amigas de Sirius (talvez a melhor mesmo). Ele a trata como uma irmã pequena. Ela formou-se há três anos como aurora, mas já é uma das melhores.
- Você tem tido notícias do Remo?
- Três dias atrás ele me mandou uma coruja. Está bem, recuperando-se da última lua cheia.
- E Pedro?
- Com a mãe. Estava fazendo alguns trabalhos no subúrbio, com Mundungus.
Remo e Pedro eram nossos melhores amigos, os Marotos dos tempos de Hogwarts. Bons tempos aqueles.
Mundungus é um cara hilário. (Lily o odeia).
E talvez seja melhor eu ir para casa agora, porque Almofadinhas está com uma cara de poucos amigos só de pensar em Marlene. Lírio, ai vou eu.
- Cuidado, Sirius. Você pode verificar aqueles relatórios para mim?
- Deixa comigo.
Aparatar.
Barulho. Copo quebrando. Chaves na bancada.
Com certeza, James está em casa.
Eu espero sinceramente que ele já tenha comido, porque eu estou com muita preguiça para levantar e esquentar alguma coisa para ele comer.
Merlin, eu sou uma péssima esposa.
Serei uma péssima mãe? Esquecerei de dar comida para o meu filho e ele morrerá roxo de fome?
Coitado.
Tirem as crianças de perto de mim.
- Lily, meu amor... - escutei a voz baixinha de James, beijando suavemente meu rosto. Ele é tão carinhoso. Sim, ele seria um bom pai.
Abri os olhos devargazinho, apesar de não estar dormindo.
- Oi querido... - murmurei.
Ele levantou-se e começou a se despir, para ir direto ao banheiro, tomar banho.
- Como foi o trabalho?
- Ótimo... - respondi vagamente - Muitas poções, bastante serviço. E você?
- Duas batidas, somente feridos. - ele respondeu objetivo.
Franzi a testa.
- Trouxas?
- Sim, os Comensais estão mais audaciosos do que nunca.
Levantei-me de vez e encostei na cama, meio sonolenta.
James terminou seu banho, que não durara nem cinco minutos, mas veio cheirando a lavanda para cama, ainda de toalha.
- Eu senti sua falta. - ele disse brevemente, colocando o calção do pijama.
Aquela era forma dele de dizer "eu não aguento ficar tanto tempo longe de você", o que simplesmente me derrete toda, como se nós ainda tivéssemos começando a namorar em Hogwarts.
- Eu também, meu amor. - respondi sorrindo e ajeitando as cobertas para que ele se deitasse ao meu lado.
- Bem... Sabe quem está exalando felicidade lá pelo escritório.
Ah, não. Lá vem ele de novo.
- Quem? - perguntei, desfazendo meu sorriso.
- O Frank, sabe... Por causa da Alice... - e ele fez um gesto com os braços de uma barriga proeminente.
- James, querido, não me venha com essa de filhos, por favor. Não é hora de ter uma geração de Potterzinhos inescrupulosos... – eu sempre repito isso a ele.
- Qual o problema de um Potterzinho inescrupuloso? – ele resmungou.
- Voldemort é o problema. – sibilei.
- Mas ele não precisa conhecê-lo. – James disse num tom óbvio.
Revirei os olhos.
- Você sabe que essa não é a questão! Eu não tenho tempo, James. Como posso conciliar isso com o Departamento, com a Ordem?
- Você não precisa trabalhar! Eu já lhe disse milhares de vezes...
- Eu não vou ficar em casa como uma... dona-de-casa ou um elfo doméstico. - citei brava.
- Lily, é só uma criança. É o nosso filho.
Bufei. Ele simplesmente não me entende.
A idiotice é vital à raça dos homens.
Virei-me para o outro lado.
- Boa-noite, James.
Ele hesitou, antes de me abraçar por trás.
- Lily...
- Oi.
- Eu te amo. E eu nunca compararia você a um elfo doméstico.
- Rum...
- Nós faremos tudo no seu tempo.
Não respondi mais nada.
Dormimos abraçados.
Barulho de louça. Torneira descontrolada. Secador de cabelo.
Com certeza, Lily já está acordada. Acordada e com um humor péssimo.
- Droga! Droga! Droga! - ela murmurava impaciente, quando seu cabelo começou a enrolar no objeto trouxa e estranho.
- Por que você não usa a varinha?
- Por que você não me ajuda em vez de ficar falando?
Ui. Lily acordou com tudo hoje. Tenho pena dos funcionários dela no Departamento.
Meu Lírio bravo continua sendo o melhor Lírio de todos.
Usei a varinha e comecei a desenrolar o cabelo dela. Que Almofadinhas nunca saiba que eu faço isso, é capaz dele passar uma semana me chamando de "cabeleireiro-bruxo-gay".
Ele ainda não esqueceu do meu cabelo loiro veela. Talvez ele nunca esqueça.
Lily pronta. Missão cumprida.
- Vou fazer seu café da manhã, querida... - falei dando beijinhos nela. Ela sorriu arrebatadoramente.
- Obrigada.
Eu nunca faço o café-da-manhã dela, mas se isso a deixar feliz e com vontade de me dar muito amor nas primeiras horas da manhã, EBA! Vale a pena! Ainda mais quando eu irritei a paciência dela ontem a noite...
A safadeza de Almofadinhas se entranha em mim, às vezes.
- Lily... Querida... - cheguei perto dela, enlaçando-a pela cintura e a encostando na bancada da cozinha - Você sabe que nós temos assuntos inacabados, não? - brinquei.
Ela sorriu.
- E quais seriam esses assuntos?
- Aqueles que envolvem eu, você... sexo selvagem.
- Ah... Esses assuntos... Pensei que você estivesse falando da torneira lá de cima que precisa ser consertada...
- Engraçadinha. - disse antes de beijá-la.
- Querido, sério, eu preciso ir...
Arqueei uma sobrancelha. Ela está me rejeitando?
- Você está me rejeitando?
- Claro que não... Eu só preciso chegar cedo no trabalho hoje...
- E por que eu deixaria você partir?
- Porque você é um bom marido e não quer que sua esposa seja despedida.
- Dramática. Você é a melhor de todo aquele Departamento.
- Exagerado. Eu nem sou tão boa assim.
Adoro essa modéstia dela.
- Você é linda e perfeita. Não tem ninguém melhor no mundo. Você está me devendo à noite.
- Você não perde por esperar... - e piscou marota, antes de desaparatar.
Ai Merlin, essa mulher me deixa louco. Banhos frios antes do serviço sempre funcionam.
N/A: Lily tem medo de ter filhos. James quer muito um. O que será que ele vai aprontar?
Esse capítulo é só uma explicação de alguns pontos. De como é a relação Lily/James, as opiniões. Vocês verão isso em um ou dois capítulos a mais, então a confusão começa!
NÃO DESISTAM DA FIC ATÉ O CAPÍTULO 3. Vai ficar bem legal, prometo!
Obg a quem comentou no Trailer, MESMO. Desculpem a demora desse cap, mas é que às vezes eu esqueço de postar. T.T SORRY.
COMENTEM! Beijos.
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