♣ Perdas ♣
- Gina, eu preciso que você termine aquele relatório. – falou alguém abrindo a porta.
- Hey, Ginny! Como está o andamento do projeto?
- Gina, chegou essa carta para você agora, acredito que seja do Sr. Potter. Vai checá-la agora? – uma jovem loira falou entrando na sala, sentando-se em frente a mesa.
- Ah! Finalmente alguma notícia. – uma ruiva esticou a mão e pegou o pergaminho da mão da secretária. Abriu-o, enquanto seus olhos corriam atentamente pelo conteúdo da carta.
”Querida Gina,
A missão não está nada fácil. Sei que havia prometido estar ai no dia do meu aniversário, mas parece que vou ter que comemorar com os companheiros a Copa Mundial de Quadribol desde que ganharam o prêmio de qualidade mais code missão. Creio que no mais tardar, na segunda semana do mês estarei aí, e então, faremos nossa comemoração a dois. Rony e Hermione mandam um beijo e dizem que estão com saudades. Cuide-se.
Com amor,
Harry Potter.”
- Ah droga, meus planos para a surpresa de Harry acabaram de ser destruídos. – falou estendendo a carta para Marie.
- O que houve? – a loira pegou e leu o conteúdo – Estranho, pensei ter entendido que Rony e Hermione não estavam juntos e que não trabalhavam mais juntos.
- E não estão. Mas parece-me que Harry quer mantê-los por perto, talvez queiram relembrar os tempos de Hogwarts, quando o Trio-Maravilha desvendava mistérios. Pff – rodou os olhos – É, parece que vou ter que buscar as caixas da decoração na casa de Harry, não vai mais haver surpresa mesmo. Avise ao McLaggen que estarei fora esta tarde.
- Certo. Boa tarde.
- Boa.
Apressou-se para sair do escritório e encontrar um local para aparatar. Entrou em um beco e aparatou em frente ao prédio do menino-que-sobreviveu-novamente. Estranhou o fato do porteiro não estar por perto, encaminhou-se para o elevador. Vigésimo andar. Cobertura mais nobre da área. E ali seria a festa surpresa de Harry. Se ele não estivesse estragando seus planos. Entrou pela sala e percebeu que algumas coisas haviam mudado de lugar, Dobby não teria feito as mudanças sem ordem de alguém. Ignorou alguns pensamentos e rumou para o quarto-depósito, onde estavam guardadas as caixas com a decoração, com um feitiço as diminuiu e guardou-as no bolso do sobretudo.
A caminho da porta, encontrou um malão aberto com o símbolo de Hogwarts. Encontrou um álbum, do último ano na escola, após Harry derrotar Voldemort, e o Trio voltar aos estudos e acabaram por concluir juntamente com Gina. Folheou o álbum e deparou-se com uma foto dela com Harry, Rony com a Luna e Hermione a um canto, com um livro. A foto movimentava-se, mostrando Harry mordendo a bochecha de Gina e logo após abraçando-a, enquanto Rony levava um beliscão de Luna e dava uma risada, e Hermione rodando os olhos. Provavelmente mais uma das fotos de Colin. Ficou um tempo com um sorriso bobo no rosto, enquanto passava as fotos.
Ouviu uma risada, que lhe tirou do devaneio. Uma risada irritante, aguda. Já havia ouvido uma parecida, mas não conseguia lembrar de quem seria, mas o que estaria fazendo ali? Será que havia esquecido a porta aberta? Não. Dobby a teria fechado. Seguiu a risada. Passou pela sala e então subiu a escada que dava para a varanda, com uma jacuzi. Deparou-se com Lavender Brown e Harry Potter conversando animadamente. Um sorriso sincero nos lábios de Harry e uma malícia jamais vista nos olhos de Lavender, malícia por uns bons galeões e um bom partido. Pensou em dar escândalo, mas aquilo seria feio para sua pessoa. Acalmou-se e então, bateu palmas. Harry tirou a atenção do decote do biquíni de Lavender, e virou-se para Gina, arregalou os olhos e abriu a boca, mas não saiu som algum de lá.
- Nossa! Que missão difícil, Potter. Desculpe se a interrompi, já estava de saída – virou-se e desceu as escadas.
- Gina, calma, não é isso que você está pensando.
- Ah, claro que não. Vocês sempre usam essa frase. Ela já está clichê, Harryzinho. Infelizmente, comigo ela não vai colar.
- Mas... Espera. – passou a mão pelos cabelos, bagunçando-os mais ainda – como você conseguiu entrar?
- Ah, então como eu conseguir entrar é o mais importante. Pensei que estivesse inventando uma desculpa pra tentar me enganar, mas vejo que não é prioridade pedir-me desculpas. A propósito, entrei com a chave que você deixa na portaria.
- Certo, eu havia lhe avisado sobre a cópia que estava lá. Mas vcê não está entendendo.
- Oh – levou as mãos à boca e encenou surpresa – Não? Então será que você poderia me explicar o que está fazendo no seu apartamento algumas horas depois de ter me enviado uma carta, dizendo que estava numa missão? Com Rony e Hermione ainda! Aposto que Rony está agora com Luna, tomando o chá da tarde, e Hermione trancafiada em alguma sala do Ministério, enquanto o menino-que-sobreviveu-graças-aos-amigos está traindo a noiva. Aliás, ex-noiva. Acho que isso é seu. – falou retirando um anel de ouro branco do dedo anelar, jogando-o em cima da mesinha de centro. Estava vermelha, de raiva, de segurar as lágrimas. Deu meia volta e saiu do apartamento. Deixando Harry pra trás. Segurando o anel, e vendo Gina sair porta a fora.
Gina encostou-se contra a porta. Tentado lutar contra as lágrimas. Limpou-as com as costas da mão e sem pensar aparatou. Sem pensar nas conseqüências de se aparatar de um local muito alto. Entrou no apartamento e jogou-se no sofá, pensando o quanto fora idiota. Pensando que Rony não sabia que estava sendo usado por seu melhor amigo, pensando no que Harry havia se transformado. Num belo canalha, mal agradecido e cara de pau. As lágrimas ganharam a luta, mas Gina retirou-as do rosto novamente, ponderando entre ficar ali, jogada ou tomar uma ducha e tentar falar com Luna. Optou pela segunda opção. Precisava de um pingo de loucura.
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Draco Malfoy, após a guerra, montou uma empresa com Blaise Zabine. Uma empresa de vassoura, uma das melhores. Os melhores designers, melhores em tudo. Patrocinavam a Copa Mundial de Quadribol desde que ganharam o prêmio de qualidade mais cobiçado do mundo dos negócios bruxo. Ele era o presidente, até seu pai resolver interferir nos negócios.
- Pai, você não está entendendo! Os negócios vão bem, estamos com a campanha de publicidade cada vez melhor, estamos patrocinando a Copa Mundial, nós temos o prêmio da Liga Britânica. Está tudo sob controle.
- Ser pego aos beijos com a secretária é estar tudo sob controle agora?
- Ah,ela se aproveitou da minha fraqueza por chá gelado. Você sabe muito bem o que as poções fazem. E eu sei também, me sinto um idiota caindo numa coisa que eu conheço tão bem.
-É, você foi idiota. Aquilo não era chá gelado, sua queda é por firewhisky gelado. Não pense que engana a mim com essa estória de chá gelado.
- Okey. Não era chá, mas isso não vem ao caso agora. Acredite, eu NÃO agarrei por vontade própria a... sei lá qual é seu nome!
- Beth Armstrong
- É, isso mesmo.
- Você agarrou, por vontade própria ou não, não sei. Mas não posso ajudá-lo, filho. O conselho quer você fora. Apesar dos meus investimentos mais as suas ações somarem 51%, isso não vai ajudar muito, os componentes do conselho são mais experientes, e supostamente, entendem melhor de negócios. E para eles, um presidente se agarrando com a secretária na sala de reuniões não é uma boa forma de administrar.
- Por Merlin. Quantas vezes vou ter que explicar? Eu não estava agarrando-a. Tente algo. Sei que você pode.
- É. Eu também sei que posso, mas nota mental Draco, eu não quero. Acho que você precisa ficar afastado, criar mais responsabilidade.
- RESPONSABILIDADE? Eu sou SEU filho, se eu não tivesse responsabilidade sabe-se lá se eu estaria aqui pra estar fazendo uma coisa irresponsável dessas. – rolou os olhos e jogou-se na cadeira.
- Draco, você está fora. Aceite isso. Seja um adulto e aceite isso com maturidade.
- Certo. Vou à minha sala pegar minhas coisas.
- Leve Zabine com você, aliás, ele permanece na empresa, apenas você está fora das negociações. Tomarei a presidência, e ele continuará no seu cargo atual, seja lá qual for esse. – Lucius encaminhou-se para a porta e a abriu, indicando-a com a mão para Draco.
O loiro mais novo levantou-se, dando um sorriso cínico para o pai. Saindo da sala, passou na sala de Zabine.
- Blaise, me acompanhe. Agora!
- Estou indo. E ai cara? Estamos de férias?
- Não... – o moreno o interrompeu
- Não acredito que Lucius Malfoy vai intervir pelo filho safadinho dele? – falou fazendo uma cara de surpreso bem cômica.
- Claro que não Zabine. Eu estou de férias, você – esfregou o dedo na cara do outro – fica aqui, trabalha feito um condenado e nunca fará o mesmo que eu fiz aqui. – falou entrando no elevador e apertando o botão para o andar da presidência.
- Óbvio que não hein Draco? Sou mais esperto que você, eu chamo as secretárias para jantar, não para tomar chá gelado na sala de reuniões – disse dando uma gargalhada.
- Isso! Ria da desgraça alheia, você sabe muito bem que eu nunca agarraria aquela coisa cheia de perfume barato e com aquela roupinha de secretária de ponta de estoque? – falou indignado encarando o moreno.
- Se eu fosse você teria esperado estarmos num local mais apropriado para acabar com uma mulher, Draco.
- O quê? – franziu o cenho, não entendendo o que havia feito de errado. Blaise apontou para a porta do elevador aberta. Uma loira com um conjunto de saia e blusa extremamente decotada, com um salto finíssimo, e uma pasta nas mãos estava estatelada, com os olhos cheios de lágrimas, olhando para o loiro, que assim que a viu passou as mãos pelos cabelos – Oh não. Beth me escuta. O que eu falei não era o que eu queria falar é que isso foi o que os... os... – Zabine cochichou ”os conselheiros” - isso, os conselheiros que falaram isso, mas não quer dizer que eu ache isso de você, não! Não mesmo.
A loira deu as costas para Draco e Blaise, choramingando. Entrou na primeira porta e a bateu com força. Saiu da mesma porta, atordoada e sentou-se na cabine que tinha em frente à sala.
- Certo. – o loiro entrou na sala, conjurou uma caixa, enfeitiçou-a para que aumentasse de tamanho por dentro e começou a guardar suas coisas nela. Vassouras em miniaturas que estavam em cima da mesa, tacos de golfe, alguns livros, seu caderninho preto, sua agenda, suas garrafas de Fire Whisky, seus vinhos e mais uma porção de coisas.
Zabine sentou-se numa poltrona e começou a folhear uma revista, enquanto o loiro arrumava suas coisas.
O fato era que Draco saia sim com sua secretária, mas ele estava cansando-se dela, queria uma coisa nova, diferente, e propôs que parassem de se encontrar, então a loira resolveu fazer com que ele corresse atrás dela, e pôs uma porção do amor, vendida nas Gemialidades Weasley, lá dizia que quem tomasse iria declarar-se em público, fazendo tudo ser extremamente romântico. Mas nunca se deve confiar nas mercadorias Weasley, pode ser que isso seja pra que você pregue uma peça em você mesmo. Em letras bem minúsculas estava escrito: ”Não misturar a bebidas alcoólicas”. E os gêmeos sabiam que era isso que a maioria das mulheres faziam, e era aí que entrava a peça contra você mesmo...
Draco havia pedido para Beth trazer seu suposto chá gelado de todas as manhãs, e ela aproveitou-se para colocar alguns pingos da poção, não queria nada extravagante demais.
- Aqui está senhor Malfoy. Três pedras de gelo e dois dedos do chá gelado. – “e três gotas de poção” falou mentalmente, dando um sorrisinho e saindo da sala.
- Senhorita Armstrong, pode vir aqui por um instante, por favor? – uma voz saiu de dentro da sala de Draco.
- O que o senhor deseja, senhor Malfoy?
- Você está muito bonita hoje, sabia? Este belo conjuntinho lhe caiu muito bem.
- Ah, que isso, senhor Malfoy. – disse ruborizando.
- Deixemos de lado as formalidades, Beth. Que tal relembrarmos os velhos tempos? – disse aproximando-se perigosamente da mulher, deixando-a encurralada entre a parede e os braços esticados ao seu lado.
- Certo. Draco então. Não acho que devemos fazer isso aqui.
- Não vejo problemas, mas por conta disso. Vamos para a sala de reuniões ao lado. Hoje estão todos utilizando as do andar de Zabine. – puxando-a para que o seguisse.
Entraram na sala e Draco puxou-a para um beijo eletrizante, mas após esse beijo percebeu o que estava fazendo e onde o estava fazendo, o feitiço da poção passou para a loira, que tentava de todas as maneiras desabotoar o cinto de Draco. Ele a empurrou, tentando tirá-la de cima dele, mas ela acabou empurrando-o para cima da mesa. Deitou-se sobre ele e atacou o pescoço do mesmo, afrouxando o nó da gravata, desabotoando os primeiros botões da blusa de punho branca, deixando marcas de batom por toda a gola da mesma. Draco tentava afastá-la de si, mas a loira tomou forças sabe-se lá de onde.
- Draco? Srta. Armstrong? Ohh, por Merlin. – uma senhora de idade abriu e porta e deparou-se com a cena, levou as mãos à boca, levando um susto, recompôs-se do susto, enquanto um assustado Draco procurava arrumar sua blusa e a gravata, e uma loira estava ficando cada vez mais ruborizada, enquanto ajeitava a sala. – Mas que pouca vergonha é essa? Num ambiente de trabalho? Em pleno HORÁRIO de trabalho! Admiro-me de você, Draco. Um presidente da companhia se comportando dessa maneira. Vou agora mesmo avisar seu pai e pedir uma reunião com conselho imediatamente.
- Senhora Martin, a senhora não está entendendo. A senhorita Armstrong teve um ataque e resolveu me atacar enquanto saia da sala, eu estava tentando afastá-la mas... – foi interrompido pela senhora
- Explique-se para seu pai e os conselheiros, Draco. Ataque ou não, você vai sofrer as conseqüências dessa irresponsabilidade. – entrou no elevador, deixando um Draco extremamente perturbado para trás.
E agora, Draco estava de férias por um ano, sem direito a tomar partido de nenhum dos negócios da empresa, e de nenhuma empresa dos Malfoy.
- Sabe Draco. Acho que você deveria convidar a senhorita Armstrong pra jantar, quem sabe depois do jantar ela repete a dose de hoje de manhã – debochou o moreno.
O loiro virou-se para o amigo, enquanto alguém entrava pela porta.
- Senhor Malfoy, eu queria...
- Beth, sem essa. Não tente se explicar, apenas junte suas coisas e vá embora.
- Mas senhor Malfoy... Eu preciso desse emprego. – disse jogando contra o corpo do loiro. Draco olhou de relance e Blaise parecia divertir-se com a situação. Estava de saco cheio. Dos dois.
O loiro tentou esquivar-se e afastou-se de Beth.
- Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez. – cochichou para si mesmo, enquanto rodava sua própria sala com a loira ao seu encalço. Não adiantou. Perdeu a paciência – ZABINE! SAIA DA MINHA SALA COM ESSA CARA DEBOCHADA E LEVA ESSA PERVERTIDA COM VOCÊ! E verifique se ela está levando seus pertences da cabine. – encaminhou-se para a porta e abriu a porta para os outros dois ocupantes da sala.
- Estou indo, senhor estressadinho. Acho que essas férias vieram em um momento certo, Draco – disse dando um tapinha no ombro do loiro e saindo da sala.
Draco pegou a caixa com suas coisas, diminuiu de tamanho de modo que cabia no seu bolso e aparatou. Chegando ao apartamento, voltou a caixa ao seu tamanho normal, coloco-a no chão do seu escritório e rumou para o quarto, precisava de um banho. Rumou para o quarto, indo diretamente para o banheiro, tomou um demorado banho e então, enviou uma coruja para Pansy. Precisava tirar toda a tensão de si, e nada melhor do que uma tarde com Pansy.
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