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Tom desviou de uma armadura e continuou seguindo para a Sala Comunal da Corvinal, quando uma voz conhecida o chamou.
Tom havia feito 14 anos na semana anterior, filho de pai e mão bruxos, o garoto era muito respeitado, sua família era muito nobre e rica. Seu primeiro ano na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts fora como os outros que se seguiram: Desastroso e traumatizante. Desde que o garoto entrara valiosos pertences dos fundadores de Hogwarts ataram a desaparecer, sempre que o garoto receava um pensamento próximo de tal objeto. Era óbvio que ele fazia as coisas sumirem. Mas ninguém sabia, pois Tom não tinha amigos. Mas já que tinha uma estrondosa beleza, ficou conhecido principalmente pelas garotas, e a fundadora de sua Casa, Rowena Ravenclaw.
Ele se virou, a porta de uma sala estava aberta, e Ravenclaw com um sorriso meio demente no rosto o fitava.
- Venha aqui – ela sibilou levemente, e entrou na sala.
O garoto pareceu surpreso e assustado, mas seguiu o que a professora disse. Seus passos eram monótonos sons no corredor vazio, e estrondosas falas vinham da sala em que estava prestes a entrar.
- Tom, querido! – Ravenclaw exclamou logo que ele entrou – Venha, sente-se! – Os quatro fundadores estavam na imensa sala, cheia de objetos divinos, mas perigosos, uma enorme penteadeira a um canto, atrás de uma mesa, uma enorme espada estava pendurada na parede, e a sua frente deveria conter algo que sumira a dois anos: um imenso bule de prata. Tom não sabia por que aquilo era tão importante para Gryffindor, mas não compartilhou essa idéia. Slytherin tinha uma mesa com poucos e horrendos objetos, cuspindo fogo, atirando pedrinhas, e o que sumira no ano anterior fora um anel de ouro, e Slytherin disfarçou não se importar. Hufflepuff continha várias plantas em sua mesa. Umas rosas, outras com afiados dentes e garras, outras inflando e desinflando. Em seu primeiro ano, Tom sumira de Helga duas pequenas chaves, mas pra que serviam, ele não tinha idéia, só que deveria ter tamanha importância para Hufflepuff ficar muito furiosa. Ravenclaw era a única intacta. Ela geralmente tinha muitas coisas preciosas, mas nenhuma delas sibilou sumir, para alívio de Tom.
O garoto se sentou em uma cadeira perto de Rowena. Ela não era sua preferida entre os quatro. Ele nunca gostara muito dela, e neste momento não sabia o que fazer. Ficou olhando para o teto debilmente.
Rowena o olhou com interesse, e em seguida deu um breve sorriso. Godric a olhava sem clareza de expressão, mas com imensa curiosidade sobre seu pensamento pesando em Tom.
- Olha, Tom, andamos olhando suas notas. Sabe como é, Ravenclaw sempre tira as melhores – ela riu apaticamente – E você nos surpreendeu naquele exame de Feitiços que parecia imensamente difícil. 50 pontos a Ravenclaw. – o menino sorriu de gratidão – Agora eu gostaria de falar com você... - ela disse se levantando – A sós – terminou ao saírem da sala. – Tenho notado que você não tem muitos amigos, e eu sinceramente gostaria que você ficasse mais perto de pessoas para conversar e trocar idéias dessa sua brilhante mente. – ela sorriu – Gostaria que você seguisse alguns conselhos, e já já terá novas idéias para discutir e a quem dialogar. – ela foi-se embora de volta à sala com um leve sorriso, e Tom ficou um bom tempo pensando no que ela dissera, e só depois se deu conta de que perdera o almoço.
Ele estava com fome, e teria que andar um bocado até chegar a Torre Oeste, já que estava no lado Leste do castelo. A neve caía levemente sobre as janelas embaçadas, vários casacos por cima de casacos, era impossível andar pelos jardins, a neve cobria até os joelhos, e os treinos de Quadribol estavam cada vez mais rigorosos, pois todos esperavam uma tempestade após essa neve. Tom não participava do time de Quadribol de sua Casa, mas era um excelente jogador.
- Ei, com licença – ele ouviu uma voz bufante correndo vindo de trás –Você é Thomas Blofeld? – era uma garotinha de mais ou menos 12 anos, com uma pranchetinha na mão.
- Hm...Sou sim. Por que?
- Eu gostaria de fazer uma entrevista com você – Tom arregalou o olho – Sabe, sua família nobre e respeitada, eu gostaria de saber mais sobre o assunto.
Tom arregalou mais os olhos, se é que isso era possível. Assunto? Que assunto? Sua família? Sua família era um assunto?
- Bem... Hm, claro – Será que esse era um dos planos de Ravenclaw para ele tentar se entrosar?
- Certo, me encontre amanhã no 2º andar da nossa torre – ela apontou para o símbolo de Ravenclaw na capa – após o café da manhã. Até logo – ela acenou e foi embora corredor adentro escrevendo alguma coisa na prancheta.
Tom desistiu subitamente de voltar a Torre, então foi para a biblioteca fazer um dever de Poções. Chegando lá, uma menina de olhos arregalados e cabelos loiros, parecida com a menininha da prancheta, o olhou com curiosidade, e saiu correndo.
- Preciso de Poções para todas as ocasiões – disse Tom a um velho bruxo que direcionava a biblioteca.
- Claro, já vou pegar – disse ele com azedume.
As meninas sempre olhavam para Tom com imenso prazer nos olhos, mas nunca chegaram sequer a falar com ele.
O bruxo voltou com Poções para todas as ocasiões e olhou de esguelha para Tom, que seguiu para os fundos da biblioteca. Olhares curiosos de meninas o perseguiram pelo caminho, mas ele não se importou. Pegou o pergaminho, a pena e a tina e começou a escrever uma redação sobre Poções feitas pelos bruxos remotos. Ele começou rapidamente a escrever sem consultar o livro, só usando-o raramente, como era de costume. Uma hora depois, após escrever três rolos de pergaminho de 60 cm cada um, ele foi passar o tempo bisbilhotando alguns livros na biblioteca. Ao passar por uma imensa estante de livros, meninas passaram aos risinhos apontando para ele. As meninas eram realmente infantis, ele pensou. Ao se virar para a outra estante, se assutou, derrubando alguns imensos livros com uma menina de olhos arregalados e cabelos loiros olhando para ele. Aquela que fugira dele.
- Desculpe ter assustá-lo – ela disse com os olhos inchando de lágrimas.
- Não...não foi nada – ele a circulou olhando-a com estranha curiosidade. Tentou voltar a atenção para os livros, mas a menina continuou a segui-lo.
- Hm...bem, sabe, eu preciso...estudar.
- Não precisa não – disse ela simplesmente.
- Ahnnnn, preciso sim.
- Não precisa. Você é as Corvinal.
Ele começou a ficar com raiva.
- Se me dá licença, eu gostaria de ficar um pouco sozinho.
- Mas você sempre fica sozinho. E eu também.
Tom entendera que a menina queria fazer amizade. Ele se sentou em uma mesa fingindo ler um livro muito chato sobre trasgos, e deixou ela se sentar.
- Você não almoçou. Coma isso. – ela estendeu uma tortinha de abóbora a ele.
Como soubera que não havia almoçado?!
- Hm...obrigado – disse abrindo a tortinha,
- Sabe, você é meio desinteressado. Não quer nem saber como eu sei que você não almoçou.
Ele engoliu em seco. Que garota era aquela? O que queria?
- Hm, eu preciso ir – disse sorrindo forçadamente e indo embora da biblioteca enfim para a Torre da Corvinal.

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