Solução
“Então Harry, quando é que você vai se decidir?” perguntou a menina, e todas as outras a sua volta lançaram ao grifinório idênticos olhares de expectativa.
“Sabem que não vou escolher nenhuma....” respondeu o garoto que sobreviveu, num tom cansado, desviando do grupo de nove meninas para ver se conseguia alcançar os amigos, que subiam as escadas.
“Mas porque não?” perguntou uma delas, enquanto todas, perecendo membros unidos, o seguiam escada acima.
‘Porque todas vocês são um pé no...’ idealizou dizer Harry, mas ele era educado demais até para terminar a frase em pensamento.
“Olha, o Rony e a Hermione já saíram do castelo... tenho uma aula de Herbologia agora e não posso me atrasar.” desconversou, formulando uma despedida.
Partindo a passos largos, encontrou os amigos o esperando no pé da grande escadaria da entrada do castelo.
“Seu fã clube te dispensou mais cedo nesse intervalo entra as aulas cara?” perguntou Rony, parecendo realmente espantado.
“Não.” responde Hermione, aborrecida, enquanto se dirigiam para as estufas, sendo seguidos pelas insistentes garotas.
“Será que elas não participam das aulas!?” Harry perguntou, seguindo do lado direito da amiga.
“Talvez aqueles uniformes sejam falsos...” disse Rony, do lado esquerdo.
“Quem sabe elas tenham um vira-tempo...” opinou Harry, distraído, olhando com desgosto para o grupo que se aproximava mais e mais.
“Não, as notas delas devem ser tão horríveis quanto presumo!” exclamava Hermione, parando bruscamente e virando-se para encará-las com seu melhor olhar Macgonagall. “Será que vocês não podem o deixar em paz!?” perguntou quando elas estavam mais próximas.
Já havia duas semanas que essas meninas infernizavam, literalmente, a vida de Harry, querendo que ele levasse uma delas à festa de Hogsmead – o vilarejo, chegando a incrível idade de quinhentos anos, e ainda ser considerado um vilarejo, resolveu voltar às origens. E realizará um ‘baile á moda antiga’, sendo que os maiores convidados serão os alunos de Hogwarts, que a cada final de semana, sustenta a população com suas idas festivas ao local.
Devido ao teor da festividade, Dumbledore concordou que, desde que com as autorizações corretamente assinadas, até os alunos mais jovens fossem ao local.
Isso explicava o fato de duas garotas, uma do primeiro e outra do segundo ano, que agora ignoravam Hermione junto com as outras, se colocarem à frente de Harry e dizerem exatamente a mesma coisa de sempre.
“Com qual de nós você irá Harry?”
O grupo, provavelmente formado apenas pelas nove presentes, contava com alunas do primeiro ao quinto anos, com Grifinórias, Lufa-lufas e Corvinais.
Harry apenas revirou os olhos.
Já Hermione, suspirando para se manter calma, tentou novamente “Será que o milésimo ‘não’, foi insuficiente?”
Todo o ‘fã-clube’, como chamava-as Rony, fez um enorme esforço para manter o olhar sobre Harry.
Era sempre a ‘CDFzinha’ quem conseguia espantá-las e, cansadas de serem humilhadas pela ‘intrometida descabelada’, entraram num consenso, ignorá-la completamente.
Mas Rony e Harry sabiam que essa não era a melhor forma de se livrar de Hermione.
“Certo.” Disse a Grifinória, diretamente para o ruivo “ Meio caminho andado Rony. Dentro da cabeça oca delas já existe o conhecimento do que devem fazer. Elas só precisam de um certo toque de a quais pessoas mais elas devem o fazer.” e, se virando para o grupo imóvel, completou “ Que tal com pessoas que são visivelmente cem vezes mais inteligentes do que ela?”
Apenas três meninas tiveram o sangue frio de nem ao menos se mexer nervosamente, enquanto as duas mais novas, lançavam à Hermione um olhar forçado de superioridade.
Harry, que andava pensativo desde que perceberam que as meninas haviam ignorado a amiga, sentiu sua mente clarear-se com uma idéia. Olhando para a mais velha do grupo, esperou pela pergunta, que não tardou a vir.
“Vamos Harry! Digo logo com qual de nós irá!?”
“Digo sim...” falou o rapaz com um sorriso triunfante. O que arrancou olhares estupefatos de Rony e Hermione, e extremamente alegres das meninas.
Olhando ao redor, Harry constatou que todos os alunos do sexto ano já haviam desaparecido de vista, em direção às estufas. Então, com um suspiro nervoso, forçou um sorriso, dizendo.
“Eu irei ao baile com a Mione!”
Novamente como se fossem membros unidos, as meninas, espantadas, olharam de Harry para Hemione, e dela pra o garoto novamente.
Uma delas, ajeitando a gravata dourada ao pescoço, começou “Harry, querido, ir com uma amiga, numa festa dessas, não faz sentido...” disse ela, como se explicasse por que a primeira guerra com os centauros aconteceu para uma criança muito pequena, gesticulando de forma estranha.
Harry olhou para a amiga, que mantinha um olhar confuso, e voltou-se para a que tinha falado “Acho que vocês não entenderam...” pegando o material de Hermione, colocou seu braço direito sobre os ombros dela, de forma descontraída “Não vamos como amigos, não é mesmo? Mione querida?” e beijou a face lívida da grifinória.
As batidas do coração de Hermione subitamente tornaram-se audíveis. Mas outro som assustou-a ainda mais.
Os passos apressados de Rony pela terra batida, que se faziam ouvir na planície ensolarada de meio de tarde. Pálida, Hermione virou-se para o ruivo, que já sumia de vista, em direção às estufas. Este gesto a fez não perceber os olhares raivosos das adolescentes antes delas saírem a passos largos e duros e subirem as escadas do castelo.
Num impulso, pensou em chamar Rony, no entanto o amigo já estava longe do alcance de sua voz.
Virando-se para Harry, sem saber exatamente se esperava ou não por uma explicação, o encontrou olhando em direção ao castelo, com um sorriso triunfante. Praticamente sem reconhecer o amigo, perguntou “Você percebeu o que fez?”
“Sim.” respondeu ele “Finalmente espantei elas!” ainda sorrindo.
“É, e também espantou seu melhor amigo, seu... seu...” ela não conseguiu terminar a frase. Um turbilhão de sentimentos se confundia em meio a milhões de ofensas que ela poderia dizer contra Harry.
“Do que você tá...” aparentemente, ele ainda não havia percebido que o amigo não estava mais ali “Mas... pra onde ele foi? Quer dizer, não tava prestando atenção em nada que não fosse a cara daquelas chatas e...”
“É Harry.” começou Hermione, e o rapaz encolheu perante o tom de sua voz “Você prestava atenção na grande obra prima que fez aqui, não é? Na enorme ARTE!”
“Hermione, eu não sabia que...” ele ao menos tentou.
“É claro, você não pensou por esse lado, não é mesmo?” a menina apontou o dedo para o amigo, parecendo realmente nervosa “Aliás Harry, acho que você não pensou por lado nenhum!” ela gritava enquanto partia pelo mesmo caminho que Rony. “Por acaso, tem noção de quantos problemas essa sua ‘solução’ pode acarretar? Tem!?” perguntava sem olhá-lo, e sem esperar respostas, continuou. “Vou esclarecer suas idéias Harry. Você conseguiu um Rony confuso e uma Hermione raivosa!” parando subitamente após essa frase, apontou novamente o dedo para o amigo “ E você sabe o que isso quer dizer, não é? “ falou, num tom mais baixo.
Partindo novamente, ela balançou a mão direita no ar, numa reclamação muda.
Percebendo que Harry a seguia em silêncio, voltou a dizer “Eu não acredito que disse aquilo pra elas!”
Harry, uns cinco passos atrás, carregando as duas mochilas, continuava cabisbaixo. Ele havia notado que o tom dela havia mudado, de nervoso para desesperado, mas não sabia ainda se aquilo era algo bom.
“Entendo que você sempre foi um pouco assediado...” a grifinória continuou ‘um POUCO?’ pensou Harry, cético. “Principalmente depois de vencer o torneio Tri-Bruxo. Mas não acha que aquilo foi desnecessário?” e disse, novamente sem esperar resposta “ Sim. Foi. Porque isso pode ser pior do que imagina Harry. O Profeta Diário vai fazer cobertura geral da festa, e se vazar a história de que você ao menos ‘pretendia’ ir comigo, Rita Skeeter vai ficar louca!” pensando um pouco mais, acabou parando, de repente, mais uma vez. “Harry... você vai com outra e eu posso ser taxada como ‘a rejeitada do ano’!” falou, enquanto, num gesto amplo com ambas as mãos, parecia ver o título no ar a sua frente.
Harry, com uma expressão espantada, engoliu em seco “Mas eu pretendia ir com você...” falou, quase num sussurro.
Agora foi a vez dela de manter uma expressão cética. Mas ao estudá-lo, percebeu que ele falava sério ‘Não Hermione, ele apenas pensa estar falando sério... ele não tá falando sério, certo?’ pensou ela, confusa.
“Você não tá falando sério!” exclamou ela, repetindo a frase em voz alta para confirmar, mais para si mesma do que para ele, e partiu novamente.
“Eu tô sim!” ele disse, mais nervoso por ter percebido que ela não QUERIA acreditar nele, do que pelo fato dela realmente não acreditar.
“Não você não tá. Você tá brincando comigo... e isso simplesmente me deixou com mais raiva ainda!” a garota afirmou, mesmo sabendo que não era verdade. Ela havia ficado realmente confusa.
“Hermione, olha pra mim...” pediu ele, e foi obedecido a contra gosto “Eu-Estou-Falando-Seríssimo!” formulou as palavras lentamente, com uma afirmação teimosa.
Hermione sentiu seu mundo girar. “Não Harry! Você não está falando sério, sei disso!”
“Você sempre acha que sabe tudo!” ele começava a ficar nervoso de verdade.
“ Porque eu geralmente sei! E você não tá falando sério. “ repetiu, novamente tentando se convencer. Ela mesma já achando que deveria ‘trocar o disco’. “Falou aquilo pra despistar as meninas...”
“Não Mione, venho pensando nisso há algum tempo, quero ir com você!” ele praticamente gritou.
“Não quer não, você só tá brincando comigo!” ela gritou de volta ‘Por que eu tô gritando com ele?’
“Não. Por que você acha que não convidei ninguém ainda? Quero ir com você!”
“Não Harry!” ‘Deus, por que eu tô gritando com ele!?’
“Você essa sua mania de sabe-tudo. Eu sei o que quero! Quero saber o que você quer!” ele não sabia por que mas havia gritado o mais alto que podia. E havia percebido isso quando os pássaros de uma árvore próxima saíram voando, assustados.
Já tinham percorrido boa parte do caminho, mas, à frente, faltavam ainda uns cento e noventa metros para a curva que dava a volta no castelo e chagava a sala da professora Sprout.
Parados no gramado fresco, olhavam-se com expressões idênticas de teimosia forçada.
Hermione havia simplesmente entrado em pânico quando Harry disse que queria ir com ela à festa, e quando ele afirmou que não iriam como amigos, quase teve um ataque. Agora, insistia em refutar essa idéia, como se tivesse sido uma alucinação. Sabia o que sentia e sabia, pelo menos assim achava, o que queria, mas ainda assim, a dúvida e o medo de se machucar, travavam qualquer tipo de ação que ela quisesse tomar.
Já Harry, estava cansado de guardar para si o que vinha sentindo. E a oportunidade de chamá-la para a festa veio sob a forma de espantar aquelas garotas desagradáveis. Ele conhecia Hermione, tinha certeza que ela sabia que falava sério, por isso havia entrado em desespero.
Pensativa, ela acabou dizendo “Mas, e o Rony... precisamos...”
Isso era tudo que ele não precisava ouvir. Até agora, Harry vinha agindo com uma segurança que não lhe era característica, essa, em menos de um segundo, havia praticamente sumido.
‘Idiota! Por que eu tinha que tocar no nome do Rony?!’ pensou desesperada, vendo a feição triste e confusa do amigo.
Este, procurando por alguma força de vontade dentro de si, criou coragem para perguntar “ Você que ir com o Rony?”
Ela olhou-o séria, tentando passar confiança, antes de responder sinceramente “...não.”
Um certo alívio passou pelo rosto do grifinório. Suspirando, ele insistiu “Você quer ir com qualquer outra pessoa?” enquanto esperava pela resposta, o rapaz torcia para a amiga entender que o que ele queria saber era se ela gostava de alguém.
Ao contrário do que ele esperava, a resposta veio de imediato “Não Harry, não quero ir com mais ninguém que não com você...” perdida em tantos sentimentos, ela não prestava atenção no que dizia “Mas você sabe, o que o Rony vai pensar? E aquelas meninas, vão espalhar pela escola inteira o que aconteceu! E tem mais, quantas vezes eu tentei convencer os outros de que não gostava de você? Quantas vezes tive que ficar negando enquanto...”
Harry, tomando um impulso rápido, colou seus lábios nos da amiga.
‘Awww.... o que é isso?’ pensou ela, aturdida. Harry a estava beijando.
No início, a surpresa não a deixou ‘sentir’ o que devia. Em sua mente confusa, tentava definir como era ser beijada por Harry Potter.
Dizer que seu coração batia extremamente rápido, era desnecessário. Mas sentiu coisas que jamais havia imaginado. Suas pernas enfraqueciam de súbito, e se Harry não houvesse soltado as mochilas para lhe abraçar, provavelmente teria caído. Sentia suas costas queimarem sob o simples toque das mãos dele. Com uma urgência incrível, colocara as mãos em volta dele também. Não resistindo, levou a mão direita até os cabelos desalinhados dele, sustentando melhor a carícia.
Eles moviam as cabeças num ritmo frenético e desesperado. Ambos confundiam-se entre ação e desejo, entre carinho, paixão e urgência. De um modo que nunca imaginaram ser possível.
Vários instantes se passaram e nova dúvida surgiu. Parar o beijo agora e explicarem-se, correndo o risco de se desentenderem, ou continuar até não agüentarem mais?
No entanto, de forma estranha, o ritmo do ambos foi diminuindo. Simultaneamente separaram seus lábios. Porém, ainda de corpos colados, ligeiramente ofegantes, se olharam.
Harry pensava que valera a pena. Momentos antes, enquanto ela fazia uma lista de contradições, ele havia escutado apenas a primeira frase, apesar de ter percebido que ela continuara a falar. Mas, mesmo um pouco apreensivo, a coragem que o que ela dissera lhe dera, não podia ser desperdiçada, então a beijou.
“Primeiro” sussurrou Harry, a olhando nos olhos “quero dizer que não me arrependo...” ela não sabia nem mesmo com que expressão devia olha-lo “Segundo... me desculpe, mas você tava falando demais!” e sorriu, de forma um pouco insegura.
Não agüentando, ela acabou por retribuir o sorriso. Observando o rosto dele, os olhos verdes, brilhantes, notou que o que havia sentido durante o beijo, não eram mentiras, e não precisava de explicação.
Vendo o sorriso dela, ele sorriu mais ainda, e a beijou novamente, dessa vez de forma lenta e carinhosa, enquanto a apertava cada vez mais nos braços.
O sentindo perto de si novamente, sentindo os lábios quentes dele nos seus uma vez mais, Hermione esquecera de tudo. De todo e qualquer empecilho que os poderia atrapalhar. Rony? Resolveriam depois. A escola? Não deviam nada a ninguém. A aula de Herbologia? Os dois já tinham notas suficientes naquela matéria. A festa? Essa seria o local perfeito para o anunciamento público da coisa mais importante que já lhes acontecera dentro dos portões de Hogwarts.
N/A - Sei q a short ficou meio bobinha, mas espero que vcs tenha gostado ^^ se gostou, ou naum, sei lah, comentem, plix, para q eu possa melhorar da próxima vez ol
t+
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