I Wish You a Merry Christmas.



Rose viu Scorpius se afastar, e não pode conter um sorriso. Ele estava mentindo, dava para ver nos olhos dele. Então ela tornou a se deitar, e dormiu o resto da manhã.
Já eram mais de três horas da tarde quando Rose finalmente despertou. Ao seu lado estava Hugo e Lily, que conversavam baixinho. Quando eles vira que Rose acordara, abriram dois enormes sorrisos.
- De todas as coisas burras que você já fez...
Começou Hugo.
- Esta ganha de longe.
Completou Lily. Rose pôs-se a rir. Era meio cômica a situação. Apesar de ela ter quase morrido.
- Sabe você não devia estar rindo, você quase morreu.
Disse Hugo.
- Vai ver isso afetou o cérebro dela.
Disse Lily.
- Ah, ela tem cérebro?
Perguntou Hugo fingindo surpresa.
- Parem de falar como se eu não estivesse aqui.
Falou Rose com falso tom de indignação e todos começaram a rir descontroladamente, até Madame Pomfrey chegar e expulsar o irmão e a prima da enfermaria. Eles desejaram melhoras, e saíram.
- E então, como está Srta. Weasley?
- Muito bem, obrigada Madame Pomfrey. Eu já posso ir embora?
Perguntou esperançosa.
- Ficou maluca? Talvez o seu irmão tenha razão, isso pode ter afetado o seu cérebro. A Srta. Vai continuar aqui até amanhã à tarde para ir embora.
- Mas eu já estou bem!
- Não está não. E não discuta comigo. Vamos hora de você almoçar.
Ela conjurou uma bandeja de comidas leves para Rose, que teve que repetir o prato duas vezes para satisfazer a enfermeira. O resto do dia transcorreu lentamente. Ela ficou dormindo a maioria do tempo, quando não estava comendo alguma coisa, e à noite, recebeu outra visita do primo, que trouxe um livro para ela se distrair um pouco.
- Assim que você estiver melhor, vamos recomeçar os treinos de Quadribol.
Disse ele.
- Que bom! Merlin sabe o quanto eu estou entediada aqui.
Ela terminou de ler o livro naquela noite mesmo, e depois voltou a dormir. O dia seguinte transcorreu da mesma forma, a única diferença é que ela não recebeu nenhuma visita de Scorpius, o que a deixou meio desapontada. Quando deu 2hs da tarde, Madame Pomfrey liberou Rose para voltar a rotina normal. Muito agradecida, Rose foi embora da ala Hospitalar, e rumou diretamente ao Salão Comunal, só que nenhum dos primos estava lá. ‘Devem estar nas últimas aulas do dia’ lembrou ela.Não havia ninguém no salão, então ela foi estudar um pouco, até a hora do jantar. As 6:30 ela passou pelo retrato da Mulher Gorda, e foi para o Salão Principal. Os primos e o irmão já estavam sentados jantando, e Rose correu para se juntar a eles. De vez em quando, Rose dava uma olhada pelo canto do olho para a mesa da Sonserina. Scorpius estava lá com os amigos, e também olhava para ela de vez em quando.
- AH! Eu esqueci de te falar, você recebeu uma carta de James enquanto estava na ala Hospitalar.
Disse Alvo. Rose abriu um sorriso de orelha a orelha.
- Onde ta a carta?
Perguntou.
- Aqui, pega.
Ele tirou um envelope um pouco amassado do bolso, e entregou-o a prima. Ela leu a carta, e o sorriso desapareceu. Esquecera de avisar a James que ia passar o natal em casa, e não em Hogwarts como tinha dito na outra carta!
- Merda.
Murmurou ela.
- Que foi?
Perguntou Lily.
- Eu tinha dito à James que ia passar o natal em Hogwarts, mas é que eu mudei de idéia, e resolvi ir pra casa, mas esqueci de avisar a ele, porque ele vinha me encontrar aqui.
- Hum, escreve pra ele agora então.
- É, acho que vou fazer isso.
Disse, e pegou uma pena e um pergaminho emprestados de Hugo e começou a escrever a carta em resposta a James dizendo que resolvera ir para casa, mas então, pensou, ‘Por que não?’ E mais tarde, quando o diretor da Grifinória, Neville, passou com a lista dos alunos que iam ficar para o natal, ela acabou assinando. Adorava o natal com a família, mas não estava a fim de escutar uma bronca dos pais sobre como ela havia sido irresponsável por não comer nada, etc.etc.etc. E talvez fosse divertido. Teria o Salão comunal praticamente só para ela, e poderia adiantar os deveres, além de treinar um pouco de Quadribol com algum dos alunos do primeiro ano.
Enquanto isso, no salão da Sonserina, Scorpius lia, incrédulo, a carta que os seus pais haviam lhe enviado, poucos minutos antes.
‘Scorpius,
Sinto muito, mas este ano, você terá de passar o natal em Hogwarts. Eu e seu pai teremos de fazer uma inesperada viagem à Irlanda, acredite querido, nós não vamos por opção. É que o chefe do seu pai quer que ele vá para apresentá-lo a alguns curandeiros, e isso vai ser realmente bom para a carreira dele. Sei que você vai entender, e espero que se divirta muito em Hogwarts
Com carinho,
Mamãe’.
Certo, o natal com os seus pais não era exatamente a perfeição, mas o fato de sempre passar o natal com eles já era alguma coisa, e agora o pai tinha uma merda de viajem qualquer para fazer e ia deixá-lo em Hogwarts. Ele amassou a carta e jogou-a na lareira. Vinte minutos depois, quando o diretor da Sonserina, o professor Heightor de Runas passou com a lista dos que iriam ficar para o natal, ele assinou-a, muito a contragosto.
O tempo foi passando, Rose não teve muito tempo de prestar atenção em Scorpius, e eles voltaram às velhas briguinhas, desta vez, porém, o ar não era de raiva, era simplesmente de diversão. O tempo passara mais rápido do que Rose previra, e quando se deu conta, já estava na véspera do dia do jogo de Quadribol contra a Lufa-Lufa. Alvo andara pegando pesado com o time, e ela se sentia completamente preparada. O incidente das detenções, porém, não estava totalmente esquecido em sua mente. Sua mãe viera à Hogwarts como a diretora pedira, assim como seu tio e o pai de Scorpius, mas nem a mãe nem o tio quiseram comentar nada, o que fez a situação ficar ainda mais estranha. Ela, porém conseguiu se desconectar desses pensamentos, por um tempo.
No dia do jogo, todos estavam confiantes, mas mesmo assim, o nervosismo não podia deixar de transparecer no rosto de cada um dos jogadores, Alvo acordou às cinco da manhã no dia do jogo, e ficou olhando pela janela do dormitório masculino imerso em pensamentos. Não foi diferente com os outros jogadores.
Por volta das 10hs todos começaram a descer para o campo de Quadribol, e às 10h30min, as arquibancadas estavam lotadas. Todos se trocaram em silêncio nos vestiários do time da Grifinória, e depois, rumaram para o campo. Johnny Jordan anunciava o time da Grifinória do camarote dos professores com o seu megafone mágico.
- E VAMOS RECEBER AGORA O TIME DA GRIFINÓRIA PESSOAL! COM VOCÊS, ROSE WEASLEY, GABRIEL TIMBER, JOAN DANIELS, PETER FRELER, GREGORY LIEF, EDUARD CAMPBELL E… ALVO POTTER!
Vários borrões vermelhos deram a volta no campo, e uma enxurrada de vivas e aplausos veio das arquibancadas. Logo, Johnny começou a anunciar o time da Lufa-Lufa.
- AGORA VAMOS TODOS DAS ÀS BOAS-VINDAS AO TIME DA LUFA-LUFA! NATASHA RIVERSITE, JUDE KELYS, GABRIELLE E MARCUS GRAY, CHARLES ULLMAN, BRENDON WINSTER E... JOANNE DIPTER!
Sete borrões amarelos adentraram o campo, fazendo o mesmo percurso feito pelo outro time, e aterrissaram em frente ao time da Grifinória. Joanne e Alvo apertaram as mãos, e a professora de vôo, a Senhora Chang, soou o seu apito de prata, dando inicio a partida.
Johnny narrava animadamente os movimentos dos jogadores.
- E A GOLES COMEÇA COM POSSE DA LUFA-LUFA, KELYS PASSA PRA GABRIELLE QUE AVANÇA PELO CAMPO, ELA VAI TENTAR UM ARREMEÇO, MAS DAÍ? UM POUCO ARRISCADO GRAY, ROSE WEASLEY DEFENDE O ARREMEÇO COM FACILIDADE, É POR ISSO QUE EU ADORO ESSA RUIVINHA, ELA PASSA A GOLES PARA JOAN QUE PASSA PARA GABRIEL QUE PASSA PARA JOAN, QUE DÁ A VOLTA NO CAMPO, E ELE ARREMEÇA DE NOVO PARA GABRIEL QUE MARCA! 10 PONTOS PARA A GRIFINÓRIA! 10 PONTOS PARA A GRIFINÓRIA! OPA PARECE QUE NÃO VAI DAR TEMPO DE COMEMORAR, CHARLES MANDA UM BALAÇO DIRETO NO ESTÔMAGO DE JOAN, QUE FICA MEIO TONTO, ESTÁ TUDO BEM AÍ DANIELS? OS BATEDORES DA GRIFINÓRIA NÃO DEIXAM BARATO, GREGORY MANDA UM BALAÇO DIRETO NO OMBRO DE JUDE, QUE SOLTA A GOLES, AGORA NA POSSE DE PETER, QUE VOA PARA AS BALIZAS DA LUFA-LUFA E... ELE MARCA! MAIS DEZ PONTOS PARA A GRIFINÓRIA! 20x0 PARA A GRIFINÓRIA!
A torcida da Grifinória gritava enlouquecida, e a da Sonserina dava vaias. Alvo estava voando sobre o campo, procurando o pomo, o mesmo estava fazendo Joanne, esta em sua cola.
- GOLES COM A LUFA-LUFA, GABRIELLE GRAY VOA PARA PERTO DAS BALIZAS, ELA JOGA PARA MARCUS, QUE MANDA PARA JUDE, QUE MANDA PARA MARCUS, QUE MANDA PARA GABRIELLE, QUE TENTA ARREMEÇAR NO GOL E... ROSE WEASLEY DEFENDE NOVAMENTE A GOLES! ESSA MENINA ARREBENTA, POR MERLIN! MAS... O QUE É ISSO? BRANDON ARREMEÇA UM BALAÇO DIRETO NO ESTÔMAGO DE ROSE, ELA DEIXA A GOLES CAIR, WEASLEY, VOCÊ TÁ CONSEGUINDO RESPIRAR?
Rose apertava as mãos contra o estômago, mas logo se recuperou, e fez um sinal positivo e mostrou a língua para Johnny marotamente.
- HÁ, ESSA RUIVINHA É DURA NA QUEDA. A GOLES ESTÁ NA POSSE DA GRIFINÓRIA, PETER JOGA PARA GABRIEL QUE PASSA PARA JOAN, QUE RECEBE UM BALAÇO NA NUCA DE CHARLES! ELE SOLTA A GOLES QUE AGORA ESTÁ COM JUDE, QUE JOGA PARA MARCUS, ELE ARREMEÇA PARA AS BALIZAS DA GRIFINÓRIA E... É PONTO DA LUFA-LUFA! 20x10 PESSOAL!
O jogo continuou nesse ritmo, mas passada mais ou menos meia hora, Alvo finalmente avistou o pomo. Fora mais fácil do que ele imaginava. Joanne estava procurando do outro lado do campo.
- O QUE É ISSO? ALVO POTTER PARECE SE MANIFESTAR PELA PRIMEIRA VEZ NO JOGO. SERÁ?... SIM! ELE VIU O POMO! ELE VIU O POMO MINHA GENTE! E ELE VAI DESCENDO NUM MERGULHO E... ELE PEGA O POMO! GRIFINÓRIA VENCE! GRIFINÓRIA VENCE! 170 x 120 PARA A GRIFINÓRIA! PARECE QUE VAMOS TER UMA GRANDE FESTA HOJE A NOITE!
A torcida da Grifinória explodiu, quem quer que passasse por ali pensaria que era uma bomba, ou algo do gênero. Todo mundo desceu das arquibancadas para cumprimentar o time, que não paravam de sorrir.
- AL!
Gritou Rose para o primo. Ele virou com um sorriso enorme no rosto para ela. Ela deu uma gargalhada.
- SABE, SUA CARA VAI RACHAR AO MEIO SE O SEU SORRISO SE ABRIR MAIS UM POUQUINHO!
Gritou ela, e os dois riram. Demorou cerca de 10 minutos para que os jogadores pudessem escapar da torcida para trocar de roupa. Finalmente quando conseguiram sair dos vestiários, em meio a risadas, rumaram para a torre da Grifinória. A festa já deveria estar rolando uma hora daquelas. Rose, por ser a única menina do time, demorou um pouco mais para se arrumar, e disse que eles podiam ir sem ela.
Quando estava atravessando os jardins, deu de cara com Scorpius.
- Bom jogo.
Parabenizou ele. Ela abriu um sorriso de orelha a orelha.
- Obrigada! Mal posso acreditar!
Ele deu um sorrisinho. O jeito que ela estava feliz era meio engraçado. Ele se despediu e ela seguiu para o Salão Comunal, onde foi recebida com gritos de todos os estudantes da Grifinória. A festa durou a noite toda, e no dia seguinte, a maioria das pessoas dormiu até a hora do almoço, já que era Sábado. O Sábado foi realmente agradável, todos riram e brincaram, e no Domingo, aconteceria à primeira visita ao povoado de Hogsmead. Os alunos estavam muito ansiosos, e quando o Domingo finalmente chegou, na hora da visita, todos já estavam postados na entrada do castelo. Rose estava ainda mais ansiosa que os demais. Ia encontrar James, depois de quase cinco meses sem ver o primo. Eles haviam combinado de se encontrar na frente do Três Vassouras, por volta das dez. Rose deu algumas voltas no povoado com Alvo, Hugo e Lily, e às 10 em ponto estava na frente do Três Vassouras. Cinco minutos depois, um garoto mais alto que ela, mas com os mesmos cabelos muito ruivos aparatou bem na frente dela.
- JAMES!
Gritou Rose antes de pular no pescoço do primo em um abraço. Bem naquela hora, Scorpius passava com os amigos da Sonserina, e ao ver a cena, sentiu seu estômago despencar. Não sabia que aquele era James, pois não dava para ver o seu rosto, já que ele estava de costas para ele, então sentiu o sangue subir. Ele apressou-se em sair dali, muito mal-humorado.
- Rosely!

Disse James retribuindo o abraço.
- Cara, você não tem idéia da falta que faz James.
Disse Rose. James sorriu ao ver o rosto da prima radiante. Ela havia realmente crescido nos últimos cinco meses. Nem parecia mais a ‘sua’ pequena Rose.
- Nem você sabe. Mas então pequena, como vão as coisas por aqui?
Eles entraram no três vassouras, e começaram a conversar, conversaram mais, e mais, e quando deram conta, já eram mais de três da tarde. Eles deram uma última passada na Dedosdemel, e Rose voltou para o castelo, enquanto James desaparatou voltando para Londres.
O resto dos dias passou muito rápido. Rose só achou estranho o fato de Scorpius nem dirigir mais a palavra à ela. Mas convenceu a si mesma que não devia se importar. No dia 18 de Dezembro, todos os alunos que iam passar o natal em casa pegaram o trem e foram embora. Alvo e Lily ainda tentaram convencer Rose a ir, mas a menina estava decidida a ficar. James prometeu passar na escola dali a uns dias para deixar o presente de natal dela, e ela estava convencida que o natal seria divertido em Hogwarts. E assim, a escola ficou praticamente deserta. Rose estava andando pelos corredores, contemplando o castelo assim, vazio, quando deu de cara com Scorpius, que estava encostado em uma parede, fazendo aparentemente, nada.
- Oi.
Disse ela. Ele não respondeu.
- Er, você me ouviu?
Novamente, silêncio.
- Hum, Malfoy, é uma questão de cortesia e educação responder a um cumprimento.
Disse ela por fim. Scorpius dessa vez levantou a cabeça e falou:
- Já que você faz tanta questão Weasley: Oi.
- Cara, como você é grosso. Isso foi totalmente de graça, que horror, onde está o seu espírito natalino?
Disse ela em forma de brincadeira. Scorpius porém, não parecia estar nos seus melhores dias para brincadeiras:
- Eu não sei onde o meu espírito natalino está Weasley, mas o seu deve estar com algum ruivo tipo aquele de Hogsmead não?
Rose fez força para não rir. Scorpius só podia estar se referindo a James. Será que ele estava com... Ciúmes?
- Você anda me espionando?
Ela perguntou. Ele corou.
- Não. Eu... eu só estava passando na rua.
- Malfoy, ‘aquele ruivo’ como você disse, era o James. Por Merlin, você é cego?
Scorpius ficou da cor dos cabelos de Rose, se é que isso é possível.
- Bom, eu vou indo. Feliz natal.
Disse ela, e então, virou de costas, e saiu rindo pelo corredor. Era realmente engraçado. Scorpius estava com ciúmes. Dela.
Ela fez exatamente o que pensara que ia fazer no natal. Deu uma surra no Quadribol aos alunos do primeiro ano, adiantou todos os deveres de casa, aprendeu alguns feitiços novos, e no dia 23, James chegou, trazendo-lhe o seu presente de natal, que consistia em mais um pingente para a sua pulseira, um par de luvas que mudava de cor de acordo com o seu humor, e uma coruja de pelúcia que Rose resolveu chamar de Felix. No dia 24 de Dezembro, ela foi ao jantar de natal. O salão estava suntuoso, com 12 árvores de natal, e vários pingentes de gelo. Havia apenas uma mesa no centro do Salão, e os professores se sentaram com os alunos. Foi realmente divertido. Depois do jantar, ela saiu andando pelo corredor, e nem reparou quando esbarrou em alguém que passava.
- Desculp...
Ela começou a dizer, mas parou. Era Scorpius.
- Ah é você? Então foi bem feito.
Disse. Scorpius deu uma risadinha desdenhosa.
- Onde está seu espírito natalino Weasley?
Disse ele calmamente. ‘Irritante’. Pensou Rose.
- O seu parece que voltou rapidinho não foi Malfoy? A propósito, ontem eu me encontrei com ‘aquele ruivo’.
Disse ela, o que fez Scorpius ficar vermelho rapidamente.
- Não mude de assunto Weasley.
Rose deu um risinho debochado, e continuou a andar pelo corredor, mas parou quando ouviu algumas vozes vindas de uma das salas de aula entreabertas.
- Hermione, você vai precisar tomar mais cuidado especialmente, é perigoso, e ainda por cima, você, segundo ele, não tem sangue bruxo, pode ser uma das primeiras a serem atacadas.
- Estou ciente disso diretora.
- Harry, você já sabe o que fazer, agora, você Draco, vai ficar de guarda na passagem que você acha que eles vão utilizar.
- Pode deixar.
Rose ouviu uma voz que ela conseguiu distinguir como a do pai de Scorpius. Ela não havia reparado, mas Scorpius estava atrás dela o tempo todo, também escutando a conversa. Foi então que eles ouviram passos. Scorpius puxou Rose pelo pulso para outra sala, ao lado daquela, e encostou a porta silenciosamente. Ele parecia preocupado.
Os dois ficaram se encarando em silêncio. Os mesmos pensamentos pareciam passar pela cabeça de ambos.
- Acho que eles já saíram de lá.
Disse Scorpius por fim.
- É, acho que sim. Hum, podemos ir então.
Concordou Rose. E eles se dirigiram a porta. Rose girou a maçaneta mas... Nada aconteceu.
- Scorpius, a porta não quer abrir.
- Como você é molenga Weasley. Deixa que eu faço isso.
Ele girou a maçaneta novamente, e novamente, nada aconteceu.
- Deve ter emperrado... Olha. Alorramora.
Ele lançou o feitiço contra a porta, esta porém, não fez a menção de abrir. Scorpius parecia estupefato.
- Mas... Mas... Eu joguei o feitiço, você viu... Eu não tinha trancado a porta e...
Gaguejava ele.
- Eu sei. Eu vi. Mas... E agora? Scorpius, nós estamos presos aqui.
- Só existe uma explicação.
- A porta foi lacrada com magia. É. Eu sei.
- O que vamos fazer agora?
Rose ficou em silêncio diante da pergunta de Scorpius. Era uma das poucas vezes da vida em que ela não fazia a menor idéia do que fazer. Scorpius não estava com paciência para isso.
- Vamos lançar feitiços contra a porta. Talvez ela abra, quebre, sei lá. O importante é que nós saiamos daqui.
- Certo.
Concordou Rose. E eles começaram a jogar diversos feitiços contra a porta. Mais ou menos cinco minutos depois, eles desistiram. Rose deixou-se cair no chão. Estava completamente frustrada. Scorpius continuou em pé com a varinha na mão.
- Scorpius. Não adianta.
Disse Rose.
- Eu sei.
Respondeu ele. Estavam os dois desesperados.
- Nós... Podemos tentar sair pela janela.
Disse Rose.
- Estamos no sétimo andar Rose. A não ser que você queira fazer uma tentativa suicida, não dá.
- E se nós convocássemos as vassouras?
- As vassouras são protegidas por um feitiço anti-convocatório à noite. Para que os alunos não saiam escondidos.
- Mas que merda. Por que você põe dificuldade em tudo?
- EU SÓ ESTOU SENDO REALISTA. NÓS ESTMOS PRESOS. E VOCÊ FICA IMAGINANDO MEIOS MIRABOLANTES DE NOS TIRAR DAQUI. ISSO NÃO É BRINCADEIRA ROSE, MAS QUE MERDA.
Ele gritou. Rose realmente se assustou com aquilo. Ele sempre gritava com ela. Mas nunca, bom, daquela forma.
- Só não precisa gritar.
O fato de ela não ter gritado em resposta, e de não ter rebatido com alguma coisa sarcástica realmente fez com que Scorpius se tocasse que não devia ter gritado daquela forma com a garota.
- Olha eu...
Ele ia se desculpar, mas ela o interrompeu.
- Escuta Malfoy, eu só estou tentando não perder a cabeça com você. Essa é a última coisa da qual precisamos agora. Eu sei perfeitamente bem que isso não é uma brincadeira. É por isso que estou tentando manter a calma.
- É. Você está certa.
Ele estava realmente constrangido. Estava perdendo a cabeça. Não podia se dar a esse luxo. Ambos estavam presos, como ele mesmo disse.
- Eu... Sinto muito.
Disse ele por fim.
- Tudo bem.
Respondeu ela, meio seca. Ela continuou sentada, e ele se virou para a janela. Permaneceram os dois em silêncio. O tempo passou, e passou. Scorpius cansou de ficar olhando pela janela, e sentou-se próximo a Rose.
- Sabe, nós podíamos tentar pedir ajuda. Um patrono talvez?
Disse Rose.
- Não creio que alguém esteja acordado para ver um patrono. No máximo pensaria que é um sonho, e voltaria a dormir.
- Verdade. Então acho que vamos precisar esperar até amanhã. E aí poderemos mandar um patrono para a diretora, ou algo parecido.
- Uhum, boa idéia.
- É... Scorpius, o que você acha que a diretora estava conversando com a minha mãe, meu tio e o seu pai?
- Bem que eu queria saber... No mínimo tem alguma coisa a ver com o cara da Maldição Imperius.
Foi como se uma bola de neve tivesse atingido Rose.
- É claro! O cara da Maldição Imperius!
- É, eu entendi.
- Você não entendeu. Ele pode ter nos trancado aqui. Meio óbvio não?
- Você acha?
Scorpius não confiava muito na teoria de Rose, mas achou melhor não dizer nada. Ela estava tão convicta que era difícil contrariá-la agora.
- Uhum! Não é óbvio? Ele, de alguma forma, deve ter visto a gente entrando aqui. E deve ter aproveitado para nos trancar. Talvez... Talvez... Ele não quisesse que ninguém o atrapalhasse a fazer alguma coisa! Não queria correr o risco de que dois estudantes o atrapalhassem a fazer seja lá o que ele for fazer!
Scorpius se convenceu um pouco mais. Estava começando a fazer mais sentindo.
- É realmente possível.
- Claro que é possível! Mas... O que será que ele, ou ela, esta planejando fazer, que não pode ser interrompido?
- Algo que pode ser realmente perigoso.
- Isso é.
Scorpius deu uma olhada no relógio de ouro, onde os planetas giravam sem parar. Os dois ficaram em silêncio. Alguns minutos depois, Scorpius finalmente falou:
- Feliz natal Weasley.
- Hã?
- Já é meia noite. Feliz natal.
- Hum... Obrigada. Pra você também.
Rose ficou meio atordoada. Scorpius era a última pessoa com quem pensava passar o natal. E cá estavam os dois.
E então, eles começaram a se encarar. Ficaram assim por pouco tempo, porque apenas alguns instantes depois, Scorpius foi se aproximando do rosto de Rose, e em instantes, eles já estavam envolvidos em um beijo. Scorpius esperava que ela resistisse, mas por incrível que pareça, ela não fez nada para afastá-lo.


-





(N/A): Eu já tinha dito que não escreveria aqui, mas vou abrir uma exessao, porque esse é o capítulo do primeiro beijo Rose/Scorpius. Eu realmente sinto MUITO por ter demorado todo esse tempo para postar. É que eu estive muito ocupada, e acabei me desligando um pouco da fanfic. Aliás, eu estou escrevendo uma outra de Mcfly, por isso, estou tendo que dividir muito o tempo. Mas em fim, espero que tenham gostado. Eu fiz o melhor que pude para compensar a demora. Mil desculpas, mesmo assim, e muito obrigada pelos comentários.

Mari.

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