Omnes



Título: Contra a Parede



Autor:
Mari Gallagher



Contato: marigallagher(arroba)Hotmail(ponto)com ou mmaaryy(arroba)Hotmail(ponto)com



Shipper: Harry e Hermione



Spoilers: Livros 1 a 5



Gênero: Romance/Aventura



Status: Em andamento



Sinopse: Eles estão frente a frente após quatro anos, mas desta vez há algo diferente, há uma forte paixão mal resolvida. O que poderá acontecer quando esses dois tiverem que se encontrar em todos os lugares todo o tempo e ainda resolver um misterioso roubo? Harry Potter e Hermione Granger são postos Contra a Parede por seus sentimentos...



N/A: Milhões, bilhões, trilhões de desculpas pela demora na atualização, mas eu estou realmente sem tempo para escrever, por favor, entendam, são aulas, seminários, provas e mais provas, não tá fácil não!! Bem... Aí está o cap. VII, eu fiz coisas nele que eu realmente não pretendia fazer por enquanto, contudo... Elas acabaram parando aí mesmo. Espero que gostem... Bjos!





Capítulo VII – Omnes





“Sometimes you laugh,

sometimes you cry, and yes,

I've cried over you.

You've left me blind in paradise.

You've left me hungering for the touch of you.

Snow white angels run and hide

in the blackness of the night”

Roxette – Never is a long time



...



-“Eu não acredito. Não pode ser...” – titubeou. – “Esta é...”

Hermione suspirou.

- “Helena O’connor.”



...


Os dois se entreolharam instantaneamente, Harry levou de imediato a mão ao braço de Hermione e parecia ter ansiedade em lhe dizer algo, a mulher ostentou uma expressão séria e desesperada, sendo a primeira a falar.

- “Helena. Aqui.” – disse entredentes de forma acusadora para Harry.

- “Eu... Eu...” – ele titubeou franzindo o cenho pra ela. – “Eu não entendo!”

- “Que merda.” – ela murmurou.

- “Uma grande, grande merda mesmo.” – disse Harry passando nervosamente as mãos pelos cabelos.

Na escadaria ainda sendo aplaudido o casal Masaccio sorria enquanto outra apresentação de slides e luzes invadia o salão mostrando imagens da brilhante carreira executiva do anfitrião. Harry voltou a encontrar os olhos de Hermione cerrando os dentes.

- “O que foi? Não me diga que está surpreso?” – Hermione falou emburrada com ironia.

- “O que você acha?” – Harry respondeu irritado.

- “Você quer mesmo saber?”

Harry não respondeu, ele passou a mirar concentradamente o local onde Indrid e Lena estavam lado a lado, era sem dúvida o lugar mais privilegiado do salão caso se quisesse ter uma vista panorâmica de todos os convidados. Ele teve uma sutil, mas perceptível mudança de expressão e apertando mais forte o braço de Hermione a arrastou na direção da saída.

- “O quê está fazendo!?” – ela reclamou enquanto era puxada. Harry, por sua vez tocou com a mão livre a corrente em seu pescoço, falando em seguida praticamente sem mover os lábios.

- “No cardápio diz “torta de rim”.”

- “O quê??” – A voz de Draco soou tensa na resposta.

- “Isso mesmo que você ouviu.” – Harry respondeu disfarçadamente.

- “Disfarce ameaçado?? Por quê?”

Foi a vez de Hermione tocar as pedras brilhantes que lhe caíam sobre o colo antes que Harry respondesse.

- “O meu digníssimo marido acabou de avistar uma velha conhecida!” – ela falou sarcástica, para Draco e Gina ao mesmo tempo. Harry parou de andar.

- “Como assim? Quem?” – Hermione ouviu Gina perguntar.

Os dois cruzaram mais uma vez um olhar desafiador até que Hermione respondeu.

- “A Sra. Masaccio!” – esclareceu, com expressão zangada. – “Meu “marido” a conhece.”

- “Nós a conhecemos.” – ele corrigiu olhando severo para Hermione. – “Daqui pra frente é com vocês, prestem atenção em tudo. Esperaremos lá fora.”

Foi tudo que ele disse antes de voltar a puxar a mulher pelo braço salão afora, a fazendo esbarrar de quando em vez com algum convidado. Hermione se esquivava por entre as pessoas cada vez mais furiosa com a situação, resmungando inúmeras desculpas sempre que necessário.

Harry ainda segurava de forma frenética o braço de Hermione a conduzindo pelo corredor. Já chegavam ao hall quando ela sentiu o suor das mãos de Harry culminando em sua pele.

- “Será que você pode me soltar, por obséquio?” – ela falou entredentes. Harry permaneceu em silêncio até eles passarem pelos recepcionistas e descerem as escadas da entrada da casa.

- “Quer que busque o seu carro Senhor?” – um segundo homem, também loiro que vestia túnicas semelhantes às imperiais questionou.

- “Não, obrigado. Vamos ao estacionamento porque...”

- “Eu esqueci...” – Hermione interrompeu virando para o loiro. – “Minha maquiagem.”

- “Ah sim...” – o homem apontou para a lateral esquerda da casa. – “Fica ali. Logo depois de descer aquelas escadas.”

- “Obrigada.” – Hermione falou puxando o braço do domínio de Harry e caminhando para o local indicado.

Harry acenou com a cabeça para o outro homem e seguiu a mulher, não conseguindo deixar de ficar dois passos atrás, ela estava praticamente correndo. No estacionamento avistou o carro com facilidade e jogando a bolsa e casaco sobre o capô ela se encostou cruzando os braços. Respirou fundo e soprou uma mecha que caía obstruindo a visão, não tirava os olhos de Harry.

- “Não consigo acreditar nisso!” – ele esmurrou o vidro de leve, ainda sob o olhar censurante de Hermione.

Ela sorriu sarcástica e sem alegria.

- “Que coisa, não?”

- “Não deve ser ela... Não pode ser! Você ouviu aquela é Lena Masaccio... Nós devemos estar confundindo, não é a mesma!” - ele exclamou.

- “Ah sim meu caro...” - ela começou irônica. – “Eu garanto que é ela, não sei como você ainda tem dúvidas! Está evidente, é a mesma piranha de antigamente só que agora está podre de rica e usa um codinome!”

- “Isso não é hora para senso de humor Hermione.”- ele rosnou furioso.

- “Eu sei perfeitamente disso! Olhe bem pra mim. Eu estou rindo?” - ela indagou ameaçadora. Harry titubeou novamente, perplexo. – “E me chame de Cher, ou você vai realmente fechar o fiasco que a noite se transformou com chave de ouro estragando nosso disfarce, querido.”
- “Por favor... Isso é sério.” – ela fechou os olhos, entediada.

- “Não me diga! E por acaso é alguma mentira que a sua adorada Helena está milionária e usa um pseudônimo?” – ela deu uma leve palmadinha na própria testa. – “Ah! Claro... Te surpreende o fato de ela continuar uma piranha...”

- “Será que você pode parar com isso? Que droga! Você nunca gostou dela, não é? Taí uma coisa que eu nunca entendi.”

Hermione sentiu seus músculos se enrijecerem e lançou um olhar mortificado para Harry.

- “Como você consegue ser tão hipócrita?” – ela se desencostou do carro ficando a um passo de distância dele.

- “Como é que é?”

- “Não se faça de surdo. Você ouviu muito bem.” – ela rosnou.

- “Ok... É verdade, eu ouvi. Então posso saber por que me chamou de hipócrita?” – perguntou Harry com interesse. Hermione sentiu sua face esquentar de raiva.

- “Ah você não sabe? Seu filho da mãe cínico!” – ela falou lentamente apontando o dedo na cara dele, a centímetros de distância. Já se afastava caminhando de costas quando Harry a puxou subitamente pelos dois braços.

- “Você está maluca?”

- “Me... Solte!” – ordenou entredentes se debatendo.

- “Não! Quero saber o que está havendo, por que de repente você ficou histérica resolvendo me xingar sem motivo, pirou de vez?”

Ela tentou inutilmente se soltar das garras dele, mas Harry a havia a imprensado no carro e não parecia ter intenção de soltá-la. Hermione respirou fundo, sacudindo a cabeça para tirar da face os cabelos que haviam escapado pelo coque.

- “Como tem coragem de me perguntar? Você é um ser desprezível extremamente sonso e me dá nojo!” – ela falou com escárnio voltando a empurrá-lo.

- “É mesmo? E será que pode me dizer por que eu sou isso?” – ele perguntou com descaso.

- “Imbecil.”

- “Nossa... A noite vai ser longa não é? Parece que você está gostando da posição já que continua me xingando...” – ela se debateu mais uma vez em desespero. –“... E, diga-se de passagem, aumentando o nosso contato corporal cada vez mais.”

- “Bem que você queria!” – ele sorriu vitorioso. – “E vê se me solta! Seu molóide bruto me largue agora!”

- “Não estou afim mesmo.” – ele deu de ombros.

- “Larga... A-go-ra!” – ela insistiu, mas ele apenas sorriu levantando a sobrancelha.

Ela socou impotentemente o peito de Harry ao notar que ele aproximava cada vez mais o rosto do seu, já respirava o ar que saia das narinas dele, mais e mais e mais próximo. Entrou em pânico, pois alguns milímetros depois sentiu a pele fina e macia dos lábios de Harry roçarem lentamente nos seus que estavam entreabertos. Cerrou os dentes e fechou os olhos apertadamente, o coração já em saltos numa mistura de ódio por ele estar tendo a audácia de beijá-la em tais circunstâncias e tontura por sentir seus músculos se renderem involuntariamente ao domínio do homem. Ela não se moveu para retribuir a carícia quente que ele iniciou, pelo contrário, tentou novamente libertar seus braços ainda imobilizados, mas Harry era incrivelmente mais forte e apenas a deixava mais submetida com qualquer movimento. O cheiro embriagante da pele dele mesclado ao êxtase inigualável e já tão conhecido de ser beijada por aquele homem deixou a mente de Hermione turva. Não conseguiria ser forte e evitar o rendimento por muito tempo... Um filme familiar começou a passar dentro de sua cabeça. Harry que estava ali denovo, com ela, numa posição que Hermione ansiou por algum tempo, mas que jamais esperava que se repetisse... O Harry tão amado, venerado, perfeito. Apenas Harry. Seu Harry. Ela não havia esquecido nada daquilo... Muito menos ele. As cenas do filme mudaram... Lágrimas, ciúme, dor... Helena. Ela apertou entre os punhos fechados o tecido da camisa de Harry quando ele minuciosamente abriu espaço para aprofundar-se em sua boca. Ela agora tinha o lábio inferior dele entre seus dentes e cravando as unhas no peito másculo do homem num ímpeto que refletiu toda a sua mágoa mordeu com selvageria parte do queixo e do lábio de Harry. Ele arregalou os olhos antes fechados e soltando um som esganiçado de dor pela garganta apertou ainda mais os pulsos de Hermione. Ela o empurrou agressivamente após afastar o rosto dele.

- “Áaauuu!” – ele levou a mão à boca numa expressão desesperada, olhando em seguida para a ponta dos dedos pintada de sangue. – “Sua Lunática! Você... Me... Mordeu!” – rosnou.

Hermione esbanjou uma expressão impassível e quando Harry deu mais um passo para se aproximar ela explodiu a palma da mão aberta na face dele já vermelha de dor.

- “TÁ... LOUCA? Por que fez ISSO!?” – disse em desespero agora cobrindo o lado do rosto que ela havia acertado e novamente tentando se aproximar. Hermione num movimento rápido e sagaz apontou a varinha direto no peito dele.

- “Fique longe de mim!”

- “Calma... Vamos conversar tá bem?” – ele disse abrindo os braços numa expressão de tranqüilidade que contrastava com a careta que ele fazia ao lamber o lábio ensangüentado. – “Você realmente está fora de si e...”

- “Cala a boca!”

- “Hey... Quem você pensa que é pra me mand...”

- “Cala... A... Boca.” – ela repetiu ameaçadoramente forçando mais a varinha no tórax dele.

- “Tudo bem...” – ele respirou fundo. – “Vai ficar um pouco difícil uma troca de idéias se você insistir que eu cale a boca, não acha?”

- “Vá se danar idiota.”

- “Ah... Lá vamos nós denovo...”

- “Não! Não vamos a lugar nenhum, você fica bem aí onde está, e eu... Bem, eu já estou de saco cheio de tudo isso e de ter que agüentar você e esse seu cinismo vil!” – ela pegou a bolsa e casaco e dando as costas para Harry, que agora estava mais assanhado do que nunca, saiu por entre os carros.

- “Hey... Onde está indo?” – ele perguntou confuso.

- “Embora!”

- “Mas... Você...” – ele titubeou, Hermione cada vez mais distante. – “Você não pode ir assim!”

Harry coçou a cabeça desacreditado ao avistá-la já atravessando o portão do estacionamento para a rua. Olhou do carro, para a mansão e novamente seguiu os passos da mulher.

- “Inacreditável!” – lamentou para si mesmo antes de aumentar o passo e correr na direção da alameda.





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- “Você entendeu essa?” – Draco perguntou confuso após avistar de longe Harry e Hermione saindo da festa.

- “Você é surdo?” – Gina jogou de volta cruzando os braços para o loiro. Draco virou os olhos. – “Não ouviu que eles a conhecem? Obviamente não podem continuar aqui.”

- “Eu ouvi essa parte.”

- “Então por que pergunta?”

- “Eu me referi ao fato deles conhecerem a Masaccio. Mas é realmente impossível manter algum diálogo civilizado com você! Será que não pode simplesmen...”

- “Eu sei como deve ser difícil ter que conviver com a idéia de que eu não faço a mínima questão de conversar com você, Billy.” – ela interrompeu. – “Mas agora não é o momento para ouvir os seus desabafos ou discutir a sua crise existencial, pois caso não tenha percebido os anfitriões já vão se pronunciar.”

A ruiva começou a bater palmas elegantemente como os outros convidados. Draco expirou pesadamente desistindo de falar e fez o mesmo. Após mais uma calorosa salva de palmas o homem imponente que vestia terno escuro e tinha uma pose elegantemente impecável, aproximou-se do microfone.

- “Obrigado.” – a voz rouca de Indrid Masaccio soou em meio a total silêncio no salão. – “A Itália sempre teve um significado especial para mim. Além de negócios, investimentos e propriedades, esta terra belíssima e cativante guarda minhas raízes e todas as lembranças que tenho de meus progenitores.”

Mais uma breve série de aplausos se seguiu À pausa que o homem de inglês perfeito tinha feito.

- “É por isso, que após muito esforço e força de vontade eu lanço, hoje, essa extraordinária obra, da qual antes de tudo me sinto orgulhoso e que desde já os convido a conhecer e desfrutar pessoalmente da maravilha que o Parque Madama se tornará para todos!” – o homem abriu os braços num sorriso mecânico em seguida olhando para a esposa.

- “Esse cara é esquisito.” – Draco resmungou.

- “Ele me dá arrepios.” – foi a vez de Gina.

- “Mas hoje...”– Indrid recomeçou. – “Hoje estamos aqui para comemorar. A festa está apenas começando, não tomarei mais seu tempo. Convido a minha comitiva para se reunir a mim no Brandy e encerro pedindo a todos que se divirtam!”

Em mais um burburinho de palmas e comentários algumas pessoas destacaram-se no meio da multidão e reuniram-se aos Masaccio que agora já haviam descido da escadaria e se punham em um canto reservado do salão. Draco encolheu os olhos acompanhando cada movimento dos anfitriões e com um beliscão discreto no cotovelo de Gina a convidou para chegarem mais perto. A ruiva entendeu e os dois romperam consideravelmente a distância entre os suspeitos.

- “Espera aí...” – Draco parou agora dando o braço para Gina.

- “O que foi?”

- “Você está vendo aquele cara... Bigode, grisalho, terno vinho?” – ele perguntou ligeiramente apreensivo.

- “Humrum. Um coroa muito, muito brega.” – ela respondeu divertida fazendo uma careta. – “Mas e daí?”

- “E daí que tem alguma droga acontecendo aqui agora mesmo!” – ele se pôs de frente pra Gina, que estava deveras confusa. – “Aquele é Philipe Burnhill, ao lado dele está o Burnhill filho.”

- “Ahh... É o filho? Logo se nota... Igualmente brega! Mas o quê que tem??”

Draco virou os olhos.

- “Você nunca ouviu falar deles?” – ele indagou desacreditado, Gina balançou negativamente a cabeça. – “Tudo bem... Esses caras são bem conhecidos na Ásia, definitivamente não são boa gente e se eles estão com o Masaccio isso quer dizer que está acontecendo alguma coisa que possa nos interessar bem aqui, agora!”

- “Você pode ter razão...” – ela abriu a boca abismada. – “Ai, olha só aqueles Fletwood também estão lá! Eles até que são muitos... E parecem estar indo a algum lugar.”

- “Nós vamos também.” – ele disse levantando a sobrancelha. Gina apenas assentiu.

Esperaram alguns segundos até avistarem o grupo saindo pelo corredor que os convidados haviam entrado. Conduzindo Gina como se ela estivesse passando mal Draco acompanhou Indrid Masaccio e sua comitiva que no total tinha oito pessoas. Estavam próximos o suficiente para notar que os dez estavam em um silêncio perturbador, onde apenas os passos ecoavam pelas paredes, algum tempo depois eles pareciam murmurar palavras entre si que se tornaram totalmente incompreensíveis. Em nenhum momento a presença de Draco e Gina parecia ter sido notada. O grupo andava absurdamente rápido, todos no mesmo ritmo. Ao atravessarem uma imensa sala e virarem em um segundo corredor os dois estancaram.

- “Mas que droga...” – Draco resmungou.

- “Onde... Onde estão?”

Não havia mais passos e as dez pessoas estavam totalmente fora da visão dos dois. Draco correu até o fim do corredor chegando ao hall e à saída da casa. Nenhum sinal. De volta ao corredor, Gina olhava a outra esquina.

- “Nada lá fora.”

- “Acha que eles aparataram?” – a ruiva ponderou. Draco sacudiu a cabeça.

- “Teríamos ouvido. Eram muitos.” – ele se virou para uma imensa porta de carvalho e trinco dourado e acenou com a cabeça para Gina.

- “Vigie.” – ela ordenou. Draco se afastou a passou a observá-la do fim do corredor.

A mulher buscou um fino elástico nos bolsos do casaco e com uma ponta encostada à madeira e outra ao ouvido passou alguns segundos concentrada aos sons provenientes do interior da sala atrás da porta.

- “Nada aqui também.” – ela falou para Draco. O loiro correu a alcançado e a puxando pelo antebraço para um canto mais reservado.

- “Ótimo! Eles simplesmente sumiram! Alguma grande droga está acontecendo.” – ele resmungou irritado.

- “Definitivamente sim!”

Draco suspirou e esmurrou a parede olhando em seguida para Gina.

- “Pro carro. Agora.”





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Hermione estava a cerca de cem metros de distância cambaleando para se desviar das poças de água e se equilibrar entre os paralelepípedos quando ele chegou à calçada.

- “Hermione!” – ele gritou agonizando enquanto corria e já diminuindo consideravelmente a distância entre eles. – “Para aí.”

- “Vá se danar!” – a voz dela fez soar um eco na rua vazia.

- “Quer parar, por favor?” – ele já estava ao lado dela. – “Onde você pensa que vai desse jeito?”

- “Eu já disse que vou embora!”

- “Hermione, não seja tão turrona!” – ele tentou pegar o braço dela, Hermione o puxou num reflexo.

- “Não me toque!” – ele levantou as mãos.

- “Tá, não vou te tocar. Mas será que pode pelo menos parar de andar?”

- “Não!”

- “Você não pode simplesmente ir embora assim e abandonar o trabalho, entenda isso!”

Hermione respirou fundo e estancou os passos imediatamente.

- “Um idiota estraga prazeres é o que você é.” – ela resmungou. Harry sorriu.

- “Pode ser. Só que é a verdade. Estamos numa missão, lembra?” – ele baixou o tom de voz.

- “SIM EU LEMBRO!” – ela gritou irritada.

- “Por que você não tenta se acalmar?” – Harry pediu pacientemente.

- “Me “acalmar”? Você quer que eu me ACALME?” – Harry abriu a boca para falar, mas Hermione foi mais rápida. – “Não dá pra me acalmar! Não depois de você ter feito o que fez! Como você ousou me tocar e... Como ousou me beijar?” – perguntou incrédula.

- “Ah! Então esse é o motivo da histeria...” – disse Harry calmamente. – “Eu ter te beijado?”

- “O que mais poderia SER? O fato de você ter se feito de sonso e ter sido absurdamente hipócrita diante do que eu sei perfeitamente que aconteceu no passado e do que a presença da Helena significa? Isso também ajudou sabe?”

- “Como assim do que ela significa? Ela não significa absolutamente nada pra mim!”

- “Oh... Claro! Você obviamente apenas a usou.”

- “Qual é... De que diabos você está falando? Aliás, porque diabos nós estamos falando nela? Vamos parar com isso! No momento o único significado da Helena que deve nos interessar é aquele que diz respeito a ela agora ser esposa de um suspeito.” – falou Harry, de forma sensata. – “Temos que pensar em como a presença dela vai influir na nossa investigação, apenas isso.”

- “Em como vai estragar a nossa investigação, você quer dizer.”

- “Isso só vai acontecer se você continuar tendo essas crises nervosas infantis.”

- “Como é que é?” – ela pasmou. – “Pro seu governo, nada aqui estaria em “crise” se você não tivesse tido a presunção de me tocar intimamente de uma forma totalmente alheia aos nossos interesses profissionais e que definitivamente não estava autorizado!”

- “Tá... Eu... Foi um impulso.” – ele ajustou os óculos olhando para o chão. – “Eu não pensei.”

- “Grande novidade!” – ironizou. Harry gargalhou.

- “Por que se gaba? Você ter me agredido verbal e fisicamente também não é nada racional sabia?”

- “Você mereceu.” – ela falou de imediato.

- “Tudo bem... Você releva o beijo e eu esqueço que você me mordeu, me bateu e quase me estuporou.” – ele enumerou nos dedos e sorriu abertamente ao terminar.

Hermione sentiu uma pontada no peito ao reparar um arranhão na bochecha de Harry provavelmente causado por uma de suas unhas e o sangue coagulado no canto de sua boca que na verdade ela mesma ainda sentia o gosto. Não podia esquecer da vermelhidão no queixo, marca dos dentes. Será que ela estava se tornando alguma espécie de mulher rude e não domesticada ou canibal? Sorriu sem graça e relutantemente.

- “Feito.” – respondeu. Harry a olhou com vitória. – “Mas você... Mereceu.” – concluiu severamente.

- “Se você diz...” – ele deu de ombros levantando a sobrancelha. – “Agora será que podemos voltar pro carro?”

- “Claro.”

Ela começou a dar lentos passos pela calçada, os olhos fixos no chão. Harry ainda ficou parado por alguns segundos sorrindo para si mesmo antes de seguí-la. Em silêncio eles permaneceram até lá, uma fina garoa começou a respingar por isso os dois adentraram no carro, Harry no assento do motorista e Hermione ao seu lado. Ele respirou fundo passando as mãos pelos cabelos, inconscientemente lambeu o lábio agora levemente inchado e dolorido. Hermione notou o movimento e franziu o cenho novamente sendo tomada pelo incômodo sentimento de culpa que logo se tornou em confusão. Isso foi exatamente no momento que sua mente foi bombardeada por reflexões e perguntas sem resposta. Por algum motivo Harry a tinha beijado. Mas... Por quê? E como ela devia se sentir a respeito disso? Tinha feito a coisa certa não tinha? Não... Nisso ela podia ter exagerado um pouco, mas só um pouquinho, afinal não precisava machucá-lo desse modo, precisava? Harry soltou dois altos espirros, e depois de apertar as narinas apalpou delicadamente o local ferido no lábio inferior com a ponta dos dedos, Hermione desistindo de batalhar consigo mesma apanhou a varinha entre as vestes e apontou para ele.

- “Wow...” – ele se afastou assustado. – “Eu não fiz nada!” – disse com voz fanhosa. Hermione virou os olhos sorrindo sem mostrar os dentes.

- “Fica quieto.” – ela segurou o queixo dele. – “Curacis!”


Um fino jato prateado partiu de encontro ao rosto de Harry e imediatamente sua pele avermelhada se regenerou tornando-se homogênea com as adjacências. Ele sorriu abertamente e piscou devagar.

- “Obrigado. De verdade.”

- “Não tem de quê.” – ela passou observar os pingos que escorregavam pelo vidro.

- “Tinha doído pra caramba, sabe?”

- “Esse era o objetivo.”

- “Brilhante, então.” – ele voltou a sorrir. - “Mas, por outro lado, eu sempre tive uma suspeita gritante que hoje você fez o favor de confirmar...”

- “Anh?” – ela perguntou confusa.

- “Eu sempre achei que você tivesse a mão pesada. Hoje, por experiência própria, posso ter a certeza.” – Hermione riu involuntariamente. – “Na verdade, superou todas as expectativas.”

- “Olha só... Se você está querendo que eu peça desculpas...”

- “Não é nada disso. Não precisa se desculpar.” – ele interrompeu. – “Eu te conheço. Sei que se você acha que mereci ser lesionado, nada do que eu diga vai fazer com que você mude de idéia em relação a isso. Então não se preocupe.”

Ela franziu o cenho, preocupada com seu nível de transparência que aparentemente estava alto demais.

- “Mas... Se alguma parte sua implícita e pequeninha apresentar sintomas de arrependimento, saiba que está desculpada.” – ele completou.

- “O mesmo não serve pra você.” – ela falou imediatamente.

- “Mesmo se servisse, arrependimento é o que eu não tenho. Afinal... Eu não tentei te matar.”

Hermione se aconchegou melhor no assento de modo a ficar de frente para ele e passou a analisar cada expressão por mínima que fosse que brotasse no rosto de Harry, ele olhava perdidamente para além do vidro, milhões de pensamentos voltavam a explodir em sua mente.

- “Por quê?” – ela pensou alto com um semblante indecifrável.

- “Por que o quê?” – ele questionou encolhendo os olhos. Hermione cruzou os braços.

- “Por que você voltou?”

Harry continuou a encarando enquanto digeria cada palavra da pergunta que ela havia feito. Era uma pergunta simples, é verdade, não havia muito a se entender, mas por algum motivo ele permaneceu em silêncio segundos e mais segundos, procurando a resposta que Hermione ainda esperava impassível. Ele mirou a chuva do lado de fora e novamente os olhos dela. Como era possível que não tivesse a resposta? Como era possível não saber porquê tinha voltado? Abriu a boca para dizer qualquer coisa que o livrasse do olhar estático de Hermione, mas naquele instante, batidas estridentes soaram no vidro atrás de sua cabeça. Os dois, por reflexo, romperam o contato visual mirando do lado de fora do carro Draco e Ginny sob a neblina. Ao mesmo tempo eles saltaram e se aproximaram dos parceiros.

- “Precisamos conversar.” – Draco falou entredentes.

- “Realmente precisamos.” – Gina reforçou.

- “Mas não aqui.” – completou o loiro.

- “Vamos sair. Entrem no carro.” – Harry disse disfarçadamente antes de tomar novamente o lugar de motorista.

Hermione e Gina sentaram juntas no banco de trás e os quatro permaneceram num silêncio incômodo até que estivessem a alguns quarteirões de distância da Mansão Fallade.

- “Quem é Lena Masaccio?” – Gina cochichou para Hermione.

- “Você nem vai acreditar.” – ela encontrou o olhar de Harry no espelho retrovisor e o encarou por alguns segundos até voltar-se para Ginny. – “Lembra que te falei da Helena?”

- “Humrum.” – Gina confirmou, Hermione apenas levantou a sobrancelha. – “O quê? Não me diga que...”

- “Não digo, mas é isso mesmo que você está imaginando.” – ela fechou a cara e passou a mirar a rua.

Na altura da metade do percurso Harry parou o carro e tirando o cinto se voltou para os colegas.

- “Antes de tudo. Quem é Lena Masaccio?” – Draco foi o primeiro a falar.

Harry abriu a boca para responder mais Hermione foi mais rápida.

- “Helena O’connor, uma velha amiga do Harry. Se quiser saber mais sobre ela pergunte a ele, afinal de contas, os dois eram bem íntimos, se é que ainda não são!” – destilou.

- “Como é que é?” – Harry disse incrédulo se voltando para Draco. – “Ela apenas foi minha vizinha por alguns meses e nós não somos e nem nunca fomos... Íntimos!”

- “Eu não acreditaria nele se fosse você.” – Hermione falou com um sorriso irônico.

- “O que tem de errado com você?” – Harry perguntou a ela. Hermione apenas deu de ombros. – “Você realmente parece ter múltiplas personalidades. Deveria consultar um especialista sabia?”

- “É mesmo? E você parece ter perda de memória para fatos não tão recentes, também há especialistas pra isso sabia?”

- “Mas será que vocês dois podem deixar os seus probleminhas amorosos de lado por um instante, por favor?” – Draco pediu irritado.

- “O quê?” – os dois falaram ao mesmo tempo.

- “Não viaja! Não há nenhum problema amoroso aqui querido!” – Hermione protestou.

- “Ah não? Então que tal tratarmos do assunto pelo qual estamos nesse país?” – ele falou severo.

- “Tenho que concordar com ele.” – Gina disse num lamento.

- “Então... Posso contar com a colaboração de vocês?” – Hermione assentiu com um gesto nas mãos, Draco se voltou para Harry. – “E com a sua? Menino de ouro?”

- “Oh Merda... Você é muito insuportável sabia?” – Harry retrucou com desdém.

- “Ah... Você também é!” – Hermione o acusou.

- “Idem.” – ele disse afobado.

- “Ok, ok...” - Gina interrompeu sorrindo. – “Muito obrigada, parece que eu sou a única não-insuportável por aqui!”

- “Quem disse?” – Draco desafiou. Gina desfez lentamente o sorriso.

- “Sabe... O Harry está certo.” – a ruiva destilou.

- “Obrigado.”

- “Ah que ótimo!” – Draco gargalhou. – “Somos todos insuportáveis, parabéns para nós! Mas será que agora podemos falar sobre os Masaccio? Pode ser ou tá difícil?”

- “Por favor.” – Hermione pediu impaciente.

- “Muito bem... Antes de achar um jeito dos dois “pombinhos” não perderem o disfarce...” – Draco continuou, Hermione apenas virou os olhos. –“... Quero comunicar que está havendo algum tipo de reunião de cúpula na festa, que sem dúvida nenhuma tem ligação com as cópias.”

- “É mesmo?” – Harry disse incrédulo. –“E posso saber então o que vocês dois estão fazendo aqui??”

- “Estamos aqui, porque...” – o loiro explicou, mas foi interrompido por Gina.

- “Eles conseguiram fugir do nosso controle.”

- “Eles? Eles quem?” – Hermione questionou.

A ruiva respirou fundo e contou em detalhes o que havia acontecido com os Masaccio e seus comparsas.

- “Filhos da mãe!” – Harry exclamou ao término do relato.

- “Tem certeza que eles não aparataram? O som da festa pode ter abafado o barulho...”

- “Não... Estávamos próximos e já era quase a saída da casa, se eles tivessem aparatado nós com certeza teríamos ouvido.” – Draco respondeu. – “Alguma sugestão para o momento?”

- “Talvez devêssemos achar a localização dos Burnhill na cidade, e recomeçar com isso amanhã.” – Hermione sugeriu. – “O que acham?”

- “Por mim tudo bem.” – Gina deu de ombros.

- “Por mim também.” – Harry falou. – “Não conseguiremos mais nada hoje, de qualquer forma.”

- “Ótimo. Então liga esse negócio aí e vamos pro hotel.”

Harry deu partida no carro e recomeçou o percurso de volta para o centro da cidade. Olhou por várias vezes para o espelho retrovisor, mas Hermione tinha a vista perdida pelas alamedas que brilhavam pela água que caíra. Já pela metade do caminho, Draco voltou a falar.

- “Isso tudo é maior do que imaginávamos, afinal, os Burnhill não mudam de continente por pouca coisa.” – Disse o loiro segurando o queixo.

- “Reconheceu algum dos outros?”

- “Não... Mas curiosamente, além dos Fletwood e dos Burnhill, todos parecem bem jovens.”

- “Interessante.” – Harry parou no sinal fechado. Um cruzamento estreito e deserto onde ambos os lados da rua eram tomados por ilustres construções.

- “Por que parou?”

- “O sinal está fechado, Malfoy.” – ele disse entediado.

- “Sim... Mas está tarde, você não é obrigado a parar.”

- “Sabe... Não só os trouxas morrem em acidentes...”

- “Deixa de drama. Não está vindo ninguém, nem de um lado, nem de outro.” – Draco falou sorrindo.

- “Será que dá pra não discutir por isso?” – Gina pediu. – “A sua voz me dá dor de cabeça, Malfoy!”

- “A mim também, mas não a sua, Malfoy.” – Hermione completou.

Harry foi impedido de responder pelo sinal que abriu, mas antes que ele pudesse acelerar duas grandes pickups passaram em sua frente fazendo respingar água no pára-brisa com a velocidade.

- “Só você é babaca mesmo de parar no sinal às duas da manhã, Potter.” – Draco zombou em seguida desfazendo o sorriso lentamente.

Harry imediatamente teve um sobressalto e não respondeu o loiro, mas se virou para o encarar. Gina e Hermione haviam desencostado do banco.

- “Sentiram isso?” – Harry perguntou num murmúrio tenebroso. Os três assentiram com um movimento de cabeça.

O cajado detector de magia no bolso de seu paletó vibrava fortemente e parecia morno. Ele desligou a chave e imediatamente saltou do carro sendo seguido por seus colegas. Reuniram-se na calçada esquerda da rua.

- “Está aqui em algum lugar.” – Harry sussurrou. Hermione caminhou até a esquina do cruzamento observando todos os lados.

- “Mas não tem nada aqui. Está tudo deserto!” – Draco exclamou.

- “Nem tudo.” – a voz de Hermione ecoou nas costas do grupo que instantaneamente se virou na sua direção. A mulher estava parada observando um ponto adiante. – “Venham aqui agora!” – ela ordenou entredentes, os outros obedeceram.

Harry estancou ao lado de Hermione. Ele não havia notado quando estava no carro mas numa espécie de travessa daquela rua havia uma notória placa luminosa sob uma das edificações.

- “Omnes?” – Gina leu o letreiro.- “Que lugar é esse?”

- “Parece um club ou algo assim.” – Hermione disse.

- “Deve estar aí.” – disse Draco.

- “Vamos lá então!” – Gina comemorou já andando em direção à boate.

- “Alto aí Weasley.” – a ruiva parou cruzando os braços pra ele. – “Eu e o Potter vamos, vocês duas ficam aqui fora guardando.”

- “Por quê? Isso é injusto!” – Gina protestou. – “Eu quero ir, o lugar parece legal.”

- “Ah você quer ir porque parece legal?” – ele perguntou zombeteiro, Gina assentiu. – “Esqueça, você e a Hermione ficam aqui.”

- “Já disse que quero ir!” – ela falou raivosa. – “Você fica com o Harry.”

- “Não, eu vou entrar.”

- “Está bem. Vão vocês dois.” – Harry interrompeu dando de ombros. – “Fico aqui com ela.”

- “Não.” – Hermione negou de imediato. – “Pode ir junto, eu guardo a entrada sozinha.”

- “Não dêem ouvidos a ela.” – Harry encolheu os olhos para Draco e Gina. – “Vão logo, eu fico.” – concluiu decidido.

- “Beleza!” – Gina deu as costas e caminhou para a entrada. Draco ainda relutante a seguiu resmungando qualquer coisa impossível de se entender.

Hermione respirou fundo e sem olhar para Harry se dirigiu para a travessa onde estava a entrada do club.

- “Eu vou...” – Harry gritou para ela. – “Tirar o carro da rua.”

Hermione não acenou ou respondeu, continuou andando.





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- “Posso saber como você pretende entrar aí mulher?” – Draco perguntou no encalço de Gina ao subir a escada que dava acesso à entrada.

- “Pagando o ingresso é óbvio.”

- “Com dinheiro?” – ele ponderou. Gina o encarou incrédula.

- “Com o meu corpo é que não vai ser.”

- “Você por acaso tem dinheiro?” – ele pôs as mãos nos bolsos parando no alto da escada.

Gina virou os olhos e ignorou o comentário de Draco. Dirigiu-se até a bilheteria e voltou em menos de um minuto levando um cartão de encontro ao peito dele.

- “Tenta entrar com isso que vai ser mais fácil.” – ela falou com ironia e já passando pela catraca.

- “Hey... Espera!”

Draco correu até onde ela havia entrado e irrompeu no lugar após atravessar longo corredor de paredes escarlates. Em alguns segundos estava ao lado de Gina entrando por uma espécie de porta giratória e chegando ao interior do local. Tratava-se de uma danceteria que estava toda À meia luz. A decoração oscilava entre vários tons de rubro e a maior concentração de pessoas estava na pista de dança, a música que ecoava era eletrônica e ensurdeceu Draco. Gina, ao contrário, sorria já se balançando ao ritmo do som.

- “Que barulho insuportável!” – o loiro reclamou.

- “Eu estava certa! Esse lugar é mesmo legal...” – ela caminhou por entre algumas mesas chegando ao bar.

- “ Sangria ”? – o barman de cabelos e olhos negros indagou com um sensual sotaque italiano ao avistar Ginny e lhe passou um cálice também cheio de bebida de cor rubra.

- “Claro!” – Ginny aceitou com empolgação entregando o mesmo cartão que havia pegado na bilheteria para o belo homem.

- “Não é necessárrio.” – ele a deteve. – “Sanngria hoje é por conta da casa... Homenagem ao convidado de honnra.” – ele apontou para o camarote que também se encontrava na penumbra. Gina encolheu os olhos, mas apenas enxergou vultos.

- “Quem é?” – ela perguntou fazendo uma careta.

- “Hamilton Martinez.” – o homem respondeu apoiando-se os antebraços no balcão e ficando mais próximo de Ginny. – “Anmigo dos proprietários”.

Ginny sorriu e aproximou os lábio do ouvido do moreno.

- “Vamos agradecer ao senhor Martinez pela Sangria então...” – ela sussurrou. – “Mas os proprietários... Por acaso... Quem são?”

O barman abriu a boca para responder, mas naquele momento Draco puxou Gina pelo braço.

- “Você não veio aqui para beber e muito menos para flertar com o garçom.” – ele rosnou roxo de raiva.

- “Ah, com licença, está vendo aqueles rapazes fardados ali?” – ela apontou para dois homens com bandejas entre as mesas. – “Eles são garçons, não o rapaz do balcão, ele nós chamamos de barman!”

- “Tanto faz.” – Ele apertou mais o braço da ruiva. – “Você entendeu o recado.”

Gina gargalhou.

- “Sem álcool e sem flerte? Entendi sim. Afinal, por que se incomoda?” - ela indagou com os olhos brilhantes.

- “Porque... Não viemos aqui para isso.” – explicou Draco. Gina se afastou do bar trazendo o loiro consigo.

- “Primeiramente...” – ela apontou o indicador para ele. – “Eu não estava flertando com o barman e se você não tivesse interrompido provavelmente agora eu saberia o nome dos proprietários desse lugar e também porque eles têm um convidado de honra esta noite, chamado Hamilton Martinez.”

- “Eles têm um convidado de honra? Onde?” – ele olhou em volta.

- “Agora você quer saber não é?” – ela falou irônica.

- “Por favor.” – ele disse entediado.

- “Então escuta só essa...” – Gina aumentou o tom de voz. – “DESCUBRA SOZINHO, MALFOY!”

Ela deu as costas para Draco, mas quase esbarrou com um homem de meia idade parado agora em sua frente que usava uma barba extremamente chamativa e tinha em mãos um cálice de Sangria. Era Holt Fletwood.

- “A Senhorita disse Malfoy?” – Holt indagou num inglês perfeito.

- “E-eu... Eu...” – Gina piscou os olhos várias vezes buscando palavras, mas, o homem passou a mirar Draco com atenção.

- “Com certeza falou Malfoy sim...” – ele disse refletindo ao analisar Draco. – “Você é o garoto Malfoy. Não é?”

- “Senhor... Eu acho que está confun...” – Gina começou, mas Draco pôs-se a seu lado e segurou-lhe o braço.

- “Draco Malfoy”. – disse Draco com voz imponente. – “Sou eu”.

Holt gargalhou com alegria.

- “Mas que inacreditável! Estou cara a cara com o filho de Lucius Malfoy!”

- “Sim... Mas e o senhor, quem é?” – Draco perguntou ainda impassível, o braço enlaçado no de Gina.

- “Ah... Claro!” – Holt teve um sobressalto. – “Desculpe, é claro que não se lembra de mim, você era muito pequeno... Meu nome é Holt Fletwood. Sou um velho conhecido do seu falecido pai.” – ele estendeu a mão de encontro a de Draco.

- “Holt Fletwood?” – Draco apertou a mão de Holt. – “É claro que me lembro de você... E de sua esposa. Frida o nome dela, não?”

Holt voltou a rir. Gina cresceu os olhos.

- “Realmente se lembra de nós! Como é possível?”

- “Como é possível esquecer aqueles que estavam ao lado de meu pai nos momentos em que ele precisou?” – Holt mirou Draco com admiração. – “Sempre ouvi ótimos comentários a respeito de sua lealdade Sr. Fletwood. Os Malfoy não esquecerão isso.”

- “Fico felicíssimo de saber que Lucius me teceu comentários positivos...” – disse Holt em tom calmo e doloroso.

- “Muito positivos, na verdade senhor.”

- “É uma honra, uma honra”. – Gina notou os olhos de Holt brilharem. – “Mas... Quem é esta linda moça?”

- “Ah! Esta é minha esposa” – disse Draco com um sorriso de satisfação. – “Christina...” – ele refletiu. – “Christina Strathaquhin”.

Holt teve uma súbita mudança de expressão. Gina sorriu para ele, ainda não estava em condições de falar nada.

- “Oh! Muito prazer em conhecê-la” – ele tocou a costa da mão de Ginny com a ponta dos lábios e voltou a olhar Draco. – “O Senhor teve muita sorte Sr. Malfoy!A última dos Strathaquhin!”

- “Sem dúvida.” – o loiro levantou a sobrancelha. – “Estamos de férias, na Itália.”

- “Mesmo? E onde se hospedaram?”

- “Chegamos hoje, vamos passar a noite no Cavour, não sei se conhece é um Hotel trouxa.” – Draco explicou.

- “Claro que conheço! Coincidentemente eu e Frida também nos hospedamos lá, mas sairemos amanhã, para instalações mais...” – ele fez uma careta. –“... À altura da nossa classe... Bruxa.”

- “Hum... Está totalmente certo. Hospedar-se como trouxa é quase uma humilhação! Começarei a procurar o mais rápido possível um local, também a nossa altura.”

- “Talvez nem seja necessário procurar Sr. Malfoy...” – disse Holt refletindo. Draco o olhou interrogativo. – “Eu, Frida, e alguns outros bruxos, iremos amanhã para sem dúvida o melhor local para receber bruxos nesse país. Tenho certeza que um Malfoy seria muito bem-vindo caso se juntasse a nós.” – concluiu sorrindo.

- “Isso realmente me interessa Sr. Fletwood. Mas que lugar seria esse?”

- “Um resort! Moderníssimo, recém inaugurado e que no momento está especialmente preparado para receber magos...” – disse Holt. – “Bruxos muito ilustres estão aqui comigo... Somos oito no momento, amanhã chegará o nono, mas não estamos na Itália ou muito menos neste resort de férias como o Senhor...”

- “Trabalho?”

- “Precisamente. Mas não é um simples trabalho... Trata-se de um grande, um grande lance. Lucius adoraria ver isso!”

- “Cada vez me interesso mais por esse assunto Sr. Fletwood!” – disse Draco sorrindo, Gina sorriu também o acompanhando.

- “Ah... Sr Malfoy... Terei todo prazer em relatar a um Malfoy a jogada que vai abalar as estruturas do mundo bruxo e dar muita, muita dor de cabeça para esses bruxos imundos que não honram a nossa classe.” – Holt falou com escárnio.

- “Isso parece ótimo.”

O homem consultou o relógio.

- “Ah... Mas é realmente ótimo... – Holt tocou os ombros de Draco. – “Seria melhor ainda se pudéssemos contar com a sua colaboração Sr. Malfoy, tenho certeza que o trabalho lhe interessaria...”

- “Seria um prazer” – Draco sorriu.

- “Venha comigo”.

Holt conduziu Draco e Gina por entre as pessoas chegando À escada que levava ao camarote. Eles percorreram as escadas até chegarem ao andar de cima, onde, em um imenso estofado rubro circular reuniam-se algumas pessoas que de imediato encararam os três.

- “Senhores...” – Holt chamou a atenção do grupo. – “Acabei de encontrar um velho conhecido... Convidei-o a juntar-se a nós e ele felizmente aceitou. Este... É Draco Malfoy.”

- “Boa noite.” – os outros responderam uníssonos ao cumprimento de Draco.

- “Bem... Estes são, Hamilton Martinez, Philipe Burnhill...” – ele apontava com o indicador.- “...Philipe Burnhill filho, Frances Moore, Guillemine Vaultier, Grace Guthrie, e Frida, você já conhece.”

- “É um prazer conhecê-los. Esta é minha esposa, Christina Strathaquhin.” – todos cresceram os olhos responderam com um aceno de cabeça.

- “Seja bem vindo, Sr. Malfoy.” – Hamilton o cumprimentou com um evidente sotaque latino. O homem era jovem, alvo, cabelos castanhos e tinha longas costeletas. – “Ouvi muito sobre seu pai. É bom tê-lo conosco.”

Draco sorriu elegantemente em resposta.

- “Levarei o Sr. Malfoy e sua esposa comigo e Frida amanhã para o Madama. E o show começará!” – ele voltou a consultar o relógio e todos os outros pareceram fazer o mesmo. Draco olhou para Gina com cumplicidade.

- “Será muito bom.” – Hamilton completou com um meio sorriso. – “Creio que é chegada a hora.”

Dito isso todos os outros se levantaram ao mesmo tempo e voltaram a acenar para Draco enquanto se retiravam.

- “Nos veremos em breve Sr. Malfoy.” – ele disse com voz calma e fazendo uma breve referência para o loiro. – “Senhora...” – Hamilton tocou de leve com os lábios a mão de Gina antes de sair.

- “Posso contar então com a sua presença e a de sua linda esposa, é claro, no resort amanhã?” – Holt ponderou quando os outros já desciam as escadas.

- “Com toda certeza! Nos encontramos pela manhã, no café da manhã do hotel?”

- “Perfeito!” – o homem bateu palmas. – “Bem... Bem... Agora eu tenho que ir... Está na hora, bem na hora! Foi um imenso prazer encontrá-lo Sr. Malfoy.”

Draco novamente cumprimentou Holt antes que ele saísse para se juntar às outras pessoas. Gina esperou alguns segundos até estar certa que não havia mais ninguém por perto para olhar apreensiva para Draco.

- “Mas que droga toda foi essa?” – ela rangeu – “Você está maluco!!?? Como você se entrega desse jeito a essas pessoas??”

- “O que você queria que eu fizesse depois que uma ruivinha esperta gritou meu nome verdadeiro em pleno salão??” – Draco retrucou irritado.

- “Que negasse, que saísse, que dançasse tango! Qualquer coisa menos que revelasse a nossa identidade!”

- “Negar? Ah tá bom, muito simples né? Seria simples tirando um pequenino detalhe: Ele dificilmente se convenceria que eu não era o filho de Lucius... E outra coisa... Eu não revelei a nossa identidade, só revelei a minha!”

- “Brilhante Malfoy.” – zombou a mulher. – “Isso lá é verdade, afinal de contas você fez o favor de me criar uma nova identidade! Brilhante mesmo! O que deu em você para me chamar de Strathaquhin? Corrija-me se estiver errada... Não é Crocker que está escrito no meu passaporte? E se você ficou com o seu nome original por que eu também não fico com o meu?”

- “Mas será que você não pensa? Você é minha esposa, Strathaquhin é uma tradicional família bruxa original de Aberdeen, que só tem uma herdeira por acaso chamada Christina, por isso te nomeei assim. Era necessário. O filho de Lucius Malfoy que ele conhece jamais se casaria com uma trouxa e muito menos com uma Weasley!”

- “Ah não?” – Gina falou visivelmente indignada. – “E o que tem de errado em se casar com uma Weasley??”

- “Mulher, por favor.” – Draco falou entediado. – “É tão difícil assim de entender que a família Malfoy pela concepção de Lucius Malfoy não se uniria a uma família que foi aliada de Dumbledore contra a Lord das Trevas?”

- “Você certamente concorda com ele.” – Gina resmungou com os braços cruzados. Draco respirou fundo.

- “Não Ginny. Eu não concordo. Mas obviamente isso não faz a menor diferença para você.” – Draco disse com naturalidade.

- “Você que diz.” – ela voltou a resmungar.

- “É! Mas baseado em quê?” – ele disse irônico.

- “Não sei. Em quê?” – Gina indagou desentendida.

- “No modo estúpido com que você me trata, talvez.”

- “Não seja tão dramático”.

- “Ah, até parece!”

- “Eu só quero saber como você vai consertar essa merda que acabou de fazer”. – Gina falou baixando o tom de voz. Draco se esforçou para escutá-la em meio à música alta. – “Uma dúzia de bruxos criminosos sabe que você está aqui. Imagina o que vai ser feito de você quando descobrirem que é um espião e que quer sabotar o magnífico plano de destruição deles.”

- “Vai dar tudo certo.” – ele retrucou com tranqüilidade. – “Eles não vão descobrir nada até estarem em Azkaban.”

Gina gargalhou.

- “Você é mesmo muito otimista. Por acaso está realmente pensando em se filtrar entre eles naquela droga de resort?”

- “Estou sim. E não vou sozinho, sabe? Eles esperam que eu leve minha esposa!”

Gina cobriu os olhos com as mãos.

- “Isso é totalmente ridículo!” – ela falou revoltada.

- “Na verdade eu acho que é um plano perfeito!”

- “Ah você acha? Então por que você não pega esse seu plano perfeito e...”

- “Shhh... Por favor, não prossiga! Eu não estaria preparado para o que se seguiria nessa seqüência de palavras...”

Gina bufou mexendo nos cabelos quando Draco abriu os braços se concentrando.

- “Está notando”? – ele ponderou tocando o bolso da calça. – “Está ficando mais fraco.”

- “Ehr...” – a mulher sentiu a vibração em sua bolsa se tornar menos constante. – “Por que não vamos atrás deles”?

- “Tá louca? Não precisamos fazer isso. Esses documentos serão postos em nossas mãos sem que precisemos fazer quaisquer perseguições homéricas.” – ele explicou com paciência. – “Vamos encontrar o Potter e a Granger.”





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Quando Harry retornou Hermione estava recostada em um carro estacionado exatamente diante da Omnes batendo nervosamente o pé no chão.

- “Coloquei nosso carro aqui do lado.”

Ela sequer se deu ao trabalho de olhá-lo, apenas soltou o restante do cabelo que estava preso de forma desajeitada no coque. Harry respirou fundo.

- “Qual o seu problema, afinal?” – ele perguntou cansado. – “Num minuto você me bate, em outro você me cura e depois me trata como se eu não existisse? O que está havendo?” – ela não respondeu. – “Tá não responda se realmente quiser continuar me ignorando. Eu só gostaria de entender o que você tem.”

- “Ah claro... Típico!” – ela falou agora o mirando. – “É sempre assim, sempre foi assim! O problema é sempre comigo e nunca com você, não é mesmo?”

- “Não foi o que eu quis dizer.” – ele cobriu levou as mãos aos olhos e os esfregou.

- “Mas foi o que disse.”

- “Ok... Se é assim o que eu fiz de errado então?”

Hermione sacudiu lentamente a cabeça olhando para o lado e cruzando os braços.

- “Tudo.” – ela se desencostou do vidro e começou a andar devagar de um lado para outro na calçada.

Harry refletiu por alguns segundos observando as próprias mãos cruzadas sobre o capô.

- “Tudo?” – ele perguntou virando para Hermione. Ela estava de costas e assim permaneceu. Harry respirou fundo. – “Nós... Talvez... Devêssemos falar sobre isso.”

- “Devemos vigiar a porta agora, mais nada.” – ela respondeu secamente.

Harry sorriu sem graça.

- “Claro, está certa. Mas numa hora apropriada acha que podemos?” – ele pôs as mãos nos bolsos.

- “Sinceramente?” – ela encolheu os olhos e se aconchegou melhor sob o casaco. - “Não vejo a menor necessidade.”

- “Não sei se entendeu, mas eu não perguntei se você tinha necessidade de falar sobre isso, perguntei se poderemos esclarecer algumas coisas depois, quando...”

- “Não.” – ela interrompeu impassível. Harry piscou lentamente.

- “Ah... Tá.” – disse sem alegria. – “Por que você insiste em dificultar as coisas para nós?”

Hermione virou-se e o encarou com um olhar de: “Você só pode estar de sacanagem comigo”. Mas, de forma inesperada sorriu charmosamente para ele.

- “Algum dia eu teria que dar meu showzinho pessoal. Ou achava que esse era um privilégio somente seu?” – ela disse calmamente com uma expressão de pena. Harry balbuciou confuso. – “Ah! Você achava mesmo isso.” – terminou num lamento. Harry sorriu.

- “Isso é algum tipo de vingança?” – ele perguntou encolhendo os olhos.

Hermione gargalhou.

- “Por favor, Harry... Por que eu faria isso?” – Harry notou um tom ofensivo de ironia nela e suspirou. – “Que motivos eu teria para me vingar de você? Você mesmo disse que nunca tentou me matar... O que mais poderia despertar vingança?”

- “Tenho certeza que provavelmente você acha que tem motivos.” – Harry falou resignado. – “Eu até entendo.”

- “Ah você entende? Isso é interessante, sabe? Por que em nenhum momento a palavra vingança passou pela minha mente. No entanto passou pela sua. Isso quer dizer que você é perfeitamente ciente do que fez de errado. É exatamente por isso que não temos absolutamente nada para falar nem agora, nem depois.” – disse Hermione o mirando fixamente.

Harry massageou os olhos e caminhou até ficar de frente para Hermione.

- “Está enganada.” – ele falou num murmúrio.

- “Besteira.” – Hermione retrucou com desdém voltando a caminhar dando voltas pela rua.

Ela parou diante do beco que dava para a lateral da . Olhou de lado e viu que Harry estava extremamente sério encostado no carro mirando a rua principal, então se aproximou pondo-se a seu lado.

- “É melhor assim.” – ela disse quase num resmungo.

Harry sacudiu lentamente a cabeça.

- “Você está muito enganada mesmo.”

- “Você que está”.

- “Não... Você”.

- “Você”

- “Você e ponto.”

- “Você em dobro.”

- “Você... Ao cubo”.

- “Você fatorial.”

- “Você vezes infinito.” – ele disse muito sério. Hermione expirou pesadamente. – “Ganhei”.

- “Idiota.”

- “Teimosa”.

- “Só quando tenho razão”.

- “Quando acha que tem”.

- “Felizmente na maioria das vezes que eu acho também estou certa. Por favor, não me faça citar exemplos. Seria bem constrangedor para você.” – ela falou com o nariz empinado. Harry sorriu sem graça.

- “Eu sei que não preciso dizer isso, porque tenho certeza que você me conhece o suficiente para já saber, mesmo assim lá vai: Eu não vou desistir.” – Harry disse em tom baixo.

Hermione sorriu sem mostrar os dentes.

- “Não faz diferença!” – concluiu.

Ela voltou a se virar, mas colidiu fortemente com Draco que estava em seu encalço. O loiro parou com Gina a seu lado cruzou os braços e soltou um longo suspiro.

- “Teremos um dia bem longo amanhã.”





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No próximo capítulo...


Os dois lado a lado, literalmente, na madrugada, por uma causa muito nobre que nem o orgulho de Hermione poderia superar. E ainda... Um lastimável mal entendido assola a noite no Cavour, no entanto, há males que vem para o bem.





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N/A(2) – Aí está o final... Eu sei que esse cap ficou meio confuso, mas o próximo será mais preciso, eu prometo! Bjus!


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