Conhecendo Lucy Müller



Capítulo V
Conhecendo Lucy Müller


Constatando estarem a algum tempo emendado um beijo no outro, Rony e Hermione decidiram ir para os seus quartos. Assim que subiram as escadas e viraram pelo corredor se depararam com um outro casal bastante intertido. A empolgação deles era tanta que sequer notaram quando os amigos chegaram. O braço de Harry estava um pouco abaixo da cintura de Gina e este foi um motivo suficiente para deixar Hermione vermelha de vergonha por presenciar um momento como este. Rony também estava vermelho. Mas de raiva. Era assim que Harry retribuía a amizade do ruivo? Amassando sua irmã debaixo dos narizes de todos? Irritado com a situação, ele esqueceu que há poucos instantes fazia o mesmo. Soltou o braço de Hermione que estava apoiado no seu, dirigiu-se até o amigo e puxando pelo braço o conduziu para o quarto.

- Ai! O que é isso?

- Vamos Harry. Está na hora de irmos dormir.

- Calma Rony!! Assim você vai quebrar o braço do Harry!! - Espantada Gina buscava uma resposta - Hermione?

- O quê? - Hermione agora sorria.

- Do que está rindo?

- De nada.... de nada. - Balançando a cabeça continuou indicando a porta do quarto. - Bem, vamos?

Assim que entraram notaram a nova cama e sobre ela alguns pertences de Lucy. Ela estava em pé próxima à janela olhando fixamente para um ponto ao longe. A distração era tanta que mesmo com o barulho feito pelas garotas, ela não desviou o olhar do seu alvo. Só o fez quando Gina bateu a perna em um móvel e reclamou alto da dor que sentia.

- Se machucou?

- Não. Só está doendo um pouco, mas já vai passar. Seja bem vinda ao nosso pequeno canto.

- Obrigada.. .- Sem graça continuou. - Como o outro quarto estava muito bagunçado a sua mãe resolveu colocar outra cama aqui. Prometo que é só por hoje.

- Não tem problema. Quando eu disse que era pequeno foi só uma forma de dizer que era humilde.

- É. Não nos incomodamos com a sua presença. Pode dormir conosco quando quiser.


- Obrigada. - Voltando a olhar pela janela encerrou o assunto.

Ela já estava pronta para dormir e como a noite estava quente, o seu pijama consistia em short e regata azul claro deixando suas pernas e braços a mostra. Os cabelos compridos e cacheados estavam soltos e tinham grampos prendendo a franja para trás. As garotas se trocaram enquanto ela colocava suas coisas ao lado da cama.

- Vocês estão com sono?

- Não Gina. Por que?

- Ah! Queria conversar!

A jovem alta franziu a testa como que pressentindo que o assunto a ser tratado seria ela. Sem querer cortar a empolgação da garota, deu de ombros e entrou na conversa.

- Sobre o quê quer conversar?

- Bom, já que perguntou... gostaria de saber algumas coisas sobre você. Quero dizer... sobre o que faz? Onde mora? Sua infância? Sua vida amorosa...

- Gina! - Hermione a repreendeu - Você não acha que está sendo intrusa, não? Francamente.

- Não se preocupe. É Hermione o seu nome, não é? - A garota confirmou - Deve ser esquisito para vocês terem uma estranha dormindo no mesmo quarto.

- Mas isso não nos dá o direito de pressionar alguém a falar.

- Credo Hermione. Me magoou viu!!! - Fazendo cara de deboche Gina colocou a mão no peito fingindo ter recebido uma apunhalada.

A encenação de Gina fez todas rirem. Envolvida por este clima de descontração Lucy contou a elas muitas das coisas que queriam saber. Sua mãe era uma bruxa formidável. Tinha estudado em Hogwarts pela casa de Grifinória e dentre os seus melhores amigos um se destacava por ser como um irmão. Era na casa dele que muitas vezes passava as férias e onde encontrou o seu grande amor. A família Müller era composta pelos patriarcas Allegra e Edward e por três filhos: Teodore, Anthony e Sophie. Destes apenas Teodore era bruxo. E a paixão surgiu justamente pelo trouxa Anthony.

- Então você é mestiça?

- Arã. Pela família do meu pai só tenho um tio e uma prima bruxos. Todo o restante é trouxa.

- E essa sua prima estuda em Hogwarts?

- Não. Ela estudou na Academia de Magia de Beauxbatons. A última vez que a vi, foi quando ocorreu o Torneio Tribruxo. Eu estava no último ano.

Nesse instante todas aparentemente se lembraram do que tinha ocorrido naquele torneio. E imediatamente ela continuou a contar como foi sua trajetória até chegar em Hogwarts. Sua mãe trabalhava no Ministério da Magia na Central de Obliviação. Quando casou com Anthony optou ter uma vida trouxa e por isso Lucy cresceu neste ambiente e se adaptou tão bem. Os pais morreram quando ela tinha apenas três anos e foi criada pela avó. Ainda criança foi surgindo os pequenos sinais de que era uma bruxa. Certa vez, sua tia Sophie a levou para fazer compras. Como não estava se divertindo, ela desejou intensamente estar em casa e fechou os olhos. Quando abriu estava no seu quarto. No começou achou estranho, mas depois gostou. A tia preocupadíssima ligou para a avó Allegra avisando do sumiço. Na mesma hora a garota abriu a porta do quarto e foi até a sala avisar que estava brincando com suas bonecas. A avó boquiaberta se perguntava como ela tinha chego em casa e se surpreendeu quando a garotinha explicou o acontecido.

- Você aparatou! Isso é...possível? Que idade tinha?

- Devia ter em torno de uns seis anos. Claro que o Ministério me localizou na mesma hora. Imagina! Era menor e a idade inicial para os treinos estava muito longe. Dali em diante todos os meus passos começaram a ser observados.

- Esta foi a única vez? - Quis saber Hermione.

- O pior é que não. A partir deste dia, todas as vezes que estava em algum lugar que não queria ou em companhia de pessoas chatas, acabava aparatando. Perdi o controle. Então quando entrei em Hogwarts, Dumbledore interveio pedindo para que eu fosse instruída por uma equipe especial do Departamento de Transportes Mágicos antes que algo terrível acontecesse. Não foi fácil, o ministro achava que eu fazia de propósito. Mas depois de ser avaliada pela equipe, constataram que eu tinha uma habilidade muito grande herdada da minha mãe e concordaram com Dumbledore.

- Quais outras habilidades você tem?

- Ah! Não muitas, mas isso é algo que vocês saberão numa outra hora. Vamos dormir?

- Poxa! Agora que a conversa estava ficando boa. Você nem falou dos seus amores...

- Amores? Por que no plural? Tenho cara de namoradeira? – Brincou.

- Não. Mas então por que não quer falar?

Hermione estava pasma com a cara de pau da amiga. Tentava a todo custo fazê-la parar de interrogar a outra. Mas todas as suas tentativas fracassavam. Tanto que a própria interrogada, vencida pela persistência de Gina, acabava respondendo.

- Bom...só tenho um caso que valha a pena mencionar.

- Estamos ouvindo. – Gina estava deitada de bruços, com os cotovelos apoiados sobre a cama e o rosto sobre as mãos.

- Nossa você é curiosa, hein!!! - Respirou fundo e continuou. - Tinha um rapaz na minha rua e a gente... namorou por um tempo.

- E....

- Nós crescemos juntos e estivemos presente um na vida do outro nos momentos mais difíceis... e nos mais divertidos também. Trocávamos confidências...inclusive de paixões por outras pessoas. Freqüentávamos a mesma escola. A única coisa que nos diferenciava é que eu era uma bruxa e tive que ir para Hogwarts enquanto ele permaneceu na nossa cidade. A despedida foi triste... afinal ficaria meses longe e não estávamos acostumados a isso. Nos correspondíamos com freqüência e todo ano era a mesma coisa... nas férias aproveitamos para matar a saudade. Até que...

- Até que...

- Que em uma das minhas férias ele confessou que estava apaixonado.... foi assustador. Passei metade daquelas férias tentando convencê-lo de que éramos amigos e a outra... derretida nos braços dele.

- Que legal. – Eufórica, Gina bateu palmas.

- É...foi legal...enquanto durou.

A esta altura, Hermione já tinha se aproximado. Estava sentada na cama da amiga abraçando as próprias pernas.

- O que aconteceu depois? – Perguntou ela.

- A gente terminou. Estava com dezesseis anos e...não dava mais pra viver de sonhos. Por mais que eu gostasse dele e quisesse ficar junto...existiam outras coisas que me impediam. Durante muito tempo acreditei que a nossa amizade era prova mais que suficiente de que éramos iguais....mas o tempo foi cruel e me provou o contrário. Ele sabia que havia algo diferente em mim e por mais que eu quisesse dizer o que era, tinha medo de qual seria a reação dele. A família era tradicional e nunca aceitaria...o nosso namoro. Eu precisava me preparar para os NIEM´s e não sobrava muito tempo pra me dedicar a ele...então quando consegui folga em um dos feriados fui visitar minha família. Logo que o vi o coração acelerou. Não me contive e corri ao seu encontro. O beijo foi frio. Quando conversamos, ele me disse qual seria a condição para ficarmos juntos.

Os olhos de Hermione e Gina estavam vidrados na jovem que aparentemente estava triste em revelar aquilo. Então para finalizar ainda perguntaram:

- Qual era a condição?

- Que eu escolhesse entre: ficar com ele ou ficar com os meus segredos. Meu mundo desabou e ali eu percebi que pagaria caro por ser quem eu sou... Minha decisão foi permanecer com os segredos.

- Por que fez isso?

- Por que no mundo em que vivemos é preciso fazer escolhas. Odiaria saber que se tivesse optado pela primeira colocaria a vida dele em risco. E ter que viver com essa culpa... Foi melhor assim.

- Agora chega...e estou falando sério Gina. Acho que já tivemos emoções de mais por hoje não? – E dando um olhar reprovador para a amiga continuou - Boa noite.

- É...você...tem razão.... Boa noite Hermione. Boa noite Lucy.

- Boa noite meninas. – Disse ela pensativa.

***

Já eram duas horas da manhã. As garotas dormiam profundamente, mas Lucy se revirava na cama. A noite estava abafada e sequer tinha água no quarto. Já que o sono não vinha, resolveu descer até a cozinha. Abriu a porta com cuidado, seguiu pelo corredor e desceu as escadas tentando não fazer barulho. O que ela não sabia é que naquela noite, alguém também não conseguia dormir. Empurrou a porta. Pegou um copo no armário com relevos de serpente. Dirigiu-se para a pia e deparou-se com Fred encostado nela. Ele a observava desde que tinha entrado no cômodo.

- Caramba! QUE SUSTO.

- Desculpe. – Foi tudo o que Fred conseguiu dizer. Seus olhos tinham se perdido nas pernas da jovem logo após ter percorrido o resto do corpo.

- Perdeu alguma coisa? - Encabulada a garota tentou demonstrar firmeza na voz.

- Ah?! – Percebendo o mau jeito, desviou o olhar para o lado. – Não...eu...er

- Deixa pra lá. Posso pegar um pouco de água?

- Pode...pode sim...

Lucy engoliu rapidamente o líquido. Encheu o copo novamente e retornou para o quarto. O dia anterior já tinha sido bem complicado e não pretendia que aquele também fosse. Enfiou-se embaixo dos lençóis torcendo para o sono chegar logo. Seu pedido foi realizado. Em minutos estava dormindo.

***

Gente....desculpe pelos capítulos longos. Prometo diminuí-los e lançar novos em breve. Como não tenho recebido comentários, acho que ninguém deve estar ansioso por eles, não é? Se estiver errada, comentem a respeito e se estiver certa também. Por favorrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr.

Bjus




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