Mudanças e reviravoltas



Hermione balançava o copo de whisky que tinha na mão. Não gostava de bebidas alcoólicas. Mas talvez a gravidade da situação pedia uma dose. Sua cabeça doía muito e nenhum remédio poderia afastar a sua dor. Apenas esperava as filhas e o marido chegarem para dar a notícia.

Depois de algum tempo duas meninas entraram radiantes e cheias de sacolas no escritório. O sorriso da mais velha sumiu imediatamente ao ver o copo na mão da mãe:

- O que aconteceu?- perguntou Victoria objetiva. A mãe com a pergunta da filha, apenas suspirou – Alguns dos acordos ministeriais falhou?

- Na verdade não, Vicky. – a mãe respondeu com um sorriso fraco – É pior...pelo menos para mim, mas é muito importante.

- Então o que é?Pelo visto é uma coisa bastante grave, já que tem um copo na mão. – a garota disse firme.

- Só estou esperando o pai de vocês chegar. Quero contar tudo de uma vez. – Hermione falou – Mas onde vocês foram e o que compraram?

- Andamos em algumas lojas em Manhatan. – falou a filha mais nova, Narcisa – Eu comprei uma blusa e alguns livros. Vicky comprou livros e rosquinhas, elas são para você.

- Doces e cheias de gordura. – Victoria disse sorrindo.

- Mas extremamente gostosas, apesar de entupir as artérias. – a mãe riu junto com as filhas. Elas devoraram as rosquinhas ali mesmo.

- Ninguém nunca me espera para comer as rosquinhas. – disse Draco Malfoy encostado na porta num tom divertido.

- Pense pelo lado bom, pelo menos você não vai ficar com as artérias entupidas. – Vicky sorriu com a resposta – Eu não quero você sem barriga tanquinho, afinal aí não vai ter mulher para ter inveja da mamãe.

- Eu sabia que era lindo, mas nem tanto. – o homem disse num tom ainda mais divertido – Mas o que as mulheres de minha vida fizeram nessa tarde?

- Eu e a Vicky fomos a algumas lojas e compramos livros e eu comprei uma blusa para mim. – Narcisa disse orgulhosa – E a mamãe está toda misteriosa...

- Mistério... – o tom divertido abandonou a voz de Draco quando ele viu o olhar da esposa – O que aconteceu Hermione?

- Como sabem a situação no Ministério Americano está perfeita. Mas a situação no Ministério Britânico está um caos. Parece que uma nova força das trevas ainda apoiada nos ideais de Voldemort está aterrorizando o país e o Departamento de Aurores não está dando conta. – a mulher disse calmamente.

- Ou seja, o Potter é um tremendo incompetente. - Draco falo num tom sarcástico, causando surpresa nas filhas.

- Como a França também está passando por conflitos internos e os outros aliados da Inglaterra não são muitos experientes com batalhas, o Ministério Britânico pediu ajuda para nosso Ministério que vai bastante bem.

- E...- Victoria estava bastante curiosa.

- O nosso Ministério aceitou é claro e vai mandar algumas pessoas competentes para Londres para solucionar os problemas.

- E... – Narcisa também não controlava sua ansiedade.

- E eu sou uma dessas pessoas. – a mulher disse suspirando.

- Mas por que você aceitou Hermione? – perguntou Draco com um certo desespero na voz.

- Tonks está gravemente ferida Draco, por tempo indeterminado. – a voz da mulher tinha um fundo de choro – Tudo isso por causa de uma missão mal planejada. Eu preciso ajudar de alguma forma...

- Meninas...vamos nos mudar para Londres. – disse Draco num tom decidido – Parabéns...finalmente conhecerão Hogwarts.

Uma expressão de imensa alegria tomou conta do rosto de Narcisa e Victoria tinha uma expressão de choque. Ainda tentava processar as últimas informações.

- O que tem exatamente a madrinha, mãe? - a garota tentava controlar as diversas emoções que sentia naquele momento.

- Sinceramente, eu não sei direito. Por isso que EU vou para Londres. - Hermione frisou bem o EU – Afinal vocês não precisam mudar a vida de vocês por minha causa.

- Até parece Hermione.- Draco também estava sério – Você é a pessoa mais importante para nós. E não mudaremos tanto a nossa vida. Vicky e Ciça em vez de estudarem em Avalon Academy estudarão em Hogwarts e tenho certeza que elas não se importam com a mudança. O Sr e a Sra Granger ficarão muito felizes.

- O papai tem toda a razão. – defendeu Victoria os argumentos de Draco –Dessa forma, saberemos mais de perto o estado de saúde da madrinha e ficaremos mais perto do vovô e da vovó. E finalmente conhecerei a tão famosa Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.

- Sabia que eu tenho a família mais perfeita do mundo! - Hermione estava realmente emocionada. A família Malfoy se abraçou num abraço coletivo.




Harry Potter deu um forte soco na mesa do Ministro. A situação parecia cada vez pior, ainda mais agora com o grave ferimento de Tonks e a missão muito mal sucedida.

- Você sabe o que é ter que pedir ajuda no Ministério Americano?- o Ministro William Slater estava bastante furioso – O quanto foi difícil convencê-lo a mandar pessoal para cá?

- Isso não era necessário Sr Ministro. - disse Harry num tom de orgulho.


- Eu tenho 35 aurores incompetentes e que a única que deu sinal de competência nesses últimos tempos está entre a vida e a morte com o filho desamparado e tudo isso por SUA culpa, que não sabe coordenar uma missão com sucesso. E agora a nossa credibilidade foi totalmente arrasada.

- Quem você chamou de tão importante no Ministério Americano?

- O Ministro mandou para cá a sua Equipe de Elite. Essa equipe em poucos anos acabou com todos os conflitos diplomáticos e militares nos EUA.É uma da melhores do mundo.

Depois de ouvir a outra parte daquele sermão do Ministro Harry foi para casa. Não agüentava toda a pressão que era posta sobre ele. Tudo os últimos dois anos parecia dar errado. Ele não conseguia coordenar as missões direito. Era melhor nas missões no campo. Remus Lupin que era o Chefe dos Aurores havia sido assassinado num atentado que iniciou o terror no mundo bruxo.


Nos tempos da Segunda Guerra quem comandava as missões era Hermione. Era ela que planejava tudo. Harry se lembrava perfeitamente do dia em que brigaram definitivamente. Foi o pior dia de sua vida.


Aquele dia era para se perfeito. Harry tinha acabado de voltar da Toca e tinha a caixinha na mão. Ia pedir Hermione em casamento. Apesar de serem muito novos, ele tinha a certeza que ela era o amor de sua vida.

A Mansão Black estava vazia. Depois da derrota de Voldemort todos da Ordem foram comemorar com suas famílias. Harry subiu as escadas correndo e entrou no quarto da amada, mas ao abrir a porta teve uma surpresa.

Ela estava deitada na cama, mas não sozinha. Draco Malfoy estava abraçado a ela. E eles não pareciam estar vestindo nada...

- O QUE É ISSO AQUI? – berra Harry com lágrimas de ódio, desprezo, tristeza escorrendo por sua face.

- Não é isso que você está pensando Harry... – tenta defender-se Hermione depois de acordar assustada. Ela também tinha lágrimas nos olhos...

- Nós não sabemos o que estamos fazendo aqui... – falou Draco Mafoy. Harry apenas reuniu forças para dar um soco na cara de Malfoy.

- Eu não sabia que você faria uma coisa dessas comigo... – o tom de desprezo na voz de Harry era visível. Hermione tentou encostar nele, mas foi empurrada. – Só não faço o mesmo com você porque é uma mulher...

- Harry...- a voz da garota estava embargada por causa do choro.

- Toma isto...- Harry jogou a caixa com o anel no chão – Você e ele se merecem...sua VADIA!

Depois disso ele saiu em disparada por Londres. O chamado de Hermione anda ecoava em sua cabeça.



Depois desse dia Harry se envolveu rapidamente com Gina Weasley que se mostrou compreensiva e carinhosa. Nunca mais teve notícias de Hermione ou Draco.

Casou-se rapidamente com Gina depois de descobri sua gravidez. Apesar de não amá-la na época tinha certeza que conseguiria amá-la com o tempo. Ainda mais com o nascimento de um filho. Mas não foi isso exatamente que aconteceu.

Ela não se mostrou uma pessoa carinhosa e compreensiva. Estava exigente e muito esnobe. Harry achou que era efeito da gravidez, porém James nascera e esse comportamento durou até hoje, 14 anos depois.

Não sentia mais nada pela a esposa. Já havia a traído dezenas de vezes. Tinha certeza que ela sabia das constantes traições, mas não parecia se importar. Importava-se apenas com os galeões que tinha para gastar e a posição social que ocupava.

O filho James não se destacava muito...pelo menos não como Harry queria. Não herdara o talento com o quadribol...na verdade tinha até medo de voar. Não era exatamente muito inteligente. Em Hogwarts fora aceito na Grifinória, estava no quinto ano e sem grandes méritos...pelo menos os esperados para o filho do Eleito.

- Cheguei em casa! – Harry anunciou. Foi recebido por Dobby que retirou sua capa e disse:

- A Sra Lilá Weasley e a Sra Potter estão aqui. –disse o elfo – O menino James e a menina Lyra também estão.

Harry adentrou na sala. Gina e Lilá conversavam animadamente. As cumprimentou e subiu para tomar um banho. Não agüentava mais a pressão.




Hermione observava o seu apartamento. Gostava dali. Era um enorme duplex no Upper East Side. Havia escolhido uma mansão em Kensington, Londres, mais perto do Ministério e da casa dos pais dela, apesar de ela e Draco terem uma propriedade em Withshire.

- Como é o clima londrino?Como é o estilo das pessoas de lá?- perguntou Victoria um pouco preocupada - Afinal eu não quero que me achem uma completa esquisita...

- Em nenhum lugar do mundo você vai ser esquisita. – Hermione respondeu rindo – Seu senso de moda é invejável. Aposto que você vai ser extremamente elogiada.

- Que bom então... – Vicky jogou os longos cabelos castanhos para trás – Eu sei que estou parecendo uma perfeita patricinha, mas é que não posso passar uma imagem ruim na sociedade inglesa. Até agora todos os livros que eu li, retratam a sociedade britânica como rígida e cruel. Não quero ser rejeitada.

- Talvez no século XIX ela fosse bastante rígida. Mas agora em pleno século XXI, acredito que as normas sociais tenham mudado. – a mãe respondeu ainda rindo - Além do mais você é uma Malfoy, uma família que tem prestígio demais para um membro dela ser rejeitado. Vai ter inúmeros puxa-sacos.

- Mãe!Que livros eu levo?Posso levar a minha coleção de 235 exemplares? - perguntou Narcisa surgindo na sala.

- Você é quem sabe Ciça... – Hermione respondeu -Eu não acho necessário. Leve os seus preferidos. A biblioteca de Hogwarts tem tantos livros que você nem imagina.

- Vai ser legal ser aluna do Neville. Tenho certeza que ele deve ser um dos professores mais legais. – Victoria disse.

- Com certeza. Hogwarts é muito boa. Vocês conheceram todos os lugares que eu e seu pai tanto descrevemos.

- E que lemos em Hogwarts: Uma história. - completou Ciça.

Narcisa tinha 12 anos e era extremamente parecida com o pai fisicamente. Tinha os mesmos cabelos louros platinados e traços aristocráticos. Seus olhos também eram acinzentados. Mas sua personalidade se parecia muito com a de Hermione. Uma devoradora de livros nata.

Victoria ia fazer 15 anos e era parecida com Hermione. Porém tinha olhos de um verde esmeralda inigualáveis, idênticos aos do pai. Tinha uma personalidade forte e era bastante inteligente. Tinha sempre uma boa resposta, e de quem não gostava era bastante sarcástica. Sua elegância e beleza encantavam a todos.

- Alguma de vocês conversou com Ethan? – perguntou Hermione.

- Eu conversei. – respondeu Victoria – Ele está péssimo...eu preciso vê-lo logo...está tão preocupado...a madrinha não acorda de forma alguma... – lágrimas brotaram dos olhos da garota – Ele tem medo de perder a mãe como perdeu o pai...eu disse que nós íamos pra lá e a voz dela mudou até para choro de felicidade...esses dois anos que eu não o vejo... é tanto tempo...

- Acho que algumas pessoas se encontram apaixonadas no momento... – Narcisa falou sorrindo.

- Cai na real Ciça! - Victoria retrucou irritada.

- Mas eu não disse nada de mais...

- Menos meninas. – Hemione falou para as duas que imediatamente pararam com os olhares de irritação.




James Potter desenhava a prima Lyra enquanto ouvia música. Como sempre o pai passava direto por ele sem o menos cumprimentá-lo.O pai parecia fingir que o filho não existia.

Depois que entrou em Hogwarts James fora a maior decepção, pelo menos para o filho de Harry Potter. Não havia herdado nenhuma habilidade com quabribol e nem alcançado grandes notas. Era apenas um garoto normal... ou como dizia o pai: um completo fracassado.

Nunca recebera muita atenção materna. Gina sempre sonhou ter uma menina e como sua gravidez de James fora muito complicada e depois de seu nascimento não pode ter outros filhos. Ela sempre culpou James de alguma forma por isso.

O único lugar que recebia carinho, amor e atenção era na casa dos avós. Sentia uma aura de alegria e de amor na Toca que não conseguia sentir na enorme mansão onde morava em Chelsea, Londres.

Era um garoto magro e não muito alto. De cabelos castanhos e olhos azuis, como os da mãe. De uma grande tranqüilidade, ele gostava muito de desenhar, principalmente pessoas que gostasse muito ou que simplesmente achava bonitas.

Seus melhores amigos eram os primos Paul e Elliot. O primeiro era filho de Jorge e a segunda era filha de Percy. Também gostava muito da prima Lyra, filha de Rony e Lilá, mas a menina só tinha 10 anos e a partir daquele ano freqüentaria Hogwarts.

- O tio Harry está tão distante. – disse Lyra enquanto observava o primo desenhando – Papai disse que só por causa do que acontece no Ministério. Esse clima de tensão...

- É verdade Lyra. – James respondeu enquanto retocava os últimos detalhes do desenho.

- Você não sente falta dele...quando o meu pai viaja para jogar eu me sinto tão triste...o Luke também sente...e o Lucas também.

Eu sempre senti... - pensou James, mas logo respondeu a prima – Sinto sim...mas é o trabalho dele.




Draco observa a esposa lendo e anotando tudo o que via nos relatórios que recebeu, vindos da Inglaterra. A expressão dela não era uma das mais animadoras. Sua preocupação era altamente visível.

Ele não estava exatamente animado com a volta deles para a Inglaterra. Principalmente com ela trabalhando ao lado do Potter. Mas ele não ia se opor às decisões da esposa, ainda mais que pessoas próximas estavam envolvidas no conflito.

A Inglaterra lhe trazia lembranças ruins. Jamais se esqueceu ao saber da morte da mãe pelos Comensais da Morte. E foi a partir disso que se juntou a Ordem da Fênix e acabar com os responsáveis pela morte dela.

Foi durante esse período que se aproximou de Hermione. Ela fora à única que confiou nele e não o tratava com indiferença. Eles ficaram amigos, muito próximos. Isso causou ciúme do Potter (quem ela namorava na época) e do Weasley.

Ele fiou apaixonado por ela, mas sabia que ela jamais corresponderia. Ela amava o Potter acima de tudo. Então ficaram apenas amigos.

A batalha fora muito difícil. Muitas vidas foram perdidas. Depois de um duelo contra Belatriz, Hermione quase morrera, Draco salvou a vida da garota duelando com Bella.

Os primeiros dias de comemoração da vitória foi na Toca e depois ele, Hermione, Rony, Gina e Harry foram para a Mansão Black, herdada por Harry.Estava tudo indo bem...até aquele dia que Draco acordou com o Potter berrando e com Hermione ao seu lado. Não se lembrava porque estava ali e Hermione também não.

Harry havia entendido a situação mal...eles só estavam ali...não haviam feito nada, mas as evidências diziam o contrário. Alguém havia armado para eles. A última coisa que se lembrava era ter tomado um chá...oferecido por Gina Weasley...

Início do flashback...

As lágrimas desciam sem parar do rosto de Hermione. Ela sacudia a cabeça ainda não entendendo nada, ou pelo menos tentando entender.

- O que eu estou fazendo aqui?O que nós estamos fazendo aqui...e assim? - ela perguntou olhando o estado dos dois.

- Eu não tenho a mínima idéia. Você acredita em mim? – ele perguntou receoso coma resposta.

- Eu confio em você Draco...- mais lágrimas escorriam pelos olhos dela – Você salvou a minha vida... e jamais faria uma coisa dessas...

Ela a abraçou enquanto ela chorava ainda sem entender.
Fim do flashback



Depois de uns dias Hermione descobriu que estava grávida de Harry, mas ele nunca mais falara com a garota. Nem ele, nem ninguém. Os únicos que acreditavam nela eram Tonks, Lupin, Neville e Luna.

Ela estava desesperada...era nova e o filho dela não teria pai. Draco propôs um casamento...não seria de verdade, apenas para dar um nome ao filho dela. E assim uma cerimônia simples, numa igreja trouxa eles se casaram.

Hermione havia recebido uma excelente proposta de trabalho no Ministério Americano. Draco podia movimentar sua fortuna de qualquer lugar. Então para lá se mudaram e lá viviam até hoje.

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