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Capítulo I – This is my history.
Oi – é o que eu deveria dizer – Como você está? – o que eu deveria perguntar.
É assim que as pessoas se cumprimentam, dia após dia. É assim que eu deveria cumprimentar você, mas me desculpe porque não vou fazer isso. Estou sem saco pra toda essa palhaçada agora - na verdade, amanhã faz exatamente um mês que eu perdi a vontade de conhecer novas pessoas, de fazer amigos - não diria que estou em depressão ou qualquer coisa assim. Estou apenas cansada, entende?
C-A-N-S-A-D-A. É isso que estou. Estou cansada de mim mesma.
Eu sempre soube que era excluída, que não era popular, nem linda. Mas nunca liguei muito pra isso, eu sempre aceitei minha vida, nunca gostei de encarar as pessoas que zoavam de mim, que tiravam sarro do meu cabelo, nunca cheguei a me sentir muito mal por isso. Na verdade, acho que no fundo eu me incomodava sim, que no fundo eu sabia o quanto eu era chata, excluída, otária, mané...
Eu acho que no fundo, bem lá no fundo mesmo, eu sabia o quanto ele me fazia de idiota. Eu só não queria acreditar, não queria encarar. Eu gostava de fingir pra mim mesma que estava tudo bem, que não existiam outras, que eu era a única e que ele me amava.
Por quê? – é o que você deve estar se perguntando. Vou tentar te explicar o porquê, apesar de ser meio constrangedor contar pra alguém o quanto fui burra, o quanto fui tola. O porquê é simples: só ele me fazia sentir nas nuvens, só ele me dizia o que eu queria ouvir e eu me sentia feliz com aquilo. Eu conseguia perdoar ele por tudo, afinal, eu acreditava que não iria suportar minha vida sem ele. Mas hoje eu sei que posso suportar sim. E muito bem.
Eu tinha minhas amigas, fieis escudeiras que me divertiam, me contavam babados e sempre tinham me apoiado a continuar com ele. Depois de um tempo essa ultima parte diminuiu, elas começaram a tentar abrir meus olhos, começaram a tentar me fazer perceber, coisas que eu já havia há muito tempo percebido. Mas eu não deixei isso claro pra elas, eu continuava com meu estúpido fingimento e elas continuaram a tentar me fazer mudar, enxergar, crescer, porque elas sabiam de algo que eu não sabia, elas estavam conscientes de que se ele fazia tudo aquilo que fazia era porque não me amava de verdade, era porque não me merecia. Tentaram por muito tempo e em vão. Eu só mudei, eu só cresci quando chorei, chorei desesperadamente mesmo porque finalmente soube, finalmente senti, que eu era esculhambada, chutada, por toda escola e que ele só continuava comigo - na melhor das opções – por pena.
Eu estava cansada de ser tratada como uma zé-ninguém na frente da escola inteira por ele.
Estava cansada de ser uma menina boba, que se achava inteligente, mas mesmo assim acreditava em tudo que ele me dizia.
Uma menina apaixonada e ingênua, que fazia poemas babacas inspirados nele e que ficava feliz quando ele dizia que gostou deles. Essa menina, essa abestalhada, que um dia ele disse amar, desapareceu.
Essa garota cansou de esperar o amadurecimento dele. Cansou mesmo. Cansou de sempre aceitar as desculpas dele. Cansou de amar e não ser amada. De confiar e ser traída. De ser só mais uma fã, que um dia ele pensou amar, ou fingiu amar.
Você deve estar pensando que sou louca de me abrir assim pra você, sem ao menos te conhecer, nem ao menos me apresentar. Bom, vou me apresentar, prazer, sou Ginevra Molly Weasley. Tipicamente chamada de Gina. E você, quem é? Quem for que seja, obrigada pela honra de ter você como leitor. E bem-vindo(a) aqui na minha história.
Sei que você não deve ter entendido muita coisa do que escrevi acima, mas foi só um jeito de você entender o que senti e o que sinto. Apesar de serem sentimentos bem diferentes. Porque no dia 29 de Novembro desse ano eu senti amor, eu senti tristeza. E hoje? Hoje eu sinto desprezo, ódio, raiva e de certo modo pena.
Eu me encontrava sentada perto do lago, tentava inutilmente ler “As Brumas de Avalon”. O professor de estudo dos trouxas havia deixado claro que era importante todos nós, alunos do sétimo ano de Hogwarts lermos ele durante as férias de inverno. Era um livro interessante, escrito por uma trouxa que não conhecia nosso mundo, era obviamente ficção e não tinha muito haver com a realidade, mas era o modo como ela via o nosso mundo.
Quando o Potter se sentou ao meu lado ergui meus olhos do livro e dei de cara com seus olhos verdes penetrantes me encarando.
- Gina – Ele começou – Me desculpe por ontem... Eu não tive a intenção de te magoar... Eu...
- Harry, eu fiquei muito mal. Você tirou meu chão. Eu simplesmente não esperava aquilo.
- Eu sei, não foi de propósito, eu não faria aquilo normalmente...
- Então por que fez? – As lágrimas já teimavam a marejar meus olhos.
- Por quê? Eu não sei Gi. Eu sou tão idiota. Tão imbécil. Me perdoe por favor.
- Eu não entendo Harry. Você me ama ou não?
- Amo. Muito. Mais do que tudo.
- Se me ama, por que faz isso?
- Gi, não faz isso comigo, não faz tantas perguntas.
- Por que não?
- Eu fico nervoso quando você fala assim. Parece que você vai... Parece que vai terminar comigo.
- Mas Harry, o que você quer que eu faça? Você me escaldou! Na frente da escola inteira. E tudo que eu fiz foi lhe pedir que viesse comigo até os jardins.
- Eu queria falar com você sobre isso Gi, o que você queria aquela hora ein?
- Isso não importa mais. Era uma besteira que tinham me contado. Pessoas invejosas sabe?
- Sei, o que lhe disseram?
- Disseram que você estava me traindo com a Cho.
- Com a Cho?
- Isso. Não é verdade é?
- Não acredite neles Gi, não acredite. Por favor.
- Você me dá sua palavra?
- Sim. Não acredite Gi.
- Certo Harry. Não vou acreditar.
- Obrigado – Ele disse enquanto me abraçava.
Eu andava sem rumo pelos corredores, não tinha como eu não acreditar no que as ‘pessoas invejosas’ me disseram. Porque não foi qualquer pessoa que me disse. A pessoa que me disse era minha amiga, acima de tudo e de todos e eu tinha certeza que ela nunca iria mentir pra mim.
Esbarrei com Hermione no corredor naquele exato momento e perguntei pra ela cheia de receio.
- Mione, você tem certeza do que você me disse?
- Tenho Gi, Eu achei que você já sabia que ele lhe traia.
- Mas é que eu não entendo Mione.,. Eu sempre tive a idéia de que se isso realmente acontecesse e eu ficasse sabendo e fosse conversar com ele tudo mudaria. Ele pararia e me entenderia. Mas ele me disse que era mentira, ele me disse pra não acreditar.
- Gi, você quer ver com os seus próprios olhos?
- Não. Pra que eu iria querer? Pra eu chorar?
- Isso. Chorar pode ser bom. Gi, você tem que acordar! O Harry não é mais a mesma pessoa.
- Eu... Eu sei – Murmurei apenas.
Caminhei ao lado dela enquanto ela me guiava pela mão por alguns minutos. Paramos de frente a uma porta. Era a sala de Feitiços.
- Gi, pode ser muito forte pra você isso.
- Sabe Mione, eu acho que é o que estou precisando. Faz muito tempo que ando cansada do que ele me faz. Mas sempre o perdôo porque no fundo tenho esperanças de que ele não esteja mentindo pra mim. Eu acho que eu preciso ver. Eu preciso ver pra não ter nenhuma duvida. Pra realmente aprender a não ser burra e pra parar de ser uma menina tola.
Hermione me olhou espantada, acho que ela não esperava que eu dissesse tudo aquilo. Quando suas feições voltaram ao normal – cerca de cinco segundos depois – ela segurou a maçaneta e a girou firme.
O que vi foi algo que até hoje me causa ânsias de vômitos e agonias profundas só de lembrar. Essa cena perturbou meu sono e invadiu meus sonhos tornando-os pesadelos durante os primeiros dez dias dessas férias. Cho estava sentada sobre a mesa do professor. As pernas abertas e em é em sua frente quase engolindo sua boca estava o Potter. Naquele momento, com o coração batendo tão rápido que eu achava difícil não pular da minha boca, com os olhos tão vermelhos, prendendo o choro eu falei. Calma e grosseiramente. Senti palavras frias saindo de minha boca. Não sei como eu, sempre tão indefesa e tola, não saí correndo e chorando quando vi aquela cena. Talvez a mudança já tivesse começado.
- Potter. Que interessante.
Os dois se desprenderam lentamente. A gravata do meu queridíssimo – do meu amor – estava folgada. A capa de invisibilidade atirada no chão. Todo o seu pescoço melado de batom. A minha “amiga” estava em um estado mais lastimável ainda. Sua blusa tinha mais do que cinco botões abertos, seus cabelos bagunçados, suas roupas desalinhadas.
Harry abriu a boca ao me ver. Seu rosto expressava tensão, numa feição que eu não saberia distinguir. Os músculos até certo ponto contraídos. Cho me olhava boquiaberta, foi ela que falou primeiro.
- Gina, me desculpe.
- Está desculpada Cho.
- Sério? – Ela me perguntou aflita e não acreditando nas minhas palavras.
- Sim, eu sei o quanto você gosta dele. Você não conseguiu resistir provavelmente.
- Sim Gi, é vergonhoso pra mim dizer isso. Eu... Eu sabia que não estava certo, mas...
- Tudo bem.
- Obrigada Gi.
Ela passou ao meu lado apressada. Não queria ficar para ver a confusão que devia estar prestes a rolar. Mas que não rolou.
- Você me deu sua palavra Harry.
Ele não disse nada. Foi a primeira vez que o vi totalmente sem palavras. Chegava até a ser engraçado. O ‘menino que sobreviveu’ sem atitude. Sem saber o que dizer.
- Você disse que me amava.
- Mas eu te amo! – Ele gritou.
- Me desculpe, não acredito.
- Você tem que acreditar Gi. Você tem que me perdoar Gi.
- Não, não tenho e não vou.
- Mas como vou ficar sem você? Gi, me perdoe! Foi a primeira vez, me dê outra chance.
- Não foi a primeira vez. Você sabe que não tanto quanto eu.
- Gi... – Ele aproximou de mim, afagou os meus cabelos com uma das mãos. Roçou seu nariz de leve no meu – Não me abandone.
- O que você quer que eu faça Harry? Você acha que pode ficar com quantas quiser e eu sempre vou te perdoar? É isso? Você acha que sou sua cachorrinha? Que sou como um brinquedo preferido que você usa e depois deixa de canto. Pega outro. E depois volta pra ele?
- Não Gi, você é a minha linda. Minha preciosa. Eu te amo!
- Pare de mentir – Dei um tapa estalado no seu rosto. Meus dedos marcaram aquela bela face.
Vi os olhos dele começarem a lacrimejar, virei-me em direção a porta e segui reto para o dormitório. Ao chegar lá desatei num choro forte. Soluçava e tentava jogar tudo de ruim que estava sentindo pra fora. Lembro quando Kloe chegou. E já ciente da minha situação me abraçou firme. Chorei mais ainda depois daquele gesto.
Quando a minha história com o Harry deixou de viver na minha cabeça para se tornar realidade eu era quinto ano e ele era sexto.
Ele era um herói para o mundo bruxo. Mas para mim ele era muito mais que isso. Lembro-me muito bem do dia em que o conheci, não sabia quem ele era, não podia imaginar que ele fosse ‘o menino que sobreviveu’, mas senti meu coração bater mais forte, senti meu corpo tremer. Não pude evitar naquele dia e muito menos em todos os anos que se seguiram da minha vida amar Harry. Era algo incontrolável e bobo.
Mesmo amando Harry eu fui ficando com outros garotos. Eu fui de certa forma crescendo. Ganhando corpo e ganhando poucos admiradores que me notavam apesar da minha exclusão da sociedade.
Eu nunca pensei que pudesse ter chance com Harry. Ele sempre foi algo intocável para mim. Objeto do meu desejo. Protagonista dos meus sonhos. Mas sempre longe da minha vida e perto da minha imaginação.
Quando ele me beijou, depois de um jogo de Quadribol, perdi o chão. Pensei estar voando, alto, muito alto e foi assim que me senti ao longo do resto do ano que passei ao lado dele... No fim daquele ano Dumbledore morreu, uma crise se estabeleceu no mundo bruxo e meu querido namorado teve que ajudar. Ele era tão jovem e tão destemido. Fazia tudo pelos outros, entendia, compreendia suas responsabilidades. Terminou comigo de um modo tão doce que não me fez chorar, eu sabia que aquilo tinha que acontecer, que ele não fazia porque queria. Eu sentia que ele me amava, que quando tudo acabasse iríamos continuar juntos, até um dia nos casarmos. Doce ilusão de criança.
Quando Harry finalmente derrotou Voldemort o mundo bruxo se jogou aos seus pés. Ele gerou milhares de fãs, ao passar pelas ruas as pessoas berravam seu nome. Gostaria de dizer que quando a fama lhe subiu a cabeça ele me esqueceu. Mas não foi assim que funcionou. Ele continuou afirmando me amar e aquilo me deixava tão feliz que eu voava ainda mais alto. Reengajamos o nosso namoro e ficamos firmes um ao lado do outro.O primeiro mês foi lindo, ele vivia a me cortejar, nós tocávamos caricias e palavras bonitas a todo instante. Todas as meninas do colégio me invejavam e me esculhambavam, mas eu não ligava pois tinha Harry para me defender delas. O problema começou exatamente daí, ao me defender Harry perdia parte de sua popularidade. Então ele parou e deixou que as pessoas zoassem de mim. Eu não perguntei porque ele fazia isso, pensei que talvez pudéssemos brigar e deixei isso de lado. Não ligava pro que os outros diziam, pro que os outros faziam. Eu só me importava com o amor de Harry e isso eu achava ter.
O segundo problema foi o seguinte: Não zoar da minha cara também deixava a popularidade do Harry em baixa, por isso na frente de todos ele me tratava de um jeito e sozinhos ele era outra pessoa. Resumindo: A sós ele era lindo, maravilhoso e doce. Mas quando estávamos acompanhados me feria, me magoava e falava palavras curtas e grossas. Fazendo pessoas rirem da minha cara.
Eu suportei tudo aquilo, levada pelo fato de que ele me amava. Sendo enganada com todas as frases, todas as promessas do tipo: “não vai se repetir, eu juro Gi”. Às vezes só o fato dele sorrir já era o suficiente.
O terceiro problema começou a ocorrer no nosso quarto mês de aulas. Harry começou a me trair. Ele me traia só com uma pessoa e escondia bem no começo, mas isso não durou muito tempo. Você deve estar se perguntando: “Por que ele te traia?” E a resposta é mais do que simples: Eu não queria transar com ele. Não que eu não me sentisse segura ao seu lado. Não que eu não fizesse planos de casamento e não tivesse a certeza de que seria para a vida toda. O meu problema era outro: Eu teria vergonha de ficar nua na frente dele. Idiota não? Ah, sim. Muito. Mas ainda bem que tive esse medo. Já imaginou se eu tivesse transado com ele? Perdido a virgindade com aquele imbecil? Oh Deus, obrigado por me fazer envergonhada e tímida pra essas coisas.
Não entendo como agüentei tudo isso durante dois meses. Mas agüentei. A gota d’àgua foi aquele dia que acabei de descrever para você.
Não sei se você vai gostar da minha história. Pois nem eu mesma sei se vou gostar dela. É apenas uma história, é apenas minha vida. Mas uma coisa eu te prometo, vou me vingar do Potter e de todos aqueles idiotas que são amigos deles. Vou mesmo e rápido. Ele não perde por esperar. (6)
• No próximo capítulo dessa minha história eu apresento os protagonistas – mal posso esperar para esculhambar o Potter, Muahahahaha (é, estou treinando uma risada maléfica, mas ela ainda não está perfeita como você deve ter percebido ) – e respondo vocês, não se esqueçam de se apresentar e de falar um pouco de vocês também! Quer dizer, eu contei minha vida quase toda! E quem sabe vocês também não viram personagens da história? Beijos, Gina ♥
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