Assim começa; assim termina.

Aqueles anos, tão difíceis como comensal, em nada tinham prejudicado a beleza de Melanie McColling. Encarava seu reflexo em um grande espelho que havia exigido em seu quarto no novo apartamento, mais um capricho de sua enorme vaidade.

Αs íris extremamente escuras, lhe davam um lindo, mas sempre frio olhar; os longos cabelos louro platinados, o alvo tom de sua pele e os traços de seu rosto, nem tão doces quanto os de antes, quando era uma criança, e nem tão marcantes quanto os de pouquíssimos anos atrás; tudo isso em perfeita sintonia, deixavam Melanie a margem da perfeição. Seu corpo ainda era o mesmo, conservava-se esbelta e com as encantadoras curvas, que atraiam olhares masculinos e até mesmo femininos por onde passava. Carregava ainda seu habitual ar de altivez, andava com graça e cultivava todos os valores daquilo que ela achava mais importante, o sangue. Sangue puro, bruxo.

Α porta abriu-se no andar inferior ao que ela estava, só poderia ser uma pessoa chegando. Passou as unhas, sempre bem feitas e comumente tingidas de um negro forte, pelos cαbelos, os arrumando por uma última vez e calmamente deixou o quarto. Seu salto parecia nem tocar no chão, pois não produzia quase som algum. Do alto da escada enxergou não quem esperava, mas um dos comensais de Grindewald. Um sorriso forçadíssimo formou-se em seu rosto quando os olhos de ambos se encontraram. Embora quando jovem tenha hesitado um pouco à servir a Grindelwald, que na época, ainda não era tçao poderoso, hoje seus atos não mentiam, tinha um prazer enorme e incondicional por servi-lo.

Melanie desceu as escadas, calma e lentamente até o presente, que aguardava observando-a ao pé da escada.

- Boa tarde. A que devo esta surpresa de vê-lo em minha casa sem prévio aviso? - perguntou, seca.

- Ele que você vá até o Alask Institute e fique de olho nos babacas dos aurores que estão de plantão lá...

- E porque teve que mandar justamente você? Não poderia ter vindo pessoalmente? Eu...

- Fique quieta, tolinha. Acha mesmo que é importante o sufiente para Ele vir pessoalmente até esse ninho de ratos que você chama de casa? Você terá de partir hoje, no fim da tarde. Chegará antes do banquete começar. - este, não a deixou completar o que dizia, e apressado, saiu dali.

- Seu...Como ousa? - resmungou, o seguindo com os olhos. - Não seria mais fácil desaparatar, caro senhor? - sempre sarcástica...

- O Ministério está rastreando quem desaparata, minha cara. Não devo arriscar, até breve. - terminou, frio, antes de sair.

Melanie ficou parada ao pé da escada, tremula. Respirou fundo, e num estalo de dedos um elfo doméstico apareceu. A ordem foi simples e clara:

- Malas para tempo indeterminado.

E então, o elfo saiu apressado pelas escadas. Acompanhando-o com os olhos, sentou-se em uma poltrona, e pegou um pedaço de chocolate. Voltaria à aquela escola que há tanto tempo passou tudo o que gostaria, e o que não gostaria de passar. É, uma sensação estranha, um misto de rancor com saudade. Assim que terminou de comer o pedaço de chocolate, o elfo descia novamente as escadas apressado, carregando consigo uma pequena bolsa.

- Você cuidará da casa enquanto eu estiver fora. Ninguém entra ou sai daqui, entendido? - disse em tom de ordem, enquanto se levantava.

Pegou cuidadosamente a bolsa das mãos do elfo, e desaparatou para uma cidadezinha próxima da escola, já que sabia que ali dentro não era possível desaparatar.

Por isso eu digo, se infiltrar no ministério com a minha beleza, é algo tão fácil quanto fazer uma mãe chorar a morte do filho... - ria desdenhosa e mentalmente dos presentes ali, que não paravam de olha-a, admira-la.
Todos ali pensavam que era outro auror indo cuidar da famosa escolinha.

Pelo jeito, ninguém tinha ali tanto cuidado em saber quem era quem para poder deixar entrar dentro da propriedade, já que até se ofereceram para deixa-la dentro do castelo. É claro, que esta não aceitou, porém, conseguiu entrar rapidamente no castelo, e assim que entrou, vozes animadas encheram seus ouvidos. A festa já havia começado.

Ora! Como começam uma festa sem mim? - se lembrava dos tempos em que ainda estudava. Era só colocar os pés em algum lugar, que este, se silenciava. Não era respeito, era medo. Porém, não querendo chamar tanta atenção, entrou rapidamente no salão, e se encostou numa das paredes, observando o lugar. Avistou um ou dois aurores, fixando os olhos neles.

Usava um belo vestido preto, não tão longo, o que deixava parte de suas pernas a mostra. A bolsinha prateada que o elfo a entregara, jazia em uma de suas mãos. Sandálias de salto alto, pretas, com meros detalhes também prateados, calçavam seus delicados pés. Um pouco impossível não olha-la uma vez, e querer ikhar de novo, e depois mais um vez... Poderia até mesmo ser considerada uma veela, mas não era. Só bonita.

A banda presente ali, logo iria começar a tocar, e vestindo seu melhor sorriso, observava os integrantes se aprontarem. Braços cruzados. Seu olhar demonstrava uma enorme ansiedade, não tinha idéia de qual era o plano Dele. Iria esperar instruções, ou algo acontecer. Porém, não podia deter a enorme ansiedade que avançava sobre seu corpo, não via ninguém conhecido naquele lugar, mas como gostaria de fazer alguém sentir dor, logo. Que Ele queria matar o diretor... Que eu mate o diretor... - a marca em seu braço começou a ficar mais nítida, e a dor que isso proporcionava trazia prazer a ela. Isso... - latejava, a marca continha alguns rastros de chamas e uma fênix morta. Passou a mão pela marca, o que a fez doer ainda mais. Estava chegando a hora, seja lá do que fosse.



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