Jacke e Draco
Draco chegou em casa cansado. Havia feito hora extra no ministério de novo. Os Draculs haviam invadido a Rússia e feito refém a família imperial. E muitos bruxos estavam desesperados pedindo asilo. O que ele faria? Como poderia negar auxílio para eles numa hora como essa?
Poderia ser ele. Poderia ser o filho dele, Scorpius. Estavam temporariamente a salvo por uma simples questão de destino. E logo ele que não acreditava em destino. Era uma família como a dele. Três pessoas. Isoladas dentro de casa. Presas no escuro, sozinhas. Logo teriam que sair e seriam pegas. Em pouco tempo, não teriam mais comida e água. E Draco sabia que os Draculs usariam isso ao seu favor.
A campainha da casa dele tocou nessa hora. Quem poderia ser? Estava tarde. Era 1:30 da manhã... Mas Draco não se importava com isso. Há muito havia perdido completamente a noção de tempo e hora.
Lembrou-se de quando Vlad tomou o poder na cidade de Sighisoara. Draco tentou alertar a todos que isso era repentino demais. Que Vlad seria uma ameaça. Ninguém havia lhe dado ouvido. Avisou o Ministério da Magia romeno. A ministra até debochou da cara dele. E Draco argumentou bastante. A subida de Vlad era como a ascensão do lorde das Trevas. Mas todos acharam que ele estava ficando louco e o ignoraram. Dois dias depois, a ministra estava morta e a Romênia dominada. Daí em diante, fora uma série de quedas, cada uma maior do que a outra. Bulgária, Grécia, Ucrânia... E agora a Rússia. Os Romanov tinham sido os únicos a acreditarem nele. E agora estavam nas mãos de Vlad.
Se a Rússia, que tinha o maior e mais bem treinado exército de aurores, não conseguiu barrar Vlad, como a Inglaterra conseguiria? O exército inglês era pelo menos 10 vezes menor. E o treinamento não era tão pesado. Era muito comum alguns aspirantes a aurores russos ficarem loucos no meio do treinamento devido à pressão, não só física como psicológica.
A campainha tocou novamente.
- SÓ UM MINUTO. ESTOU INDO! –gritou Draco
Caminhou apressado para a porta. Desde que Vlad começou a sua ascensão que Draco perdeu praticamente toda a sua vida particular. Foi por isso que Astoria o largou. Ela não agüentava mais a ausência dele. O largou e mudou-se para o sul da Inglaterra. E desde então, Draco nunca mais ouviu falar dela. Ele e o filho tinham sido abandonados.
E agora a cada dia que passava mais seus sentimentos estavam ficando confusos. Não amava mais a ex -esposa. Muito pelo contrário. Tinha muita mágoa dela. Quando ele mais precisou de seu apoio, ela o largou.
E já estava começando a nutrir algo mais por uma outra garota. Uma jovem de cabelos negros e ondulados...
Que estava parada à sua porta.
Draco não contava que ela fosse aparecer assim, sem avisar. Estavam muito amigos. E ele não conseguia imaginar outra pessoa com que iria gostar de estar naquele momento, senão ela. O senso de humor, o jeito divertido, debochado o encantava.
- Desculpa aparecer tão tarde, mas o Scorpius me contou que estava mal por causa de uma carta que recebeu. Eu vim até a casa dos Malfoy... –falou Jacke
Não terminou de falar. Draco a abraçou de surpresa. Era a primeira vez que alguém se mostrava preocupado com ele.
- Não sabia que estava tão mal. –falou Jacke abraçando ele
Draco encostou a cabeça no ombro dela.
- Vamos ficar aqui na porta? –perguntou Jacke
Draco riu. Nem tinha percebido isso.
- Entre, por favor. Essa é a minha casa. –falou Draco
Os dois entraram.
Jacke olhou ao redor. Era uma sala meio escura, com pesadas cortinas nas janelas.
- Recebi uma carta. Sei que não é uma armadilha... Eu conheço a família Karkaroff. –falou Draco
- Posso ver a carta? –perguntou Jacke
Draco tirou um pergaminho do bolso e entregou a ela.
Jacke leu e releu várias vezes. Até encará-lo séria.
- E o que pretende fazer? –perguntou Jacke
- Eu não me sinto à vontade de deixá-los sozinhos, à mercê de um ataque quando forem buscar comida. –falou Draco
- Então pretende ir buscá-los? Quer ajuda? –perguntou Jacke
Isso pegou Draco de surpresa. Não imaginava que ela pudesse querer ajudá-lo.
- Vai me ajudar? –perguntou Draco surpreso
- Eu não vou te deixar sozinho nessa. Podemos ir de Testrálios. Mais rápido do que de vassoura. –falou Jacke
- Obrigado, Jacke! –falou Draco
- Não precisa agradecer, amor. –falou Jacke
Draco sorriu. Como era bom estar apaixonado e ser retribuído. Como era bom ser compreendido e apoiado. Jacke havia se tornado rapidamente uma das pessoas mais importantes do mundo para ele em um curto espaço de tempo.
Puxou-a para si e a beijou. Sentia saudades de seus lábios, de seu cheiro.
-Vamos? –perguntou Jacke
Draco apenas sorriu. Caminharam de mãos dadas até a lareira e em alguns minutos de caminhada, estavam na floresta proibida. Foi por pura sorte terem seguido por toda Hogwarts sem serem vistos.
- E como vamos chamar os Testrálios? –perguntou Jacke
- Não sei... Nunca estudei nada sobre eles. –falou Draco
- Nossa... Querem voar em Testrálios e nem sabem como chamá-los? –falou Sofia atrás deles
- Como sabe disso? –perguntou Jacke
- E para qual outro motivo estariam procurando Testrálios? Contemplar sua beleza? –perguntou Sofia
- E vai nos ajudar? –perguntou Jacke
Sofia jogou uma sacola para JAcke.
- Eles gostam de carne crua. São capazes de sentir o cheiro a quilômetros. –falou Sofia afastando-se
- Obrigada, Sofi! –falou JAcke
Jacke tirou dois pedaços de carne de dentro da sacola. E ainda haviam mais lá dentro. Imediatamente, 3 testrálios apareceram.
- Esses bichos estão passando fome? –perguntou Draco impressionado com o modo com a rapidez em que eles apareceram.
- Não. São ágeis mesmo. –falou Jacke
Jacke deu a carne para eles. Draco conjurou rédeas e os prendeu. Montaram e partiram em viagem.
Não tinham um roteiro, não tinham planejamentos. Não sabiam como chegar, se teriam inimigos, se precisariam enfrentar alguns perigos. Só sabiam que estavam indo rumo a um salvamento. E que estariam juntos nisso até o fim.
Draco voava logo atrás de Jacke. Gostava de ver seus cabelos ondulados balançarem com o vento. Como estava apaixonado. Nunca havia amado tanto uma mulher em tão pouco tempo. Era como se já se conhecessem há séculos. E não apenas há algumas semanas...
Jacke olhou para Draco. O mais importante para ela era saber que ele sempre estaria ali ao soeu lado. E disso ela tinha cada vez mais certeza. Seja pelo modo como ela o pegava olhando-a, seja pelo modo como a tratava. O olhar carinhoso, meigo, que lhe transmitia um amor infinito quase. E uma forma de falar que a tornava a mais feliz das mulheres. Sempre atencioso e com uma coisa bonita na ponta da língua, uma frase gentil, um elogio...
Draco não tinha idéia de como terminaria esa guerra, mas tinha certeza que terminasse como terminasse, ele queria estar ao lado de Jacke.
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