Chá para Perse



Capítulo 29- Chá para Perse

Sirius estava ansioso. A aula não passava de jeito nenhum. Parecia uma eternidade. E olha que era aula com a Griffinória e Sonserina. Não tinha como não achar engraçado as brigas entre eles. Era uma disputa de pontos quase sangrenta. E era difícil entender como havia tantos alunos cdfs na sonserina. Normalmente o povo estudioso ia para a corvinal, não?
Sirius reconheceu um dos alunos que mais respondia as perguntas. Era um rapaz ruivo, de olhos verdes. Albus Severus Potter, seu neto. Sonserino. Ao lado dele estava um rapaz muito loiro, de olhos frios. Também sonserino que Sirius reconheceu ser Scorpius Malfoy. O garoto anotava tudo o que Sirius falava e mais as respostas de Scorpius e era o segundo que mais respondia as perguntas.
Mas isso não fazia com que Sirius olhasse menos no relógio. Ansiava pela passagem das horas. E os alunos perceberam isso.
- Acho que seu avô ta meio atrasado ou doido para fazer alguma coisa. –falou Scorpius para Albus, sentado ao seu lado.
- Também acho. Ou isso ou ele ta muito pasmo com a tecnologia trouxa para marcar as horas. –falou Albus
- Bem, ele gosta dessas coisas de sangue ruins, não? –perguntou Scorpius
- Gosta. Mas acho que ele não está interessado no relógio, mas na hora marcada. –falou Albus
- Mas por que tanto interesse? –perguntou Scorpius
- Sei lá... –falou Albus
Sirius estava ouvindo a conversa dos dois. Olhou para eles.
- Acho que ele ouviu. –falou Albus
- Será? –perguntou Scorpius
- Meu pai falou que ele tem uma audição canina. –alou Albus
- Mais um que escuta demais? –perguntou Scorpius
- Exatamente. –falou Albus
- Droga... –falou Scorpius
- Mas ele é gente boa. –falou Albus
- Já viu professor ser gente boa? –perguntou Scorpius
- A Perse e a Naj são. –falou Albus
- A Perse defende a gente porque também é sonserina.-falou Scorpius
- Mas e a Naj? –perguntou Albus
- Ta... A Naj é legal! E a Perse também. Meio doida, mas legal... Pena que ela errou aquele Avada na Zimerman. –falou Scorpius
Sirius assustou nessa hora. Até o Scorpius não ia com a cara da Bianca? E que negócio é esse da Perse ser meio doida? Pelo que ele conheciam, ela era mais do que duplamente doida...
- Malfoy e Potter, conversaremos amanhã depois da aula. –falou Sirius
- Professor, amanhã é sábado e não temos aula. –falou Scorpius
- Bem... Conversaremos na segunda. –falou Sirius
A aula acabou. Scorpius e Albus foram até a mesa de Sirius.
- Bem, isso pode esperar até segunda. –falou Sirius
- Não dá. Nós percebemos. –falou Scorpius
- Perceberam o que? –perguntou Sirius
- Que você gosta dela. –falou Scorpius
- Como perceberam? –perguntou Sirius
- Pelo modo como olha para ela. Fica estampado na sua testa. –falou Scorpius
- E acha que eu tenho chance? –perguntou Sirius
- Temos que avaliar o que ela fez até agora. –falou Scorpius
- Bem, a Perse me jogou um Crucciatus quando a beijei pela primeira vez, mas hoje ela deitou no meu ombro e disse que se eu continuasse assim, ela ficaria completamente gamada. –falou Sirius
- Eu acho que já ta. –falou Scorpius
- Acha? –perguntou Sirius
- Ela ta fazendo jogo duro, talvez sejam medo de rejeição mais para a frente. Insegurança, sabe? –falou Scorpius
Sirius olhou pára Scorpius.
- E desde quando você entende de relacionamentos amorosos? –falou Sirius
- Bem... Eu entendo que eu namoro a Rose Weasley... E que mulheres são complexas. Principalmente as sádicas. –falou Scorpius
- O moleque, eu até entendo que já tenha observado o modo como olho a Perse... –falou Sirius
- Ele não observou nada. –falou Albus
- Como? –perguntou Sirius
- Nunca vi vocês juntos. Eu tava jogando verde. Só isso. –falou Scorpius
- Como é? –perguntou Sirius
- Albus, eu acho que aquela história de ter audição canina era história do teu pai. –falou Scorpius
- Eu ouvi. –falou Sirius
- Bem... O senhor tava toda hora olhando no relógio, daí eu supus que estivesse ansioso para algum compromisso. E imaginei que isso tivesse haver com mulher pelo tanto de vezes que chamou o Albus de Perse. Aliás, você chamou metade da turma de Perse hoje. –falou Scorpius
- Isso é verdade. –falou Albus
- Boa sorte com a Perse. –falou Scorpius puxando Albus pelo braço
Saíram enquanto Sirius ainda estava pasmo com o que tinha feito.
Sirius recompôs-se e caminhou rápido até a entrada do salão comunal da sonserina. Ao chegar na porta, lembrou-se que não tinha a senha. Mas lá estavam Albus e Scorpius.
- Não veio até aqui só para brigar conosco e nos deixar de detenção, não? –perguntou Albus
- Claro que ele não veio aqui para isso. Só que ele não tem como entrar porque não sabe a senha. É Crucciatus. –falou Scorpius.
A pedra diante deles se moveu deixando uma entrada aberta.
- Não fica aberta pela eternidade, não... –falou Scorpius
Sirius entrou rápido. Logo depois, a porta se fechou atrás dele.
Entraram em uma sala comprida e com luz verde. As paredes eram úmidas e haviam cadeiras e mesas para todos os lados. Além de estantes abarrotadas de livros. E um quadro onde havia um campo de quadribol desenhado.
- Discutem isso aqui? –perguntou Sirius
- Bem, a porta do quarto dela é a primeira à direita ali na frente. –falou Scorpoius apontando para um corredor na outra ponta do salão comunal
- Como sabe que eu vim ver a Perse... Digo, a professora Lestrange? –perguntou Sirius
- O que mais iria querer no salão comunal da sonserina? Ver meus belos olhos azuis é que não! E nem os verdes do Albus. Você veio ver nossa querida loirinha. Convenhamos, ela é uma gata. Mesmo sendo uma raposa, literalmente falando. –falou Scorpius
- Você é bem esperto. –falou Sirius
- Também sou lindo, inteligente e modesto. Agora vai que o jantar não espera pela eternidade. –falou Scorpius
- Acho que ele está sem pressa, pois vai jantar fora. –falou Albus
- Pode ser... Bem, eu tenho que ver a Rose. –falou Scorpius
- Eu to com fome. Vou indo. –falou Albus
Os dois saíram. Sirius caminhou apressado até a porta do quarto de Perse. Bateu e entrou. O quarto estava na penumbra. Uma camade casal diante da porta cheia de bichinhos de pelúcia. Ao lado da porta havia um guarda roupa de mogno. E na parede ao lado do guará-roupa, uma escrivaninha com estante. Era abarrotada de livros. E Perse estava sentada nela.
- Olá! –falou Sirius
A garota ainda estava morena.
- Olá... –falou Perséfone
Estava toda de negro. Um vestido que ia até o tornozelo. Com um decote generoso e justo.
Sirius estava boquiaberto. Já tinha reparado que a garota era bonita, mas não tinha visto que era tão bonita. O vestido justo acentuava as curvas de Perse, deixando o seu andar ainda mais felino. Aliás, felino demais para uma raposa.
- Combinamos de tomar um chá. –falou Sirius ainda boquiaberto
- Eu sei. E o Monstro ficou de trazer o chá com uns sanduíches às 18:10. –falou Perséfone
Mal ela acabou de falar, Monstro deixou os sanduíches sobre a escrivaninha e saiu. Mas não sem olhar indignado para Sirius.
- Vou lavar as mãos. –falou Perséfone
Ela entrou por uma porta que havia atrás de Sirius, mas não a mesma que ele entrou. Havia uma porta ao lado dessa que ele não viu.
- Monstro! –falou Sirius
Monstro reapareceu nessa hora.
- O que o Patrãozinho quer? –perguntou Monstro
- Eu vi a cara que fez. –falou Sirius
- Patrãozinho ainda não percebeu? Está iludindo minha senhora. Monstro vive para servir a nobre casa dos Black e vê Patrãozinho iludir a filha da senhora Bella. –falou Monstro
- Some daqui, Monstro! –falou Sirius
Monstro sumiu da frente dele.
- Com quem tava discutindo? –perguntou Perséfone voltando
- Com o Monstro. –falou Sirius
- Ele é um amor, não? Ele e Nico têm cuidado de mim o dia todo... –falou Perséfone
- Nico? –perguntou Sirius
E ficou claro em sua voz que estava enciumado.
- Nico, meu elfo. Ele se ofereceu para trabalhar para mim. É um ótimo elfo. Além de ser um bom amigo. –falou Perséfone
- Você é amiga do Monstro? –perguntou Sirius
- Sou. Ele também é um fofo. Minha mãe mandou que ele cuidasse de mim enquanto ela está fora. –falou Perséfone
Sirius olhou para ela. Os cabelos negros estavam arrumados. E iam até a cintura em longas ondas. Mesmo na penumbra, brilhavam muito.
- Bem, infelizmente eu não to conseguindo fazer nada relacionado a magia. Poderia transfigurar algo em uma cadeira para você? –perguntou Perséfone
Sirius transformou uma caneta em uma cadeira. E sentou-se ao lado de Perse.
- E como está o meu anjo agora? –perguntou Sirius
Perséfone sorriu. Mas não era um sorriso alegre.
Sirius tocou-lhe a face com ternura.
- Daria a minha vida para te fazer feliz. –falou Sirius
- Por amor? –perguntou Perséfone
- Por amor. Precisa se alimentar. –falou Sirius
Começarama comer os sanduíches. E a tomar o chá. Depois do segundo sanduíche, Sirius perguntou:
- De que é esse chá?
- Chá verde. –falou Perséfone
- Não sabia que era tão bom... –falou Sirius
- Meu favorito. –falou Perséfone
Sirius acariciou novamente os rosto dela.
- Mesmo melancólica você parece um anjo. –falou Sirius
Os olhos dele eram apaixonados. Foi aí que ele notou que quando fazia um carinho ou se declarava, os olhos dela voltavam a serem azuis...
Perséfone beijou-o como a tanto tempo queria. Como a tanto tempo se negava a assumir que queria. E se deixou levar pelo coração pela primeira vez na vida. Ela o amava. Ele a amava. Tinha como algo ser mais perfeito? Aquela foi a primeira noite que passaram juntos. A primeira vez que ele a teve. E para Sirius isso seria para sempre.
Para ele não havia cheiro melhor do que o cheiro de sua amada. Não havia toque melhor do que o das mãos dela em seu rosto. Não havia gosto melhor do que o de seus lábios.
E não havia nada melhor do que sentir seu carinho ou ouvir a voz dela dizendo que o amava...

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