A volta de Sirius Black



Capítulo 8 – A volta de Sirius Black

Harry sentiu de novo tudo escurecer. E acordou em frente a uma casa branca. Ele reconheceu de imediato a casa que fora de James. A casa para onde Sirius fugiu.
Viu um Sirius Black mais jovem, com uns 22 ou 23 anos. Em pé na porta, tocando a campainha. Estava vestindo uma camisola branca, com chinelo de dedo. Os cabelos estavam bagunçados e a barba para fazer.
Abriram a porta. Harry ouviu alguém soltar um grito e um barulho de corpo batendo no chão.
- Caramba, eu sei que sou gostoso, mas não a ponto de causar desmaios... Lily! O James vai ficar com ciúmes dessa paixão arrebatadora repentina. –falou Sirius
James apareceu nessa hora.
- Não tenho culpa se a tua namorada teve um desmaio ao se deparar com a minha bela figura... Sabe como é? Não é todo o dia que um deus grego bate à sua porta. –falou Sirius entrando
James estava pálido como um fantasma.
- O que houve, Pontas? Viu fantasma? –perguntou Sirius
James apontou a varinha para ele.
- Revertus! –falou JAmes
- Ei! Eu não tomei polissuco! –falou Sirius
- Você ta morto... Recebeu um Avada... Ta morto! –falou James
- Eu NÃO estou morto! To vivo e parado na sua frente... –falou Sirius
- Não ta muito parado, não! –falou James
- Eu to vivo! Segura no meu braço. –falou Sirius esticando o braço para ele
James ficou meio receoso, mas tocou o braço dele.
- Ta vivo mesmo. –falou James
O sorriso no rosto dele mudou para uma expressão de fúria.
Sirius tomou um forte tapa no braço.
- Passamos três meses achando que você tinha morrido! –falou James
- To vivo! E cadê a Anastácia? Parece que ninguém vai lá em casa há meses... Ta tudo vazio! –falou Sirius
- Sirius, precisamos conversar sobre isso. –falou James
- Ta me assustando... –falou Sirius
Ouviram um choro de criança.
- Vou acordar a Lily e a gente já conversa. –falou James
Sirius foi até a cozinha. Tava achando tudo muito esquisito. Sentou-se em uma banqueta de madeira, de frente para um balcão alto.
James apareceu pouco depois.
- Não sabia que a Lily tava grávida. –falou Sirius
- É o filho da Lestrange. –falou James
- Quê??? E cadê ela para deixar o bebê chorando desse jeito? –perguntou Sirius
- Sirius, no dia da invasão do hospital... A Lestrange morreu. –falou James
Sirius perdeu a cor por completo.
- Não pode ser... A Aninha não! Quem a matou? –perguntou Sirius
- Dolohov. Eu vi ela morrer, Sirius. Só deu tempo de salvar o filho. Ela pediu para chamá-lo de Harry e me fez prometer que cuidaria dele. O pai ta morto. –falou James
- Quem disse? –perguntou Sirius
- Ela disse que viu ele morto. Pensávamos que você tinha morrido porque ela disse que viu um raio verde te atingindo, um Avada. Eu também vi... –falou JAmes
- Onde ele está? Quero vê-lo. –falou Sirius
- Ta lá em cima, no quarto que você ficou. Vai lá, a Lily deve estar com ele. –falou James
Sirius saiu apressado da cozinha. Subiu uma escada de madeira e caminhou por um longo corredor escuro até entrar no quarto em que morou quando fugiu de casa. A última porta.
O quarto estava todo pintado de azul clarinho, com os móveis que ele havia comprado. Lily adava uma mamadeira para o bebê.
- Ei, pequerruxo... Tem que se alimentar para poder crescer forte e saudável... Você puxou a falta de tamanho de sua mãe... O que o pequeno Harry vai querer fazer depois de mamar? –falava Lily de costas para Sirius
- Lily... –chamou Sirius
- Você contou para ele? –perguntou Lily
- Ainda não... –falou Sirius
- Precisamos conversar. –falou Lily
O bebê tinha acabado de mamar e ela o colocava para arrotar.
- Posso pegá-lo? –perguntou Sirius
- Ele é muito pequeno... Acho que é porque nasceu de 8 meses. E a genética também conta, né? A Ana era meio baixinha. –falou Lily
- Ela era bem baixinha. Tinha menos de 1,60m. –falou Sirius pegando o garoto no colo
- Ele é a sua cara. –falou Lily
- Olha como é lindo, Lily... E tem os olhos dela. –falou Sirius
- Tem a marca também. A estrela no pescoço. –falou Lily
Sirius olhou e viu a estrela.
- Como é que eu vou contar para o James? –perguntou Sirius
- Contando. Ele precisa saber. –falou Lily
Sirius ficou olhando o bebê, com uma expressão meio boba no rosto.
- É um babão mesmo. –falou Lily
- Você disse que precisava conversar comigo. Era sobre o que? –perguntou Sirius
- Pensávamos que você tinha morrido. Eu e James... Nós adotamos o seu filho. Rodolphus cedeu a guarda para a gente. –falou Lily
- Eu não posso ficar com o meu filho? –perguntou Sirius
- Vamos ter que abrir uma ação e provar que você realmente ta vivo. Só assim que ele vai poder voltar a morar contigo. Sirius você teve até enterro simbólico! –falou Lily
- Então... Oficialmente, eu estou morto? –perguntou Sirius
- Isso mesmo. Quando saiu a notícia da sua morte, os comensais comemoraram. Fizeram uma semana de festas. Recebemos flores e pêsames de algumas pessoas. A maioria da ordem. –falou Lily
Sirius continuou olhando o filho.
- Eu preciso primeiro provar que eu to vivo? –perguntou Sirius
- Isso mesmo. Mas leve em consideração, que podem pensar que você forjou a própria morte. Então é melhor ir com calma. Procure um advogado primeiro, arrume cópias da papelada do hospital ou d onde esteve esse tempo... –falou Lily
- Internado. Tenho as cópias. –falou Sirius
- Então agora deve procurar um advogado. E entrar na justiça para provar. Acho que vão te colocar de observação por uma semana, para ter certeza que você é você. –falou Lily
- E depois? –perguntou Sirius
- Antes de pedir a guarda do Harry, conte para o James que você é pai dele. O choque vai ser menor se ele souber por você. –falou Lily
- Ele vai me odiar... Eu podia ter avisado que a Ana e eu estávamos namorando. Íamos casar! –falou Sirius
- Sirius, não tinha como imaginar que iam matá-la! E nem que isso fosse chegar a esse ponto. Eu posso tentar falar com o James, mas é melhor você também ir se preparando. –falou Lily
- Como ele é? É calmo, agitado? –perguntou Sirius
- Calmo. Dorme fácil, se distrai com qualquer coisa. É bem fácil cuidar dele. Só quando ta com fome é que ele fica meio difícil, grita, chora, fica mal humorado... Igual ao pai. –falou Lily
Sirius abraçou o filho.
- É tão estranho ela não estar mais aqui. –falou Sirius
- As pessoas que nos amam, não nos deixam de verdade. –falou Lily
- Eu deveria tê-la protegido... –falou Sirius
- Você tentou... Mas não pode fazer nada. James ficou desesperado. Foi ele que fez o parto. Ela deveria ter falado que foi atingida pela Maldição de Dolohov. Mas apenas avisou que a bolsa rompeu. –falou Lily
- Ele trouxe meu filho ao mundo... –falou Sirius
- Você ta meloso, hein? –falou Lily
- Eu sei... Olha como ele é lindo! –falou Sirius
- Pai coruja... –falou Lily
- Ela chegou a vê-lo? –perguntou Sirius
- Acho que não. –falou Lily
- O que é essa tal Maldição de Dolohov? Eu sei que eu recebi, mas não por completo. –falou Sirius
- A maldição de Dolohov dilacera os órgãos internos, como se os picasse com uma faca. –falou Lily
- Será que tem problema se eu dormir aqui? –perguntou Sirius
- Não... Vamos arrumar um quarto para você. –falou Lily
- Obrigado, Lily! Vou tentar contar para o James o quanto antes. -falou Sirius
- Fique um pouco com ele... Vocês precisam de um tempo a sós. –falou Lily saindo do quarto
Sirius pegou o bebê no colo e sentou-se em uma cadeira próxima.
Ficou olhando o filho... O bebê era pequeno e meio franzino. Tinha olhos muito verdes e cabelos negros e bem lisos. Mas bagunçados. A primeira coisa que passou pela cabeça de Sirius foi se Lily e JAmes estavam mesmo cuidando bem do pequeno Harry. Mas logo depois se lembrou da amizade que Lily tinha com Anastácia e que JAmes era de cumprir suas promessas. E ele havia prometido. Com certeza estava cumprindo. Mas então por que seu filho era tão franzininho?
Fez as contas mentalmente. Se Anastácia tinha morrido há três meses, tempo em que ele ficou no hospital, então o bebê nasceu com 8 meses, prematuro. Deveria ser por isso que era tão pequeno.
Sentia saudades dela. Recostou-se na poltrona. Olhou o filho novamente. Como James não percebera a semelhança? Harry era a cara dele! Ta, ele tinha os olhos e o modo de olhar da mãe. Olhos ingênuos, tristes. Será que ele sentia a perda da mãe, mesmo sem saber direito o que havia acontecido?
Nunca imaginou que a perderia, que ela poderia de uma hora para outra morrer. De todas as pessoas que ele conhecia, julgava Anastácia a última que poderia ser morta em um ataque de Comensais. Er não era nem a favor nem contra Voldemort. Havia cuidado de vários seguidores dele várias vezes. Bella, por exemplo. Aliás, ela vivia cuidando deles. Muitas vezes receberam corujas pedindo os serviços dela para alguém que havia se machucado demais em alguma missão. E ela sempre os socorria. Dizia ser por causa de um tal juramento de Hipócrates. E fora morta exatamente por um dos Comensais que fora seu paciente. Provavelmente por estar grávida dele. Será que todos os Comensais já sabiam? Mas pouquíssimas pessoas sabiam que os dois estavam juntos. Rodolphus sabia. Mas ela era irmã dele. E Rodolphus sempre super protegeu a irmã. Ele sabia o quepoderia acontecer se essa história vazasse. Bellatrix também sabia... Mas Bella havia até dado sapatinhos e parecia feliz com a idéia. Achava que isso seria bom para Sirius, ele teria um casamento puro-sangue. Mal sua priminha imaginava que tanto Anastácia, quanto Rodolphus e Rabastan era mestiços. A mãe era trouxa.
Sirius ainda se lembrava de Aninha comentar que tinha o sangue tão puro quanto o de uma flor... E ele vivia perguntando desde quando flor tinha sangue? Lembrou-se: Rosa rubra de sangue. Rosas vermelhas eram as favoritas. A vermelha cor do sangue. Cor da paixão. Cor da Griffinória. Cor da Coragem. Agora, também a cor da morte.
Sirius recolocou o filho no berço e deitou-se em uma cama pequena que havia em um canto. Pôs-se a chorar até que adormeceu.
O dia clareou. James abriu a porta para ver como estava Sirius. Ia cahmá-lo, mas Lily não deixou.
- Deixa-o dormir mais um pouco. Olha para a cara dele! –falou Lily
James olhou. Os olhos estavam meio inchados e com olheiras.
- Melhor deixarmos mesmo. –falou James saindo do quarto com Lily

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