Semme preocupar
Capítulo 1- Sem me preocupar
Harry caminhava entediado pela casa. Mudou-se para o Largo Grimmauld logo após o fim da guerra. Gostava da casa, tinha boas lembranças dela. Foi lá que conheceu a Ordem da Fênix. E muitas pessoas que o ajudaram a lutar contra Voldemort. Foi nessa casa que pode conviver com Sirius. Passaram pouco tempo de convivência, mas foi o suficiente para marcá-lo para o resto da vida. Graças ao padrinho, sabia como era um pai.
Muita gente havia morrido na guerra. Tonks, Lupin, Moody, Dumbledore, Snape, Fred… Tanta gente que tinha a vida toda pela frente. Colin Creevey. Era um ano mais novo que Harry. Morreu na invasão de Hogwarts. Muita coisa estranha aconteceu nessa batalha. Como a morte de Fred. Todos achavam que ele tinha sido morto soterrado. Mas Rodolphus Lestrange confessou o assassinato. O mais estranho não foi ele confessar. Foi falar que queria atingir Fenrir Greyback. Os dois eram comensais da morte, por que ele iria querer atingir Fenrir? A príncipio, ninguém acreditou nele, mas a história tinha sido toda confirmada depois, pelos especialistas. Lupin, Tonks e Fred lutavam contra Bellatrix e Fenrir. E os dois estavam ganhando. Posto que os dois primeiros a morrer foram exatamente Lupin e Tonks. Fred estaria sozinho contra Bella e Fenrir. Rodolphus não mataria a própria esposa. E Fenrir estava muito ferido quando foi preso. Atingido exatamente onde Rodolphus falou que estaria. E xingando Rodolphus de traidor.
Essa história era muito confusa. Mas Rodolphus voltou a ser preso.
De todas as mortes, apenas uma Harry não conseguia aceitar: a de Sirius. Onde já se viu? Morto por uma cortina! Hermione tentou explicá-lo que o véu não era apenas uma cortina. Era uma passagem, que só dava direito a ida. Uma passagem para a morte.
Harry entrou em uma sala escura, na penumbra. Na sua frente havia uma mesa com umas 10 cadeiras, de mogno. Ali ocorriam as reuniões da Ordem da Fênix. Contornou a mesa e tropeçou em algo.
“Quanto tempo faz que a gente não olha pra trás.
Você se lembra?
Dias q se foram, amigos que não voltam jamais.
E a vida segue assim enfim
Não há o que fazer
Guardo então em mim lembranças de você“.
Era um tipo de porta guarda-chuva. O mesmo que Tonks vivia tropeçando. O objeto era bem grandinho, como ele não viu? Será que ela se fazia a mesma pergunta toda vez que tropeçava?
Nymphadora Tonks. Ela odiava o nome. E Remus vivia chamando-a por ele, para provocá-la. Harry achava engraçado o cabelo dela ficar vermelho toda vez que Remus a chamava de Nymphadora. Era sinal de que ela estava brava. Gina falava com ele que isso ia dar namoro. E deu. Não só namoro, mas noivado, casamento e um filho: Teddy. Ele viu os corpos e Remua e Tonks. Pareciam estar em paz.
Nunca acharam o corpo de Moody, mas souberam o que aconteceu. A vantagem de Rodolphus ter contado tudo o que os Comensais fizeram. Mas ele não queria liberdade. Não fez como Karkaroff, que entregou os companheiros por que queria livrar a própria pele. A príncipio, Harry achou que era isso. Mas o senhor Weasley deixou bem claro que não, que Rodolphus não queria isso, que tinha deixado bem claro preferir ficar preso. E que ele não estava bem.
Isso foi confirmado há alguns dias. Rodolphus havia morrido. Câncer. Ninguém sabia que ele estava tão doente, não havia sido divulgado. Era isso que Arthur dizia quando falava que ele não estava bem?
Foi através de Rodolphus que todos souberam que o corpo de Moody havia sido devorado por Nagini. Isso no meio de vários murmúrios de “Ele não respeitava a vontade ninguém. Não respeitava ninguém!”. Julgaram-no louco. Internado em St Mungu’s. Morreu lá, aos 80 anos. Passou os últimos 19 lutando contra um câncer. Nunca o venceu.
Foi também através de Rodolphus que souberam quem matou quem, seja comensal ou auror. Foi seu testemunho que inocentou Sirius. Foram as provas que ele guardou de que Peter traiu os Potter que inocentou o padrinho de Harry.
Mas ele não aceitou assim tão fácil. Se Rodolphus tinha acesso a documentos que provavam a inocência de Sirius, por que não os apresentou antes?
Um dos motivos de Harry ter se tornado auror foi esse: proteger os inocentes. Evitar que pessoas como Sirius pagassem por crimes que não cometeram.
“toda a inocência que um dia eu perdi por ai
tantas histórias
vejo o por do sol no horizonte que me faz refletir
como as ondas vem e vão
sem nunca ter um fim
como um coração
que bate sem cansar”
No final das investigações, que duraram mais de 10 anos, Harry estava um descrente. Não acreditava mais que alguém fizesse o bem para o próximo sem lucrar com isso. E ele acreditava tanto em justiça quando era mais novo. Agora, não via mais o mundo com olhos tão ingênuos.
Olhou a sala ao redor. Foi ali que ele recebeu conselhos sobre como “chegar” em Cho Chang de Sirius. Foi naquela sala que ele recebeu vários conselhos, ouviu várias histórias. Ele tinha que se conformar. Sirius estava morto e não havia nada para se fazer. E ele não conseguia esconder a sensação que nunca o conheceu de verdade.
“não dá pra controlar o tempo
vou deixar passar
melhor viver cada momento
sem me preocupar”
Continuou sentado pensando até perceber um homem sentado ao seu lado. Cabelos negros curtos, penteados para trás com gel. Olhos muito verdes, rosto fino e de traços aristocráticos. Usava óculos. Trajava um smoking preto, com gravata verde musgo e uma blusa branca de linho por baixo. Tinha uma bengala mogno na mão direita.
- Olá, senhor Potter! –falou o homem
A voz grave soava estranhamente familiar.
- Como entrou aqui? –perguntou Harry
- Não me reconhece? Rodolphus Lestrange. –falou o homem erguendo a mão para cumprimentá-lo.
Harry assustou. Rodolphus estava morto! E tinha 80 anos quando isso aconteceu.
- Sabe, senhor Potter... Quando uma pessoa cumprimenta, é educado retribuir. –falou o homem encarando-o sério
- Isso é um pesadelo! –falou Harry
- Não creio, senhor Potter. Se fosse um pesadelo, isso não seria possível. –falou o homem batendo com a bengala na cabeça dele
A pancada fez Harry perceber que estava bem acordado.
- Você está morto! –falou Harry
- Não nego... Tenho uma missão aqui. Não sei por que diabos me colocaram para cumpri-la, mas não pretendo não fazer. –falou Rodolphus
- Então você é mesmo Rodolphus Lestrange? Não tem cara de alguém de 80 anos... –falou Harry
- Defuntos não tem idade. –falou Rodolphus
- E que missão é essa? –perguntou Harry
- Mostrar a você o passado de alguém. Uma vida secreta desse lguém. Não estarei sozinho nessa missão. Tem um griffinório abusado comigo. –falou Rodolphus
- Mais algum comensal vai te ajudar? –perguntou Harry
- Não, mas ele só aparecerá mais adiante, então não adianta eu te falar nada agora. –falou Rodolphus
- E que missão é essa? Passado de quem? Tenho cara de quem gosta de ficar sabendo da vida alheia? –perguntou Harry
- O passado de Sirius Black. –falou Rodolphus
Harry arregalou os olhos. Como assim o passado de Sirius?
- Não quer saber sobre o passado de seu padrinho? O homem que foi como um pai para você? –perguntou Rodolphus
Rodolphus tirou uma foto do bolso.
- Deve quere saber porque não mostrei os documentos antes, não? Porque não mostrei as provas de que Sirius era inocente. –falou Rodolphus mostrando a foto
- Quero saber sim. Ele passou 12 anos preso em Azkaban. –falou Harry
- Por ela. –falou Rodolphus mostrando a foto
Harry viu uma jovem de cabelos negros, presos em um rabo de cavalo alto, sentada em uma cadeira, com uma caixa de livros ao lado.
Vestia o uniforme de verão da sonserina. Usava óculos.
- Era a minha irmã mais nova, morreu ao dar à luz ao primeiro filho. Esse filho era o motivo pelo qual não falei nada das provas. Peter disse que sabia onde estava a criança. E que me contaria se eu não mostrasse a ninguém que Sirius era inocente. –falou Rodolphus
- Mas ele não contou... –falou Harry
- Muito pelo contrário. Ele contou até demais. Quando fui preso, a única visita que recebi em 15 anos foi a de Peter. Ele queria saber onde estavam as provas para destruí-las. Acabou me contando onde estava e quem era o pai. –falou Rodolphus
- E o que isso tem a ver com o Sirius? –perguntou Harry
- Quem você acha que era o pai? –perguntou Rodolphus
- Sirius tinha um filho? Por que não contou nada a ninguém? –perguntou Harry
- A profecia dizia que seria nascido no mês sétimo de pais que tinham conseguido escapar 3 vezes. –falou Rodolphus
- Sua irmã não era uma Comensal? –perguntou Harry
- Claro que não! Ela trabalhava como Medibruxa, em St Mungu’s. –falou Rodolphus
- E por que teria escapado 3 vezes do lorde? –perguntou Harry
- Porque foi ela quem ajudou os Potter a escapar dele 3 vezes. Foi interogada e torturada 3 vezes. E escapou inteira nas 3. Graças a Bellatrix. –falou Rodolphus
Harry nunca tinha imaginado Bellatrix salvando a vida de alguém.
- Vou te mostrar algumas coisas, você vai entender melhor. –falou Rodolphus
A sala ao redor de Harry foi escurecendo até tudo sumir. Ele começou a sentir sono e dormiu sentado onde estava.
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!