Rvelações do Presente



Nadia e Persefone saíram do castelo animadas para ir ao salão de Beleza. Nadia havia conseguido disfarçar a “deformidade” em sua testa com um chapéu. Estavam na mesma cidade em que Perse havia sido atacada.
As duas saíram da mansão à pé e foram andando rumo ao centro da cidade.
- Essa cidade é sempre tão parada? –perguntou Persefone
- Não sei, estamos aqui há pouco tempo. Mas eu tive a impressão que ela era mais movimentada. –falou Nadia
- Também tive essa impressão quando cheguei com o Si e com o Alexei. –falou Persefone
Nadia olhou ao redor. As lojas estavam abertas, mas ninguém entrava ou saía. Aliás, pareciam estar vazias...
- Perse... Tem alguma coisa muito errada. –falou Nadia
- Com certeza! O Salão ta vazio! –falou Persefone entrando em um salão de beleza.
- Não apenas o salão. Parecem estar todas as lojas vazias. –falou Nadia
As duas se olharam frente a frente.
- Ta pensando no que eu to pensando? –perguntou Nadia
- Zumbis! –falou Perse
- Todos viraram zumbis! Não vai ter ninguém para cortar meu cabelo. –falou Nadia
Persefone olhou ao redor. Já haviam entrado no salão e pela primeira vez ela sentiu que o que fizeram não tinha sido uma boa idéia.
- Nadia... Melhor sairmos. –falou Persefone
A frente da loja era toda de vidro, de modo que dava para ver razoavelmente tudo o que havia do lado de fora.
- Esperem... Não saiam. –falou uma jovem
- Entramos em um lugar com apenas uma saída, que por coincidência foi por onde entramos. Isso é muito fácil de ser cercado. –falou Persefone
- Não tinha pensado nisso. –falou Nadia
- Então é só fechar a porta. –falou a jovem
- Eles poderiam entrar quebrando a vitrine. –falou Persefone
- Droga! Eu não posso deixá-los sozinhos. –falou a jovem
- Deixar quem? – perguntou Nadia
A jovem as chamou até uma outra salinha e elas a seguiram receosas. Havia nessa salinha duas caixas com filhotinhos de gatos.
- Meu nome é Arthemis. Esses são os filhotinhos da minha gata. Aquela grandona ali é a minha gatinha, mãe desses bebês lindos. –falou Arthemis
- Ai... Eles são muito fofos. –falou Persefone
- Não podemos deixá-los aqui à mercê desses zumbis. –falou Nadia
- São mesmo zumbis? Eles comem gente. Eu vi eles atacarem a manicure. –falou Arthemis
- Você é a cabelereira? –perguntou Nadia
- Sou. Sou novata no salão. Eu vi quando a arrastaram para o lado de fora. Eu ia gritar para pararem, mas o cheiro de carne podre me impediu até mesmo de respirar direito. –falou Arthemis
- Bem, não é seguro para você ficar sozinha aqui. –falou Nadia
- Não tenho outro lugar para ir. Tentei sair do salão, mas eu os vi andando em todas as ruas aqui em volta. –falou Arthemis
- Nós viemos para cá sem ver nenhum. –falou Persefone
- Podemos levá-la para a Mansão. Lá é difícil para eles entrarem. –falou Nadia
- Vamos a pé carregando 2 caixas e uma gata? –perguntou Persefone
- Claro que não. Eu tento fazer ligação automática em um carro. –falou Nadia
- Então vamos. Nadia, dê uma olhada no salão para ver se tem alguém. –falou Persefone
Nadia olhou e não viu ninguém. Arthemis colocou todos os gatos em uma caixa e fechou.
- Já que vamos de carro... Fifi! –falou a moça
Nessa hora apareceu uma linda poodlezinha preta, do tamanho de um copo.
- Ai... Ela é igual a minha cachorrinha... –falou Persefone
- A que você ganhou da Cissy? –perguntou Nadia
- Isso. Mas a minha sumiu. Vem Fifi! Ela é sua? –perguntou Persefone
- Não. Ela apareceu por aqui ontem. –falou Arthemis
- A minha sumiu na véspera do meu casamento. Anteontem. –falou Persefone
- Será que a Penny não roubou ela, não? –perguntou Nadia
Persefone bateu palmas perto do chão e a cachorrinha correu para ela pedindo colo.
- A minha Fifi fazia a mesma coisa. –falou Persefone
- Pode ficar com ela se quiser. –falou Arthemis
- Obrigada! Amo cachorros. –falou Persefone pegando a cachorrinha no colo e colocando na bolsa.
A cachorrinha deitou dentro da bolsa e deixou apenas a cabeça do lado de fora.
- A minha Fifi também fazia isso. –falou Persefone
- Vamos logo! –falou Nadia
Persefone pegou a varinha. Nadia pegou uma caixa e Arthemis pegou a gata no colo.
Nessa hora começaram a ouvir mais latidos de onde a cachorrinha tinha saído.
- Mais cães? –perguntou Persefone
- Parece que sim. E parecem filhotes. –falou Arthemis
- Eu volto para buscá-los. –falou Persefone
- Sozinha? –perguntou Arthemis
- Não tem problema, ela sabe como destruí-los. –falou Nadia
As três saíram. Nadia apontou para uma van parada pouco mais à frente.
- Se você fizer a ligação direta, eu dirijo. –falou Persefone
Colocou a bolsa junto com a cachorrinha dentro do carro.
- Já volto. Não liguem o carro agora. O barulho pode atraí-los. –falou Persefone
Nadia e Arthemis entraram no carro. Persefone entrou novamente no salão. Conjurou uma bolsa onde colocou pentes e as tesouras. Foi até os fundos onde havia escutado os latidinhos. Haviam 7 filhotinhos de vira latinhas atrás de uma lixeira. Persefone conjurou uma caixa grande e os colocou dentro. Achou a mãe dos cachorrinhos morta toda mordida, nos fundos de outra loja. Persefone pegou a caixa e entrou no salão rápido. Saiu da loja a tempo de ver que havia zumbis se aproximando pelo outro lado da rua. Saiu correndo carregando caixa e bolsa até a van, entrando apressada na parte de trás e fechando a porta arisca.
- Zumbis, fechem tudo! –falou Persefone
Arthemis e Nadia mal tiveram tempo para fecharem as portas. Acabaram de fazer isso e os zumbis já estavam batendo nas janelas.
- Agora faça a ligação, Nadia. –falou Persefone
- Não dá... Eu esqueci a varinha em casa. –falou Nadia
Persefone ligou o carro com um aceno da própria varinha.
- Agora, dirige! –falou Persefone
- Perse, querida, eu nunca dirigi na vida. Meu pai pagava motorista, lembra? –falou Nadia
Persefone pulou para o banco do motorista, enquanto Nadia se espremia com Arthemis no banco do carona.
O vidro do lado de Arthemis começou a rachar devido às pancadas dadas pelos zumbis. Persefone pôs o carro em movimento, acelerando e dando a ele uma alta velocidade, atropelando assim vários zumbis.
Correram de carro até que os zumbis as perderam de vista e elas puderam voltar à Mansão onde estava Vlad. Pararam em frente a uma mansão antiga, com altos muros de cimento. Persefone abriu o grande portão verde com mágica.
Entraram. Nadia pulou do carro e correu até o portão para fechá-lo. Quando estava fechando, viu que alguns zumbis ainda as seguiam.
Trancou o portão e correu até o carro.
- Perse, o portão não vai agüentar se eles começarem a tentar derrubar. Tem mais de 10 zumbis lá fora. –falou Nadia
- Tem um jeito. –falou Arthemis
- Qual? –perguntou Persefone
- Encoste o carro no portão. Vai segurá-lo. –falou Arthemis
Persefone deu ré até encostar a traseira da van no portão. Desligou o carro e tirou a caixa e a bolsona do carro, junto da sua bolsa com a sua nova cachorrinha. Nadia pegou a caixa com os gatinhos e Arthemis pegou a sua gata.
- Por que eu fiquei com mais peso? –perguntou Persefone
- Porque foi mais apressada. –falou Nadia rindo
As três entraram na mansão, que tinha um grande jardim cheio de flores de amor-perfeito e que era do mesmo tom de verde que o portão.
Assim que entraram na sala da Mansão, encontraram Vlad.
- Trouxeram uma humana trouxa para cá? – falou Vlad
- Não poderíamos deixá-la para trás. –falou Nadia
- A cidade está cheia de zumbis de Azimani. –falou Persefone
- Os mesmos que você trouxe para cá ontem? –perguntou Vlad
- Eu não os trouxe. Só os obriguei a me levarem para o local onde haviam sido conjurados. –falou Persefone
- Não há bruxos das Trevas... –começou a falar Vlad, mas de repente, seu rosto ficou lívido
- O que houve? –perguntou Nadia preocupada
- Não pode ser... –falou Vlad
- Não pode ser o que? –perguntou Persefone
- Ela não faria isso comigo. –falou Vlad
- Se duvida, espere a volta de Nástenka e Nicolai. Eles a estavam espionando há dias. –falou Nadia
- Vou esperar. Conseguiu cortar o cabelo? –perguntou Vlad
- Não ta na cara que não? –perguntou Persefone
Vlad olhou para Nadia.
- Ta diferente... –falou Vlad
- Ta exatamente do mesmo jeito de quando eu saí. –falou Nadia
As três saíram andando largando Vlad falando sozinho.
- Escuta aqui, senhorita Lestrange... –falolou Vlad
- É senhora Black! –falou Persefone
- Ta, senhora Black... Acho que a Penny nunca me trairia. –falou Vlad
- Ela traiu o Sirius quando os dois estavam juntos.Traiu a mãe e o pai dela agora. Matou a minha filhinha. Matou a filha dela. Matou Teddy e Victoire. Tentou me torturar. Se você não acredita que ela seja capaz de qualquer coisa... O pior cego é aquele que não quer enxergar. –falou Persefone
- E o que você aprontou com ela a vida toda? –perguntou Vlad
- Acorda! Ela tem 20 anos! Ela e a Penny nunca foram criadas juntas! Aliás, elas só se conheceram há alguns meses! Era só fazer as contas, Vladmir! –falou Nadia
- Mas a Penélope sempre falou... –falou Vlad
- E ninguém nunca conferiu se as contas que ela fazia batiam. São espertos demais para serem enganados, não? Seus adorados Draculs sempre se julgaram mais espertos e inteligentes que todo o mundo. Qualquer um que não fosse considerado por eles como tão espertos era tido como idiota. Eles sempre me trataram como uma imbecil e você nunca me defendeu tanto quanto defende a Penny! –falou Nadia chorando
Persefone e Arthemis olharam para o chão.
- Amor... Você sabe que eu sempre gostei do lado ambicioso da Penny. Mas isso não significa que eu prefira ela. Eu amo o seu jeito rosa de ver a vida! Eu adoro quando você me chama de morceguinho. Quando estoura o limite do meu cartão de crédito... Quando entra de regime e fica fazendo ginástica falando que ta gorda... E eu sei que essa sua preocupação é porque quer ficar mais bonita para mim, embora eu já te ache perfeita. Nadienka, eu te amo! –falou Vlad
- Vai continuar deixando seus subordinados me tratarem como se eu fosse uma imbecil acerebrada? –perguntou Nadia
- Eu vou começar a te defender, docinho de mel. –falou Vlad
- E vai ser tanto quanto defende a Penny? –falou Nadia
- Mais do que isso. Mesmo porque ta na cara que a Penny traiu os Draculs. –falou Vlad
- E falando em traição... A Mansão está cercada por zumbis. –falou Arthemis
- Como? –perguntou Vlad
- Nos perseguiram até aqui. –falou Persefone
- E vocês estão bem? Nenhum arranhão ou mordida? –perguntou Vlad
- Estamos todas bem, amor. –falou Nadia
- Que bom! –falou Vlad
- E quanto aos zumbis? –perguntou Nadia
- Deixa que eu resolvo isso. Vai lá cortar o seu cabelo. Imagino que a humana trouxa seja cabelereira. –falou Vlad
- Sou sim. –falou Arthemis
- Vlad, se precisar de ajuda para acabar com os zumbis... –falou Persefone
- Vou pensar no que fazer. Se eu precisar te chamo. –falou Vlad
As três subiram a escada de madeira que havia de frente para a porta de entrada.
Vlad olhou a sala ao redor. Ele mesmo havia mandado construir aquela casa anos antes. Foi ali que ele conheceu Penny. Ele estava voltando de uma caminhada com seu cachorro Pastor Belga quando viu uma jovem sentada na calçada de sua casa de cabelos lisos e negros sentada na porta de sua casa. Ela levitava um rato com a varinha.
E foi ali que se apaixonou por ela. Mesmo com o passar dos anos, seu amor por Penny não havia diminuído. E agora ele via que ela havia usado os sentimentos dele para manipulá-lo. E como era doloroso perceber isso. Não que ele não sentisse isso no íntimo. Penny havia usado ele e os Draculs para uma mera vingança pessoal. Será que ela realmente se importava com eles? Será que ela se preocupava com Vlad, gostava dele tanto quanto ele gostava dela? Só agora ele percebia que havia passado anos gostando de alguém que só o usou. Olhou instintivamente para o alto da escada. Nadia sempre fez tudo para agradá-lo. Doava-se a ele de corpo e alma. O que ele estava esperando para retribuir?
Foi quando ouviu um choro baixo ao seu lado. Era Nástenka.
- O que houve, Nasty? –perguntou Vlad
Nástenka não conseguia responder. Apenas chorava sem parar.
- Cadê o Nicolai? –perguntou Vlad
E olhou ao redor procurando. Desde que os conhecia, sempre via os dois juntos.
- Sinto muito Nástenka. –falou Vlad
- Você sabe que tem uma parcela de culpa nisso não? Você a ajudou a chegar onde ela está agora. Ela matou meu Nicolai. E quer matar o meu filho! Alexei é tudo o que me restou! Ele é apenas um menino de 7 anos! O que ele fez para merecer isso? –falava Nástenka descontrolada
- Eu a ajudei... E eu tenho que consertar o erro que cometi. –falou Vlad
- Consertar? Como quer consertar se não enxerga um palmo na frente da cara? Meu Deus do céu! Você passou esse tempo todo dando apoio a uma cobra! Eu te avisei que ela estava apenas esperando a hora certa de nos trair!Eu falei que quem muito quer perde tudo o que conseguiu. E o que você fez? Tornou seu o plano dela de dominar o mundo. Vocês eram tidos como heróis na sua terra. E agora são temidos e odiados. O que ganharam com isso? Prestígio? Poder? Já tinham isso sem matar meio mundo! –falou Nástenka
E levantou-se saindo da sala e deixando um Vlad estarrecido atrás de si.
Vlad levantou-se e saiu da casa. Olhou os zumbis tentando derrubar o portão.
- Como pude ser tão tolo? –perguntou Vlad
Ele viu uma raposa passar ao seu lado.
- Aí, cachorrinho... Pelo menos você quer minha companhia? –falou Vlad sentando-se no degrau da porta.
A raposa se aproximou.
- Cachorro... Você ta com celulite nas patas traseiras. –falou Vlad
A raposa se transformou em Persefone.
- Celulite quem tem é a mãe! –falou Persefone
Vlad começou a rir.
- Já pensou em alguma coisa? –perguntou Perse
- Não. Pelo menos de útil nada. –falou Vlad
- Se me arrumar uma escada, dá para subir em cima do carro e desintegrar a cabeça deles por cima do portão. –falou Persefone
Se levantaram e foram resolver o problema dos zumbis no portão.

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