Sequestrada



Persefone acordou em um calabouço escuro e frio. Caminhou até a luz. Estava sem varinha, indefesa e com frio. Olhava para si mesma e não acreditava que tinha saído com vida do ataque. E sem ter sido contaminada.
Parou perto da grade. Foi quando viu um vulto se aproximar pelo outro lado. Aguardou para ver quem era. Fosse quem fosse, ela não teria onde se esconder. E a idéia de que seria morta a qualquer instante fazia cada célula de seu corpo gritar pelo aconchego da casa dos tios.
Foi quando viu um homem de longos e ondulados cabelos castanhos se aproximando. Era Vlad.
- Você cheira a medo. –falou Vlad
- Não to cheirando a medo. To fedendo a carne decomposta. –falou Persefone
- Imagino que aí não seja tão confortável... É tão confortável quanto o que você fez a vida toda com a sua irmã. –falou Vlad
- Mas eu nem vivi perto dela... Quando eu nasci, ela já tinha sumido no mundo. Como poderia fazer alguma coisa contra a Penny se quando eu a conheci, ela já estava espionando a ordem? –falou Persefone
- Ela disse que são irmãs. –falou Vlad
- Somos, mas eu nasci no final da guerra. –falou Persefone
- Tem quantos anos? –perguntou Vlad
- Isso lá é pergunta que se faça a uma mulher? Caramba, você e o Sirius não têm apenas a mesma cara. Vocês têm a mesma facilidade para fazer perguntas AB-SUR-DAS para uma mulher. –falou Persefone
- A mesma cara? –perguntou Vlad sério
- Cara, é só te colocar com o cabelo preto, com barba e... Jura não contar para ele? –perguntou Persefone
- Juro! –falou Vlad
- Pulgas. –falou Persefone
Vlad começou a rir.
- Ele tem pulgas? –falou Vlad
- E vive me passando... –falou Persefone
- Shampoo antipulgas deve estragar o cabelo... Bem o motivo que eu te trouxe aqui... –falou Vlad
- É para me matar e beber o meu sangue. –falou Persefone
- Não! Eu não bebo qualquer coisa! –falou Vlad rindo – Brincadeirinha... Bem, foi uma das minhas noivas. Ela está com problemas e preciso que a ajude. –falou Vlad
- Problemas? Que tipo? –perguntou Persefone
- De aceitação. –falou Vlad
- Ela não aceita ter ficado imortal? –perguntou Persefone
- Não. As pessoas não aceitam que ela seja um tanto... rosa! –falou Vlad
- Qual o nome dela? –perguntou Persefone
- Nadienka Bathory. –falou Vlad
- Não! A Nadia é tua noiva? –perguntou Persefone
- Ta recusando ajuda? –perguntou Vlad
- Tu é lerdo assim sempre? É só uma forma de interjeição... Pelos deuses... Óbvio que eu conheço a Nadia. Nós fizemos um “intensivo” de ginástica localizada há dois anos. Ela é uma sister minha! Fazemos parte do mesmo grupo de bruxas fashion. Uma irmandade. A Nadia é demais! E ela faz um suco de abacaxi que seca até pimenteira! –falou Persefone
- Pelo visto conhece e bem. Preciso que a ajude a se dar bem com os Draculs. –falou Vlad
- Se devolver minha varinha... Convenço até um cego de que ele enxerga e faço uma raposa jurar que é um coelho. –falou Persefone rindo
Vlad abriu a cela. E devolveu a varinha.
- Cadê minha miguxa? –perguntou Persefone
- Vou te levar até ela. –falou Vlad
Caminharam por um corredor longo e frio. Até entrarem em um outro corredor, mas dessa vez iluminado e com vários quadros nas paredes.
Vlad parou na frente da porta.
- Amor, tua amiga ta aqui. –falou Vlad
- NÃO ADIANTA! NÃO VAI ME CONVENCER A SAIR HORROROSA DESSE JEITO! –falou uma voz feminina de dentro do cômodo
- Tem dois dias que ela não sai. Não sei mais o que fazer. –falou Vlad
- Nadia? –chamou Persefone
- Perse? É você mesma? Amor, essa aí não é a víbora da Penny, não, né? –falou Nadia ainda sem abrir a porta
- Acha que a Penny faria isso? Acha que ela fingiria ser uma amiga sua para te fazer sair do quarto e comer? –perguntou Vlad
- Não... Perse, aconteceu uma catástrofe! Eu to horrível. Eu não posso aparecer na frente do meu morceguinho assim. –falou Nadia
- Amor, você prometeu que não usaria esse apelido horroroso na frente dos outros. –falou Vlad
- NÃO É HORROROSO! –gritou Nadia
- Nadia... O que ta acontecendo? –perguntou Persefone
- O MUNDO ME ODEIA! E ESTOU HORROROSA! –falou Nadia
- Como assim? –perguntou Persefone
A porta se abriu revelando uma jovem de burca (vestimenta típica dos muçulmanos) improvisada com um lençol.
- Ta tão grave assim? –perguntou Persefone
Nadia a puxou para dentro e fechou a porta.
- Precisa me ajudar. –falou Nadia retirando a burca improvisada
- Ai, meu deus! –falou Persefone
Nadia era uma jovem ruiva, de 1,60 m, magra e de olhos incrivelmente azuis.
- Viu? É uma calamidade! –falou Nadia
Havia aparecido uma espinha no meio da testa da jovem.
- Tudo bem... Tem que ter um jeito... gel secante? –perguntou Persefone
- Acabou... –falou Nadia chorosa
- Já pensou em usar franja? –perguntou Persefone
- Não tinha pensado nisso. Mas meu cabelo é cacheado. Vai ficar pavoroso! –falou Nadia
- Escova Progressiva? –perguntou Persefone
- Excelente idéia! Mas como vou até o salão? –perguntou Nadia
- Coloca um boné... E pode ser que a esteticista consiga dar um jeito... na calamidade que emergiu na sua testa. –falou Persefone
- Não vai de camisola, né? –falou Nadia
- Eu também tô fedida. –falou Persefone
- Esse cheiro de carne podre é seu? –perguntou Nadia
- Ei! Eu não fedo assim. Eu fui trazida por zumbis de Azimani. –falou Persefone
- Impossível! Nenhum Dracul pode controlar zumbis. Eles não são bruxos. –falou Nadia
- Nenhum? –perguntou Persefone
- Penny! Eu não acredito que ela usou zumbis contra um necromante! –falou Nadia
- Usou! –falou Persefone
- Mas... Você podia ter fugido... –falou Nadia
- E perder a oportunidade de descobrir que foi estúpido a esse ponto? Nunquinha! –falou Persefone
- Você veio para protegê-lo, não? –perguntou Nadia
- Como? –perguntou Persefone
- Veio para proteger Alexei. A Nástenka vai ficar doida de preocupação se souber que você foi pega. –falou Nadia
Persefone olhou para Nadia.
- Eu sei do menino. A Nástenka estava vigiando vocês. Eu não pude ir ao casamento, sorry, Perse. E sinto muito pela sua filhinha. –falou Nadia
Persefone sorriu.
- E o salão? –perguntou Persefone
- O banheiro é por ali. –apontou Nadia para uma porta do outro lado do quarto.
- Vai escolhendo a roupa. –falou Persefone
Foi nessa hora que Perserfone observou o quarto. Tudo era rosa: cortinas, roupa de cama, decoração... Minutos depois, estavam indo ao salão de beleza.

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