Capitulo 6

No dia seguinte as aulas foram ainda mais puxadas e Lupin que havia se transformado na noite anterior estava pálido, cansado e havia faltado a primeira aula. Durante o único horário livre que tinham naquele dia os marotos, Lílian e o quarteto, se encontravam na biblioteca.
Tiago, Sirius e Renata cochichavam coisas em um canto sobre o tal “plano” deles enquanto Pedro tentava, sem sucesso, ouvir. Lílian e Camila conversavam e davam risadinhas olhando para uma mesa onde haviam alunos da corvinal, Bianca novamente rabiscava coisas em sua agenda, Lupin estudava e Patrícia lia um livro qualquer. Ela rasgou um pedaço do pergaminho e o mandou para sua irmã.

O que aconteceu entre você e o Sirius em Hogsmeade?

Bianca leu o bilhete duas vezes antes de responder e antes de jogá-lo em cima do livro da irmã olhou de soslaio para Sirius.

Nada de mais, só o que você viu... Por quê?
Nada... Só que você gosta dele, não gosta?

Novamente a garota hesitou, talvez ainda não fosse a hora de falar, e respondeu:

Não... Mas e quanto a você e o Lupin?

Bianca jogou a ela mais dois bilhetes, mas ela não respondeu.

Á noite, após o jantar, eles foram para a casa dos gritos para a transformação de Lupin. Sirius em sua forma animaga olhava o mapa do maroto aberto no chão. Estava observando o dormitório feminino, mas Bianca não estava ali. Localizou então o ponto que a representava nos jardins sozinha. Várias coisas começaram a correr por sua cabeça. “Como a garota chegara ali sem ser pega por filch?”
Ele não pensou duas vezes, saiu correndo em direção ao jardim. Chegando lá, parou. Viu a garota sentada encostada em uma arvore, seus braços estavam cruzados por causa do frio enquanto o vento balançava seu cabelo. Ao ouvir os passos de Sirius a garota se virou para ele deixando de olhar para a lua brilhante no céu, se assustou e levantou em um salto.

- Calma... você não quer me atacar não é... não mesmo... – dizia ela dando pequenos passos para trás com medo de fazer algum movimento brusco.

Sirius queria responde-la mas achou que se latisse só a assustaria mais, então caminhou vagarosamente ate a arvore onde antes a menina estava e se sentou. Bianca então pegou a varinha e se aproximou vagarosamente. Vendo que não corria perigo se sentou ao lado do cão e hesitando acariciou seu pelo que brilhava a luz da lua cheia no céu que ela voltara a admirar. Sirius se sentia no paraíso, porem seria muito melhor se estivesse em sua forma normal. Sabendo que não seria contrariado ele apoiou a cabeça no colo de Bianca, naquele momento era o cara mais sortudo do mundo.


Era tarde o sol estava brilhando no céu porem não estava quente. O garoto ia em direção ao salgueiro lutador, acabara de deixar seus amigos na biblioteca com uma desculpa mal inventada, precisava pensar.No meio do caminho se certificando que estava sozinho se transformou naquele grande cachorro negro e entrou pela passagem a raiz da arvore chegando a casa dos gritos. Pensando em tudo que acontecera nos últimos tempos, a chegada do quarteto a Hogwarts, a ida a Hogsmeade, os encontros noturnos que tivera com Bianca nos últimos dois dias... Voltou então a sua forma normal e viu uma cama ao canto do quarto em que acabara de entrar, ela parecia que iria desmontar ao menor toque, mas Sirius não se importou caminhou ate ela. Ao seu lado tinha um enorme armário talhado em madeira, porém todo arranhado. Obra, talvez, feita por Lupin. Ao passar por este não viu a tabua solta no chão tropeçando e segurando a porta deste fazendo com que se soltasse. Ele olhou para dentro do armário, se levantando.
Tinha mofo ali dentro, o cheiro quase insuportável, de lá dentro saiu uma sombra, Sirius agora em pé e com a varinha a mão observava horrorizado aquela cena, a sombra ficava cada vez mais sólida estava se transformando...
-AAAAAAAAAAAAH

-Tiago... Tiago – Sirius vinha correndo em direção aos amigos.- Tiago você precisa vir comigo! – disse ele enquanto o puxava.

Os dois foram ate a casa dos gritos no mesmo quarto onde Sirius estivera a pouco tempo, eles se encontravam a frente daquele mesmo armário agora lacrado com cordas.

-Veja... - disse Sirius dando um toque com a varinha nas cordas que automaticamente se soltaram.

-LÍLIAN?! – gritou Tiago para a garota que saia do armário.

Ela não parecia brava por ter sido trancada em um armário, pelo contrario, seu rosto esboçava um sorriso, ela se aproximou de Tiago e o abraçou.

- Eu te amo – sussurrou ela ao ouvido dele.

Ainda mais surpreso, Lílian o puxou para um beijo. Sirius atrás deles parecia tentando conter uma risada. Quando seus lábios estavam quase se encontrando a garota o empurrou com uma gargalhada aguda, algo que a verdadeira Lílian nunca faria.

- Minha ruivinha... – disse Tiago assustado enquanto a garota pulava em sua direção prestes a esganá-lo, mas Sirius se colocou na frente e ela parou instantaneamente se transformando em uma garota com cabelos muito lisos, compridos e negros. Mas algo parecia estar errado a menina se jogou no chão como se estivesse sendo torturada e começou a mudar de aparência, seu cabelo diminuía e ficava mais claro e menos liso, parou então em meio a transformação e se arrastou ate o armário onde Sirius a trancou novamente.

-O que... o que... aconteceu aqui? – perguntou Tiago confuso se refazendo do que acabara de acontecer.

- Ah... eu depois que sai da biblioteca vim ate aqui e acabei abrindo o armário então a... a... aquela coisa se transformou em.... uma garota e começou a fazer exatamete o que fez com você... mais alguma coisa aconteceu e ela ficou que nem agora então eu a prendi no armário.

-E por que você me trouxe aqui? – perguntou Tiago agora entendendo menos ainda o que acontecera.

- Bom... depois eu fui a biblioteca mais vocês não estavam mais lá e eu pesquisei... aquilo era um traforgo... uma espécie de vampiro e bicho papão... mas ao invés de se transformar no que você mais teme se transforma no que você mais ama.... te seduz... depois te mata e se alimenta do seu sangue... são realmente raros tivemos sorte...

-SORTE?!- berrou Tiago – aquela... aquela... COISA... quase me mata e você diz que nos tivemos... SORTE?!

- Calma, Tiago,calma! – disse Sirius parecendo desapontado – eu só pensei... se ela te deixou tão estressado assim... imagina... o que ele pode fazer ao ranhoso? – completou ele hesitando com medo de que o amigo não aprovasse.

- O ranhoso... – disse Tiago esquecendo o que acabara de acontecer e abrindo um sorriso malicioso em seu rosto. Vendo a reação do garoto Sirius também sorriu.

Os dois não tardaram a voltar ao castelo para pesquisar no livro que Sirius havia pego na biblioteca como tirariam o criatura da caso dos gritos para que ela atacasse Snape.

-Ah nos nunca vamos achar um jeito... por que não o levamos lá? – perguntou Sirius folheando o livro pela quinta vez sem nenhuma resposta – seria muito mais fácil!

- Você sabe muito bem porque não podemos... – disse Tiago – temos uma amigo com um certo problema peludo... – completou ele baixinho para que ninguém ouvisse.

- Problema peludo...?... por acaso vocês não estariam contrabandeando animais agora estariam...? – perguntou Bianca cuja a presença os garotos não haviam notado ainda.

- Não... é claro que não... – disse Sirius se recuperando do susto, encarando Bianca desconfiada.

- É que...

-É que toda vez que agente deixa o Pedro sem comer ele fira um bicho... por isso o problema peludo.... – falou Sirius interrompendo Tiago que lhe lançou um olhar que dizia “você e um louco”.

- Ah... sei... – disse Bianca não acreditando.

- Sirius... veja... já esta quase de noite... – disse Tiago baixinho para que apenas seu amigo escutasse.

-Ah... eu preciso ir.... – falaram Bianca e Sirius em coro fazendo parecer que aquilo fora planejado.

Os dois olharam um para o outro estranhando, porem Sirius sabia o que a menina faria, iria novamente ao lugar onde já haviam se encontrado anteriormente e o esperaria.

-É... eu vou de volver um livro na biblioteca... – falou Sirius se levantando e se dirigindo ao buraco do retrato.

- Ah... eu vou falar com a professora Mcgonagall... – falou Bianca o seguindo e ao saírem tomaram caminhos contrários, para depois se encontrarem de novo.

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