cap. unico



“Eu gosto de viver. Já me senti ferozmente, desesperadamente, agudamente infeliz, dilacerada pelo sofrimento, mas através de tudo ainda sei, com absoluta certeza, que estar viva é sensacional.”
(Agatha Christie)





Angústia


Corria. Suas pernas doíam e os galhos daquelas arvores que raspavam no seu corpo formavam vários arranhões, mas no momento aquilo não era importante. Alguém a perseguia, e não podia, e nem queria que ele a alcançasse, não que não fosse dar conta de um duelo com ele, mas simplesmente naquele momento não queria vê-lo.

A lua ofuscava a noite completamente negra, não podia vê-la claramente mas tinha certeza que se não fosse a luz da lua tudo estaria no completo breu, já que não havia estrelas no céu, o máximo que se via eram algumas nuvens carregadas. Não que ligasse para isso já que sempre pertenceu ao lado negro. Escuridão. A escuridão sempre o perseguiu.

Suada, se sentia extremamente suada a blusa grudava nas suas costas, sem contar seu rosto muito sujo, fazia dois dias que sua pele não sentia a água, e definitivamente queria muito se livrar daquela capa que usava, estava praticamente sem as mangas e muito rasgada, não havia o menor sentido em utilizá-la. Mas seria burrice tentar se livrar da capa sendo que corria desesperada em meio aquela floresta que cada vez mais a desagradava.

Se não fosse o corte que ela tinha feito na sua perna esquerda que ia do joelho ao tornozelo, fazendo um fino risco preto já a teria alcançado, Hermione corria muito, mas não tanto quanto um comensal da morte, bem ele não era exatamente ‘graduado’ em comensal da morte mas era quase um. Mas aquela dor na perna não era nenhuma gota de água no oceano de problemas que ele havia mergulhado desde que quisera ‘brincar’ com aquela situação.

Tudo por causa de uma maldita provocação. Como pudera ser tão burro e cair na conversa dela?
Pra começar nunca sequer a devia ter escutado...

“Agora não faz a menor diferença!”

Meio que balançou a cabeça tentando não pensar em como tudo aquilo tinha começado, ela estava perto, usava alguns feitiços cortando alguns galhos que o incomodava, mas apenas alguns já que não podia ficar perdendo tempo com isso, de repente tudo ficou escuro...

- Lumus!

Um facho de luz saiu de sua varinha, ela pode ver sua própria sombra se projetando a sua frente, ainda corria, e a única luz que tinha era a dele, a suas costas, ele estava perto...

As nuvens se distanciaram da lua e ela agradeceu, apesar da luz da varinha dele mais um pouco tinha certeza que trombaria numa arvore ou coisa pior, mas não queria pensar o que seria a ‘coisa pior’ já que sempre fora muito otimista ou então ignorava os fatos ‘ruins’ de sua vida, talvez fosse essa a razão de tudo aquilo estar acontecendo, porque de uma coisa tinha certeza... ela tinha grande parte da culpa de tudo aquilo.

- Nox!

Voltaram a ficar apenas com o luar, já que ele não queria que ninguém os encontrasse, mais um pouco... só mais um pouco e a alcançaria...

Virou a cabeça, Draco estava perto... muito perto. Saberia que isso aconteceria, é claro que lutaria tentando, mas no fundo sabia que ele a alcançaria, inteligência... pensamento lógico... sempre foram uns de seus dotes... assim como ter fé nas pessoas, o que realmente não a tinha ajudado em certos pontos de sua vida... às vezes acreditar muito em alguma coisa ou em alguém não mudava o que tinha que acontecer...

Acelerou os passos, quando se lembrou de tudo e o porque de estar vivendo aquilo, ele percebeu o que fez correr mais depressa ainda... Hermione chegou numa clareira, apenas árvores baixas na sua frente e do outro lado a floresta fechada novamente, não o viu... Virou-se novamente... Nada... Ninguém...

“Será que me perdeu de vista?”

Parou para respirar e colocou as duas mãos no joelho jogando a cabeça pra baixo, os cabelos compridos caídos, puxava o ar com muita força... tentava pensar em alguma coisa, mas do mesmo jeito que respirava rápido e ofegante sentia dedos gelados envolverem lentamente sua nuca.

Segurava, não, apertava a nuca dela tendo em seus dedos alguns fios de cabelo enrolados, fazia pressão para que ela levantasse a cabeça devagar, podia sentir que ela respirava com dificuldade.

Assim que ela estava em pé corretamente, ele encostou a própria varinha nas costas dela, retirou os dedos lentamente da nuca dela, como se não quisesse fazer isso, mas fez, e não disse nada. Hermione fechou os olhos inspirou com uma certa força, ele percebeu e diminuiu a pressão da varinha, ela percebeu e no mesmo instante, muito rápido, ela retirou a varinha do cós da saia e se virou de frente para ele.

Draco também foi rápido e tinha novamente a varinha apontada a ela, mas agora mais alto, como se mirasse o coração, seus olhos ainda demonstravam raiva, talvez um pouco de chateação consigo mesmo por ter baixado, nem que fosse um pouco, a própria guarda sobre ela.

Os olhos dela, continham um certo brilho de vitória, havia também rancor e ironia, o que ele mais detestava era a ironia que ela tinha adquirido, e o pior de tudo, ele tinha certeza que Hermione Granger tinha aprendido, pegado emprestado, roubado, ou o que fosse... aquele sorriso irônico dele. Sim, com toda a certeza, era idêntico ao dele.

“A convivência realmente muda as pessoas!”

Pensou se lembrando que também possuía aquela ironia dentro de si, um apontava a varinha para o outro e quando ele deu um passo a mais...

- Estupefaça! – ela lançou nele.

- Protego! – e ele se protegeu fazendo com que o feitiço se desviasse para outro lado.

Ele não a atacara, claro que poderia ter feito isso, poderia com toda certeza machuca-la, poderia sim... mas não queria, não, era pior, não era uma questão de poder a questão era ele não queria... não conseguia...

- Não vai me atacar? – disse meio que rindo, ainda com pose de ataque, ele olhou novamente para ela.

- Eu faço o que eu quiser... – tentou responder como se não ligasse para o que fosse acontecer, mas a voz dele saiu fraca e ele não conseguia encara-la, preferindo olhar para um canto qualquer do chão.

Hermione abaixou a cabeça e Draco voltou a vê-la, os cabelos meio sujos cobriam-lhe o rosto... foi quando ele ouviu uma risada, ela estava rindo...

- HAHAHA... como é? – fez cara de duvida ainda mantendo aquele sorriso que pertencia a ele no rosto – repete isso! – abaixou a varinha e andou chegando mais perto dele – ‘Eu faço o que eu quiser...’ – fez uma imitação horrível dele e voltou a rir. – você nunca fez o que quis... NUNCA! – ela gritou bem alto, o fazendo também baixar a varinha – NENHUM PASSO DA SUA VIDA FOI POR VONTADE PROPRIA, SEMPRE ALGUEM MANDOU EM VOCE!

Seu rosto tinha uma expressão de raiva, como se realmente quisesse machuca-lo, e queria... ele sempre foi tão... tão... ela nem tinha palavras para descreve-lo...

Draco tinha os olhos frios e a encarando chegou mais perto, estava a um passo dela e exibiu um sorriso como se tivesse lembrado de algo, Hermione respirou mais calma, mas o coração tinha se acelerado, apesar de tudo que tinha acontecido, ele ainda a deixava daquele jeito.

Inclinou a cabeça estava quase a beijando, Hermione respirava lentamente mas sentiu a varinha dele encostar-se na sua barriga, e voltou a olha-lo friamente, ele aumentou o sorriso chegou perto da orelha dela...

- Não me lembro de alguém ter me mandado te jogar na mesa... – sussurrou fazendo com que ela se arrepiasse, mas como a varinha dele ainda estava na barriga dela, Hermione se manteve calma, na medida do possível, e sem que quisesse se lembrou...

“Passava da meia noite, patrulhava o salão principal, era seu ultimo ano apesar da guerra e de todo o resto, estava feliz em se formar...

- Ora, ora se não é a sangue-ruim da Granger andando sozinha pelo corredor a essa hora... – ouviu a voz arrastada dele e desejou muito sair daquele salão.

- O que faz aqui? Você não está em dia de monitoria... – disse séria tentando não notar que ele estava cada vez mais perto, já sentia o perfume dele.

- Sei disso... mas... – deu mais dois passos para frente e ela recuou – hoje é o seu dia de monitoria... – falou como se fosse a coisa mais normal e deu mais um passo – e sabe... – Hermione sentiu a mesa fria a suas costas, mesmo assim foi mais para trás se sentando na mesa e recuado, e ele cada vez mais perto – você não acha que está com sorte em me encontrar por aqui assim andando sem fazer nada?

- S-sorte? – sem perceber gaguejou, já prevendo o que poderia acontecer se ele chegasse mais perto.

- Sorte! – ela estava sentada na mesa e tinha os pés no banco, Draco sorriu e colocou uma mão no joelho dela brincando com a barra da saia dela – eu tô entediado... – sem que desse tempo dela revidar, ele chegou mais perto e a beijou.

A mão dele passeava pela cintura dela e pela nuca, ela já tinha largado a varinha e o puxava pra cima sem se importar onde estavam, a mão dele foi subindo e desabotoando com habilidade a camisa dela, ela não fazia nada contra este ato dele agia como se aquilo sempre acontecesse.

Livrou-se da capa dele e da camisa sem a menor vergonha ou pudor de estar fazendo isso, ele não queria esperar muito e a jogou na mesa com tudo... alguns minutos depois na escuridão do salão principal, havia roupas jogadas por todos os lados, e na mesa uma grifinória totalmente descabelada que deveria estar monitorando o salão principal e um sonserino com um sorriso por ter conseguido o que queria mais uma vez transando sem nem se importarem nenhum um pouquinho o fato de estarem em cima da mesa dos corvinais...”


- Você sabe muito bem sobre o que eu estou falando. – disse ácida tentando se afastar, mas ao mesmo tempo não podendo já que ele tinha uma mão nas costas dela a segurando.

- E você também sabe sobre o que eu estou falando. – sorriu muito cafajeste para ela.

- Você é idiota, mas nem tanto, sabe a que me refiro... – Hermione disse novamente fazendo com que o sorriso dele murchasse, sempre odiou aquela mania dela de sempre fazer o certo – estou te pedindo, não seja burro...

- Só porque alguém não concorda com você, não quer dizer que esteja errado. – desviou os olhos dela, abaixou a varinha da barriga dela a prendendo apenas com uma mão nas costas. – ainda temos a outra escolha... – disse praticamente suplicando, seu nariz muito quase se encostado ao dela.

- Você não vai me fazer mudar de idéia. – Hermione disse muito séria, como se fosse irredutível ela mudar de opinião.

Nenhum dos dois estavam dispostos a ceder, de jeito nenhum, porque fariam isso? Só porque apareceu uma pessoa em sua vida a mudou de um certo modo e você tem que acompanha-la? Não... de jeito nenhum... não dariam o braço a torcer...

Draco a soltou, mas ainda mantinha a pouco distancia entre eles, passou a mão pelos cabelos tentando achar uma solução... ela sabia, ele sempre fazia aquilo quando não tinha idéia de como resolver alguma coisa ou quando ia tomar uma decisão difícil... foi do mesmo jeito depois daquele jogo de quadriboll...

“Andava a passos rápido, como se não quisesse deixa-la ir embora, não perderia essa oportunidade de atormenta-la.

- Malfoy olha aqui a sangue-ruim sozinha... – Zabini riu e Draco veio até os dois – devíamos fazer alguma coisa... – o moreno disse e Hermione não sabia o que fazer já que estava sem a varinha, Draco a olhava – o que faremos Malfoy?

- Hã... – passou as mãos pelos cabelos, era claro que não queria machucá-la mas não diria isso, ninguém podia saber dos encontros dos dois, mas se não fizesse nada Zabini desconfiaria de alguma coisa. – eu sempre a achei muito tagarela, sempre querendo responder tudo, dando uma de sabe-tudo por aí... – tentou manter a pose de sempre, mas de jeito nenhum olhava nos olhos dela.

Hermione apenas observava, queria saber o que ele faria pra resolver aquilo... e mais uma vez ele passou a mão pelos cabelos loiros, ele não a machucaria... ou machucaria? Não... ela sabia que não. Mas ele era um sonserino... mas não... ou sim? Brigava com sua consciência... e quando viu ele apontava a varinha na direção dela...

- Silencium!

Abriu a boca e tentava gritar, mas nenhum som saia de sua boca, maldita a hora que esquecera sua varinha... olhou zangada e chateada para ele, enquanto ao fundo podia ouvir as risadas de Zabini.

Aquele foi o único feitiço que ele pensou no momento que não a pudesse machucar, mas que também não levantasse suspeita sobre eles dois em relação a Zabini...

- Essa foi... foi... – ele gargalhava sem conseguir falar, enquanto Draco tentava rir forçadamente – olha a cara dela... – apontou e voltou a rir.

Quando ele apontou para ela, Draco a olhou... Hermione tinha um olhar frio muito parecido com o que ele usava, ela olhou para Zabini com desprezo, ele estava sentado no chão rindo, apontou para sim com a mão e depois para Draco fazendo um movimento indicando ‘nós’ apontou para o chão e fez um sinal de ‘não’ com o dedo... ele entendeu como: ‘nós dois hoje não’ ou seja não se encontraria com ela naquela noite...

No final ele a convenceu do contrario e os dois passaram a noite conversando perto do corujal, ela reclamando o tempo todo que a partir daquele momento ia falar menos...”


Parou de dar voltas no mesmo lugar e a olhou soltando ar pela boca...

- Por que não?

- Não irei discutir isso de novo com você...

- Daria certo.

- Eu sei, mas minha consciência não me deixaria... não importando o lugar para qual eu fosse.

Draco suspirou de novo, e andou ficando de frente para ela.

- Você sabe o que eu estou fazendo aqui?

Ela ficou muda e desviou o olhar para o chão. Sabia, não queria admitir nem para si mesma, mas sabia muito bem o que ele estava fazendo ali. Draco viu que ela não iria dizer nada, e continuou...

- Eu vim te matar.

- Veio? – ergueu os olhos como se não acreditasse nisso, mas ela sabia que ele estava dizendo a verdade. Draco viu os olhos castanhos, já se deixara se levar tantas vezes por ela devido aos olhos castanhos, mas não cederia ao que ela estava pedindo dessa vez.

- É... mas se você fugir comigo isso não vai acontecer... – respondeu segurando o braço dela.

- Você sabe que eu não posso, e não vou, abandonar todos... – nos seus olhos tinham desculpas, mas ao mesmo tempo ele sabia... Hermione não cederia – e você sabe também que apesar de tudo, de toda essa guerra, do que nós dois passamos até aqui... de tudo... tudo mesmo que aconteceu na minha vida... você não vai me matar porque eu ainda gosto de viver.

Sempre admirou isso nela, vontade de viver. Afinal ele nunca tivera aquilo, nunca tivera alguém por quem viver ou morrer... apenas Hermione, ela foi à única pessoa que conseguiu mudar um pouquinho a sua vida... nunca imaginou que por causa de uma provocação besta, alguém entraria na sua vida e a mudaria... e ainda por cima, o que ele achava antes quase impossível, o espaço que ela ocupava nele estava conseguindo diminuir o tamanho do ego dele.

Afrouxou os dedos no braço dela, mas não largou. Ele sorriu cansado e ela apenas observou enquanto ele reclamava para si mesmo baixinho...

- Eu não deveria ter caído na sua provocação... – ela queria sorrir mas ficou séria, no fundo ele tinha razão tudo começara por causa daquilo...

“Estava calor, o verão havia terminado mas mesmo assim ainda estava quente, muitos alunos, pelo menos os que sobraram na escola, estavam a beira do lago tentando se refrescar ou descansar embaixo de alguma arvore.

Hermione estava lendo sozinha embaixo de uma arvore que ficava meio escondida quando viu de relance uma sombra se projetar a sua frente. Ergueu a cabeça vendo ‘aquilo’ parado ao seu lado a olhando.

- O que quer Malfoy? – disse áspera voltando a ler, tentando ignora-lo.

- Nada não. – sentou-se ao lado dela, ele estava anormalmente quieto, ela estranhou mas deixou assim. – o que você está lendo?

- O que você quer Malfoy? – colocou o livro do seu lado e olhou para ele. – você nunca simpatizou comigo, o que é recíproco então o que você faz aqui querendo saber o que eu leio?

- Nada.

- Não, não pode ser ‘nada’... – por algum motivo estava estranha aquele dia, muito irritada com tudo e com qualquer um ou coisa, no caso a ‘coisa’ era ele, que passasse a sua frente. – Uma doninha albina irritante e insuportável que nem você, não pode querer ‘nada’ comigo!

- Cuidado com o que fala Granger... – seus olhos estavam frios e um pouco irritados.

- Por que? – fez um gesto exagerado como se realmente não desse a mínima importância ao que ele poderia fazer a ela – eu posso machucar o pobre coração do filhinho do comensal que lambe os pés daquela cobra imunda?

- Cala a boca. – sua voz saiu cortante e baixa, um pouco ameaçadora.

Ela riu, e muito alto com gosto, não era uma pessoa que costumava a achar graça nessas coisas, mas definitivamente não tinha acordado muito bem naquele dia.

- Hahahahahaha... idiota... – disse rindo e ele apertou com força o braço dela, ela ainda mantinha um sorriso no rosto mas não ria, tinha se esquecido por completo da varinha.

- Não brinque comigo Granger. – aproximou o rosto do dela, bem perto mesmo.

- Não acha que está perto demais? – perguntou quase voltando a rir – mais um pouco e você me beija... – riu do que tinha falado.

- É talvez eu faça isso mesmo, quem sabe assim você fica quieta... – falou irônico.

- Você não tem coragem... – ela meio que riu do que ele tinha dito, mas ele estava perto... e ela fez questão de se aproximar mais ainda – você é um completo covarde, um pau mandado, não tem coragem de pensar e nem de agir por vontade própria...

- Cala essa boca! – apertava mais ainda os dedos sobre o braço dela que estava ficando vermelho.

- Vem calar! – ele ficou mais nervoso ainda, podia sentir a respiração dela batendo na sua boca, mas não fez nada – covarde... – ela disse o vendo sem reação – você não tem um pingo de coragem pra fazer nada e...

Ela não terminou porque ele pressionara seus lábios nos dela com força, ela no começo se espantou mas depois retribuiu, a mão dele largou seu braço, dava para ver marcas vermelhas onde seus dedos haviam estado, deslizou a mão pela perna dela e ela bagunçava os cabelos dele, as línguas já haviam ultrapassado a barreira dos lábios e ele praticamente estava deitado sobre ela... com certeza se não fosse a lula gigante espirrar água para cima dos alunos, inclusive em cima deles... não teriam parado por ali...”


- Quase azarei aquela lula... – disse meio irônico, após se recordar de como tinha sido o primeiro beijo deles.

- Você saiu correndo... – ela se lembrou querendo rir – foi tão ruim assim? – tentou quebrar aquele clima pesado em que os dois se encontravam.

- Não... foi horrível... – respondeu sério mas depois sorriu. Andou até Hermione e a ficou observando.

Colocou de leve a mão sobre o rosto dela e passava de leve o polegar sobre a face dela tinha um machucado enorme do lado direito do rosto dela, Hermione fechou os olhos... a observava, os olhos fechados que praticamente o enfeitiçava, a boca que ele tanto gostava, ela era linda, inteligente... se não fosse aquela mania de sempre fazer as coisas corretamente ela seria perfeita.

A puxou em sua direção e a abraçou, apesar do frio e de estarem naquele lugar, ela ainda era quente. Tão quente como ele sempre se lembrou, passou os dois braços pela cintura dela e colocou a cabeça no ombro dela se deixando ficar embaixo dos cabelos compridos, enquanto que Hermione não compreendia.

Draco mantinha a cabeça entre o ombro dela e a curva do pescoço, sentia as mãos dele em sua cintura a apertarem com um certo desespero como se nunca mais ele fosse vê-la... correspondeu o abraço dele sem entender, a respiração dele, podia sentir, estava descompassada, soltava um som estranho como se tivesse... ou como se quisesse... parou mais um momento prestando atenção, sim, era aquilo... ele estava prestes a chorar.

“Estavam há horas ali na casa do grito, sem fazer nada, simplesmente sentados naquela cama, como se não precisassem de mais nada. Se alguém perguntasse a ele, Draco diria que realmente não precisava de mais nada.

- Não tem jeito?

- Você sabe que não... – ela abaixou o olhar encontrando a mão dele e entrelaçando seus dedos nos dele, Draco não fez objeção quanto a isso.

- Acho que você não quer. – era mentira, sabia que ele queria sim, era impossível alguém querer viver do jeito que ele estava vivendo.

- Não vou te contrariar quanto a isso. – fechou os olhos e meio que se deitou na cama com os pés pendendo. Sentiu que ela se apoiava sobre ele e quando entreabriu os olhos ela já estava deitada entre as suas pernas apoiando o queixo no peito dele.

Aqueles olhos o dominavam por completo, estavam meio que se encontrando há dois meses mas o jeito que ela o olhava ainda o desarmava.

- Eu tenho meus motivos...

- Não estou dizendo nada. – e nem precisava, olhando daquele jeito para ele, ela realmente não precisava dizer nada.

- A minha vida e de outras pessoas estão envolvidas... – ela ainda o encarava – não pense que eu nunca cogitei esta possibilidade... – falou mais alto perdendo o pouco controle e ela se levantou um pouco – DROGA NÃO É TÃO FÁCIL ASSIM! – virou o rosto tentando esconder o choro que por pouco não caia, mas não chorou, sua respiração apenas ficou mais acelerada.”


Naquele dia ela notou que ele tinha ficado meio abalado, por ter se lembrado de algo, mas nunca soube o que tinha deixado daquele jeito. Ainda estava abraçada a ele, estava começando a se preocupar, será que ele faria bobagem?

- Sinto muito... – assim que ouviu essas palavras ela levantou sua varinha, mas era tarde demais a dele já estava nas suas costas – larga sua varinha.

Ficou sem reação mas aos poucos em movimentos lentos abriu sua mão fazendo com que sua varinha caísse no meio daquela floresta escura. Draco ainda mantinha a cabeça baixa, sua boca bem perto da orelha dela...

- Vou perguntar de novo... – sua voz tinha um certo som de choro – vai fugir comigo?

Com uma angustia dilacerante e com uma grande vontade de segui-lo, Hermione com uma voz meio chorosa... sussurrou um ‘não’ quase inaudível...

Draco retirou sua cabeça do ombro dela sem deixar de apontar a varinha para ela, muito lentamente foi se afastando dela e manteve uma distancia de dois passos dela.

Hermione podia ver, os olhos cinzas, agora praticamente vermelhos dele... ele não fazia questão de disfarçar que queria chorar, estava segurando o choro, mas não disfarçava a vontade afinal isso não era nada comparado ao que ele estava passando... mesmo assim mantinha a varinha apontada para ela.

- Agora é a hora que você me mata? – perguntou irônica, sentia seus olhos arderem, mas não iria chorar... pelo menos não na frente dele.

- Hermione... – ele suplicou, era a primeira vez que a chamava pelo primeiro nome, mesmo depois de terem passado praticamente um ano juntos, ela já o chamava de Draco desde o segundo mês que saíram juntos.

- Não Draco... não é você que sente muito, sou eu... – passou a mão pelo rosto num gesto de desespero, de angustia que a cortava por dentro – sinto por um monte de coisa... e uma delas é pela sua vida, quero dizer, a vida que você não tem e poderia ter se tomasse uma simples decisão.

As palavras dela eram como adagas que voavam nele o fazendo sagrar pela dor e por ser tão indefeso contra elas, se Hermione tinha razão? Era claro que tinha! Tinha toda a razão, mas quem disse que tudo aquilo se tratava de razão? Ninguém. Esse devia ser um dos problemas, ninguém sabia.

- Não é ‘simples’... – seus olhos estavam cada vez mais vermelhos – por que não entende?

- Não... – ela deu um passo para trás – é você que não entende. – mais um passo para trás, ele não parecia perceber isso – eu não vou ir contra ao que eu acredito. – mais dois passos para trás.

Quando percebeu ela já tinha entrado novamente dentro da floresta, em menos de dois segundos já a perseguia novamente... por que ela não entendia?

Estava mais escuro, ainda bem que tinha pegado sua varinha, apesar de não acende-la... correu mais um pouco, mas de repente parou, não tinha mais para onde ir. Parou de correr tinha um buraco a sua frente, só percebeu ele ali porque achou estranha a falta de arvores, acendeu a varinha e apontou para baixo. Não, não era um buraco, era um precipício... e nem conseguia ver o fundo.

Quando se virou para achar outra saída, era tarde. Malfoy estava um metro dela apontando a varinha em sua direção. Não tinha mais para onde correr.

“Bateu a porta com tudo e ela quase pulou da cadeira soltando o livro que lia ao chão.

- Quer me matar do coração? – colocou a mão sobre o coração, levara um susto enorme. – para que todo este alarde?

- Eu tive uma idéia.

-Sim, devemos comemorar, afinal você está começando a pensar... – respondeu irônica, isso era uma das coisas que mais gostava de fazer quando estava com ele, ser irônica e depois de mais de seis meses com ele havia aprendido bem sobre isso.

- Presta atenção Granger... – disse tentando ignorar o que ela tinha dito – vamos fugir. – seus olhos brilhavam e ele estava muito feliz por ter dito aquilo a ela, mas Hermione não entendeu.

- O que? – foram as únicas palavras que saíram da boca dela.

- Fugir... – andava de um lado para o outro – vamos desaparecer do mapa, ninguém irá nos encontrar, levamos apenas o básico, no máximo algumas roupas e... – continuava a andar de um lado para o outro.

- Draco você não está sendo racional... – ele de repente desanimou, tinha achado sua idéia tão boa – eu tenho família, mesmo que ficássemos afastados eu teria que receber informações e tenho também amigos e...

- Não Granger... – reclamou como se ela tivesse falando bobagem – quando eu falo sumir é realmente sumir, sem noticias, sem nada...

- Você quer que eu largue tudo? – ela perguntou meio que em choque – não posso fazer isso...

Draco sentou-se à mesa olhando para baixo, será que ele não valia aquele sacrifício? Será que estava pedindo muito a ela? Afinal não sabia o que tinha com ela...

- Eu só pensei que...

- E tem a guerra... – ela começou a andar de um lado para o outro – não posso largar Harry e todos os outros com todos esses problemas...

- Potter? – disse meio rancoroso ficando de pé – não acredito que você está pensando nele!

- Não é isso! – parou de andar ficando de frente a ele – não quero fugir como uma fora da lei, não fiz nada de errado... não sou um comensal... – ficou quieta, falara demais...

- Mas eu sou quase um... – nos seus olhos tinha um certo ódio por ela ter tocado naquele assunto que ele não gostava – e então?

- Já pensou no tipo de vida que levaríamos?

Draco ficou quieto e desviou o olhar, na verdade ele tinha planejado bem pouco, só pensara no lugar e como desapareceriam, mas só, não pensou em como sobreviveriam depois disso. Hermione notou o silencio dele e continuou...

- Não teríamos se quer uma vida descente... – passou a mão pelo rosto e pelos olhos – já estive muito, mas muito mal, infeliz de mais com todas as coisas que aconteceram e estão acontecendo... – respirou profundamente, ele mantinha os olhos cinzas nela – mortes de pessoas que conheço, pessoas trocando de lados, varias descobertas de traidores... – seus olhos demonstravam um pouco daquele sofrimento de que ela estava falando – é por essas coisas e por outras que agradeço do fundo do meu coração por ainda estar viva. – parou por um momento e voltou a falar - Se nós dois fugíssemos, eu abandonaria tudo o que eu acredito... não quero fazer isso...

Saiu de perto dele e foi em direção a porta, ele não disse nada e nem a impediu de fazer isso. O que poderia dizer contra aquilo tudo que ela dissera a ele?

- Draco... – o chamou já da porta – só tenha certeza de uma coisa, apesar de todas as dificuldades e de todo este sofrimento... eu ainda gosto de viver.”


À suas costas o precipício que não se podia ver o fundo, só tinha certeza de uma coisa: se caísse não sobreviveria para dizer como era lá embaixo. Deu mais um passo para trás, metade do pé já sentia o ‘nada’ de lá... Draco se assustou com a ação dela... mais um pouco ela cairia...

- O que está esperando? – ela o desafiou, mas ele não parecia que iria cair nas suas provocações, dessa vez não.

- Hermione... – sua voz tinha uma suplica, uma angustia que o sufocava, no fundo por mais que ele dissesse tudo aquilo a ela, ele não tinha coragem de mata-la, nem sequer de machuca-la gravemente. – eu...

- Sabe Draco... – o interrompeu, estava começando a se desesperar, não queria deixa-lo, mas não queria fugir com ele, não saberia suportar nenhuma das duas opções – eu realmente gosto de você...

- Cala a boca... – a voz saiu como num sussurro, os olhos cada vez mais vermelhos, o pé dela, perigosamente, cada vez mais para trás.

- ... não posso dizer que eu faria tudo por você, porque não estou fazendo, mas faria muitas coisas, eu realmente gosto de você... – repetiu como se ele não tivesse escutado da primeira vez, ele se aproximou, ela estava muito para trás.

- Você não precisa me dizer... – deu dois passos devagar na direção dela e ela arrastou o outro pé para trás.

- Preciso sim. – respondeu como se fosse a ultima vez que fosse vê-la, Draco não agüentou vê-la tão perto de cair e a puxou em sua direção a abraçando, ela não o abraçou e apenas ficou dois passos afastada do precipício.

- Pode ir embora... – sua voz tinha um certo tom de desespero – eu digo que não te vi, ou que a perdi de vista... vai embora... – praticamente suplicou, mas ainda a mantinha em seus braços.

- Não... – seus olhos agora tinham uma calma indescritível – vou terminar o que estava dizendo... Draco eu te amo.

Olhou sem saber o que fazer, todo aquele tempo sem saber se ela o levava a sério e ela estava se declarando para ele... não conseguiu emitir nenhum um som naquele momento...

- Não te amo tanto para ir contra o que acredito, mas te amo sim, tenho certeza disso... e há um bom tempo... – de repente ela chegou mais perto e o beijou. O beijou como se sua vida dependesse daquilo, ele a apertava com força pela cintura.

Depois do longo beijo, que por alguma razão ele achou que fosse uma despedida, o que de certa forma o deixou com uma angustia, ela se desencostou dele saindo de seus braços, e sorriu. Tinha alguma coisa errada naquele sorriso dela, era como se ela tivesse indo embora... e nunca mais fosse voltar... ficou assustado com a possibilidade.

- Já te chamei de covarde mas nada do que você fez ou deixou de fazer vai ser tão covarde quanto o que eu irei fazer... – disse isso num tom de voz normal mas seus olhos estavam vermelhos, chorava sem perceber, ele ficou mais preocupado ainda com o que ela disse. O que ela iria fazer?

Ela levantou a varinha, apontando para si mesma, mais exatamente na própria cabeça, Draco andou na direção dela, mas não sabia o que fazer... ela olhou para ele...

- É uma pena, mas nunca saberei o que você sente por mim...

- Hermione... – tinha um tom preocupado na voz e tentou se aproximar.

- Adeus... Obliviate! – e uma luz saiu da sua varinha atingindo sua própria cabeça.

Era tarde de mais, Hermione se encontrava desmaiada no chão muito perto de cair no precipício, não estava morta, pelo menos não fisicamente, ele sempre soube o quanto ela gostava de viver, nunca se mataria, mas estava, provavelmente, sem memória.

A pegou no colo e retirou algumas mechas que estavam no seu rosto, ela era tão bonita, mesmo suja com o rosto vermelho por chorar e um corte feio no rosto, ela ainda era bonita, sempre foi e nunca tinha dito isso a ela... chegou mais perto e deu um leve beijo nos seus lábios...

- Eu... – arrumou o cabelo dela para trás da orelha – eu sempre te amei. – a carregou no colo pelo caminho de volta, até um lugar que pudesse desaparatar.

***

- Então quer dizer que eu sou uma bruxa... – repetiu pela terceira vez sem acreditar, não se lembrava de nada, tinha acordado há uma semana depois de ter passado um ano em coma.

- Isso. – a enfermeira respondeu

- E porque estou aqui? – apesar de estar acordada a alguns dias, às vezes ela repetia as mesmas perguntas, ou fazia perguntas de resposta lógica, coisas que não precisava perguntar, levaria um certo tempo para ela se ajustar ao mundo.

- Você estava numa batalha, na guerra contra Voce-sabe-quem, e você foi encontrada desmaiada perto do ministério...

- Guerra? Que horror... – falou com uma cara assustada, como se fosse uma realidade bem distante – e como assim ‘Você-sabe-quem’? – colocou a mão no queixo pensativa – é claro que eu não sei quem é ‘Voce-sabe-quem’, nem sei meu nome...

A enfermeira pareceu meio impaciente, já tinha dito o nome dela naquele dia pelo menos umas cinco vezes e agradeceu quando aquele rapaz entrou no quarto. Aquele rapaz loiro, de olhos misteriosos, muito bonito, sempre vinha visitá-la pelo menos uma vez por semana, nunca dissera seu nome, mas sempre perguntava como ela estava...

- Você tem visita... – ela disse mal humorada e saiu do quarto, queria muito mudar de ala não agüentava mais aquele bando de loucos, queria muito ficar longe daquela garota.

Draco foi até ao lado da cama dela sentando-se na cadeira e a observou, ela ficou meio incomodada por ele a olhar daquele jeito, parecia que estava verificando se estava tudo certo com ela, por um momento sentiu que estivesse nua na frente dele.

Hermione também se observou, viu suas mãos pequenas e magras, passou a mão no rosto e sentiu outro corte, ainda bem que não tinha nenhum espelho por perto, não estava a fim de descobrir como seria seu rosto com ‘aquilo’ que tinha sentido quando passou a mão.

- Não se preocupe você ainda continua linda. – ele disse e Hermione retirou a mão do próprio rosto, e o encarou ainda sem dizer nada – você está bem?

- Depende do que você entende por ‘estar bem’... – ele não era a primeira visita que ela recebia, já que um garoto de óculos e vários ruivos, que ela não se lembrava dos nomes, também vieram vê-la, mas eles sempre falavam varias coisas ao mesmo tempo e ela não conseguia assimilar nada – quem é você?

- Quem sou eu? – repetiu a pergunta pensando – ainda não descobri quem eu sou. – falou meio misterioso, e por algum motivo ela tinha a estranha sensação de que ele olhava para a boca dela.

- Deixa eu tentar outra pergunta... qual é a nossa relação? – colocou a mão no queixo não pode deixar de reparar o quanto ele era misterioso.

Ele abriu um sorriso e logo depois soltou uma risada, colocou a mão sobre a boca tentando disfarçar, era tão bom saber que apesar de tudo, de ser tão difícil sempre vê-la ‘adormecida’ durante aquele ultimo ano, Hermione, mesmo sem memória ainda era Hermione.

- Acho que a gente nunca conversou sobre qual seria nossa relação. – falou como se fosse a coisa mais normal do mundo, mesmo ela não sabendo sempre conversava com ela quando vinha visitá-la, mesmo ela estando de olhos fechados – tenho que ir. – se levantou, mas sentiu a mão quente e pequena dela segurar seu braço.

- Não vai. – viu os olhos castanhos totalmente perdidos, não entendendo nada do que estava acontecendo – quem é você?

- Alguém do seu passado, que não vai mais te incomodar. – retirou delicadamente a mão dela que o segurava.

- Você não me incomoda.

- Talvez agora não, mas eu já fiz isso e não pretendo que o episodio se repita então estou me despedindo. – seu sorriso parecia triste mas estava lá no rosto magro e cansado dele, aquela seria a ultima vez que a veria. – Adeus Hermione.

- Seja lá quem você for, acho que nunca me esqueceria de alguém como você... – ele parou um pouco antes de sair – não importa se no momento não me lembro do seu nome ou quem você é... – se virou para olha-la – você deve estar em algum lugar do meu coração, eu acho... – os olhos castanhos falavam com uma certeza que chegava a assusta-lo – não que no momento eu saiba de muita coisa, mas eu acho que não existe um feitiço tão poderoso assim capaz de apagar uma pessoa por completo de dentro do meu coração.

Ele não sabia o que dizer a ela, Hermione continuou:

- ...mas ainda assim não me lembro de você. – completou com um sorriso.

Não sabia o que dizer, sabia o que queria fazer e era jogar tudo o que tinha planejado pro espaço. Por que ela tinha que ser tão doce daquele jeito?

Andava até ela, dando passos lentos como se precisasse de tempo para pensar no que diria, mas sabia que mesmo se tivesse horas para pensar não teria certeza da sua resposta.

- Sabe Hermione você realmente me machuca dizendo essas coisas... – passou a mão pelos cabelos e ela teve uma sensação estranha, de que como soubesse o que estava se passando com ele, era como se ele não soubesse o que falar – mas você não tem culpa... – passou de leve a mão pelo rosto dela e Hermione fechou os olhos devagar e os abriu novamente – eu não quero, e não vou, estragar sua vida de novo... não agora que você pode recomeçá-la.

Segurou o rosto dela e o virou de lado, dando um beijo devagar na sua face macia, Hermione fechou os olhos querendo que aquele momento permanecesse gravado na sua memória para sempre.

- Seja feliz. – saiu de perto dela e foi embora.

Doía, doía muito nunca mais vê-la de novo, mas essa era a melhor opção. Sim a melhor opção para ela ser feliz, não iria arruinar a nova vida dela, afinal mesmo depois da queda de Voldemort as coisas ainda não tinham voltado ao normal, e sinceramente ele duvidava que alguém algum dia o aceitasse na sociedade bruxa.

Naquela noite ela não dormiu, no máximo fechou os olhos por trinta minutos, tinha medo de não se lembrar mais daquele dia. De não se lembrar dele, de suas palavras, de como ele, por algum motivo fazia seu coração bater mais forte e ao mesmo tempo a deixar com aquela sensação de angustia.

O sol nasceu, Hermione ainda com aquela angustia por não saber o que tinha acontecido entre ela e o rapaz loiro, sem que ela percebesse e quisesse dormiu... virou-se para um lado da cama, ainda dormindo e suspirou...

- Draco...







N/A: Oie! Então gente essa fic esta concorrendo pra Challenge, só ia publica-la depois, ma depois que ameaçaram seqüestrar meu marido, Olívio Wood, eu decidi publicar par ver se vocês se acalmam... * espero q sim!

Dedico especialmente para minha gangue, hohohoho...

Já voou avisando q não haverá continuação, é cap único.

Bjinhos,

Debyh Wood

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