RONY CAMPEÃO



Capítulo Vinte e Nove:

RONY CAMPEÃO


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_BOMBARDA! – Harry gritou correndo para trás do balcão da loja e seu feitiço causou uma grande explosão próxima da porta, Rowan soltou um grito e então vários ruídos de vidro se quebrando aconteceram perto da onde o feitiço de Harry atingira e assim pensou que tivesse atingido Rowan. – AVADA KEDAVRA! – bradou contra um Comensal que estava quase de costas para o balcão e ele foi lançado para longe, derrubando uma estante com objetos prateados que atrapalhou Rowan em sua mira, fazendo-o acertar um relógio antigo pendurado em uma parede.
Harry saltou por cima do balcão e agitou sua varinha contra um Comensal que estava indo em direção à Andryw, as pernas do Comensal começaram a dançar muito rápido e assim foi a ajuda de Rowan.
_BOMBARDA! – bradou contra um Comensal que desviou seu jato com muita facilidade, diante da surpresa foi atingido por um jato dourado perto do pescoço e sentindo queimar muito se afastou da batalha.
_AQUI! PEGUEM-ME SEUS COVARDES! – Rowan berrou e várias explosões aconteceram, Hermione estava resmungando algo, mas naquele momento Harry apenas sentiu uma mão gorda e áspera lhe agarrar pelo pescoço e quase lhe levantar do chão.
_Acabou Potter – o Comensal murmurou em seu ouvido e então um barulho grave aconteceu de repente e Harry foi solto.
Caindo no chão Harry olhou para cima e viu Hermione com uma panela na mão, a testa com uma mancha de sangue e os cabelos completamente despenteados, os dentes da frente tão grandes agora que ela parecia um esquilo e Harry teria rido senão fosse por um grito de Rony muito próximo.
Hermione saiu correndo no mesmo instante, balançando a panela no ar e Harry se levantou, no mesmo instante algo duro e feroz lhe atingiu a batata da perna e sentindo algo trincar imediatamente um choque surgiu a partir do seu joelho e correu por todo seu corpo com uma velocidade assustadora, chegando a nuca e o fazendo cair em tortura.
_O QUÊ HOUVE? – Rowan gritou mas a dor era tão forte que Harry apenas sentia sua boca tremer, impedindo as palavras.
_NÃO RONY! – Hermione berrou e um badalado aconteceu seguido de uma pancada que balançou o chão de madeira.
_Você deveria trocar a sua varinha por essa panela – Rony falou antes de se jogar em uma poltrona laranja, absolutamente exausto.
_Acabou – Rowan disse caindo no chão, desmaiado.
Harry estava no mesmo lugar de antes, deitado em forma de concha e tremendo muito, mal conseguia ver o que estava acontecendo além do sangue que saia sua perna.
_Harry! – Hermione exclamou largando a panela e correndo em direção a Harry o mais rápido possível. Ela olhou para o sangue que estava saindo da perna direita e empurrou a calça para cima, aonde emperrou durante uma parte e Hermione se afastou, indo até o lugar aonde quase fora abatida e trazendo consigo a sua varinha.
Ela lançou um jato roxo na direção da calça de Harry e imediatamente ela se rasgou até o joelho, Hermione chocada com a cena fechou os olhos por um momento mas acima disso sabia o que fazer.
_O que houve, o que aconteceu com ele? – Rony perguntou meio tonto se aproximando devagar. Ele viu o sangue pelo chão e se abaixou, ficando ao lado de Hermione.
_Não vê o que aconteceu? – Hermione perguntou aflita.
_Não muito – Rony respondeu – O feitiço que me atingiram fez com que a minha visão ficasse embaçada, só vejo o sangue.
_Uma fratura exposta – Hermione falou cansada – Fique tranqüilo Harry – disse tentando aparentar calma – Não diga nada, eu posso imaginar a dor que está sentindo.
Mesmo que Harry quisesse dizer algo seria impossível, sua boca tremia muito e estava muito cansado, como se tivesse passado por uma guerra que tivesse durado anos e nunca dormido durante ela.
_Uma das primeiras coisas que me dediquei a aprender quando entrei em Hogwarts foram feitiços que possam ajudar ferimentos assim, caso alguém da minha família precisasse de algo, eu sou a única bruxa lá e em um caso de emergência o que eu soubesse poderia ajudar e até mesmo ser crucial.
_Você sabe consertar então? – Rony perguntou, mas ele começou a tombar para o lado, como se fosse desmaiar.
_Não estamos falando de um fogão Rony – Hermione disse ao mesmo tempo que Rony tombou e desmaiou, o sangue que corria pelo seu nariz logo sendo secado por um pano que Hermione enfeitiçara.
Rowan também estava desmaiado e Andryw fora abatido gravemente.
_Estou sozinha – Hermione falou preocupada tentando se lembrar de todos os procedimentos para tentar ajudar Harry até que podesse levá-lo até Bounstouns e a Profa.Sprout lhe ajuda-se. – Eu não posso deixar todos aqui, alguns Comensais podem não estar mortos e não sou tão boa em aparatação quanto Rony e Harry...
_Eu posso te ajudar – a voz de um menino disse detrás do balcão da loja, timidamente.
_Quem está aí? – Hermione perguntou elevando a sua varinha tão cansada que mal conseguia permanecer em pé.
_Não se preocupe – a voz disse e então um menino que parecia não ter mais que onze anos, cabelos castanhos jogados pela testa, olhos verdes bem claros, um nariz fino como o de Cedrico Diggory surgiu.
Ele tinha vários arranhões pelo rosto e suas roupas estavam bastante rasgadas.
_Quem é você? – Hermione perguntou desconfiada, poderia ser muito bem um Comensal usando a poção Polisuco, tudo era possível durante a guerra bruxa.
_Alceu – o menino respondeu – Eu estou perdido, mas eu posso te ajudar.
_Você não parece o tipo de bruxo que possa me ajudar – Hermione falou se abaixando novamente e olhando para a fratura de Harry, que agora estava quase desmaiado.
Alceu se aproximou da perna de Harry e olhou para Hermione, os olhos dele eram tão claros que pareciam assustadores em meio a noite.
_Eu vou te ajudar – ele falou com sua voz calma e jovem – Eu tive um irmão que foi machucado pelo mesmo Comensal e dessa forma também, e eu pude ajudá-lo.
_Seu irmão está aqui também? – Hermione indagou depressa.
_Não – Alceu respondeu triste, com os olhos úmidos agora – Ele morreu – e então ele apontou para o bruxo que Hermione fizera desmaiar com a panelada. – Ele o matou.
_Desculpa, eu não sabia – Hermione lamentou apontando a sua varinha para a perna de Harry.
_Ele não vai fazer isso de novo – Alceu disse – Quando você lhe atingiu com a panelada eu lancei um feitiço nele e está acabado agora.
_Você...você o matou? – Hermione perguntou assustada.
_Não pense nada ruim sobre mim – Alceu disse choroso – Eu não consigo controlar meus feitiços.
_Como?! – Hermione exclamou se sentindo ofendida. – De qualquer forma, isso não importa agora, tenho que ajudar Harry.
_Deixe comigo – Alceu pediu e então ele correu até daonde saira por detrás do balcão e quando voltou segurava a sua varinha, apontando-a para a fratura de Harry e lançando um jato laranja que cobriu todo o corpo de Harry e então o osso exposto foi retornando ao lugar. No instante seguinte Alceu correu pela loja e apanhando um pedaço de pano o enrolou na área aonde o osso saira e olhou para Hermione. – Temos que levá-lo até algum lugar seguro, ele precisa tomar alguma poção que possa curá-lo por completo.
_Sinto muito, mas não posso levá-lo – Hermione disse olhando de Rowan para Andryw.
_Eu não tenho ninguém – Alceu disse e as lágrimas escorreram pelo seu rosto pálido – Eu tinha meu irmão.
_E sua família, seus pais? – Hermione perguntou certificando-se de que conseguiria tocar Harry e Rony ao mesmo tempo, para realizar uma aparatação.
_M-morreram – Alceu respondeu ainda mais triste – Foram mortos por Comensais.
_Eu temo que você não seja o que parece – Hermione falou e os olhos de Alceu fitaram os seus tão profundamente que parecia sentir a alma dele muito próxima agora. – Você é tão jovem e fez coisas difíceis de acreditar para a sua idade.
_Eu tenho muitos poderes – Alceu disse absolutamente triste – Mas eu não sei controlá-los, eles fogem do meu controle toda vez que tento ajudar alguém, eles parecem mais fortes que eu.
_Não tenho como levá-lo – Hermione falou extendendo a sua mão até Rony e Harry. – Será difícil aparatar os dois, com três eu não conseguiria chegar ao destino, estou muito cansada.
_Não se preocupe – Alceu disse esperançoso indo até Rony. – Eu levo ele.
Hermione encarou Alceu séria e disse, se sentindo grata por ele ter ajudado Harry, mas não muito pelo tempo que estava perdendo.
_Você quer me dizer que aos onze anos sabe aparatar? – Hermione perguntou aborrecida – Aprendemos isso aos dezesseis na escola.
_Eu não sabia – Alceu respondeu – Mas então enquanto meu irmão corria risco de morrer eu precisei levá-lo até alguém que podesse salvá-lo e então eu aparatei até um vilarejo desconhecido, e lá ele foi salvo. Desde então eu consigo aparatar.
_C-certo – Hermione falou assombrada – Você sabe aonde fica o castelo de Bounstouns na Irlanda?
Alceu sorriu pela primeira vez, mas foi tão rápido que Hermione mal pode ver a cena.
_Eu estudei algumas semanas lá, depois da guerra que aconteceu em Hogwarts eu tive que fugir, minha família precisava de mim.
Hermione olhou para Alceu realmente cansada e balançou a cabeça positivamente.
_Vamos direto para a enfermaria – ela falou e imediatamente tocou no braço direito de Harry e então tudo desapareceu de repente, passando por locais frios e escuros e tendo muita dificuldade em vários momentos devido ao cansaço.
Quando sentiu que havia caído em algo seguro abriu os olhos e sabendo que estava no chão da enfermaria viu Alceu chegando com Rony e então não suportou mais, caindo no chão, desmaiada.

Horas depois de tomar muitas poções e dormir consideravelmente, Harry se levantou e percebeu que estava em seu quarto em uma das torres de Bounstouns.
As vozes de Hermione e Rony estavam do outro lado da porta e eles pareciam desanimados, quase cochichando.
_Rony? – Harry chamou e toda a conversa acabou imediatamente. A porta se abriu vagarosamente, Rony parecia receoso se realmente ouvira alguém chamá-lo lá de dentro. – Entre – Harry pediu e ele olhou para trás fazendo um sinal com a mão, para Hermione.
Harry colocou seus óculos e olhou para a janela ao lado, o sol estava nascendo devagar e os pássaros cantavam tranquilamente, como não percebia há vários meses.
_Você está bem? – Rony perguntou em voz baixa e no mesmo instante Hermione adentrou o quarto, Alceu mais atrás, tão pequeno e tímido que apenas se escondia atrás dela.
Harry pode notar um olhar amedrontado nele e então desviou o seu, para não assustá-lo ainda mais.
_Alceu – Rony falou se sentando em uma cadeira próxima a janela, seus cabelos parecendo mais ruivos do que nunca, embora eles não aparentassem ter a mesma força que quando o conhecera. – Ele te ajudou Harry, e a Hermione também, e me trouxe para cá.
Harry olhou para Alceu mais uma vez e disse:
_Você fez tudo isso?
O garoto balançou a cabeça positivamente e Harry fez um sinal para ele se aproximar.
Alceu saiu muito devagar detrás de Hermione e avançou apenas alguns passos.
_O que você teme? – Harry lhe perguntou calmo.
_Todos que pareciam ser legais comigo mataram alguém da minha família, e mesmo eu imaginando quem você seja, eu perdi a esperança.
_Ele tem habilidades fora do comum – Hermione disse e havia dois cortes em seu rosto que pareciam ainda mais delicados se vistos a luz do sol que nascia. O olhar dela era triste, quase fechado, sem luz ou vida, e os cabelos estavam sempre jogados e a cor castanha já estava se tornando algo bem claro agora.
Harry sentiu-se mal nesse momento, mas parecia que seus amigos estavam envelhecendo demais em um pouco espaço de tempo e que não estava percebendo isso pois a única coisa que se preocupava era Voldemort, e a guerra bruxa.
A alegria de Rony e Hermione não existia mais, tudo o que Rony dizia às vezes fazia apenas parte de alguma sombra do passado que ainda relutava em partir, e Hermione que sempre gostara tanto de estudar e se dedicar a causas que considerava nobre agora tinha apenas a missão de matar Comensais quase todos os dias.
_Ele curou a sua perna - Hermione continuou e sua voz estava bem fraca – De uma fratura exposta, e definitivamente não sei como ele consegue fazer isso aos onze anos, eu conseguiria acreditar que Dumbledore podesse fazer isso aos doze ou treze, mas Alceu vai muito além do que eu já li sobre o assunto.
_Eu não consigo controlar – Alceu falou e sua voz era baixa e fraca, e muito jovem. – Eu perco o controle facilmente, às vezes como se meu braço queimasse e de repente algo inesperado sai da minha varinha e destrói tudo, e é difícil controlar.
_Você nunca treinou? – Harry perguntou olhando para Alceu com atenção.
_Nunca – Alceu falou – Eu estava voltando para Bounstouns esse ano, mas por causa da Guerra tudo foi perdido.
_Eu acho que ele poderia vir conosco – Hermione falou não olhando para ninguém, e parecia que se ela podesse ela esconderia seu rosto atrás de qualquer cortina ali.
_Ele é muito jovem, e pode se ferir muito rápido, teremos que cuidar de nós e dele – Rony disse desanimado.
_Eu acho justo – Harry disse olhando de Rony para Hermione. – E eu poderia treiná-lo.
Alceu encarou Harry pela primeira vez desde que chegara ali.
_E poderei fazer isso na primeira oportunidade que tivermos. Você quer?
Alceu parecia tão impressionado com o convite que Harry fizera que apenas balançou a cabeça positivamente. – Mas antes – e Hermione se virou para Harry, ela sabia o que viria a seguir – Preciso que você me conte o plano que Voldemort tem em mãos.
_Sim – Hermione disse puxando uma cadeira e se sentando. – O plano é simples – ela falou devagar – Mas muito sigiloso e o perigo talvez fosse o momento em que ele viesse à tona. – Harry e Rony se entreolharam – Voldemort não teme mais o Império da Fênix, ele não acredita que com ou sem Betrayal eles possam fazer o mesmo que há muitos anos e é claro que isso se deve ao enfraquecimento de Dumbledore. – Rony concordou com a cabeça. – Ele estava armando uma emboscada para o Império, aonde o próprio Voldemort se encarregaria de matar Dumbledore, Belatriz também estava neste grupo, não me lembro de todos, mas nesta missão cada um dos Comensais deveria matar um membro do Império, e o detalhe é que Betrayal havia sido um dos escolhidos para essa luta e isso prova de todas as formas que Voldemort confiava nele.
_Isso é possivelmente um plano falho – Harry falou rápido – Betrayal poderia decidir tudo, caso ele voltasse para o Império naquele momento eles estariam em maior número, e é claro, todos juntos, o que os tornariam ainda mais fortes. Mas se ele continuasse ao lado de Voldemort, o Império realmente poderia vir abaixo.
_Havia muitas chances, para os dois lados – Rony disse enquanto Hermione apenas continuava.
_Enquanto o Império estava sendo atacado, uma outra emboscada atrairia eu, você – ela olhou para Rony – e você também até uma outra luta, aonde três dos maiores Comensais deveriam nos matar.
_Os maiores? – Rony perguntou.
_Sim – Hermione confirmou – Voldemort queria definitivamente nos colocar por baixo, este era um plano aonde o objetivo maior era matar aqueles que realmente tem impedido Voldemort nesses últimos anos. – Hermione respirou fundo e continou – O restante do plano era uma invasão em massa a Bounstouns, aonde todos, absolutamente todos deveriam morrer. Voldemort perdeu muitos Comensais desde que começamos a caçada e ele tem um exército muito menor agora, e sabe que tem de agir com o que tem ou seremos maiores que ele e finalmente seria impossível que ele chegasse aonde quer.
_E querem saber de uma coisa – Harry falou se levantando – Esse plano vai acontecer ainda, não fizemos nada naquela festa que o impeça de continuar e dúvido que ele saiba que um de nós tenha esse plano em mãos.
_O que você pensa em fazer? – Rony perguntou receoso.
_A caça aos Comensais está cada vez mais difícil, uma vez que agora eles sabem que estão sendo atacados e estão preparados para isso. – Harry olhou para o sol que agora trazia uma brilhante luz para todo o seu quarto e continuou – O mais importante é separar todos que estão aqui em Bounstouns, e separá-los para lugares jamais imaginados, os Comensais não conseguirão encontrar todos, e eu espero que nenhum, e assim não perderemos todos de uma única vez, como o plano tem em seu objetivo.
_Precisamos avisar a Dumbledore – Rony falou – Para ele e o Império não caírem na armadilha.
_Já avisei – Hermione disse – Ele foi o primeiro com quem falei sobre isso.
_E o que ele disse?
_Que desde que soube que Voldemort havia se tornado um bruxo das trevas que temia esse momento, o momento do maior plano de todos, do plano que acabaria com todas as chances e esperanças de o lado correto vencer. Com certeza ele espera esse plano há anos e também sabe o que fazer para proteger aqueles que acredita que precisam de proteção.
_Então temos que nos separar – Harry falou se sentindo assustado, todo mundo se tornaria muito frágil estando em apenas grupos de três a cinco pessoas, mas eles não poderiam fazer nada melhor do que isso, apenas lutar para tornar esse plano tão monstruoso em algo inútil – Definitivamente.
A porta do quarto se abriu rapidamente e todos se viraram assustados, a Sra.Weasley acabara de chegar, e ela trazia consigo uma caixa de papelão cheia de objetos coloridos, na maioria brinquedos e papéis velhos.
_Rony, encontrei isso nas suas coisas, e não me recordo quando foi a última vez que revirei isso, eu pensei em jogar fora, mas há tantas lembranças boas aqui, principalmente da Copa Mundial da Irlanda e Bulgária que pensei em deixar você dar uma olhada. Talvez lhe traga bons sentimentos.
A Sra.Weasley colocou a caixa em cima de uma mesinha vazia em um canto do quarto e olhou para cada um com o olhar mais abatido que Harry já vira até então.
_Avisarei quando o almoço estiver pronto.
_Sra.Weasley – Harry disse e ela o olhou muito cansada – Diga à todos que em poucos minutos estejam na sala principal, há um comunicado importante.
_Aconteceu algo grave querido? Na festa em que vocês foram?
_Não – Harry respondeu – Mas Hermione nos trouxe algo valioso hoje e quero repartir com todos.
A Sra.Weasley ensaiou um sorriso, mas parecia impossível, e então ela apenas se virou e partiu do quarto, fechando a porta devagar.
_Quadribol hum – Hermione disse indo até a caixa e a colocando sob a cama de Harry – Lembranças de bons tempos seriam bem vindas.
Não haviam muitas coisas na caixa, mas algo que Hermione encontrara no fundo, debaixo de um cartão de sapo de chocolate estava sendo examinado atentamente por ela e por todos os lados.
_Enfim, não vou querer nada disso – Rony disse triste e então ele reparou que Hermione ainda estava examinando uma pequena carta vazia que encontrara.
_Coloque isso no lixo – Rony falou mas Hermione não o escutou – Veio com defeito, eu precisava de apenas um desses para completar a minha coleção e o último que consegui comprar foi esse, desde então nunca mais achei.
_Mas são muito fáceis de comprar – Harry disse – Há em muitos lugares.
_Sério?! – Rony exclamou chocado – Eu não vejo um cartão desses desde que tinha sete anos e comprei esse aí em uma loja que hoje não existe mais. – Rony olhou para a carta vazia, com apenas um buraco negro aonde deveria ter a figura de um bruxo famoso e se sentiu desanimado de novo.
_Aha! – Hermione exclamou sacudindo a carta e então ela brilhou muito, ofuscando até mesmo o brilho do sol e flutuando até Rony, aonde caiu em sua mão direita.
Rony encarou a carta surpreso e no lugar do buraco negro a figura de uma casa surgiu, bela e grande, com a palavra “Campeão” embaixo.
_Campeão? – Harry leu e a carta que estava um pouco empoeirada brilhou ainda mais e o nome de uma rua, seguido de um número e uma senha surgiram embaixo da figura.
_Por Merlim! – Hermione exclamou se levantando – Rony, você é o campeão!
Rony olhou para Hermione sem entender nada, mas parecendo mais animado agora.
_Vocês não entendem nada – Hermione disse aborrecida, porém animada – Rony não pode ver as outras cartas de Nawgle porque ele já venceu.
_Nawgle? – Rony repetiu surpreso.
_Essa é uma carta de Nawgle. – Hermione falou – Há muitos anos, quando tínhamos mesmo uns sete anos uma série de mil cartas saiu no mundo bruxo em homenagem ao bruxo Eldoron Nawgle, que naquele ano estava completando cem anos e se tornando o bruxo mais velho da história a estar vivo sem uso de magia. Dentre as mil cartas de Nawgle havia apenas uma que premiaria a quem a encontra-se com uma casa em Londres, uma bela e mágica casa protegida pelo seu dono e que apenas permitiria que a adentrasse quem ele quisesse. Nenhuma magia, nem mesmo vinda dos magos mais poderosos, poderia afetar a casa, e por isso ela ficou conhecida como a Casa da Vida, e a carta premiada como a Carta da Vida, o lugar perfeito para um bruxo de cem anos.
_Então eu realmente sou o Campeão – Rony murmurou e Hermione revirou os olhos impressionada – Mas fazem dez anos que isso aconteceu, não deve existir mais.
_A casa está esperando por você durante todos esses anos.
_Uau – Rony disse olhando para a carta não contendo um sorriso honesto – Quando o resto da família ficar sabendo serei tratado como um rei.
_Eles podem até saber – Harry disse sério – Mas não poderão seguir com você até lá, não podemos colocar a vida deles em risco por causa da casa.
_Mas ela é absolutamente segura – Rony discordou no mesmo instante.
_Pensei que fossemos juntos – Harry falou menos sério.
Rony olhou para a foto da casa e depois para Alceu, que estava quieto sentado em uma cadeira que puxara.
_Está certo – Rony falou – Nós iremos para lá!
_Sim! – Hermione falou – E levaremos Luna conosco, afinal, ela está sozinha agora.
Rony pareceu não se importar e Harry sentia que era justo.
_Faremos as despedidas logo após o anúncio de separação e partiremos para lá imediatamente, levando tudo o que nos pertence, e começaremos planos para essa nova fase da guerra. – Harry se levantou e olhou para Hermione – Peça a Gina e Luna que se preparem para a partida. – e agora para Alceu – Assim que chegarmos na casa de Rony irei treinar com você, se o que aconteceu for realmente verdade será um prazer tê-lo entre nós.

Minutos após Harry guardar tudo o que era seu, desceu com Alceu para a sala principal e todos estavam ali, aguardando a sua chegada, em silêncio. Os membros do Império já deveriam ter partido e os pais de Harry pareciam apreensivos.
Harry caminhou até a frente de todos e bastante calmo contou todo o plano que Hermione lhe dissera.
_Fawkes será mandada até o novo local de cada um e trará a mim todos os dados necessários para continuarmos em contato, os nossos planos ainda correm e por favor, acima de tudo, mantenham-se seguros e – Harry fez um pausa e olhou para seus pais – Vivos, essa é a maior arma que temos contra o exército de Voldemort, nos matermos vivos e cada vez mais fortes para derrubarmos o pouco que ainda lhe resta.

Assim que Harry terminou a sala se preencheu de conversas enquanto os grupos eram formados, caminhando assim, para a nova jornada que definiria a guerra bruxa.
_Imagino que devamos ir com o Império não? – Tiago disse a Harry e ele estava bem mais magro agora, e os cabelos estavam mais acinzentados.
_O Império é o grupo mais seguro do mundo agora, se vocês forem com eles terei certeza que estarão seguros.
_Eu entendo querido – Lílian falou sorrindo e em seguida dando um abraço em Harry. – Eu percebo que infelizmente apenas estaremos unidos de novo durante a batalha final, e peço que até lá cuide-se o máximo possível – e Lílian olhou para Tiago – Sofremos muito com tudo o que aconteceu desde o ataque naquela noite de Halloween e depois a maldição que tivemos de quebrar, e estarmos afastados de você é bom para nossa segurança, mas ruim para nossos corações.
Harry olhou para a sua mãe e depois para o seu pai, algumas lágrimas caíram dos seus olhos tão depressa que mal percebeu quanta dor estava sentindo por dentro, e há tanto tempo.
_Eu sei que já disse isso várias vezes, mas tudo o que mais quero é que isso acabe logo e que finalmente tudo possa voltar ao normal, e sacrifícios são necessários.
_Harry – Tiago disse firme, porém calmo – Prometa para nós que o veremos na batalha final, que você estará lá.
_Foi definitivamente muito difícil quando você morreu na guerra que ocorreu em Hogwarts, pensei que não suportaria.
_Pai, mãe – Harry falou secando as suas lágrimas – Eu não só prometo que estarei vivo na batalha final como sairei vivo dela também.
Tiago e Lílian sorriram e ambos abaraçaram Harry, que retribuiu.
Assim que Lílian e Tiago deixaram a sala Harry se virou e ali estavam Gina, Luna, Hermione, Alceu e Rony parados, várias malas pelo chão.
_Não deixem que saibam que estamos em seis – Harry falou – Aconselhei que se mantivessem em grupos de três bruxos, com exceção do Império que é inevitável.
_Então, podemos ir? – Rony perguntou ansioso segurando a sua carta premiada firmemente. Ele olhou para cada um ali presente e falou, inseguro: - Bom, hum, como será, como será que chegamos até lá?
Gina e Luna se entrolharam chocadas.
_Dê-me aqui! – Hermione falou puxando a carta de Rony e consultando o endereço embaixo da figura da casa. – Pronto – ela devolveu a carta e estendeu os braços. – Levem minhas malas por favor, Alceu, me ajude a chegar até lá, tenho certeza que você consegue.
_Sim – Alceu disse também estendendo os braços. Harry segurou as suas duas malas e tudo se tornou escuro, Bountouns, a mágica escola da Irlanda que tanto acolhera Harry e seus amigos estava sendo deixada para trás e um novo caminho na grande jornada da guerra bruxa estava sendo traçado, muito mais audacioso, perigoso e principalmente, decisivo.
Segundos após uma fria viagem Harry e o restante caíram em um lugar aonde haviam casas por todos os lados e duas árvores altas que estavam entre dois prédios pequenos lhes chamaram a atenção.
Rony olhou para os lados ansioso não encontrando a casa da carta.
_Eu falei que isso não daria certo, já fazem dez anos.
_Por aqui – Alceu disse indo mais a frente e ele parou na frente das duas árvores, olhando por um espaço que havia entre elas aonde apenas escuridão podia ser vista.
_Deve ser um beco – Luna disse olhando com curiosidade.
_Acho que você tem que ir primeiro – Hermione falou para Rony.
_Eu não pretendo entrar nessa escuridão, eu não faço a mínima idéia do que tem ali atrás.
_Vá logo Rony! – Gina exclamou – Não podemos ficar aqui o dia todo, algum Comensal pode nos ver!
_O.k! – Rony disse irritado e segurando a carta adentrou pelo espaço escuro e desapareceu por completo.
_Rony? – Harry chamou mas ele não respondeu. – Rony? – chamou novamente.
_Deu certo! – a voz de Rony exclamou de um lugar que parecia distante, e ele parecia muito aniamdo agora – Podem vir!
Harry avançou pelo buraco negro e o atravessando viu apenas um beco ao fundo, cheio de latas de lixo e grandes sacos negros que pareciam se mexer rapidamente.
_Não deu – Harry disse atravessando e voltando para junto dos outros.
_Acho que Rony tem que autorizar para que possamos entrar – Hermione falou – Tente dizer os nossos nomes.
_Hum, ‘tá bom! – Rony disse e sua voz parecia estar mais distante ainda – Hermione, venha. – Hermione apanhou as suas malas e atravessou o buraco, embora muito mais lentamente que Rony.
_Uau! – ela exclamou e sua voz também parecia distante – Isso é incrível!
_Vamos logo com isso! – Gina falou ficando em frente ao buraco – Estou com medo Rony, faça depressa.
_Gina, pode vir – e Gina atravessou o buraco indo ainda mais lentamente que Hermione. - Luna, venha também – Luna passou pelo buraco muito mais depressa que Hermione e Gina, talvez porque ela tivesse menos bagagem que essas duas. – Alceu, sua vez! – e Alceu atravessou tão depressa que quando Harry notou ele apenas havia sumido. – Harry, só falta você!
Harry atravessou o buraco sentindo seu corpo passar por uma escuridão lentamente e ao ver uma luz viu uma mão se aproximar e lhe puxando atravessou até cair em um gramado.
Se levantando viu que estava no jardim de uma bela casa branca, aonde haviam muitos arbustos altos por todos os lados, cobrindo a casa e dali era possível avistar os dois prédios dos dois lados, mesmo que eles parecessem meio distantes.
_Acho que é isso – Rony falou sorridente guardando a carta em um dos seus bolsos e levitando as suas malas – Vamos entrar – e correu para a porta de entrada.
Assim que todos adentraram a espaçosa e bela sala, toda mobiliada e com uma belíssima lareira ao fundo, Hermione sorriu e falou, absolutamente orgulhosa:
_Você é um campeão Rony, um campeão.



PS: Pessoal, primeiro, desculpa a demora, mas espero que tenham gostado do capítulo, o Rony é um campeão mesmo! E podem esperar um novo capítulo incrível, cheio de grandes emoções e de uma magia desconhecida, e muito bonita.
Alceu é o meu novo grande personagem, talvez ele seja o último grande personagem que crio antes de chegarmos no fim, junto com Tolkien acho que ele vai se tornar o personagem mais popular que já fiz. Sobre o Alceu, ele é incrível e tentarei passar para vocês muita coisa legal sobre ele, para que percebam como ele é especial nessa reta final da fic! Caros leitores, comentem e votem por favor, e digam o que acharam do capítulo, dêem todas as opiniões que acharem necessárias e muito obrigado por lerem e sem demora trarei o Cap.30, que será maravilhoso. Abaixo já estou pondo um trecho!! Comentem também!



::: TRECHO DO CAP.30 ::.

...Harry viu aquela gota de sangue sair da bolha e escorrer até o Morasteiro e de repente todas as luzes do cômodo se apagaram, o mapa rapidamente começou a se fechar e então como se tivesse sido esmagado caiu de cima da mesa saindo pelo chão em direção até aonde há pouco a bolha de sangue estava guardada.
Harry correu até o Mapa e o pegando o forçou a se abrir, o sangue, como se estivesse vivo, saltou até seu braço direito e sua pele ficou verde por um instante, o ovo de Fawkes brilhou intensamente sob a caixa aonde estava guardado e a pele do braço de Harry envelheceu com uma velocidade assustadora, o ovo brilhou ainda mais e o mapa se fechou com uma barulho similar ao de papel se queimando. A bolha que quase estourara brilhou igual ao ovo de Fakwes e Harry imediatamente pegou um pano velho que estava caído no chão e passou no lugar aonde o sangue caira, seu braço ficou ainda mais verde e no instante seguinte o sangue saltou para fora, se transformando em uma fumaça acizentada que desapareceu no ar.


PS 2: A fic entra na reta final com esse Capítulo e esperem coisas muuuito misteriosas daqui pra frente, será o melhor (e mais sombrio, excitante e pavoroso) momento da fic!!

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