Dados de David. 2



Logo depois do filme, a gente entrou na internet, e adivinha só!? É, um curso de pintura na Califórnia, com apenas mais duas vagas! Nem é preciso dizer que Sam ficou louquinha da Silva para a gente se inscrever. E nos inscrevemos! Quer dizer, mais ou menos.
Antes de conhecer a Sam, eu namorava outra garota, chamada Ana. Bom, a Ana pintava também, e sempre quis fazer parte de um curso lá pra perto da Califórnia, pois sua família mora lá, e ela mora aqui com a mãe. E quando nos separamos, juramos um ao outro que ainda manteríamos contato, conversaríamos sobre pintura, e falaríamos algumas coisas de cursos. E a Sam sabia disso. A Sam sabia, eu tinha contado a ela. Mas acho que na hora, ela se esqueceu. De qualquer modo, eu não liguei pra Ana pra avisar. Eu queria ir com a Sam! A minha namorada! Acontece, que por uma coincidência muito grande, a Ana estava on-line, fomos descobrir depois, e por um grande acaso também, ela viu o mesmo anúncio, e me ligou. Na hora errada, no momento erradíssimo.
- Alô? – disse ela quando eu atendi
- Alô? – disse eu reconhecendo a voz e suando frio.
- David! – ela berrou. Sério mesmo! Surpreende-me a Sam não ter ouvido. – Sou eu, a Ana!
- Ahnnnn... Oi – suei muito frio. Senti o suor descer pelo pescoço e entrar pela camiseta.
- Você não vai acreditar! Acabei de encontrar um curso para a Califórnia! Lembra, aquele nosso sonho? – Sonho? Peraí, eu nunca disse que isso era um sonho! – E acontece que tem mais duas vagas!! – ela estava muito espontânea. Coitada.
- Aahhh, que bom – Argh. – Mas...
- David, quem é? – Dessa vez foi Sam, com um olhar penetrante. Acho que as garotas sabem quem liga, e essa história de ligação. Por que eu não consegui enganar ela fingindo que era um amigo.
- Aahh, - disse eu, tirando o telefone da boca – um amigo.
- David – ela disse, segurando as mãos na cintura. Ai. – Quem está na linha?
- Sam, eu já disse, é um ami... – Bom, aí eu nem terminei a frase. Porque Sam pegou o telefone de mim, e o pôs na boca. Ferrou. Prendi a respiração.
- Quem está falando?
- Alô? – eu ouvi Ana dizer. – Oi, aqui é Ana. Quem é?
Sam me olhou tão profundamente quando Ana disse quem era, que poderia ter me estrangulado só com aquele olhar.

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