Capítulo Único - Sem Ar

Capítulo Único - Sem Ar



SEM AR


A luta estava difícil, há horas ele havia partido e nada de notícias. Ginevra Weasley estava aflita. Ela e Harry não haviam se “acertado”. Tentou sorrir ao lembrar-se da noite em que tiveram por “acaso” há duas semanas atrás. Ambos se entregaram ao amor.

Depois disso, Harry se afastou mais dela, porém com um propósito: Vencer, derrotar Voldemort para voltar para mulher amada. Aquela a quem ele havia entregado seu corpo e sua alma.

Campo de Batalha

- Pelo amor de Merlim, vai logo, daqui nós cuidamos! – Gritou Rony. Essa foi a última coisa que Harry ouviu do amigo antes de sair em disparada ao encontro de Voldemort.

- Então quer dizer que o Potterzinho resolveu vir ao meu encontro? – Caçoou Voldemort.

- E pode ter certeza que vim com um único propósito – Harry disse.

- E qual seria? – Voldemort ficou “curioso”.

- Te vencer, óbvio – Disse Harry com um sorriso no rosto.

- E como você fará isso? Caso não se lembre, no dia em que eu renascia, vamos assim dizer – Voldemort andava, encarando Harry – Eu disse que tinha ido mais longe do qualquer outro bruxo em busca da imortalidade, e eu consegui. – Agora era Voldemort que estava sorrindo, pelo menos foi o que pareceu.

- Hum. Só um momento que eu tenho um presentinho para você – Harry procurou algo no bolso, e achou: era uma bolsinha de couro por dentro, e quem olhasse poderia pensar que não caberia muita coisa lá dentro, só que Hermione foi esperta e ampliou-a por dentro. – Um diário, um colar, um medalhão, uma taça, uma tiara e... Esqueci algo, espere só um pouquinho. – Conforme Harry tirava tudo da bolsinha, Voldemort arregalava os olhos. Com essa distração ele não percebeu um raio verde atravessar ao seu lado e atingir sua cobra – E sua cobra. – Finalizou. Quando Voldemort saiu do transe ele viu a cabeça da sua tão querida cobra de estimação parada no ar. – E aí, gostou dos presentes?

- Desgraçado! Só pode ter sido aquele velho caduco antes de morrer... – No segundo seguinte Voldemort urrou, urrou de ódio e frustração. - Mas não é só porque você destruiu as minhas jóias que você irá me vencer. – Disse Voldemort, e o ódio emanava dele.

- Antes de nós começarmos nossa luta eu tenho que te contar o final da profecia. Já que o Seboso não escutou, sobrou para mim te contar. – Harry fez cara de pouco caso e começou – “Aquele com o poder de vencer o Lorde das Trevas se aproxima... nascido dos que o desafiaram três vezes, nascido ao terminar o sétimo mês... e o Lord das Trevas o marcará como seu igual, mas ele terá um poder que o Lorde das Trevas desconhece... e um dos dois deverá morrer na mão do outro, pois nenhum poderá viver enquanto o outro sobreviver... aquele com o poder de vencer o Lorde das Trevas nascerá quando o sétimo mês terminar...”

- Chega de ladainha, vamos logo a parte boa de uma guerra. A LUTA – Voldemort começou a disparar feitiços, obviamente o que mais usava era o feitiço da morte. Com a caças às horcruxes Harry evoluiu, a cada canto que ele viajava junto com o trio, todos os três aprendiam cada vez mais. Um mês antes daquela luta decisiva, eles haviam voltado. Depois de um longo sermão dado pelo Sr. e a Sra. Weasley, além de alguns membros da Ordem. Ao lembrar-se d’A Toca, lembrou-se de Gina e automaticamente seus pensamentos voaram para uma certa noite. Com essa distração. Voldemort o conseguiu acertar um Crucio.

- És um tolo, Potter. – Sibilava Voldemort.

- Se sou um tolo, imagine você – Harry realmente estava diferente.

- Será que serei obrigado a tirar esse sorrisinho da tua cara, moleque? – A tensão já se fazia presente há muito tempo, aos poucos as lutas que aconteciam ao redor dos dois cessaram. – E por que essa felicidade toda? Tudo isso por que vai morrer?

- Não, Tom. Só aprendi que devemos sorrir e ser felizes, amar e ser amado, respeitar e ser respeitado, ser amigo e ter amigos. Nada na vida teria sentido se um ser humano, não fosse capaz de amar, perdoar, brincar, respeitar, bajular, acalentar. Sabe, Tom, já te contei que o amor é maravilhoso? Quando a gente ama tudo parece na maior paz, mesmo quando estamos no meio de uma guerra. – O sorriso de Harry aumentou. Hermione e Rony chegaram no momento em que Harry respondia a pergunta de Voldemort.

- O amor é sentimento para tolos, para seres vulneráveis. Para quer amar se eu tenho poder? Chega de falatório Potter, lute, mas lute como homem; – Voldemort estava tentando se controlar, aquele garoto que ele viu há dois anos atrás amadureceu, estava tão ou mais poderoso que ele. “Não, agora não é hora de demonstrar medo” pensou.

A luta já durava há horas, corpos estavam espalhados pelo chão. Voldemort e Harry estavam bastante feridos. Voldemort cometeu uma falha, ao tentar distrair Harry, acabou distraindo-se e levou o feitiço fatal.

Em Hogwarts

- EU NÃO VOU ESPERAR MAIS! – O grito da ruiva despertou a atenção de todos que se encontravam no Salão Principal.

- Irá esperar sim, Srta. Weasley. – Disse Minerva, aparentemente espantada com o jeito da menina.

- NÃO VOU, O HOMEM DA MINHA VIDA ESTÁ LÁ FORA! MEU IRMÃO, MINHA CUNHADA, MINHA FAMÍLIA, E EU ESTOU AQUI PARADA QUE NEM UMA IDIOTA SEM FAZER ABSOLUTAMENTE NADA! – As lágrimas de angústia escorriam pelo rosto da ruiva. E quando perceberam, ela já havia rumado para os portões do castelo.


- Gina! – Hagrid tentou segurar a garota. Esta desviou rapidamente do meio-gigante e seguiu seu caminho. Fora das dependências de Hogwarts, aparatou. Seu destino? Godric’s Hollow.

EM GODRIC’S HOLLOW

Era evidente a festa de que os não-partidários do Lorde das Trevas faziam. Abraços para cá, parabenizações para lá. Aquilo estava uma verdadeira balbúrdia.
Alguns comensais ainda estavam lá. Ou feridos demais, ou impossibilitados de fugir.

- Feitiços Anti-aparatação do Lupin – Dissera Hermione.

Uma certa comensal estava escondida a mando do mestre, caso ele não terminasse o “serviço” ela ficaria encarregada de terminar. Pasmada com a queda do seu mestre, esperou um pouco. Sabia que não podia aparatar, graças ao feitiço do Remo.

- Você irá morrer Potter – Disse Bellatriz, baixo, só para si mesma. Levantou-se segurando bem firme a varinha na mão direita. – ACHOU QUE IA VIVER FELIZ PARA SEMPRE, POTTER? – Gritou, no que todos olharam, ela deu uma olhada e viu diversas varinhas apontadas para si.

- Desista Bellatriz, seu lorde se foi! – Gritou Tonks.

- Eu não falei com você – Vociferou Bellatriz.

- Não acho uma boa idéia você tentar fazer algo, Lestrange – Disse Remo.

- E por que, projeto de lobisomem? – Perguntou sarcástica.

- Mais é burra mesmo – Essa frase surpreendeu a todos. Hermione sentiu todos os olhares convergirem a ela. Rony até havia aberto a boca. – Ou é burra ou então se faz de sonsa? Será que não percebeu que essa guerra ACABOU? – Gritou a última palavra – Que seu mestre morreu, ele seguiu o mesmo caminho de vários bruxos das trevas e teve o mesmo destino: a MORTE. E se eu fosse você realmente não tentaria nada, ou então não irá sobrar nada para alguém tentar te enterrar. – A boca de Rony abriu-se mais, ele estava pasmado. Harry deu um sorriso orgulhoso à amiga, assim como os membros da ordem.

- Sangue-ruim, como ousa a dirigir a palavra a mim? – Gritou Bellatriz, cuja a sanidade havia ido embora – Sangues-ruins, trouxas, mestiços devem morrer!

- Então seu mestre morreu. Ou será ele não te contou que ele era mestiço? – Hermione fez uma cara falsa de surpresa, e levou a mão à boca – Oh! Ele não te contou. Que pena, agora que você já sabe acho que ta na hora de te prender – Quando Hermione deu um passo à frente para estuporar a comensal, a mesma gritou:


- AVADA KEDAVRA! – O destino do feitiço era um certo moreno de olhos verdes, mas porém atingiu outra pessoa. Uma ruiva que tinha chegado há pouco tempo.


Meus pés não tocam mais o chão
Meus olhos não vêem a minha direção
Da minha boca saem coisas sem sentido
Você era meu farol e hoje estou perdido


Rony, ao ver que o feitiço havia atingido a irmã, não pensou duas vezes e lançou a mesma maldição em Lestrange. Ela não esperava o feitiço, e morreu com o rosto estampando surpresa.

O sofrimento vem à noite sem pudor
Somente o sono ameniza a minha dor
Mas e depois? E quando o dia clarear?
Quero viver do teu sorriso, teu olhar


Harry estava estático, no último momento, aquele em que todos comemoravam a sua ruiva apareceu, nesse mesmo instante a louca da Lestrange lançou-lhe a maldição da morte. Não conseguia raciocinar, a única coisa que conseguia ver era o corpo daquela que amava estirado no chão.

Eu corro pro mar pra não lembrar você
E o vento me traz o que eu quero esquecer
Entre os soluços do meu choro eu tento te explicar
Nos teus braços é o meu lugar
Contemplando as estrelas, minha solidão
Aperta forte o peito, é mais que uma emoção
Esqueci do meu orgulho pra você voltar
Permaneço sem amor, sem luz, sem ar


Ao cair a “ficha”, pôs-se a chorar. Depois de tudo o que ocorreu, depois de todo sofrimento, toda a distância, depois dele enfim ter derrotado Voldemort, acabou perdendo a sua ruiva, a sua mulher amada, a única a qual ele havia entregado a alma.

Perdi o jogo, e tive que te ver partir
E a minha alma, sem motivo pra existir
Já não suporto esse vazio quero me entregar
Ter você pra nunca mais nos separar
Você é o encaixe perfeito do meu coração
O teu sorriso é chama da minha paixão
Mas é fria a madrugada sem você aqui,
Só com você no pensamento


A família Weasley que estava presente no campo de batalha correram ao encontro do corpo. Os gêmeos, outrora tão alegres, agora estavam tristes, arrasados, e o Sr. Weasley não conseguiu articular uma palavra, a sua única reação foi perder todos os sentidos, sendo socorrido por Gui. Rony assim como Harry estava parado, ao mesmo tempo em que viu sua irmã morrer, matou a assassina dela. O ódio pela aquela mulher correu por suas veias, cujo resultado foi a própria morte de Bellatriz.

Eu corro pro mar pra não lembrar você
E o vento me traz o que eu quero esquecer
Entre os soluços do meu choro eu tento te explicar
Nos teus braços é o meu lugar
Contemplando as estrelas, minha solidão
Aperta forte o peito, é mais que uma emoção
Esqueci do meu orgulho pra você voltar
Permaneço sem amor, sem luz


NO ENTERRO

- Ela conseguiu me matar. – Dizia Harry se referindo a Bellatriz - Não no sentido de estar morto e enterrado, mas no sentido de matar por dentro. Ela levou aquela que eu mais amava. – Dizia Harry entre as lágrimas no enterro de Gina. – Não sei que rumo seguir agora, ela era meu guia e agora se foi, estou perdido, ela era minha luz, a qual se apagou, ela era meu refúgio, quem eu vou procurar agora para poder desabafar? Pelo menos de uma coisa eu estou despreocupado, porque ela se foi sabendo do meu amor. – Harry terminou isso, e todos estavam chorando. O enterro estava sendo em Hogwarts, junto com todos os outros corpos que pereceram na guerra.

Meu ar, meu chão é você
Mesmo quando fecho os olhos:
Posso te ver


15 ANOS DEPOIS

- Harry, querido, que bom te ver! – Harry foi saudado por um caloroso abraço da Sra Weasley.

- É bom ver a senhora também. – Disse, sorrindo. “Há quanto tempo eu não venho aqui” – Pensava.

- Olá Harry – Disse um Sr. Weasley mais velho.

- Sr. Weasley! – Disse, e abraçou o homem.

- A que devemos a honra da sua visita? – Perguntou a Sra. Weasley.

- Saudades daqueles que são a minha família. – Disse Harry abraçando aqueles que considerava como pais.

Eu corro pro mar pra não lembrar você
E o vento me traz o que eu quero esquecer
Entre os soluços do meu choro eu tento te explicar
Nos teus braços é o meu lugar
Contemplando as estrelas, minha solidão
Aperta forte o peito é mais que uma emoção
Esqueci do meu orgulho pra você voltar
Permaneço sem amor, sem luz, sem ar


Harry nunca se envolveu com mais ninguém. Viveu sozinho, morreu sozinho. Respeitava acima de tudo o amor por Gina, tentava levar a sua vida de certa maneira, mas sabia que sempre faltava algo. Faltava ela. Aquela que levou seu coração.


FIM!


N/A: Há algum tempo escrevi essa song, resolvi postá-la aqui. Quero agradecer a Mari que betou essa song pra mim. Bjokas a todos

Prika Potter
22-03-2008

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