Revendo Conceitos



REVENDO CONCEITOS

Finalmente o grande dia chegara, os alunos estavam radiantes com o retorno para as suas casas. Menos Hermione. A Castanha estava arrependida de tudo o que falara com o loiro. Assim que terminou a divisão de monitoria na cabine de monitores, Hermione pediu que o loiro aguardasse.
 


- Draco, acho que precisamos conversar – disse Hermione na cabine dos monitores.


- Acho que tudo o que você tinha para me dizer, Granger – disse Draco pesaroso – você me disse ontem. É melhor você ir, antes que seu namoradinho venha atrás de você. – Draco parou e olhou para a Castanha – ou de qualquer outra vagabunda que ele encontre pelo caminho. Aí você precisará arranjar outra desculpa para ficar com ele.


Draco nem viu a hora em que Hermione lhe bateu, só sentiu o rosto arder. Com raiva pôs a sua mão no rosto e olhou para a Castanha.


- Ai Draco, me desculpa – Hermione correu até o loiro – Ai o que foi que eu fiz? Me desculpa.


- Deixe-me Granger! Seu recado já está dado. E sem dizer mais nada saiu em direção à cabine da Sonserina.



▪▫ ▪▫ ▪▫ ▪▫




Hermione entrou na cabine onde estavam seus amigos e namorado. Sentia-se cansada. Foi preciso, em pouquíssimo tempo, tomar uma série de decisões que nem ela sabia se eram corretas. Percebeu que Gina tentava estabelecer contato visual, mas sua mente estava cheia demais para permitir que alguém a lesse.



A Castanha fechou os olhos e encostou sua cabeça no vidro da janela do trem. Apenas os abriu quando sentiu uma cabeça encostar em sua coxa: era Ron que deitava em seu colo como se nada houvesse mudado entre eles. Olhou mais uma vez para Gina que permanecia olhando para ela. Mais uma vez desviou o olhar. Preferiu observar a paisagem que passava rápido, assim como as batidas de seu coração.


 


▪▫ ▪▫ ▪▫ ▪▫



Ron notou que Hermione voltara muito estranha da cabine dos monitores. Não havia ficado nem um pouco confortável em deixá-la lá. Parecia improvável, mas desconfiava que Malfoy estava interessado em sua namorada. Entretanto, Hermione insistira que precisava conversar a sós com o loiro filho da puta; “que precisava alinhar algumas coisas” da monitoria. Tinha a sensação de que a castanha mal notara sua presença ao entrar na cabine. Por isso resolveu deitar em seu colo, mas ao invés de tentar chamar a sua atenção, logo adormeceu. No sonho, estava com Hermione em seu quarto de monitora no maior amasso, até que a porta se abriu abruptamente, assustando os dois...




- O que diabos você faz aqui, nos meus sonhos? – Rony perguntou furioso.


- Bem, parece que finalmente você está sonhando com algo que preste. – disse Draco com um sorriso de desprezo.


- O que quer aqui? – Rony perguntou seco e se aproximou de Draco, lhe desferindo um soco que o atravessou sem ferir.


- Eu? Hum... nada. – Draco falou sorrindo. – O que eu iria querer com um pobretão como você?  Mas de qualquer forma, eu estou aqui para te mostrar seus erros. Por que todo erro tem suas consequências. -  ele falou sorrindo de forma arrogante. – E agora, pobretão, vamos ver seus erros!


- E você vai me mostrar meus erros? Logo você? – perguntou Rony sorrindo. – Dispenso, Malfoy! Como eu acordo?


- Admita, pobretão, você se sente inferior a mim até em seus sonhos, não é mesmo? – perguntou Draco sorrindo de forma mordaz. – Agora, eu realmente preferia estar em outro lugar, mas parece que você precisa aprender algo.


- E o que você, logo você, um reles aprendiz de comensal vai me ensinar? – perguntou Rony.


- Não vou perder meu tempo falando. Prefiro te mostrar! – Draco falou e, de repente, o cenário mudou subitamente ao redor deles.


- Onde estamos? – Rony perguntou assustado com o local.


- Estamos no Inferno, é claro. – falou Draco, sem expressão, ao ver um local iluminado por chamas e aparentemente povoado por “fantasmas” que gemiam e gritavam sem parar.


- Onde? – perguntou Rony ao ouvir os gemidos e gritos de dor.


- Ah, por favor. Sei que você e sua família são pobres, mas não conhecer a Divina Comédia de Dante (n/a: se vocês não sabem, A Divina Comédia é um clássico bruxo u.u) (n/b: eu não conheço, logo sou uma Weasley? Deixarei essa dúvida no ar u.u) é um caso de burrice! – Draco disse exasperado.


- Divina Comédia? – perguntou Rony, sentindo seu coração apertar dentro do peito, como se estivesse em uma aula do Snape e não soubesse a resposta correta.


- Tsc, tsc,tsc. – Draco balançou a cabeça, incrédulo. – Já vi que vou ter que explicar tudo para você, pobretão.  Vou ter que “iluminar” suas idéias. (n/b: se você usar o desuliminador que o Rony ganhou do Dumbledore, terá um resultado rápido e prático. Fica aí uma dica esperta, menino.)


- E como você conhece esse local? – perguntou Rony apavorado ao ver “fantasmas” sendo chicoteados.


- Eu li a Divina Comédia de Dante quando tinha 7 anos, pobretão ignorante. Agora, cale a boca e aprenda. – Draco disse seco. – A Divina Comédia é um poema épico e teológico da literatura (bruxa) italiana e da mundial, escrita por Dante Alighieri, e que é dividida em três partes: Inferno, Purgatório e Paraíso. O poema chama-se "Comédia" não por ser engraçado, mas porque termina bem (no Paraíso). Era esse o sentido original da palavra Comédia, em contraste com a Tragédia, que terminava, em princípio, mal para os personagens.


- E? – perguntou Rony sem acompanhar a idéia de Draco.


- A Divina Comédia propõe que a Terra está no meio de uma sucessão de círculos concêntricos que formam a Esfera armilar e o meridiano, onde é Jerusalém hoje, seria o lugar atingido por Lúcifer ao cair das esferas mais superiores e que fez da terra santa o Portal do Inferno. Portanto o Inferno, responderia pela depressão do Mar Morto onde todas as águas convergem, e o Paraíso e o Purgatório seriam os segmentos dos círculos concêntricos que juntos respondem pela mecânica celeste, e os cenários comentados por Dante num poema que envolve todos os personagens bíblicos do antigo ao novo testamento são costumeiramente encontrados nas entranhas do inferno, sendo que os personagens principais da Divina Comédia são o próprio autor, Dante Alighieri, que realiza uma jornada espiritual pelos três reinos do além-túmulo, e seu guia e mentor nessa empreitada é Virgílio o próprio autor da Eneida. (n/b: onde o Draco estava quando eu precisei de ajuda nas aulas de literatura na escola? Acho que ele seria muito útil. Não sei, só acho.)


- É onde estamos agora? – perguntou Rony olhando para os lados e vendo mais e mais “fantasmas” sendo torturados.


- É! –  Draco respondeu. – Preste atenção, pobretão! Estou tentando te ensinar algo. Dante e Virgílio chegam ao vestíbulo do Inferno (que tem nove círculos). O único que nos interessa, no momento é o Nono Círculo.


- Por quê? – perguntou Rony vendo o local mudar novamente.


- Por que é o lugar dos traidores. – respondeu Draco com um sorriso. – O seu lugar!


- Do que diabos está falando? – perguntou Rony vendo alguns “fantasmas” serem perfurados por uma espada.


- Os fomentadores de discórdia e os traidores têm seu lugar no nono círculo, onde são golpeados pela espada de um demônio invisível, passando a eternidade sendo lacerados e cortados. –  Draco disse com diversão. – Esse é o seu lugar.  É pra cá que você vem!


- Você não pode saber disso! – falou Rony sério.


- Ah... prefere outro castigo? – perguntou Draco e o lugar mudou mais uma vez.


Estavam no quarto de Monitora de Hermione. No centro do quarto, em uma poltrona que tantas vezes namoraram, estavam Draco e Hermione bastante próximos.


Rony olhou para aquilo e quis atacar a Draco, mas descobriu que estava preso com correntes no teto da sala. Não podia avançar. Apenas se mexer um pouco.


- Hermione! O que está fazendo? – gritou Rony furioso.


- Você me traiu, Rony. O que esperava que eu fizesse? – perguntou Hermione enquanto Draco beijava seu pescoço.


- Pára com isso! Você não é assim!.


- Não sou, Rony? – perguntou Hermione lascivamente, enquanto permitia que Draco aprofundasse seu beijo – Como sabe que não sou assim? Você nunca me deixou te mostrar. Correu para os braços da primeira vadia que te abriu as pernas.


- Isso não é verdade! Hermione, não faz isso! – gritou Rony ao ver Hermione corresponder aos beijos e carícias de Draco.


- Hermione! – Rony gritava apavorado. – Não me magoa assim!


- Magoar você? Magoar você? – perguntou Hermione aos gritos. – E o que você acha que fez a mim?


- Pára com isso!  Eu não consigo te ver com outra pessoa, você é minha namorada! – pediu Rony em voz baixa. – Eu sinto muito...


- Eu também! – falou Hermione – Sinto muito prazer nisso! Carícias de um homem de verdade, não de um moleque!


- Pára com isso! – pede Rony chorando. – Eu sinto muito!! Por favor! Pára!!


- Parar? – pergunta Hermione  – Parar por que? Você pensou em parar enquanto me traía com a Chang?


- Chega!!! – gritou Rony. – Eu entendi!! Chega!!!


- Entendeu mesmo Pobretão? – perguntou Draco – Espero que sim. Espero que tenha aprendido. Por que a próxima vez que você a magoar, você nunca mais vai sentir nada. Eu mesmo acabo com você e fico com ela! Vou estar de olho em você, pobretão! – falou Draco antes de beijar Hermione de forma lasciva, e fazer Rony finalmente acordar apavorado.



Rony acordou sobressaltado e assustado. Levantou-se de um salto, com a varinha em riste.


- Cadê ele? Cadê aquele filho da mãe? – gritou o ruivo apontando a varinha para os seus amigos. Aproximou-se rápido da Hermione, assustando-a:


- Cadê ele, Hermione?Ele estava aqui agora mesmo!


- Ele quem? – perguntou Hermione assustada.


- Aquele sonserino filho da puta do Draco Malfoy.


- Ele estava aqui agora – Rony baixou os olhos e a voz – te abraçando e beijando – a última palavra saiu em um sussurro.


- Rony, não tem ninguém aqui além de nós. O que houve? – insistiu Hermione


- Aquele sonserino covarde me lançou um feitiço. Maldito! – disse Ron com raiva – Só isso explica.


- Eu não acredito nisso – respondeu Hermione aborrecida – vou lá falar com ele agora.


- Nãããããaoooooo – gritou Rony assustando a todos dentro da cabine. – Não vou deixar que vá sozinha.


- Rony, você está muito nervoso. Deixa que eu resolvo isso. E saiu sem esperar pelo rapaz.


*


Na verdade, Hermione queria procurar pelo Draco. Gostaria de pedir desculpas pelo tapa que dera no loiro em um momento de total afobação. O encontrou deitado no colo de uma sonserina que não sabia o nome, só sabia que era de um ano anterior a eles.


- Malfoy, o que você aprontou para o Ronald? – a voz de Hermione soou como uma ordem. Como não obteve resposta, ela insistiu:


- Anda Malfoy! Não adianta fingir que está dormindo.


Risinhos soaram pela cabine e Hermione percebeu que estava cheia de sonserinos. Foi Blás quem resolveu falar.


- Ele não está fingindo. Está dormindo desde que voltou da reunião de monitores com uma cara de quem comeu e não gostou.


Hermione estreitou os olhos, desconfiada com a informação de Blás, ia contestar aquela informação quando ouviu a voz de Rony próxima a si:


- Cadê aquela doninha? – gritou Rony. Draco pareceu despertar de seu sono.


- Mas que zona é essa na minha cabine? – ele olhou para o Rony – Weasley, aqui não é aquilo que você chama de casa. – os sonserinos que estavam em sua cabine riram.


Rony se aproximou com a varinha apontada para Draco.


- Olha aqui, sua doninha asquerosa e repugnante – as mãos de Rony tremiam de raiva, instintivamente Blás empunhou sua varinha também – eu sei que você me enfeitiçou. Mas se você quer saber, aquilo só vai acontecer nos meus piores pesadelos. Você é asqueroso demais para que ela possa querer alguma coisa com você.


Mesmo sem ouvir seu nome, Hermione teve certeza de que o sonho de Rony a envolvia. E Draco também.


- Eu não sei do que está falando Weasley. – respondeu Draco com uma risada – Anda sonhando comigo, é?


Ao ver o sorriso debochado que Draco dera, Rony teve a certeza que o loiro o enfeitiçara. Isso foi o suficiente para que o ruivo lançasse um feitiço não-verbal.


- Opa, opa, opa, Weasley – disse Blás, se lançando na frente de Draco e lançando um Protego. – Sua mamãe não lhe ensinou que é feio lançar feitiços em cabines alheias? – disse o rapaz negro, rindo debochado.


Nesse momento Harry e Neville (que Hermione não tinha idéia de onde havia surgido) entraram na cabine com suas varinhas empunhadas, o que fez Draco, Blás e mais outros dois sonserinos que estavam na cabine se levantarem e empunharem suas varinhas também.


Hermione foi para o meio do que viria a ser um confronto e gritou:


- PAREM COM ESSA PALHAÇADA AGORA MESMO! – ordenou a Castanha – MALFOY, ZABINI, NOTT E DAVIS – os rapazes a olharam – ABAIXEM ESSA VARINHA A.G.O.R.A MESMO - Hermione falou perigosamente, apontando sua varinha para eles. Draco foi o primeiro a abaixar, tinha certeza de que a Castanha não estava brincando.


- E HARRY, RONALD E NEVILLE – Hermione continuou – VOLTEM A.G.O.R.A PARA A CABINE – ela também apontou a varinha para os amigos. Harry foi o primeiro a sair. Seguido de Neville e por último Ron, que ainda lançou um olhar de fúria para o loiro. Sem falar mais nada, Hermione foi logo atrás dos amigos. Estava no meio do corredor quando ouviu a cabine de Draco explodir em uma gargalhada.




O resto da viagem transcorreu dentro do possível da normalidade. Hermione ainda estava enfurecida com tudo que havia acontecido, mas preferiu não conversar sobre o ocorrido. Suspirou aliviada quando o trem finalmente chegou à estação.  Iria, finalmente, reencontrar os pais.


Ela saiu da cabine com Rony em sua cola. Sentiu a mão dele em sua cintura a aproximando de si. A garota tinha certeza de que Draco estava por perto, mas preferiu não procurá-lo. A única coisa que desejava era sair daquela estação e ir logo para casa. Pensava nisso quando escutou a voz de seu pai a chamando e não hesitou em correr para abraçá-lo.




Em outra parte da plataforma, Draco observava a Castanha abraçando o pai, e isso fez com ele sorrisse pela felicidade dela. Levou um susto ao ouvir a voz de sua mãe logo atrás de si:


- Como você está lindo, meu filho!


Draco se virou em direção à sua mãe. Narcisa estava com olhos marejados.


- E quanta saudade eu senti de você.


Draco diminuiu a distância que tinha entre eles e a envolveu nos braços a levantando chão. Narcisa soltou uma gargalhada atraindo a atenção de diversas pessoas que estavam na plataforma, inclusive o trio de amigos e seus familiares.


- Que gracinha, uma confraternização de comens... – Rony falou baixou, mas interrompeu a frase por conta do olhar que Hermione lhe dera.


Hermione sorriu internamente. Ficara feliz pela reconciliação do loiro com sua mãe.


 




▪▫ ▪▫ ▪▫ ▪▫




Uma semana depois



Draco estava deitado no sofá de sua grande sala, olhando para o teto e pensando nos acontecimentos de sua vida no último semestre. Sorriu quando sua mãe parou na sua frente, o olhando com um leve sorriso no rosto.


- Você está muito bonito, filho. Imagino que deva estar fazendo muito sucesso em Hogwarts! – Draco sorriu galanteador. Narcisa sentou próximo ao filho, fazendo sinal para que deitasse em seu colo. Em seguida passou as mãos pelas madeixas loiras do rapaz.


- Muito bonita aquela menina que você estava olhando lá na estação. – falou Narcisa


- Não sei do que está falando, mãe – respondeu o rapaz de forma séria.


- Ahhhh Draco! É claro que você sabe – respondeu Narcisa divertida – Pelo que eu sei vocês estão bem próximos. São... praticamente amigos!


- Ela não é minha amiga, não sei de onde tirou essa idéia. – respondeu Draco se levantando e indo até a janela.


- Um passarinho me contou – Narcisa disse sorrindo


- Pois esse passarinho está completamente equivocado. Insisto sem dizer que entre Hermione e eu não existe nenhum tipo de amizade.


- Curioso... – disse Narcisa entre irônica e divertida.


- O que é curioso?


- O fato de você chamar alguém que não tem nenhuma relação de amizade pelo primeiro nome. – Draco arregalou os olhos – Mas enfim, que seja do seu jeito.


Malfoy suspirou. Narcisa foi até a janela e abraçou o filho.


- Vejo que o passarinho não está completamente equivocado. Embora ele esteja bastante irritado. – Draco olhou curioso para a mãe que prosseguiu – Pansy me contou – e completou antes que o rapaz começasse a falar – e eu não pedi nada. – falou as últimas palavras pausadamente


- Ela não tem o direito de se intrometer na minha vida – Draco falou perigosamente.


- Parece-me que ela não quer perder o posto de sua namoradinha.


- Ela nunca foi minha namorada – respondeu Draco friamente, voltando a olhar pra paisagem do lado de fora – Nem nunca será. O que foi que ela te disse?


Narcisa sorriu.


- Faz alguns dias que eu recebi uma coruja dela onde dizia que estava bastante preocupada com você. No início me assustei, pensei que você pudesse estar passando por algum tipo de dificuldade ou perigo. Mas logo vi que era coisa de menina apaixonada – Narcisa deu uma risada gostosa e Draco revirou os olhos com raiva. – Dizia que ela não entendia a sua aproximação com a Srta. Granger e que você até ofendera-a e achava que vocês eram – nesse momento Narcisa deu uma gargalhada – amantes.


Draco olhou espantado para a mãe. Não conseguia entender exatamente em que ela estava achando graça.


- É óbvio que no início eu não acreditei, - Narcisa ficou séria – mas depois da cena que vi na estação, a forma como a olhava, agora, sinceramente, consigo acreditar, para o meu total espanto, que está se interessando por uma...


- Sangue Ruim – completou Draco derrotado.


- E iria dizer uma nascida trouxa, filho – Narcisa o olhou com carinho. Estreitou os olhos e perguntou séria – Você está interessado nela?



Draco ficou completamente desarmado. Não adiantava mentir para sua mãe. Até porque se o fizesse, ela era capaz de ler sua mente como fizera tantas vezes.


- Estou confuso – disse voltando para o sofá e pondo o rosto entre as mãos – São muitas novidades para mim.


- Você quer conversar? – Narcisa perguntou simpática.


Draco levantou mais uma vez. Voltou à janela.


- Gostaria de poder mudar, – falou envergonhado – mas é tão difícil. Eu nunca serei nobre e corajoso como Potter ou o idiota do Weasley.


- Filho, o Potter e os Weasley não determinam os parâmetros de coragem e nobreza do mundo bruxo. Você não precisa ser igual a eles. Seja você mesmo! Apenas reveja seus conceitos. Conserte seus defeitos e potencialize o que você tem de positivo.


- Isso é tudo muito bonito na teoria, mãe. Infelizmente – ele encarou a mãe com mágoa no olhar – eu não fui criado com esses ideais.


- E eu peço-lhe perdão por isso, meu filho – disse Narcisa triste – Você não tem idéia de como eu sofria a cada coisa perversa que Lucius lhe ensinava. Muitas vezes tentei intervir, mas... – Narcisa virou o rosto. Draco percebeu que chorava.


- Ele já encostou alguma vez em você, mãe? – disse Draco enquanto fechava o punho com força, foi em direção de sua mãe levantou seu rosto.  – Ele já lhe bateu alguma vez?


- Não vamos mais pensar sobre isso, filho! O que importa é que acabou. Mas não se iluda, Draco! O mal não acabou com a morte de Lord Voldemort. Muitos vieram antes dele e muitos virão após. E eu somente anseio que você possa ficar longe de toda essa sujeirada.


Narcisa secou mais uma vez as lágrimas que teimavam rolar de seu rosto. Draco foi até ela e secou carinhosamente o rosto da mãe. Narcisa beijou-lhe a mão.


- Assim queria o seu pai: você longe dessa sujeirada. – Narcisa olhou profundamente para os olhos de Draco – E eu falhei!


- Não mãe, você não falhou. Ainda há muito tempo pela frente – disse o rapaz beijando carinhosamente a testa de sua mãe.


 


▪▫ ▪▫ ▪▫ ▪▫




Duas semanas se passaram e logo voltou a hora de voltarem à Hogwarts.


- Cara, já estamos voltando para o nosso último semestre em Hogwarts. Dá para acreditar? – Perguntou Blás a Draco.


Os dois amigos estavam sentados na cabine dos monitores, enquanto Draco aguardava a reunião  começar.


- É... – disse Draco pensativo – Esse semestre têm os N.I.E.M.s!


- E a final de Quadribol! – disse Blás sonhador


Draco ia responder, entretanto parou ao ver quem entrava na cabine.


- Olá meninos. Como foram de férias? – Pansy perguntou sorrindo - E você Draquinho? Descansou bastante?


- Blás, você poderia me deixar sozinho com a Pansy? Feche a porta, por favor – disse ao ver o amigo saindo da sala.


- Ahhh Draquinho! – disse Pansy correndo e pulando no pescoço de Draco – Sabia que essas férias fariam bem a você.


Draco fechou os olhos com raiva. Como podia ser tão sonsa? Pansy, por sua vez, interpretou erroneamente o fechar de olhos de Draco. Se aproximou mais ainda do loiro e fechou os olhos.


- Eu sabia que você voltaria... AAAAAAAAAAAAAIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII Draco, está me machucando – Pansy abriu os olhos assustada e falava com dificuldade. Draco segurava seu pescoço, fazendo uma leve pressão.


- Ouça bem Pansy, por que eu não vou repetir – Draco falava cada palavra pausadamente, Pansy olhou em seus olhos e se assustou com a frieza do rapaz. – A próxima vez que você ousar falar da minha vida para quem quer que seja, eu te mato!


- Ahhh vejo que Narcisa te colocou no eixo. Sabia que sua mãe tinha bom senso. O que houve? No mínimo ela lhe lançou um crucio por ficar andando com uma sangue ruim, não foi?


Draco soltou o pescoço de Pansy e foi se aproximando perigosamente dela. A morena, por sua vez, foi caminhando para trás, assustada com a expressão do rapaz até que bateu em uma mesa. Draco se aproximou e apertou o seu queixo.


- Você é louca ou o quê? – ele falava baixo e perigoso – não brinq...


- Desculpa se atrapalho – Hermione disse entrando na sala acompanhada de Ron.


- Da próxima vez, bata na porta, Granger. Você quase viu uma cena que te chocaria, né Draquinho? – Pansy disse e se afastou do rapaz lançando um beijo. Draco apenas sorriu. Um sorriso debochado e perigoso.


- Desculpa, mas vocês tinham outras cabines para fazerem isso. A reunião começa em alguns minutos.


Logo a cabine começou a encher com os outros monitores. Hermione pediu que sentassem e começou um discurso breve:


- Caros, essa é a nossa última viagem de trem à Hogwarts. Não vou me alongar, prefiro que aproveitem e se deleitem com ela, com responsabilidade, é claro – completou rapidamente a Castanha. Quase todos riram – Essa reunião é apenas uma formalidade que precisamos cumprir. Deixo para discutir coisas mais sérias quando chegarmos a Hogwarts. Deseja acrescentar alguma coisa, Malfoy? – ela perguntou olhando para Draco.


- Não, Granger! Belíssimas palavras, estamos todos querendo realmente curtir nossa última viagem.


- Ótimo – respondeu Hermione sorrindo – Vocês podem sair. Malfoy, precisamos conversar – disse olhando o loiro sentado a sua frente. Ele apenas acenou afirmativamente.


- Rony? – Hermione olhou para o namorado. – Você pode me deixar sozinha com o Malfoy? É particular! – explicou a Castanha com carinho.


- Não vou te deixar sozinha com esse cara. – Rony respondeu sem olhar para Draco. O rapaz loiro revirou os olhos.


- Ron, precisamos conversar sobre assuntos de monitoria. – Hermione começava a ficar irritada.


- E desde quando “assuntos da monitoria” virou segredo de Estado?


- Ahhh quer saber, Rony? Que seja feito como a sua vontade – ela disse e Draco fechou a cara. Queria poder ficar sozinho com a Castanha. Ron sorriu. – Malfoy, conversamos em Hogwarts! Vamos Rony! – e saiu deixando um loiro satisfeito pela cara que Ron fez.




▪▫ ▪▫ ▪▫ ▪▫




- Então, o que vamos fazer? – perguntou Harry aos amigos no salão comunal de Grifinória.


- Hmmmm, podemos ficar de papo furado e bebendo cerveja amanteigada no quarto da Mi – respondeu Rony.  


- Boa idéia, mas eu queria tomar um banho primeiro. Pode ser? – perguntou Gina abraçando Harry.


- Ótima idéia, Gina. Também vou tomar um. A gente se encontra em meia hora?


- Fechado – falaram os quatro juntos.




Hermione foi para seu quarto e trancou a porta que dava passagem para o salão comunal de Grifinória. Foi direto para a sala de monitoria, ansiava em falar com Draco. O encontrou sentado na cadeira com os pés em cima da mesa. “É impressionante como é abusado” pensou a Castanha divertida.


- Malfoy – Hermione chamou baixo – Te atrapalho? – perguntou quando o loiro virou a cabeça em sua direção.


- Claro que não, Granger – Draco sorriu simpático – Estava lhe aguardando.


- Bemm – Hermione começou tímida – sem muitas delongas. Eu acho que lhe devo desculpas – ela disse de cabeça baixa – pelo o que houve no trem há algumas semanas.


- Não precisa se preocupar com isso! – disse Draco calmo – Eu também lhe devo. Não deveria ter falado com você daquela forma. Eu não tenho que me meter em sua vida.


- Ahhh bom – Hermione respondeu sem graça. Tinha a sensação que a conversa seria mais longa . – Que bom então que me desculpa. Não precisa se preocupar também não. Bem, já vou – disse saindo da sala.


-Granger, – Draco chamou – A sua direita ainda é bem forte! -  ele completou com uma risada.


Hermione ficou vermelha


- Ahhh, me desculpa – Hermione riu sem graça – doeu?


- Bastante, – Draco riu também – mas já passou.


- Ai que vergonha – Hermione riu de novo – Bem, preciso ir.


- Ok! Granger? – chamou o loiro mais uma vez. Hermione virou o rosto – E seus pais? Como foi? Os vi na Estação!


Hermione sorriu. Para Draco, pareceu que o sorriso iluminou a sala.


- Foi ótimo! Ficamos muito bem, super unidos esse tempo. Eles até aceitaram passar o Natal n’A Toca – Draco fechou a cara. Hermione percebeu e logo mudou de assunto – E sua mãe? Vi vocês na Estação. Ela parecia bem.


Foi a vez de Draco sorrir.


- Ela está ótima. Ficamos muito próximos esses dias. Ela vai me ajudar a mudar – Hermione ficou vermelha – Ela acredita na minha mudança.


- Que bom, Malfoy! Fico feliz por vocês dois. Agora preciso ir.


- Granger? - Draco chamou e completou rápido ao perceber que a Castanha ficara impaciente – Desculpa, é que eu queria te dar uma coisa – e com um aceno de varinha fez um pacote entrar flutuando pela sala. – Tome, é seu!


- O que é isso? – perguntou Hermione, espantada ao olhar a embalagem.


- Seu presente de natal – respondeu Draco de forma simples


- Não posso aceitar. – disse Hermione devolvendo o pacote – Desculpa! – completou ao ver a cara do rapaz.


- Por favor, Granger. Me sentirei completamente desprestigiado. Aceite, por favor! Abra, veja o que tem dentro.


Hermione aceitou o pacote. Não sabia se era correto aceitar o presente do rapaz, mas resolveu abrir devido à insistência. Sufocou um grito ao ver o conteúdo da embalagem e correu para abraçar o rapaz. Em seguida o soltou , sem graça, quando sentiu que ele lhe retribuía o abraço.


- Desculpa – disse Draco sem graça ao soltar a Castanha - Gostou? – ele apontou a embalagem com a cabeça.


- Ahhh claro – respondeu sorrindo – Mas não precisava, esse livro é raríssimo, como o encontrou?


- Em um condado próximo. Em um sebo. Tinha dois, acredita? Comprei um para mim e lembrei de você. Já havíamos conversado sobre ele. Lembra?


- Claro que lembro! – respondeu exultante e em seguida olhou o relógio na parede - Malfoy, realmente preciso ir. A Gina está me esperando


- Claro, Granger!


Hermione saiu da sala sorrindo. Entrou em seu quarto cheirando e beijando o livro. Não notara, mas certo ruivo a observava sentado em sua cama...





~




N/A:
A autora corre e se esconde atrás da beta.
- A culpa é da beta! – grita escondida
- Ahhh Maris! Não mete essa – Draco entra no quarto. Autora e beta suspiram. – não vai me dizer que a culpa de ter ficado dois anos sem postar é da Mily.
Mily sorri vermelha. A autora fecha a cara.
- Mas também não fiquem com raiva da Maris, gente – Draco fala sedutoramente na direção dos leitores. Beta e autora suspiram mais uma vez – Muita coisa rolou e o que importa é que ela está de volta. E não se preocupem, eu tenho aproveitado que  marido dela viajou e tenho vindo aqui “every single fucking night” para garantir que essa fic saia.
- Que estória é essa de você visitar a Maris toda noite, Draco? – pergunta Hermione parecendo estar aborrecida.
- Mi – Draco se aproxima da castanha – Eu quero que ela chegue logo no capítulo do baile de formatura. Aquele, sabe?
 
Hermione ficou completamente vermelha e todos riram, até que a porta se abriu em um estrondo. Por ela passou um ruivo alto, cabelos esvoaçados, com olhos azuis da cor do mar. O ruivo parecia estar bastante aborrecido. Autora e beta sufocam um suspiro na expectativa de um duelo.
- Por mim, ela parava com essa palhaçada agora mesmo.
- Ron – começou a autora tímida – deixa eu te expl...
 
POF
 
E a autora acorda.
Oi gente, desculpa a brincadeira, mas o meu retorno precisava ser triunfal. Esse textinho é para vocês perceberem o nível de surto de criatividade da autora que vos fala.
Preciso dedicar esse capítulo. Muitas pessoas contribuíram para que ele estivesse hoje aqui.
Em primeiro lugar à tia Rowling. O que seria de nós, pobres autores e leitores do fadom HP se ela não tivesse dado  o primeiro passo e tivesse criado essa maravilha que é a saga HP.
Depois ao David Yates, pelo filme maravilhoso de HP 7.2. e que fez a minha criatividade voltar à tona.
Artemis Granger também teve um papel fundamental, me chateou durante meses a fio pedindo que eu voltasse. Tá aqui, xuxu!
Tatiana Oliveira, Tati Ceschin, Nathalia Bastos Siqueira: super mães que me incentivaram no momento que decidiram ler RC.
Não menos importante, Mily e Claus. A primeira por ter me aceitado de volta (aceitou voltar a betar) e o segundo por ter me ajudado com esse capítulo na parte do sonho do Ron.
Ahhhh e tem as meninas lindas: Rê Malfoy, Ju Fernandes, Serena Black, Nana Oldman, Luiza pela noitada de sábado.
E a todos vocês, leitores queridos que voltaram a ler a fic.

N/B: OI GEEEEEEEENTE! Que saudade eu estava de vir aqui fazer as n/b. Dessa vez me controlei para não fazer milhares de comentários em todas as partes do capítulo, mas confesso que foi difícil. Vcs já sabem como eu adoro fazer piada, então...
O Draco também é cultura, minha gente. Meu filho (sim, às vezes me sinto a própria Narcisa) aprendeu direitinho. Isso aí, bebê, defende a cor do seu cabelo e mostre que as piadinhas sem graça dos loiros não estão com nada u.u (OI MÃE, TE AMO – minha mãe é loira, gente.)
Brincadeiras a parte, vocês não sabem o quanto tô feliz pela Maris finalmente ter voltado a escrever. Senti falta de ser beta e, principalmente, dessa fic.
Sejam boazinhas/bonzinhos e comentem muito, muito e muito, ok?!
Até a próxima, meus amores!
Xoxo,
Mily.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (5)

  • Vênnice

    Detalhes, detalhes e mais detalhes...Como eu amo sua escrita e ideias Maris!Minha parte predileta? O sonho de Rony... amo livros e você sabe disso!Segunda parte predileta? Draco e Narcisa... linda a relação dos dois, essa cumplicidade que me fascina.Terceira parte predileta? Mione cheirando o livro... perfeito! Eu senti o cheiro do livro...Parabéns flor! 

    2013-04-16
  • JOSY CHOCOLATE

    Por isso naoq ueria voltar.... cap acabando e meu desespero aumentando hauahauahua  

    2011-10-30
  • Cristina Granger

    Nossa capiloo muiito boom, mas concordo com a Ju Fernandes m, passou tão rapido, posta outro vaai?

    2011-08-13
  • Ju Fernandes

    HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA Every single fuckin night foi o best ever! Ameeei!  Ameeeeei o capítulo ,mas passou tão ráaapido! Vou ficar em abstinência, Maris. Quero muito maais! Essa fic está ótima como sempreeeeeeeeeeeeeeeee! Continue assiiiim q eu to adorandooo!  Um grande beijo e em breve teremos Até o fim! \o/

    2011-08-11
  • Artemis Granger

    mas esse cap, hein? Só para deixar a gente com gostinho de quero mais... Adorei a cena do sonho do Rony! rssrs morri de rir! E eela cordando? Coitado;.... aliás, coitada nao pq nao gostou do seu Rony!!! Muito bom matar saudades dessa fic! Suuuper feliz com sua volta ao mundo das fics!!! beijosss

    2011-08-11
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.