Trecho do primeiro capítulo



Postarei amanhã o primeiro capítulo do episódio um completo, porém não posso deixar a fic vazia, colocarei aqui alguma parte do capítulo.
Agradeço imensamente a Taly_Potter pela maravilhosa capa (quem gostou levanta a mão!) certo, eu não sou tão formal assim, é só pq a fic é uma fic séria msm aushahshas, a minha próxima fic ou vai ser um romance bunitinho ou uma comédia, será uma short, estou planejando ela ^^, dai poderão me conhecer melhor.

Ai vai então! Espero que gostem:

Era uma noite gélida, Anne Peverell estremecia aos uivos do vento lá fora, alguém bateu a porta de seu quarto.

- Sei que colocaram de algum modo em sua cabeça que atrasos a eventos sociais é algo de mais alta cortesia, filha minha, mas não nessa ocasião. – um homem de meia idade de aparência jovial e sorriso natural, vestido com suas melhores roupas, estava parado a porta, agora aberta, do quarto escuro – Lord Gaunt deve estar a nossa espera, acabei de receber uma coruja de Igreja questionando o atraso.

- Estou quase pronta, meu pai, só mais um momento. – A jovem nem chegou a olhar para o homem, estava ocupada prendendo algumas mechas de seu cabelo perto da nuca, a porta se fechou e o pai voltou a esperar na sala de estar no andar abaixo, o espelho da penteadeira de Anne lhe informava sua aparência atual, nesse momento, ela seria o deleito dos olhos de qualquer rapaz, estava realmente muito bela, os cabelos compridos e castanhos semi presos caiam graciosamente pelas suas costas, seus olhos azuis claro se destacavam em seu rosto pálido e sua maquiagem recém feita realçava ainda mais sua beleza natural, usava seu melhor vestido, um longo de cor perolada, suas melhores luvas de seda, e também as suas melhores jóias, um conjunto de brincos, colar e pulseira cravejados de benitoite, uma pedra azul muito bela, a sua favorita, que combinava levemente com seus olhos, fora um presente de seus recém quinze anos, estava pronta.

Apagou a única vela que iluminava seu quarto, fechou a porta bem pintada e desceu a grande escada de mármore que dava até o andar inferior, o pai olhava a exibição da filha com admiração.


- Iremos por aparatação meu pai? – Ele sorrio e estendeu-lhe a mão.

- Não a solte. – a jovem segurou firmemente na mão do pai e sentiu aquela sensação ruim de quando se aparata, mas logo tudo começou a voltar ao normal até que só restou uma leve tontura, Lá estavam eles novamente, em Little Hangleton, um vilarejo infestado de pessoas não mágicas, trouxas, assim como Transylvania, porém em maior número.

- Como está escuro aqui! – disse ao abrir os olhos, o pai retirou a varinha das vestes.

- Lumos. – Murmurou ele, seguiram então o velho caminho já a muito conhecido pelo pai, até a mansão dos Gaunt, um belo lugar poderia se dizer quem olha de fora, mas Anne, que já o conhecia por dentro, e até algum de seus segredos, poderia dizer que o lugar era horrível, a mansão toda era um mistério, muitos rumores havia em torno dela, Anne aprendera a ouvir como se nem estivesse presente no local, e por ser considerada ainda uma criança pela maioria dos adultos que mal ligavam para sua presença, acabava sabendo de muita coisa que a maioria das pessoas nem imaginavam.

A ultima vez que a garota havia visitado o lugar já se completavam primaveras, mas ela ainda se lembrava, tinha uma memória de ouro a jovem, ela tinha apenas uns seis anos, tinha sido uma casual visita de seu pai, e sem babá para cuidá-la, a menina teve que ir junto do pai, ouvira algo muito estranho vindo do porão, parecia uma criatura das trevas, mas não se poderia confirmar algo assim vindo da imaginação de uma garotinha de seis anos, Anne encontrara também uma adega com todos os tipos de poções que poderia se imaginar, dês de Poção para Alisar os Cabelos até Poção da Tortura e a Poção da Morte Instantânea, e muitas outras coisas estranhas alias.

Mas o que mais lhe chamou atenção foi um quadro da galeria dos Gaunt, “A! Como não poderia comentar essa bela obra... É a representação perfeita de ‘Os dois Amantes’ posso dizer” a garota ainda podia ouvir a voz rouca do Lord Gaunt quando comentava a estranha pintura, era uma cena triste de se ver, um jovem caído ao chão, quase intacto, porém a vida lhe fugia dos olhos no exato momento, uma jovem aos prantos sobre o pedaço de carne sem vida do rapaz e um velho rancoroso guardando a varinha nas vestes, a vingança tomava conta do velho, e a chuva deixava a pintura ainda mais dramática, apesar de ser uma pintura bruxa, ela não se mexia, mas além de todo esse mistério, em baixo se encontrava escrito em uma plaqueta de prata, “Os dois amantes nunca seriam felizes, até que o velho vingativo resolveu acabar com todo o sofrimento para os deixar felizes para sempre, porém, seu plano falhou e a bela jovem viveu infeliz por toda a eternidade.” e mais abaixo, em uma mesinha de cobre havia uma bola, do exato tamanho de um pomo de ouro enevoada por dentro, Anne podia sentir, que sem dúvida, aquele era um dos maiores mistérios da casa, uma profecia não é algo bom de se guardar em casa.

Já haviam chegado no portão da mansão quando Anne parou de devanear a ultima vez que esteve no local, ele estava aberto naturalmente, já que era noite de festa. Atravessaram o sombrio jardim com cautela, era segredo os estranhos animais que Lord Gaunt guardava na propriedade, mas todos imaginavam e especulavam e nunca sequer alguém imaginou algo menos feroz que um hipogrifo, por isso todo o cuidado era pouco.

- Lord Gaunt me assusta meu pai.

- A mim também, mas seja cautelosa com as palavras, o nosso futuro está em jogo essa noite.

Futuro, se é que eles tinham futuro, foi o que a jovem Anne pensou, seu pai, um jovem alquimista, herdara tudo que tinha de seu rico pai já falecido, mas não tinha sequer mais um galeão para se manter vivo.
Entraram pela gigantesca porta de carvalho da propriedade, sem dúvida alguma era uma bela casa, sombria, mas muito bela e nobre. O salão principal onde se encontravam agora já estava repleto de pessoas, todas da mais alta sociedade, e quase nem uma delas bruxa, dava para perceber pelas vestes e o jeito que se surpreendiam com a estranha casa.

A poesia saída das cordas dos caros violinos da orquestra presente enchia a casa de vida, e como nunca, aquela velha mansão irradiava brilho e alegria. As damas, todas de vestidos longos e belos conversavam animadamente, os senhores bebericavam algum vinho ou champanhe, a maioria tratando de negócios ou falando sobre Lord Gaunt. Se me derem a permissão de dizer, todos os presentes na festa tinham antipatia e receio do Lord, afinal não era por menos, aquele excêntrico e poderoso senhor não era dos mais comuns, porém todos, homens ou mulheres, jovens ou velhos, falavam bem dele, uma multidão de aduladores, todos tentavam tirar alguma vantagem do velho louco. Ninguém dançava, a festa estava apenas começando.

Anne então avistou o velho em questão, ele vinha em sua direção, vestido estranhamente como de todas as vezes anteriores que ela o vira, uma riquíssima capa roxa com detalhes em ouro, um conjunto de vestes verde oliva com detalhes em vermelho e uma admirável cartola na cabeça careca.

- Lord Peverell. – cumprimentou o velho excêntrico apertando fortemente a mão de Ignotus com sua mão cravejada de anéis caríssimos, dois em cada dedo pelo menos.

- Lord Gaunt. – ele retribuiu o comprimento receoso.

- Anne Peverell – o velho deu um suave e ardente beijo na bochecha da jovem, deliciando seus lábios em sua pele macia e fina. Anne sentia a barba áspera e cumprida roçar em seu rosto, estava incomodada com a situação. O pai havia percebido o abuso, porém nada podia fazer, sentiu remorso, e mais nada, o estranho velho deu um sorriso falso para Ignotus percebendo o constrangimento de seu convidado.

- Estava te esperando, achei que havíamos combinado de nos encontrar mais cedo para tratar de nossos assuntos. Há muita gente curiosa nessa festa.

- Certamente Lord, me desculpe pelo atraso. Poderíamos conversar em particular?

- Era exatamente isso que se passava pela minha cabeça, sigam-me. – eles atravessaram o salão, parando ocasionalmente para cumprimentar um conhecido. Enfim subiram ao segundo andar, que não era menos decorado que o andar inferior, foram conduzidos até o luxuoso escritório do Lord Gaunt, com uma suntuosa escrivaninha de carvalho, cheia de papéis e penas, posta a frente de uma poltrona de couro negro, um pouco mais a frente um pequeno sofá e duas poltronas postas estrategicamente em frente a uma lareira, a janela, emoldurada por cortinas vermelhas e cumpridas, exibia o belíssimo jardim de primavera da casa, que pouco se via agora, na escuridão da noite. Ao todo era um quarto confortável e aconchegante, as paredes de madeira nobre pintada em um tom de vinho aumentavam essa sensação.

- Sente-se. – o Lord apontou o pequeno sofá – e agora me diga do que precisas. – disse se acomodando em uma das poltronas.

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