Mortes



Harry acordou. Ficou olhando para cima sem enxergar nada. Só pensava no jogo do dia anterior. O jeito que os seus companheiros olhavam...Não era um olhar de recriminação, mas um olhar triste, de decepção. Harry nunca iria esquecer aquele olhar, todos os olhares.

–Harry? –chamou Rony ao lado. Sua voz era triste e baixa. Harry só olhou pra ele. – Vamos descer pra comer algo.

Harry fez um sinal positivo. Quando desceram, a Sala Comunal estava vazia para sorte de Harry. Não queria que ninguém o olhasse com ódio, com pena, ou qualquer outro sentimento.

Logo chegaram ao salão para o café-da-manhã. Quando entraram os dois a mesa da Grifinória olhou para eles. Todos tristes sem falar nada. Apesar de estar com Rony, Harry sabia que os olhares são para ele. Quando sentaram junto com as garotas, que já estavam a mesa, Harry ficou calado.

– A Lufa-Lufa venceu a Corvinal. Deu 200 à 150. – disse Karina meio ressentida e triste.

– Nosso próximo jogo é contra a Lufa-Lufa. –completou Perséfone, ela e Karina estavam muito inconformadas. Hermione não falava nada.

De repente ouve-se um grande barulho de aplausos e gritos vindos da mesa da Sonserina. Era Malfoy, Crabbe, Goyle e Jean. Obviamente os aplausos eram só para Jean, mas Draco ficou se gabando. A mesa da Grifinória ficou no mais pleno silêncio.

– Bom jogo, Potter. –disse Malfoy quando passou por Harry e foi para sua mesa.

Aquele foi o café-da-manhã mais longo da vida de Harry mas ele finalmente terminou. Teriam um domingo inteiro para aproveitarem ou ficarem trancados na Sala Comunal. Harry preferiu a segunda opção. Para lhe fazer companhia só ficou Rony.

– Temos que adiantar as tarefas dessa semana para não termos problemas. – disse Rony puxando assunto.

– É. – Harry estava muito lacônico aquele dia. –Aonde foram as meninas?

– A Perséfone e a Karina não sei, a Hermione... – Rony parou por um momento.

–A Hermione... – pela primeira vez Harry se interessou por algo naquele dia.

– Deve ter ido se encontrar com o Vi... –Rony não terminou, Harry já entendera que Hermione foi se encontrar com seu namorado.

A Sala Comunal estava vazia, ninguém queria ficar trancado num domingo ensolarado...exceto Harry e Rony. No meio da tarde Harry sente sua cicatriz.

– Rony, minha cicatriz... –gritava de dor Harry.

–Você-Sabe-Quem está perto!!! – desesperava-se Rony, ele não sabia o que fazer.

Enquanto Rony tentava acudir seu amigo ouve-se um trovão. Parecia que aquele raio caiu em cima da cabeça de Harry. Este tentou se levantar para olhar o que estava acontecendo lá fora. O segundo raio caiu. Era o mesmo raio/relâmpago roxo azulado que Harry vira antes. De novo a cicatriz doeu como nunca. Quando o terceiro relâmpago caiu, Harry desmaiou de dor.

***

Harry abriu os olhos, estava na enfermaria. Não tinha ninguém em sua volta como de costume. Ele teve que esperar uns 30 minutos até alguém se lembrar que ele existia.

–Você acordou, meu querido?Está bem? –perguntou Madame Pomfrey.

–Sim. –respondeu Harry. Ele estava preparado para o monte de perguntas sobre seu estado.

–Daqui a pouco eu volto.

Harry teve que esperar uns 20 minutos sozinho até que Rony e Hermione vieram para uma visitinha.

–Tudo bem, Harry? – perguntou mais por delicadeza do que por preocupação Mione.

– Sim.

–O que aconteceu? – perguntou Rony.

–Senti minha cicatriz. Tem noticias do mundo exterior? – Harry queria saber a causa da sua dor.

–Temos uma coisa muito triste para te falar. –começou Mione tentando amenizar o tal acontecimento.

–Mataram três alunos. – falou bruscamente Rony. Hermione lançou um olhar de desaprovação para ele.

–Todos da Grifinória...Kevin Arnold, 4º ano, Madeleine Adams, 2º ano e Julie Condra, 7º ano.

– Deve ter sido isso aqueles três relâmpagos. Voldemort está de volta. Dumbledore já tem algumas pistas? – Harry não parecia muito abalado com as mortes. Estava tão preocupado com uma possível guerra que mataria milhares ou até milhões que três mortes não pareciam tanto.

–A última vez que vimos Dumbledore foi no primeiro dia letivo. – respondeu a desanimada Hermione.

–Temos que resolver sozinho. Contem tudo o que vocês sabem.

–Conte, Mione. –disse Rony dando uma leve cotovelada na amiga.

–Contem desde a hora que eu desmaiei.

–Bem, Harry... Eu estava passeando –com o Krumm, lembrou-se Harry. – quando eu vi os relâmpagos. Fui correndo para a Sala Comunal para saber como você estava. Imaginei que era coisa de Você-Sabe-Quem e que você deveria ter sentido. Quando cheguei não encontrei nem você nem Rony.

–Eu tinha te trazido à enfermaria.

–Então eu fiquei esperando. No começo havia um tumulto na Sala. Mas logo os alunos desceram para saber o que havia acontecido. Eu fiquei num canto da Sala quando –Hermione fez uma pausa de suspense – Perséfone e Karina entraram. As duas estavam todas desarrumadas, descabeladas, as roupas com uns rasgos e Perséfone estava com a mão esquerda toda ensangüentada. Elas não me viram e subiram rapidamente para o dormitório.

–Será que atacaram elas também? – perguntou Harry.

–É impossível – disse Hermione. –Duas garotas do sexto ano depois de sofrerem um ataque do bruxo mais poderoso que existiu saem apenas com uma mão sangrando. E porque elas não vieram para a enfermaria? Elas foram para o dormitório. Tem alguma coisa de estranho.

–Eu já disse pra Mione que elas devem ser espiãs de Você-Sabe-Quem e devem ter sido atacadas pelos vitimas, principalmente pela aluna do 7ª ano. –disse sua teoria Rony.

–Bem, deve haver uma boa explicação para tudo isso. Vamos prestar atenção e encaixar os fatos. – disse Harry – Agora vai começar a Guerra.



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