ESSÊNCIA
– Essência –
– Hermione, sobe.
A ordem era direta, mas divertida. Com um revirar de olhos para aquela loucura, ela ficou atrás de Harry, que agachou. Meio envergonhada, ela subiu nas costas do garoto, enlaçando suas pernas à cintura dele, e apertando o peito com seus braços. Ele ficou de pé lentamente, e ela se ajeitou em equilíbrio. O Vampiro se curvou um pouco para frente e sorriu.
Rony fazia o mesmo ao seu lado, mas era Lilá que estava sobre suas costas. A garota loira dava risadinhas. Ela dormia no dormitório de Hermione. Dino carregava Parvati, uma indiana muito amiga de Lilá, e Simas equilibrava Padma, irmã gêmea de Parvati, mas que pertencia à Corvinal.
– Aos seus lugares! – Comandou Neville, que era o juiz e não carregava ninguém.
Todos se perfilaram em linha reta e olharam fixamente para a árvore que era o ponto de chegada. Hermione prendeu a respiração e tentou se lembrar de como compactuara com aquela loucura toda.
– JÁ!
O berro de Neville foi a partida. Os garotos correram como nunca, carregando as sacolejantes garotas às suas costas. Harry disparava na frente, mesmo que Hermione não fosse a menor e mais leve. A garota, incrivelmente, ria. Correram e correram, em direção à árvore.
Estavam nos terrenos de Hogwarts, num sábado particularmente tranqüilo. Corriam na borda do Lago de Hogwarts, uma porção de água simplesmente gigantesca. O Vampiro moreno já suava e se esforçava ao máximo, sendo que era o primeiro na corrida bizarra. Dino tropeçou e ele e Parvati caíram com tudo dentro do lago, que já estava bem gelado com o início de Novembro. Simas começou a rir da cena e acabou se desequilibrando, o que o levou ao chão. Felizmente, Padma era leve, e eles não se machucaram.
Agora era entre Rony e Harry, que estavam quase emparelhados. Lilá sorriu para Hermione, que ria muito, e ambas mostraram a língua uma para a outra, criancices permitidas naquela tarde.
Harry tocou com a mão a casca da árvore, e alguns segundos depois, Rony fez o mesmo. Ele agachou e Hermione saltou de suas costas, para que o pobre garoto se recostasse na árvore e pudesse relaxar um pouquinho. Rony fez o mesmo, com a diferença que quase derrubara Lilá quando agachara, de tão cansado que estava.
Hermione esticou a mão e uma brisa refrescante se fez ao redor dos competidores. Eles sorriram em agradecimento, e tiraram as camisas. A garota desviou os olhos de Harry, que recebia uma grande quantia de galeões de Neville, que além de juiz era o responsável pela entrega do prêmio. Harry deu metade das moedas à Hermione, e guardou o resto nos bolsos, enquanto Rony reclamava de sede.
A castanha, solícita, jogou um jato de água em Rony na mesma hora.
– Parece que Hermione melhorou suas habilidades com a água – Riu Harry, enquanto Rony, ensopado, parecia pronto para um homicídio.
– Eu te mato sua Meio-Vampira maluca – Berrou ele, enquanto lançava uma bolinha de fogo direto para ela, que a desviou com um pouco de água.
– Estou esperando, Weasley – Ela ria muito, enquanto jogava água nas bolas de fogo que ele mandava. Vapor cobria o lugar, e havia um belo cheiro de queimado.
Lilá decidiu ajudar o ruivo e jogou uma lufada forte de ar nos dois. Infelizmente isso foi um grande problema para o ruivo, pois a grande chama que preparava simplesmente se apagou, e ele como estava coberto de água, acabou ficando com muito frio. Hermione aproveitou a umidade do vento súbito e lançou um jorro de água em Lilá, que descontrolou sua corrente de ar e acabou tão gelada quanto o pobre Weasley. Neville se desviou da batalha, e ajudou Simas e Padma, que estavam chegando tão ensopados quanto possível.
Hermione se cansou da guerrinha e esticou as duas mãos para frente, fazendo jorrar tanta água que Rony e Parvati caíram para trás. Ela ria, ria muito, e seu sorriso brilhante chegava em seus olhos de mel, o que fazia Harry sorrir também.
– E-e-e-eu t-te pe-pe-pego d-depois! – Ameaçou Rony, que tremia de frio.
Harry pegou um galho solto da árvore e o fincou no chão, deixando um bom pedaço para fora, mas suficientemente preso.
– Que tal um foguinho, cabeça de fósforo? – Resmungou ele, que também ficara com frio, mas sua camisa estava suada demais para ser usada.
Rony murmurou uma série de pragas contra o amigo, e fez o galho pegar fogo. As chamas estalaram e crepitaram, quando todos se aproximaram da fogueirinha. Hermione conjurou uma chama à prova d’água que era sua especialidade e a colocou, flutuando, perto do galho. Com um sorriso, Harry percebeu que a chama azulada da garota secara suas roupas. Ele colocou a camisa, o casaco e então ficou olhando para o fogo.
Apenas ele não mostrara suas habilidades com seu elemento, naquela “batalha”. E o quê mostraria? Tudo o quê sabia era o quê treinava, todas as noites, escondido em sua cama, pois fechava as cortinas ao redor dela. Sabia fazer alguns truques com as sombras, mas ao contrário deles, não sabia conjurar seu elemento, apenas manipulá-lo, e apenas se estivesse bem perto de uma sombra grande.
Harry olhou a sombra fina do galho. Será...?
Com discrição, ele se concentrou na forma da sombrinha, e imaginou ela se alongando. Tentou estancar os outros pensamentos, e simplesmente puxar a sombra, esticá-la como um elástico. Sentiu um frio terrível em seu peito, e a sombra parecia se mover.
Venha, só mais um pouquinho...
– HARRY POTTER!!!
O grito de Hermione foi tão alto que ele pulou, e acabou chutando a chama azul que a garota fizera. Seu sapato ficou ligeiramente queimado, e ele acabou apagando a chama com o chute. Parecia ser uma magia fraca. Ele desviou os olhos, e viu que Snape estava ali do lado, com uma carranca de dar medo. Num pulo ele se levantou.
– Desculpe, acho que estava sonhando acordado.
– Potter, Potter, Potter... – Fez Snape, com um sorriso sarcástico. – Menos um ponto para a Grifinória, por ignorar um professor. E menos um ponto para cada um, por fazerem uma fogueira nos terrenos da escola!
Os garotos abaixaram as cabeças, enquanto Harry sentia vontade de estrangular o professor. Sabia que ele acabara de inventar a regra que não podia fazer fogueira, apenas para tirar-lhes pontos.
– Venha comigo, Potter, o Diretor está chamando você. – Comandou o Mestre de Poções. Quando Hermione e Rony fizeram menção de levantarem, Snape emendou. – E apenas você.
Os dois seguiram pelos terrenos, em direção à escola. Harry reparou que Snape mancava, e parecia bem lento o seu andar. O homem parecia sofrer de algum ferimento terrível na perna direita, o quê deixou o pequeno Vampiro curioso.
– Sabe, Potter – Começou Snape. – Você é muito parecido com seu pai, Tiago Potter.
Aquilo fez os pensamentos de Harry vacilarem. Que diabos o morcegão pretendia com aquilo?
– O seu pai era um arrogante, Potter. Não tinha respeito nenhum pelas regras, nem pelas pessoas. Achava-se o dono da escola, e tinha um ego maior que a Torre da Grifinória...
Harry apertou os punhos, com toda a força que tinha. Snape era um professor, sabia o quê lhe aconteceria se confrontasse o homem. Tinha que se segurar, e bloquear aquela voz nojenta...
– Não sei como sua mãe conseguia suportá-lo. Todos esperavam mais dela, mas no fim ela acabou compactuando com o seu pai. Era uma tola, afinal.
Ignore, ignore...
– E posso dizer que não espero nada melhor de você, Potter. Você já está estragado, assim como o seu pai e sua mãe. Mas espere, Potter, pois se você tirar um dedinho da linha, farei de tudo para que você seja expulso, e por fim essa raça de baderneiros que são os Potter, finalmente acabe.
Eles chegaram em frente à sala de Elementos, no segundo andar. A caminhada nunca parecera tão longa, nem tal detestável. Ódio puro corria nas veias de Harry, e uma raiva gelada trançava em suas entranhas. Snape bateu duas vezes na porta, e se afastou. A Professora Marlene abriu, agarrou Harry pelo braço e o puxou para dentro, batendo a porta na cara do professor, quase acertando o narigão de gancho do irritante Mestre.
– Que inferno, sabia que era tolice mandar justo o Snape te buscar! – A mulher resmungou alto. – Era óbvio que ele ia te irritar.
– Tudo bem, não tem problema, Profa McKinnon... – Replicou Harry.
– Sim, realmente parece estar tudo bem – Disse uma voz tranqüila. Harry se virou e percebeu que o Diretor estava sentado à mesa da professora, sorrindo com seus olhos azuis o espiando por cima dos óculos de meia-lua.
– Professor Dumbledore... Eu...
– Não se preocupe, Harry, sei que está curioso, mas peço que me deixe lhe explicar algumas coisas, antes de mais nada. – Ele virou-se para a morena. – Marlene?
– Claro, Professor, fiquem à vontade.
Ela abriu a porta e se retirou da sala. Quando a porta se fechou, eles ouviram o som abafado de trancas e feitiços. Dumbledore encarou Harry e suspirou, antes de puxar três grandes pastas e colocá-las sobre a mesa. Harry espiou os títulos, mas pareciam estar escritos em algum alfabeto rúnico, e ele achou melhor voltar os olhos para o velho diretor.
– A sala foi isolada com extremos feitiços de proteção e defesa contra a espionagem. O quê vamos tratar aqui, Harry, deverá ficar só entre nós dois. Por enquanto.
– O quê aconteceu, professor?
– O quê aconteceu, Harry, aconteceu à onze anos atrás, numa noite escura, no último dia de Julho. Precisamente à meia-noite, na virada do penúltimo para o último dia deste mês. Aconteceu no Hospital de Sant Mungus, um hospital vampiro em Londres. O quê aconteceu foi, simplesmente, o seu nascimento.
“Mas o quê isso tem a ver com o agora, você deve estar se perguntando. O agora nada mais é que o resultado da sucessão de fatos que o precederam. Onze anos atrás você nasceu, Harry Potter. E acredito que isso pôde trazer inúmeros problemas para nós. Tanto para Voldemort, quanto para mim.
“Vejo em seu olhar uma grande surpresa, Harry. E nada é mais natural, todavia essa surpresa é ínfima perto do quê você ganhará conhecimento. Acho que você ainda não está preparado para saber disso, mas terá que saber mesmo assim. As pistas estão espalhadas por toda a parte, e acredito que se eu não lhe ajudar agora, algo desastroso pode acontecer quando você descobrir sozinho”
– Não entendo, professor – Suspirou Harry quando houve uma longa pausa. – Não entendo o quê o senhor quer dizer com isso...
– Sim, acho melhor terminar as introduções – Sorriu o velho. – Então vamos começar, infelizmente por outra introdução, mas esta é bem diferente...
“Houve um tempo onde os Vampiros eram o pior que se podia ser, Harry. Nossa raça matava e destruía sem preocupação alguma, e caçávamos os humanos da forma mais cruel que podia existir. Nestes tempos negros, nossa raça era a mais poderosa, e nossa glória era tão gigantesca que todos temiam nossos nomes, nossos rostos, nossas sombras.
“Porém essa vida de sangue e morte não poderia ser eterna. Alguns de nós queriam uma convivência mais pacífica, pois nós matávamos o nosso próprio povo. Eles queriam ordem, e paz entre nossas famílias, queriam um mundo com menos terror.
“Por fim seus pedidos se transformaram numa revolução, sangrenta do início ao fim. Essa revolução se tornou uma guerra, e depois uma batalha no mundo inteiro. Finalmente, depois de um século de guerra, o lado dos revolucionários venceu.
“Milhões de Vampiros morreram, nossas cidades e castelos estavam arrasados. Milhares de órfãos, bilhões de vítimas. Os revolucionários então decidiram que a única forma de sobreviverem seria se conseguissem apoio dos humanos na reconstrução da nossa sociedade. Todos precisavam de sangue, de alimento, de moradia. Numa atitude insensata eles tentaram um acordo com os humanos”
– Mas o quê você faria, se fosse um humano, Harry?
– Atacaria os Vampiros – Respondeu o moreno. – Aproveitaria que estão cansados, famintos e feridos. Depois de tanto tempo sob julgo dos Vampiros, eu aproveitaria a chance para destruí-los e me libertar.
Os olhos de Dumbledore brilharam, mas estavam invadidos de tristeza e confirmação.
– Pois foi exatamente isso que os Humanos fizeram. Tentaram nos matar.
“Para nossa defesa, um grupo dos mais poderosos Vampiros lançou uma maldição na raça humana. Meio-Vampiro, a raça que brota dos humanos, seria uma maldição eterna. Matariam a todos os Vampiros, mas não acabariam com a raça. Era um grande golpe.
“Por fim outra guerra se iniciou e acabou. Um senso comum entre os Vampiros determinou uma atitude drástica. A maior parte de nossas construções seria destruída, e nossos caminhos, encantos e destroços sumiriam. Numa única noite, tudo o quê provava que nós já andamos pelo mundo havia sumido. E por fim, os seis maiores Vampiros do mundo criaram um encanto. Toda a humanidade esqueceu nossa raça. Sumimos de suas mentes, de suas lembranças. Apagamos-nos do mundo, e na escuridão demos início a nossa reconstrução.
“Levou séculos, mas finalmente estávamos prontos. Cidades construídas em pontos impossíveis de serem alcançados pelos humanos, feitiços de proteção, consumo de sangue animal, criação dos animais para o consumo. Vilas isoladas do mundo, novas barreiras, novos sistemas. As últimas criações foram o Ministério, e Hogwarts.
“O Conselho dos Vampiros criara o feitiço do esquecimento. Mas eles também faziam parte do velho mundo, o mundo sangrento. Eram uma relíquia do passado, e poderosos demais para que o mundo novo se sentisse seguro. Foram caçados até desaparecerem. No mesmo ano quatro poderosos Vampiros, Rowena Ravenclaw, Helga Hufflepuff, Godric Gryffindor e Salazar Slytherin construíram juntos um castelo oculto, onde os jovens Vampiros poderiam estudar num ambiente controlado, onde seus poderes perigosos podiam ser contidos, e onde pudessem se livrar dos pensamentos sombrios das trevas. Por mil anos a escola funcionou, e ainda funciona. Milhões de Vampiros aqui se formaram, e muitos seguiram a trilha das trevas, porém a escola conseguiu cumprir seu intuito. O mundo das trevas acabou, e nós vivemos escondidos dos humanos, com nossas próprias guerras e tempos de paz.
“Mas temos um grande problema. Você, Harry, você tem o elemento das Trevas, coisa que nem o próprio Voldemort tinha. Você é o Senhor das Trevas, Harry, ou será quando completar seu treinamento. É a sua Essência, sua alma. Você é uma criatura das Trevas, e isso faz de você um inimigo.
– A sua essência é maligna, Harry – Finalizou o diretor. – Você é o mal que os revolucionários tentaram combater e destruir. Você é o velho mundo, Harry Potter. Sua essência é as trevas, a morte e a escuridão. Sua essência é o puro mal.
O silêncio caiu como uma bomba, com decibéis mudos ecoando sorrateiramente pelo ambiente. Dumbledore parecia desconfortável.
– Isso é a coisa mais ridícula que já ouvi! – Explodiu Harry, levantando-se num rompante e derrubando a cadeira. – Que droga é essa? Só porque meu elemento é a Sombra, então eu sou um ser das Trevas? Ter o elemento Sombra me faz maligno? Então se eu tivesse a Luz eu seria um anjo de bondade?! Que merda é essa? Se eu sou do fogo eu seria esquentadinho? E se eu fosse da água eu teria um humor úmido?
Dumbledore riu, mesmo que isso fosse um pouco deslocado no ambiente pesado que a sala formara.
– Bem, acho que você teria que ser do Elemento Terra – Riu-se o diretor. – Pois tem uma imaginação bem fértil...
Harry fechou a cara e tentou sair. Dumbledore esticou a mão envelhecida e com um gesto o garoto voou pela sala e aterrissou na cadeira que ficava ao lado da que ele derrubara ao se levantar.
– Antes de ir embora, Harry, você vai fazer um teste. E ele provará se estou certo ou errado.
– Me obrigue.
– Você já está se mostrando bastante maligno para um garoto de onze anos.
– Não, só estou sendo mal-educado mesmo.
– Faça o teste, Harry, e então eu lhe deixarei escolher seu caminho...
O garoto suspirou alto, e então encarou o velho professor. Com um sorriso, Dumbledore o mandou se levantar. Um gesto dele escureceu gradativamente a sala, até que ela estivesse cheia de sombras. Com um sorriso, Dumbledore indicou a parede, e Harry se postou diante dela.
– O que tenho que fazer? Destruir a parede? Torná-la minha aliada na dominação mundial?
O humor de Harry estava horrível. O sarcasmo era algo constante em sua fala, crescendo e gotejando em cada palavra sua. Dumbledore sorriu e lhe disse que o teste consistia em simplesmente fazer qualquer coisa com as sombras da parede.
Harry encarou a sombra maior e mais densa. Fazer o quê com ela? Respirou fundo e a tocou, enquanto sentia um relaxamento estranho. Sentia-se feito de ar, e tão leve quanto uma pluma.
Fechou os olhos, e as sombras o tragaram imediatamente.
Tudo era vazio. Não havia nada, tanto com os olhos abertos, tanto com os olhos fechados. Tudo era escuro, uma densa escuridão. E tudo era doce e protetor, pois Harry se sentia em casa, como se tivesse encontrado o colo de sua mãe.
Vagou na escuridão, sabendo que flutuava. Seu maior problema era manter-se constante. Se desconcentrasse, dissolveria em pensamento, não mantendo mais sua forma. Com o passar dos instantes, ele percebeu algo como um veio, grosso, de sombra. Imediatamente foi como se seus olhos se abrissem, e ele se viu rodeado por veios e mais veios, que serpenteavam em todas as direções. Sua mente se abriu e ele imediatamente entendeu o quê era tudo aquilo.
Com um sorriso maníaco, Harry tocou um dos veios com sua mente, e viu para onde ele dava, era uma sala escura, vazia. Desistiu de se manter sólido e se tornou um pensamento, entrando no veio e disparando dentro dele.
Foi seu pior erro. Quando aterrissou, estava diante de um monstro.
Era um cão gigantesco, de mais de quatro metros de altura, muito maior que qualquer Trasgo. A consciência de que estava no Corredor do Terceiro Andar não ajudou em nada, muito menos a porta trancada às suas costas. Harry encarou o monstro, que agora revelava três enormes cabeças. Ouvira falar deste monstro em contos e histórias: era um Cérbero, um Guardião.
Enquanto o animal o olhava com ódio, ele procurou o quê o guardião guardava, e percebeu um alçapão aos pés do bicho. Nessa hora a criatura se lançou para a frente, rosnando e babando, enquanto demonstrava que Vampiros morenos estavam na sua dieta. Harry correu de frente para ele e se jogou para o lado no último instante. O cachorro mirou suas pernas, mas ele passou escorregando no chão úmido até um ponto de sombra. Fechou os olhos e rezou que conseguisse fazer aquilo sem a concentração de antes. Sentiu-se tragado, e depois de se refazer do susto, se tornou um pensamento e vazou novamente para a Sala de Elementos.
– Acho que isso prova a minha teoria, não é mesmo, Harry? – O garoto fez uma careta e assentiu. Não falou para onde fora em sua pequena excursão, e o diretor não perguntou. Sentou-se de novo e encarou o homem nos olhos espantosamente azuis.
– Eu atravessei o espaço pela sombra. – Disse ele. – Isso constava na sua teoria, professor?
– Não, não constava – Riu Dumbledore. – E acho que isso é realmente inesperado!
– Professor, eu- – O tom de voz do garoto deixara a ironia e o sarcasmo de lado. Sentia-se cansado, e abatido. – Se eu sou realmente maligno, então porque não me expulsa da escola? Porque não me mata, para evitar que eu faça mal a outros alunos?
– Harry, ser o quê você é pode ser extremamente perigoso. Mas conhecer o quê você é, e treinar isso, é mais perigoso ainda. Você, com o devido treino, será classificado como “Absurdamente Perigoso”...
– Então qual a vantagem de manter-me na escola?
– Harry, não acha que seria mais seguro ter você debaixo de minhas vistas, e cercado de outras pessoas que podem controlar um pouco seu temperamento, do quê em um lugar qualquer, onde pode ter idéias malignas com toda a calma e segurança? Não, Harry, será melhor para todos que você seja mantido aqui. Mas depois que você terminar Hogwarts, logicamente poderá ir embora, todavia acredito que até lá nós teremos colocado algumas idéias melhores em sua cabeça.
O garoto suspirou. Dumbledore lhe passou um pergaminho onde estava listada uma série de objetos. O professor lhe disse que deveria adquiri-los na próxima semana, pois seu “curso intensivo” de Elementos se iniciaria na segunda-feira da outra semana. E seria na...
– Floresta Proibida? Achei que era proibida aos alunos.
– Aos alunos normais, é proibida. Mas acredito que você se sentirá à vontade lá. E ficará incrivelmente forte.
Harry levantou ao mesmo tempo que o velho diretor. Apertaram as mãos e o garoto saiu da sala, com dúvidas na cabeça, principalmente sobre si mesmo. Mas com algumas certezas também. E a maior delas é que não era tão ruim assim ser maligno.
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Capítulo dedicado à Loko Loko, e Anderson Potter !
Respondendo perguntas:
achei legal isso do elemental do harry ser das sombras, mas kd o treino dele?
No próximo capítulo começa o treino, diretamente na Floresta Probida.
alias, um elemental natural(fogo,agua,terra,ar) pode c transformar em outro? +forte?
Não, não em um elemento "baixo". Mas alguns Vampiros podem adquirir um elemento "alto", como o de Harry. Porém, os Vampiros aprendem a fazer magias de outros elementos, mas elas não são muito fortes.
harry e rony tão bem +adultos q no original hp1. alias, mione=lili antes d ser mordida?
Sim, eles são um pouco mais sérios. Mas como apareceu no início deste cap, eles ainda são meio crianças. Harry sempre foi mais independente e sério, por ter vivido praticamente sozinho, e por ser o quê ele é (como foi visto no capítulo). Lilian era uma Meio-Vampira, que foi mordida aos quinze anos. Mione também é uma Meio-Vampira, mas ela é diferente da ruiva. É mais no terceiro "livro" de V.V. que dá pra ver as diferenças entre as duas.
Quais as asas de cada um?
Harry possui asas de penas negras. Rony possui asas de couro, como as de um Dragão, e Hermione tem pequenas asas de penas castanhas, como seus cabelos. Mesmo assim, ela odeia voar.
Hermione vai ser mordida?
Se ela encontrar um Vampiro homem que a morda...
Um Vampiro Completo tem realmente mais poder que um Meio-Vampiro?
Sim. Mas as diferenças não são força mágica, mas sim duração, resistência, força física, força psicológica e imortalidade. Se você enfiar uma faca nas costelas de um Vampiro, ele não morrerá. Já um Meio-Vampiro sim.
Harry ama Hermione?
Ele não sabe. Questões como o que foi mostrado nesse capítulo acima não o deixarão pensar. Em vários momentos ele praticamente baba pela garota, mas em outros a trata como um ser comum. Os dois ainda não sabem exatamente o que sentem, e não estão preparados para isso.
Quando começa o romance?
Não agora. Harry e Hermione não estão prontos para isso, ainda. E faltam muitos personagens importantes, como a grande rival de Mione por Harry, os rivais de Harry por Hermione, os que só atrapalham e os que ajudam. Acredito que somente no próximo "livro" de V.V. ("Harry Potter e a Câmara Secreta"), efetivamente começará o romance.
Até o próximo! E comentem! \o/
P.S. O Harry é mau sim. Não tem volta. No quê isso influeciará na luta com Voldy, no relacionamento com Mione ou em qualquer outra coisa, vocês só verão no futuro...
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