Capítulo 4.
Harry e Hermione foram voltando para o almoço de mãos dadas. O amor não os deixava ter medo das línguas fofoqueiras e abusadas na escola, mesmo que ninguém tivesse os visto. Quando estavam chegando na grande porta do Salão Principal, Hermione desviou e o levou a um ponto próximo à grande porta de carvalho que levava aos jardins do castelo.
Encostou Harry na parede, que estava sem entender nada, suspirou e disse:
- Há um problema.
Harry não disse nada, esperou ela continuar, embora ela também estivesse em silêncio. Mas só com os olhares, Harry soube o que estava acontecendo: exixte outro, concluiu, ou é só mais um fruto da minha fértil imaginação.
- Existe um... - ela começou, mas Harry a interrompeu:
- ...outro rapaz... - ele suspirou, triste.
- Sim, que gosta de mim...
- ...e eu dele...
- Não! Nunca! Eu não gosto dele! Merlim que me livre! Pirou? Eu só amo você, Harry! Você! - ela se indignou e informou prontamente.
Ela só o confundiu mais ainda.
- Então... o que...?
- Ele gosta de mim, eu não. Vive me enchendo o saco! Esgota a minha paciência e só aparece nas horas erradas! - ela explodiu, mas logo se acalmou - ele é o apanhador da Lufa-Lufa. - e encarou o chão, triste.
- Ewan McGregor? - ele perguntou para confirmar.
- O próprio. - respondeu, num suspiro.
- E daí?!
- É que... ele não está disposto a me esquecer, já me pediu em namoro várias vezes, sempre levando fora! Eu não gosto dele, realmente! Mas... ele já mandou muitas pessoas atrás de mim, falando que queria conversar comigo... Ele ensiste! !... - ela se lamentava.
- Tudo bem, tudo bem! - Harry cortou - já entendi.
Ela franziu a testa, esperando resposta. Mas ele continuou respirando apressado. "Eu sempre sei o que ele está pensando!", ela concluiu, "por que desta vez ele não me deixa saber?".
Harry sorriu, disfarçando o nervosismo. "Ela não gosta dele, posso ver nos olhos dela, mesmo se estivesse mentindo, mas... então por que estou assim?"
- Tudo bem. Você não gosta dele, não é?! - ele pediu confirmação.
- Claro que não! - ela exclamou, apavorada com a idéia.
- Ótimo. - concluiu, sem mudar a expressão nervosa e ciumenta.
Segurou a mão de Hermione e ia puxando-a para o Salão Principal, quando de repente, ela o parou, segurando-o firme.
- 'Peraí! O que você quer dizer com "ótimo"? - ela estava incerta.
- Quero dizer: ótimo ter alguém como você. - ele concluiu, triste e desanimado, sem saber porque dizia aquilo.
Hermione boquiabertou-se. "Ele não acreditou em mim!", pensou, "o que está acontecendo? Já não entendo mais nada!". Já era apavorante a idéia de perdê-lo.
- Q-quê? P-porque não está a-acreditando em mim? - ela gaguejou, medonha.
Harry pensou, pensou... "Ela está certa, não sei porque estou fazendo isso!". Suspirou, fechou os olhos. Hermione se aproximou, ficou na ponta dos pés e sussurrou em seu ouvido:
- Porque?
Um turbilhão de pensamentos sobre tudo que aconteceu entre ele e Hermione foi passando como um filme rápido em sua mente, somente nas partes tristes se passavam lentamente, fazendo-o relembrar quando Hermione foi atingida por um feitiço de um Comensal da Morte, quando ela foi petrificada, quando ele foi salvar a si próprio e a Sirius dos dementadores, e enquanto relembrava, o único som que passava era um "por que?" distante de Hermione. Se sentiu mal, não queria demonstrar, mas a cada lembrança parecia que algo de seu corpo ia despencando: seus sentimentos, suas emoções...
- Harry? Rony...Rony! Ele acordou, acordou! - era a voz animada de Hermione.
Ouviu os passos apressados e pesados de Rony vindo, com alguma figura de cabelos loiros agarrada no braço. Tudo estava embaçado, só pode distinguir Hermione por causa do cheiro de canela. Foi se levantando assustado (N/A: como aquela vez no terceiro ano, que ele é atingido pela primeira vez por um dementador, imaginação, gente!), e Rony chegou do seu lado e perguntou:
- Você está... bem? - ele foi hesitante.
- Claro que ele não está bem! Teve uma crise emocional, idiota! - Hermione discutiu.
- Eu... - Harry não estava ruim, só um pouco fraco - acho que estou bem... - tateou a mesa de cabeceira ao seu lado e colocou os óculos, estava estranhando a situação - o que eu estou fazendo aqui?
Harry estava na Enfermaria, com Hermione sentada numa cadeira ao seu lado – completamente exausta e aliviada -, Rony e Luna – com uma penca de cachos loiros (provavelmente presos por algum feitiço) agarrada ao braço de Rony, teve vontade de rir, mas não era uma boa hora.
- Bom... - Hermione afastou uma mecha que caía no rosto de Harry - você teve um ataque emocional...
- Há quanto tempo? – ele perguntou, vendo que Rony sorria com o gesto de Hermione.
Hermione olhou incerta para Rony, que fez que “não” com a cabeça, mas Hermione fez o contrário. Estava disposta a contar. Ela voltou sua atenção para Harry e disse:
- Faz... um mês... mas... – ele a cortou rapidamente.
- Um mês??? Tudo isso??? Só... dormindo???
- Dormindo não, Harry! – ela se explicou, como se a culpa fosse dela – você teve uma crise emocional no nível forte! Tem idéia do que poderia ter acontecido?!
- Não... – ele disse baixinho.
Hermione sorriu, cúmplice.
- Muita gente veio aqui. – ela foi falando, mas Rony foi interrompendo.
- É, mas só você passou a noite inteira, todos os dias! – provocou.
Luna sorriu, estava bem diferente, não era mais “aquela esquisita da Lufa-Lufa”, estava bonita, não usava mais aquelas bugigangas todas penduradas, usava roupas normais, como todas as outras garotas. Hermione corou, furiosa, quis falar alguma coisa. Rony continuou falando:
- No mais, Harry: Gina veio aqui quase todos os dias. Até Draco veio, mas fingiu que estava aqui atrás da Madame Pomfrey por causa de uns relatórios de remédios do Snape. Mas o dia que deu mais gente mesmo foi o primeiro, Hermione apareceu gritando no Salão Principal, dizendo que tinha te encontrado desmaiado. – Rony suspirou.
Harry deu um olhar significativo a Hermione que logo entendeu e balançou a cabeça negativamente.
- Rony, - Harry pediu educadamente – pode deixar eu e a Hermione sozinhos por um minuto, por favor?
- Claro – respondeu o amigo, sem entender. Puxou Luna pela mão, Harry e Hermione acompanhou os dois saírem por olhares. Quando a porta estava bem fechada Harry continuou a encará-la esperando a explicação de Hermione.
- Harry, olha pra mim? – ela pediu, Harry virou o rosto – eu tinha que falar isso.
- Eu entendo – disse sincero.
Ela sorriu e se jogou no pescoço de Harry, lhe dando um beijo carinhoso, e acariciando seus cabelos negros e rebeldes, deixando-o feliz.
- Sabe... – disse ela, alegre – por um lado foi bom você ter tido esse ataque.
- Quê? – ele fez bico, de brincadeira, cruzando os braços.
- É que por um lado, toda pessoa que está prestes a ter um ataque emocional, fala e age sem pensar! Eu percebi que você não estava falando aquilo por querer.
Harry sorriu. Verdade. Só percebera agora, que Hermione falara.
- Quando eu saio daqui? – perguntou, distraído, vendo os pacotes de feijõezinhos de todos os sabores vazios na cabeceira ao lado da cama que estava.
Hermione percebeu o que ele olhara.
- Eu... – ela empurrou os pacotes no lixo ao lado da mesinha, fingindo estar distraída, quando viu que não convenceu continuou – não passei um mês aqui sem comer! E... acho que amanha à tarde você pode sair.
- Potter? Potter! – a Madame Pomfrey vinha correndo de seu escritório, espantada e com as bochechas vermelhas. – Incrível! – ela exclamou ao vê-lo acordado.
Hermione se afastou de Harry rapidamente.
- O que é incr... – mas ela não deixou-o terminar.
- Está bem? Se sente bem? – ela continuava a perguntar.
- Perfeit...
- Srta. Granger! Acho que já passou tempo o bastante depois que ele acordou! – ela disse, rígida.
Hermione abriu a boca para reclamar de alguma coisa mas imediatamente Madame Pomfrey levou os dedos à boca para fazê-la se calar. Ela olhou indignada para Harry, sem acreditar. Harry ditou sem barulho a palavra “bebeu” com a boca, Hermione sorriu, com Madame Pomfrey empurrando-a para a saída. Quando Harry ouviu a porta se fechar e olhou à sua volta, tateou os lados, tinha quase certeza que Rony estava lá. Sentiu um tecido invisível e puxou: Rony estava coberto pela capa, boquiaberto.
- Amigo-da-onça! – ele exclamou, falando baixo. – por que não me disse nada sobre a conversa de vocês?
Harry ouviu os passos apressados de Madame Pomfrey e quase entupiu Rony novamente com a capa, jogando-a imediatamente na cabeça do ruivo, cobrindo-o por completo.
- Potter! – ela exclamou, fechando a porta atrás de si. – você está bem? Sabia que é um milagre você ter acordado? Sabia? – ela estava se exaltando.
- Não. Madame Pomfrey, eu acho que gostaria de ficar sozinho um pouco, sabe? Só pra colocar a cabeça em ordem? – ele pediu, temendo não estar sendo convincente.
Ela olhou para ele desconfiada, mas depois pareceu ser esbofeteada e lembrada de algo.
- Claro! – ela se lembrou – que cabeça a minha, não? Você ficou um mês sem pensar em nada, e eu aqui falando pelos cotovelos, sabe? É que eu estou animada, você só ficou um mês dormindo enquanto poderia ter ficado anos!
Ela ia continuar a falar, mas Harry deu um sorriso nervoso e ela disse:
- Ah! Sim! Claro! Me desculpe! Descanse! – ela cruzou a enfermaria, fechando a porta ao sair.
N/A: O que será que vai acontecer??? Hehehe... eu sei... ta meio bestia... mas... vejamos... continuem lendo e comentanu... BBB (big bjo bruxo)
edit¹: otroo.. ^^ 05/11/2005
anúncio
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!