Lua Cheia
[b]Saímos do Salão Comunal normalmente, eu estava com a Capa e o Mapa do Maroto no bolso.
- Marotos, sabem o que eu acho? - Perguntei enquanto saímos de perto dos corredores que estavam com algumas pessoas.
- Não, ninguém te entende mesmo. - Brincou Sirius parando no corredor deserto, que havíamos marcada com Pedro.
- Acho que deveríamos fazer uma cópia do Mapa. - Eu falei enquanto tirava a Capa e o Mapa do bolso. - Porque se alguém pega, a gente tem o outro.
- O pior é que o veadinho tem razão. - Concordou Remo.
- Até você, Remo?? - Perguntei tentando parecer incrédulo.
- Relaxa Pontinhas. - Ele me disse olhando para trás e depois para o relógio de pulso que carregava - Ótimo, tenho que ir. A Madame Pomfrey vai me buscar daqui a pouco. - E saiu.
Sentei no chão, na frente de uma porta que nunca era aberta e o Sirius ficou andando de um lado para o outro.
- Será que o Pedro perdeu a hora?? - Ironizou Sirius, vale lembrar que ele odeia atrasos.
- Calma, Almofadinhas, já ele chega. Nós temos trinta minutos ainda.
- Ok. Enquanto isso, o que vamos fazer enquanto estivermos na Casa dos Gritos?
- Sinceramente... não tenho idéia.
Ficamos tentando decidir algo enquanto Pedro não chegava.
Não demorou muito e o Rabicho chegou, suando e sem ar. Logo que ele recuperou o ar, pediu desculpa pelo atraso.
Entramos embaixo da Capa e fomos para o jardim, assim que chegamos perto do Salgueiro Lutador, Rabicho se transformou no rato e foi apertar o nó. Quando a árvore parou, Sirius e eu nos transformamos, em cachorro e cervo, respectivamente. Fomos para dentro do corredor escuro e mal cheiroso, Rabicho estava lá nos esperando, subiu nas costas do cachorro-Sirius e corremos até a Casa dos Gritos. Hoje eu entendia porque Casa dos Gritos, os berros de Aluado eram ensurdecedores, quando entramos na salinha, dava pra vê-lo atacando tudo o que via pela frente, gritando e em tempos, se lamentando.
Nunca senti tanta dó de alguém de alguém como senti hoje. Remo era outra pessoa, era um lobo atacando tudo e todos, gritando, lamentando, porém, ele não era um monstro, eu sabia, que lá dentro daquele esqueleto de lobisomem, batia um coração só dele, um coração que lobo nenhum iria arrancar, um coração que ama a tudo e todos, um coração que só o Remo tinha, um coração... que eu conhecia muito bem.
Fui me aproximando lentamente, mesmo sabendo que lobos não atacam animais, fiquei apreensivo, Rabicho desceu das costas de Sirius e foi para um canto, enquanto o primeiro me acompanhava.
Aluado parou o que estava fazendo e virou-se na nossa direção. Ficamos parados por um tempo, então, o lobo nos olhou nos olhos e baixou a cabeça, soltando um lamento.
Almofadinhas e eu fomos até ele e começamos a 'brincar' com sua pata dianteira. Logo ele estava se divertindo conosco, esquecendo-se do motivo em que não estavamos no Castelo dormindo ou com as nossas garotas.
Mas, a brincadeira acabou quando Remo atacou Sirius sem querer. Foi para cima dele furioso, e eu corri até no meio dos dois. Sirius rosnava, o lobo uivava e eu tentava parar Remo de todo jeito.
É claro que um cachorro grande e um cervo bonitão e forte poderiam dar conta do lobo, porém, Aluado foi mais forte e nos jogou na parede. A dor foi quase insuportável, mas, eu consegui me levantar. Senti uma coisa quente escorrendo nas minhas costas, mas, não me preocupei com isso, tinha que ajudar o Sirius. Fui até ele e o vi com os olhos fechados, choramingando baixinho. Remo estava em uma outra sala, então, eu tinha um pouco de tempo. Voltei a forma humana, peguei o Cachorro-Sirius nos braços e o levei até uma poltrona. Ele estava sangrando, só que o sangramento saia da cabeça.
- Sirius, se você está me ouvindo mexa a pata, ou sei lá o que. - Eu pedi pegando a varinha rapidamente. Senti a pata dele se mexendo perto do meu braço. Um bom sinal, ele estava consciente.
Apontei minha varinha na direção da cabeça dele e falei o feitiço em voz baixa. Uma luz azul claro saiu da minha varinha e fechou o corte da cabeça de Sirius. Tenho que me lembrar de agradecer a Lílian, que um dia me falou desses feitiços caseiros.
Com muito esforço, ele abriu os olhos e voltou a forma normal.
- Você está bem?
- Um pouco dolorido. Aquele lobo é forte, heim? - Disse Sirius abrindo um largo sorriso, logo percebi que ele estava bem.
- É. Realmente, ele é forte. - Disse sorrindo e o ajudando a levantar.
- Tenho que voltar a forma animaga, logo ele chega e não vai ser nada legal...
- Ok. Você está bem, mesmo??
- Lógico que estou... - Disse revirando os olhos - Você está parecendo a minha mãe. - Foi minha vez de revirar os olhos.
[[purple]Narrado por:[/purple][b][green] Dani Amaral.]
[/green][b]Tiago e Sirius voltaram a forma animaga, Rabicho se juntou a eles e como verdadeiros amigos, continuaram até amanhecer com Aluado.
Enquanto os Marotos davam uma 'escapadinha', as garotas ficaram no quarto, fazendo deveres e conversando.
- Vocês lembram quando eu disse que não acreditava nessas saídas do Remo??
- Lembramos, Cih. O que que tem de errado?
- Lílian.. O Remo some toda vez na lua cheia, e nas semanas que antecedem a lua cheia, ele fica preocupado, evitando quase todo mundo. E depois, os Marotos começam a viver na biblioteca, as notas em Transfiguração aumentam, e eles somem com o Remo no dia de lua cheia. Estranho isso, não?
- Você ta querendo dizer que... - Começou Nayara, porém, não terminou.
- O Aluado é um lobisomem? - Completou Lílian.
- Estou. E tenho provas do que estou dizendo. - Acrescentou a loira vendo a expressão da ruiva. - Eu pesquisei sobre eles... - E contou tudo o que sabia sobre lobos e sobre suas 'teorias'.
- Ainda não sei. Eu acho que se o Remo fosse isso, ele contaria para gente.
- Eu duvido, Nay. - Disse Lílian. - Eu conheço o Remo muito bem. Ele não contaria isso.
- Viu? A Lils está comigo!
- Não.. - Cortou Lílian - Eu, sinceramente, não acho certo ficar vigiando a vida do namorado desse jeito. É indelicado.
- Eu estou pouco ligando para delicadezas, Líls. Eu quero saber a verdade. Somente a verdade. Nada além da verdade, entende? [violet]([/violet][b]N/A:[purple] Alguém assisti SBT?[violet])[/violet][/purple][b] - Disse Cinthia.
Lílian e Nayara mudaram de assunto, terminaram os deveres e foram dormir.
Os Marotos chegaram no dormitório quando estava amanhecendo. Dormiram por duas horas e logo tiveram que levantar.
A semana passou netre aulas de manhã, conversas jogadas fora e alguns cochilos a tarde, e na parte da noite, os Marotos sumiam e as garotas ficavam no Salão Comunal ou no dormitório, fazendo deveres.
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