Segredos
1º capítulo: Segredos
Era tarde e aquele menino continuava na sala comunal da Grifinória. Ele olhava para lareira e parecia distante de tudo aquilo que o cercava. E realmente estava. Seus olhos incrivelmente azuis estavam vidrados e sua mente recordava a discussão de minutos atrás.
_ Afinal qual o problema dela, hein? – murmurou para si mesmo – Pára de pensar nisso Almofadas! – e sacudiu a cabeça como se afastasse aqueles pensamentos.
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Bem longe dali, na Torre de astronomia, encontrava-se uma garota encostada no parapeito. Ela tinha a pele dourada e o cabelo liso e mel batia nas costas. Dos seus grandes olhos também mel, desciam lágrimas silenciosas. Mas que ainda a deixavam esplêndida. Ela era realmente muito bonita.
A porta da torre se escancarou e por ela entrou um garoto alto e forte, com lindos cabelos negros caindo à testa.
_ Kate! Que bom que você está aqui! – gritou ele parecendo aliviado – Pensei que pudesse ter ido embora!
_ Sai daqui, Regulus! – ela falou baixo e enxugando as lágrimas.
_ Kate eu só me atrasei meia hora! Não vai ficar com raiva por causa disso.
_ Sai daqui, Regulus! – repetiu um pouco mais alto.
_ Oh Kate! Por favor, deixe eu me explicar! A Bellatrix... Ela ficou me interrogando, querendo saber aonde eu ia.
_ E o que você disse? – Kate falou olhando pela primeira vez naquela noite pra ele – Que vinha se encontrar com sua namorada?
_ Oras Kate! Você sabe que eu não posso fazer isso. Ninguém pode saber da gente! – falou como se aquilo fosse natural.
_ Por que não? Por que Regulus Black não pode namorar comigo?
_ Você sabe... A gente já conversou sobre isso! Você é uma...
_ Não se atreva Black! – falou ela dando um olhar assassino para ele.
Ele respirou fundo, apagou da sua mente e da sua boca a palavra que quase dissera e falou:
_ Kate, você sabe! E sempre entendeu isso! É a tradição...
_ Pois não entendo mais! E pegue a merda da sua tradição, Black, e enfia ela... – mas ela não chegou a terminar a frase já que ele a enlaçou pela cintura beijando-a com vontade. Depois da surpresa Kate começou a corresponder o beijo que começou a se intensificar. Era um beijo avassalador, que fazia com que a garota perdesse o controle. Depois de algum tempo ela parou o beijo, e começou a se afastar.
_ Regulus...
_ Não, Kate! Me escuta! – falou ele com medo da briga recomeçar – Eu gosto de você! Gosto de verdade! Mas não posso assumir isso agora – frisou a última palavra – Mas prometo a você que isso vai mudar logo!
Ela não sabia o que fazer. Olhou para ele, aqueles grandes olhos mirando-a esperançosos. Ele realmente parecia gostar dela, e parecia tão inofensivo daquele jeito. Mas ele não era assim. Ele era um perigo. Pelo menos para ela. Ele representava o perigo de se apaixonar. Se apaixonar por alguém que ela nunca poderia ter por inteiro. E isso a fazia sofrer. Mas mesmo assim, o que seria pior? Sofrer estando com ele, ou sofrer por não estar.
_ Tudo bem, Reg...
_ Ow Kate! Eu sabia que entenderia. – ele falou sorrindo docemente – Mas agora é melhor irmos! Se Bellatrix me encontrar com você não quero nem imaginar...
_ Pode ir, Reg. Eu vou ficar aqui mais um pouco.
_ Tem certeza? – perguntou ele em dúvida, não querendo deixar ela sozinha devido o horário – Eu posso te acompanhar até seu dormitório.
_ Não precisa. – disse ela sentando-se no parapeito da janela – Além do mais assim não despertamos suspeitas.
_ Então ta! – falou ele dando um selinho nela e dando a volta para ir embora, quando voltou três passos – Kate, que está tudo bem!
Ela observou as costas dele irem desaparecendo aos poucos.
_ Não, Regulus! Não está tudo bem... – sussurrou ela.
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_ Gente, será que o Sirius está bem? – perguntou um James meio afetado.
_ Sei lá... Ele tá assim a mais de uma hora! – Remus respondeu.
_ Acho que devemos ir falar com ele.
_ É melhor não. – foi a vez de Peter se pronunciar – É melhor deixá-lo quieto e esperarmos até amanhã pra falar com ele, porque se tentarmos agora a única coisa que conseguiríamos é deixá-lo irritado.
_ Que milagre! O rato pensa! – falou James, num tom de brincadeira, fazendo Remus rir e Peter corar.
_ Eu só falei o que penso...
_ A gente sabe, Rabicho!O nosso amigo Pontas aqui só está tirando onda com você. Mas cá pra nós... – Remus puxou Peter pra mais perto – Isso é meio estranho, vindo de você, não acha?
_ Até você Aluado!
_ Mas ele só tá falando a verdade Rabicho.
_ Vocês nunca me levam a sério! – falou ele emburrado – Vou fazer uma visitinha aos elfos... Eles me entendem! – Peter falou, saindo em seguida pelo retrato da Mulher Gorda. Assim que o retrato se fechou, Remus falou:
_ Hei, Pontas! O Rabicho tem razão. Vamos subir e amanhã falaremos com o Sirius.
E assim os dois seguiram para o dormitório masculino, deixando um Sirius entretido em seus pensamentos, encarando a lareira.
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Régulus entrou no Salão Comunal da Sonserina e constatou aliviado que estava vazio. Rumou então ao dormitório.
_ Onde você estava? – perguntou Bellatrix aparecendo ao lado da lareira, onde estava sentada numa poltrona, na qual não se via de primeira.
_ Bellatrix, ainda acordada? – questionou Régulus parando no meio do caminho e se virando para prima – Não sabia que tinha insônia! – falou com o sarcasmo típico dos Black.
_ Não tente mudar de assunto, Régulus. Onde você estava a essa hora da noite?
_ Na Torre de Astronomia... Não que seja da sua conta. – disse Régulus continuando seu caminho pro dormitório.
_ Olha aqui Régulus – falou Bellatrix se levantando da poltrona – Você pode inventar quantas mentiras você quiser, mas a mim você não engana.
_ Eu não estou mentindo, Bella – disse Régulus exausto se sentando na cadeira ao lado da que Bellatrix estava sentada – A insônia está fazendo você imaginar coisas!
_ Eu não tenho insônia e certamente não estou imaginando coisas. Você está escondendo algo e eu vou descobrir o que é.
_ E isso é uma ameaça? – perguntou Régulus se levantando da poltrona e pegando no braço de Bellatrix com força.
_ Não, é uma promessa! – disse Bellatrix indiferente à força dele no seu braço.
_ Pois então aceite um conselho de primo – Régulus soltou o braço dela – Cuide da sua vida. É mais seguro! – acrescentou ele dando um beijo na sua bochecha.
_ Boa noite, Bella!
E dizendo isso ele subiu finalmente para o seu dormitório, deixando pra trás uma prima curiosa.
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Quando Lílian Evans entrou no Salão Principal naquela manhã, constatou que não era seu dia. Nada menos do que James Potter, o seu tão odiado conhecido, estava na porta do Salão, aparentemente à sua espera.
_ Lily, minha ruivinha linda! Pensei que não desceria hoje. – disse ele com o sorriso de orelha a orelha.
_ Potter... Quantas vezes eu vou ter que dizer que não sou sua ruivinha, e que pra você é Evans? – disse ela mostrando mais irritação a cada palavra.
_ Oh Lily, querida! È claro que você é minha ruivinha...
_ Cala a boca Potter! E sai já da minha frente! – gritou a plenos pulmões.
_ Nossa ruiva, é bom vê que hoje você tá mais irritada que o natural! Você fica ainda mais linda quando está com raiva! – falou ele sem ligar para os gritos dela.
_ Bom dia meninas! – James falou animadamente. Nem parecia que há poucos instantes ele tinha feito Lílian gritar tanto. Pelo visto ele já tinha se acostumado. E isso a deixava com mais raiva ainda. O fato dele não parecer afetado com tantos foras que já tomara dela.
_ Bom dia! – Alice e Elisabeth responderam em unissônico.
_ Ué, James... Cadê o Sirius? – perguntou Alice ao ver Remus Lupin e Peter Pettigrew chegando.
_ Ele disse que não está com fome! – respondeu James pensativo – Mas eu num sei não. De uma hora para outra ele fica assim estranho.
_ E o que deu nele? – perguntou Elisabeth.
_ Sei lá... Ele tá assim todo esquisito desde ontem à noite não é James? – Remus respondeu ao mesmo tempo em que pedia uma confirmação de James.
_ É... Mas eu vou descobrir isso logo, logo! – James falou, enquanto sentava ao lado de Lílian para tomar o café da manhã. Já esta não gostou muito da idéia, mas nada podia fazer, afinal, o Salão é público, podendo ele sentar onde bem entendesse.
Os outros marotos fizeram o mesmo. Peter sentou ao lado de Alice, e Remus sentou na frente de Elisabeth. De vez em quando ele a olhava timidamente, só pelo prazer de admirá-la. Ela percebia o olhar do maroto e o encarava, mas ele logo desviava, como se aquilo fosse o maior pecado que alguém pudesse cometer.
Não ocorreu nada de anormal naquele café da manhã. Peter comia ameaçadoramente rápido, como se o mundo fosse acabar a qualquer momento. Remus continuava dando olhadelas para a Srtª. Foster, que também fazia o mesmo. Já Lílian a cada minuto que passava, ficava mais irritada, se é que isso ainda era possível, por causa da insistência de James em convidá-la para sair.
Ela já ia gritar novamente quando sentiu alguma puxar ela para o outro lado do Salão. Era Alice Turner. A melhor amiga de Lílian.
_ Lily, você ficou louca? Gritando no meio do Salão Principal, pleno café-da-manhã, com todos os professores e alunos te olhando! – falou Alice realmente preocupada.
_ É aquele Potter, Lice! Ele me tira do sério! – respondeu Lílian ainda nervosa.
_ Sim, Lily! Mas ele sempre faz isso! Você já deveria ter se acostumado – falou Alice, sentando ao lado de Elisabeth Foster, na mesa da Grifinória.
_ Pois é Lily! – falou Elisabeth entrando na conversa – Não precisava de tudo aquilo! Aconteceu alguma coisa que a gente não saiba?
_ Claro, Liz! Aconteceu sim, mas vocês já sabem o que é! – falou Lílian quase gritando de novo – E já aconteceu há dezessete anos atrás! O Potter nasceu!
_ Lily, não se faça de inocente! Você sabe muito bem que nós estamos nos referindo a você e...
_ Shiiiiii!!! Aqui não Liz! Por favor! – falou uma Lílian com um tom de voz suplicante – E, para a sua informação, não tem nada a vê com esse assunto! – ela mentiu com o objetivo de encerrar a conversa naquele momento, pois os marotos estavam vindo. E conseguiu.
_ Minha ruivinha, você me daria à honra de ter a sua companhia no próximo passeio a Hogsmeade? – James falou, pegando a mão de Lily e beijando-a. Isso fez com que todos os presentes rissem da cena. Lílian ficou tão irritada com ele que era impossível distinguir a cor do seu rosto e a cor do seu cabelo. Num movimento rápido, a ruiva puxou a sua mão dos lábios do moreno.
_ Potter, você é retardado mesmo ou se fingi? – ela perguntou ao mesmo tempo em que James se recompensara da sua quase queda – Parece que eu falo grego! Quantas vezes eu vou ter que dizer NÃO pra você entender?
_ Quantas vezes você conseguir, minha ruiva. Pode crer! Eu nunca desisto dos meus ideais. Essa é uma característica típica da família Potter. Por isso não adianta fugir Lily, pois no final acabaremos no altar.
Isso foi demais para Lílian. Após ouvir essas palavras, ela se levantou e deu um belo tapa na cara de James.
_ Eu NUNCA irei casar com você Potter! NUNCA!! – gritou e em seguida pegou a sua mochila e saiu rumo a 1ª aula. James que massageava o lado do rosto que tinha perfeitas marcas dos cinco dedos dela, murmurou:
_ Nunca diga nunca, minha ruivinha.
Todos os presentes riam gostosamente da cara de James. Foi nessas circunstâncias que Frank Longbotton, namorado de Alice, chegou.
_ Aonde ela vai com tanta pressa? – Frank perguntou, dando um selinho em Alice e sentando ao lado dela pra tomar o seu café.
_ Para aula, provavelmente. – respondeu Alice com simplicidade. Ela já tinha se acostumado com essas cenas. – Ela terminou de ter outra das clássicas brigas com James... Mas mudando de assunto... Onde é que você estava que chegou atrasado para o café da manhã?
_ Acordei tarde, meu amor! – Frank respondeu, enchendo a namorada de beijos.
_ Desculpe se atrapalho, mas nós já estamos um pouco atrasados. – Remus falou. Ele adorava ser pontual.
_ Ah, sim... Vamos! – Alice respondeu ao mesmo tempo em que ajeitava o cabelo.
P.S.:Bem...aqui está o 1º cap.Esperamos que vocês tenham curtido bastante.O próximo capítulo será postado por Nina Black.Quem se interessou e quiser mais,é só comentar.
BY:Nanda Potter
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