A visita à Hogsmeade




O dia amanheceu enevoado e Harry viu que ele traduzia bem o tipo de aulas que ele teria.
Trocou de roupa e foi para o salão, Rony, Hermione e Hallie o esperavam.
- Bom dia, bela adormecida! Achei que teria que te dar um chá de masilo azul!- disse Rony, zombando do amigo.
- Hahahá, Rony. Ok, vamos tomar o café da manhã?
Os quatro passaram pelo buraco do quadro e deram de cara com Draco Malfoy e sua turma.
- Ah, então você é a nova artilheira do time?- perguntou o garoto sorrindo ironicamente- Quem sabe se com a sua entrada o time melhore...
- É, e quem sabe se com a sua saída, o time da Sonserina ganhe a próxima partida.- retorquiu a jovem.
- Você é tão arrogante quanto o Potter, além de muito bela. Pois bem... vermos quem é o melhor.- disse Draco saindo em direção em direção ao salão.
- Parabéns! Agora Malfoy vai ficar no seu pé também!- falou Rony.
- Contanto que eu não tenha de azará-lo...
Os quatro foram para o Salão, desviando de Pirraça, que quase derrubou um vaso em cima deles. Chegando lá, cada um se serviu de bacon e torradas.
- Como será que eles vão arrumar o salão principal?- perguntou Harry- Temos aulas à tarde e os professores estarão muito ocupados...
Mas mal Harry acabara de falar, Dumbledore levantou-se da mesa principal. Olhando para os alunos, respirou fundo e pediu silêncio.
- Alunos em geral; em virtude da preparação do baile, vocês não terão aulas no turno da tarde...- o professor foi interrompido pelos vivas que os alunos deram- A visita a Hogsmeade será adiantada e vocês terão essa tarde para passearem pelo povoado. Contudo, a visita só é permitida aos alunos que já estão no terceiro ano ou a partir daí. Agora, receio que o sinal vá tocar, indicando o início das aulas.
Dito e feito. Harry e os demais se levantaram da mesa e foram apanhar seus materiais para ir assistir a primeira aula do dia, História da Magia.
Os alunos entraram na sala e Rony e Harry escolheram carteiras no fundo da sala. Em poucos minutos, o prof. Binns apareceu através do quadro negro e começou a ler um texto entorpecente.
Em alguns minutos que pareceram eternos, o sinal tocou e os alunos seguiram para as masmorras, rumo a aula de Poções. Chegando lá, o professor havia acabado de chegar.
- Hoje vocês irão aprender a poção do vigia. Ela serve para aqueles que estão tomando conta de algo muito importante. Essa poção tira o sono e ativa sentidos como a visão, olfato e audição, fazendo com que eles fiquem mais aguçados. Os ingredientes e o podo de preparo estão no quadro e, quando eu voltar, no fim da aula, quero os frascos identificados na minha mesa.
Ao dizer isso, o prof. Snape saiu de sala e os alunos começaram a preparar o líquido.
- O que será que ele foi fazer?- perguntou Rony.
- Eu não sei- respondeu Harry- Mas gostei quando ele saiu. Pelo menos eu não vou ter que aturar aquele seboso...
- Xiiiii! Vocês querem calar a boca?- ralhou Hermione- Essa poção é bem complexa e vocês dois ficam aí conversando?!
Apesar da concentração, Harry não conseguiu deixar a sua poção laranja. Em seu caldeirão, um líquido púrpura fumegava enquanto que, no caldeirão de Rony, uma poção verde sibilava lentamente.
Ao fim da aula, rotularam seus frascos e o depositaram na mesa do professor. Snape apareceu na sala a tempo de olhar o conteúdo dos vidros.
- Pelo menos três pessoas dessa sala prestam atenção na aula...
Ao sair da sala, Rony perguntou a Hermione quem foram os alunos que acertaram a poção.
- A Liz Kiona, Margareth Bradies e eu- respondeu a garota.
- Você foi a única da Grifinória?- perguntou Rony abismado.
- Parece que sim...
- É... a Sonserina está clonando a nossa Hermione- disse Harry, abraçando a amiga.
Os três seguiram para a aula de Transfiguração. Ao chegar, entraram e escolheram carteiras no meio da sala. Harry olhou para a mesa vazia da professora e estranhou. Ela nunca se atrasava para dar aulas. Será que havia acontecido alguma coisa?
Todo o falatório foi cessado quando a porta se abriu e uma gata entrou, movendo-se graciosamente.
Sabendo de quem se tratava, os alunos ficaram esperando a transformação. Ao passar por detrás da mesa, uma mulher surgiu, olhando calmamente para os alunos.
A sala explodiu em palmas e a professora demonstrou o que parecia ser um sorriso muito discreto.
- Por favor, abram o livro no capítulo oito e façam uma leitura silenciosa. Quando todos tiverem acabado, eu explicarei o assunto. Podem começar.
Os alunos fizeram o que a professora tinha ordenado e a sala imergiu no mais absoluto silêncio. No fim da aula, os alunos arrumaram seus materiais e saíram de sala, em direção as estufas, para a aula de Herbologia.
- Sabem do que eu estou sentindo muita falta?- falou Hermione- Das aulas de Defesa Contra as Artes das Trevas.
- É verdade... eu gostaria muito de praticar umas azarações...- disse Rony.
- Vocês sabem por que é que essas aulas ainda não começaram?- perguntou Hermione.
- Não. Você sabe?- indagou Rony.
- Dizem que Dumbledore não teve muita sorte em encontrar um professor que estivesse disposto ao cargo. Apesar de Snape ter dito que largaria o seu cargo com o maior prazer para nos ensinar Defesa Contra as Artes das Trevas.- os garotos atravessam o gramado e sentiam o aroma perfumado das estufas - Apenas um professor se candidatou e sua chegada está prevista para o início do outro mês.
- Tomara que ele seja que nem o Lupin- desejou Rony.
- É, tomara...- concordou Harry.
Os três entraram na estufa, que estava muito abafada. A flores continuavam lá e pareciam ter ganhado uma beleza ímpar.
- Hoje nós vamos estudar as coriáceas. Elas se assemelham muito com arbustos encouraçados.- Disse a profª. Sprout, dando batidinhas no tronco- E elas possuem uma propriedade muito peculiar. Alguém sabe qual é?
As mãos de Neville e Hermione subiram no ar.
- Diga Neville?- A professora apontou para o garoto.
- As coriáceas são conhecidas pela propriedade da propagação do som.
- Muito bom, Neville! Cinco pontos para a Grifinória.- disse a professora sorrindo brandamente para o aluno- Além de propagar o som, essas plantas aumentam ou diminuem o volume do som captado. Venham aqui para fora que eu vou lhes mostrar.
Os alunos saíram da estufa e a professora pegou uma coriácea e a colocou em cima de uma mesa.
- Agora, venham aqui vocês dois.- ela apontou para Travis Langdon e para Harry- Você, Travis, irá gritar o seu nome na ponta daquele galho ali. Após fazer isso, passe a mão na lateral do arbusto, em direção ao céu. Mas lembre-se, faça o movimento de subida.
Os alunos se afastaram um pouco e o jovem aproximou-se do galhinho menor. Colocou-se diante dele e gritou sua voz com toda a sua força. Depois fazer isso, deslizou seus dedos para cima.
- Agora todos se preparem!- gritou a professora.
Os lados da planta se abriram como portinholas e a voz de Travis aumentou absurdamente. O garoto se assustou e acabou caindo sentado no chão.
Depois que a planta parou de gritar, as couraças voltaram ao normal, como se nada tivesse acontecido. Os alunos surpresos começaram a rir. A professora foi até Travis, ajudar o garoto a levantar.
- Muito bem. Agora repita o mesmo procedimento mas alise a planta no sentido cima-baixo, entendeu? Pode ir.
O jovem ficou cara a cara com o galhinho e gritou seu nome novamente. Colocou as mãos no tronco e fez o movimento que a professora pediu.
Em vez de gritar, as escamas se abriram e a voz de Travis soou tão baixa que eles quase não escutaram.
- Muito bom mesmo! Deixe-me ver... dez pontos para a Lufa- Lufa e mais cinco pelo seu tombo, totalizando quinze pontos. Agora é a sua vez, Harry.
O jovem se encaminhou até a planta e passou na frente dela.
- Agora fale o seu nome com a voz normal, sem gritar ou sussurrar. Depois, puxe o galho.
Harry disse seu nome calmamente e puxou o galho da planta. Ao fazer isso, seu nome foi repetido calmamente, como se o próprio garoto tivesse o feito.
- Bom, acho que chega por hoje. Mais cinco pontos para a Grifinória por sua participação e eu quero um texto de vinte e cinco centímetros sobre outras plantas que possuem uma função semelhante a da coriácea. Boa Festa!
Os alunos atravessaram o gramado em direção à cabana de Hagrid, professor de Trato das Criaturas Mágicas.
- Bom dia pessoal, hoje vamos aprender um pouco mais sobre os seres mágicos...
A aula transcorreu normalmente bem e os alunos voltaram ao castelo para almoçar.
- Minha nossa!- exclamou Hermione nervosa- Esqueci de fazer a minha lista de compras!
-Ah, como é que você pode esquecer justamente disso!- comentou Rony ironicamente.
- Ai, vou ter de fazê-la no almoço...vamos logo, vocês dois! Estou com fome!
- Ei, essa fala é minha!- Falou Rony.
Próximo ao Salão Principal, Malfoy e seus comparsas cruzaram com eles.
- Ei Weasley, é verdade que a rolha de poço da sua mãe mandou você verificar se a Casa dos Gritos está de venda?
- Ei Malfoy, é verdade que a sua mãe está tendo de se virar, agora que seu pai foi para Azkaban?- perguntou Hallie, se aproximando dos amigos.
- Não se meta aonde não é chamada, Mautner, ou vai acabar com sérios problemas.
- Não se meta com os meus amigos, Malfoy, ou vai acabar com sérias conseqüências...
Draco Malfoy ostentou o sorriso astuto e com um estalar de dedos, fez sinal para que Crabbe e Goyle o seguissem em direção ao salão principal. Após a refeição, os alunos voltaram a sala comunal, para substituir as vestes negras da escola por roupas mais confortáveis.
Ao passar pela Mulher Gorda, eles encontraram uma sala repleta de jovens excitados com a visita antecipada ao povoado.
- Bom, é melhor nós trocarmos de roupa.- falou Hermione.
Os demais assentiram com a cabeça e seguiram para os seus respectivos dormitórios. Deixaram suas mochilas ao pé da cama e trocaram de roupa, deixando de ser apenas alunos.
Ao descer para o salão comunal, Harry avistou Hallie ao longe, conversando com um grupo de amigas. Ela estava absolutamente linda com um tênis, uma minissaia e uma camiseta verde.
Ao se virar, Hallie viu Harry olhando para ela. “Te peguei mais uma vez”, pensou a garota. Nunca o vira tão belo, mesmo que estivesse de calça jeans, tênis e uma camisa preta.
A garota despediu-se das amigas e foi em direção ao trio.
- Ela está bonita, né Harry?- perguntou Rony, dando uma piscadela para Hermione.
- É... ela está linda mesmo...- falou o garoto, sem tirar os olhos de Hallie.
- Oi gente! Estou super ansiosa com a visita e... Harry, você está bem?- a garota concentrou seu olhar no jovem.
- Ahn... quê, tá... tá tudo bem sim...- o garoto acordou de seus pensamentos, enquanto Rony e Hermione reprimiam risadinhas sob o olhar severo de Harry.
- Mione, você vai no salão da Miss Patner? Estou pensando em ir lá...
- Ah, é lógico que eu vou! Você vai comigo?
- Vou sim, obrigada pelo convite...- Hallie agradeceu.
- Vamos gente, está na hora!- falou Ágatha Zanit, monitora-chefe.
Os alunos passaram pelo quadro e foram para os portões da escola. Chegando lá, Filch e a profª. Minerva supervisionavam a saída de alunos.
- Cuidado, hein? Nada de aprontar por aí e cuidem de voltar antes das sete horas!- advertiu a professora.
- Que tal tomarmos umas cervejas amanteigadas no Três Vassouras enquanto as meninas vão no salão?- sugeriu Rony a Harry.
- Eu achei uma ótima idéia.- concordou Hermione.
Chegando na frente do bar, os quatro se despediram. Hermione deu um beijo em Rony, enquanto Hallie dava um sorriso desejoso para Harry. Como ela queria que ele soubesse o quanto ela desejava fazer o mesmo...
O bar estava lotado de alunos sorridentes, segurando canecas de cerveja amanteigadas. Aqui e ali, rodinhas de amigos explodiam em gargalhadas.
- Vá pegar uma mesa que eu vou comprar as bebidas.- falou Harry a Rony.
Harry foi até o balcão e pegou duas canecas transbordando de cerveja amanteigada. Atravessou o bar e entregou uma garrafa ao amigo.
- Cara, eu preciso te contar uma coisa- falou Rony, enquanto Harry lhe entregava uma caneca e sentava numa cadeira próxima.- O jeito como você olhou para a Hallie lá no salão... parecia que você estava hipnotizado. Mione te chamou várias vezes e você nem respondeu!
- É, só ela que consegue me deixar assim...
- Dá para perceber...- falou Rony.
Beberam um gole de cerveja e deram uma olhada em volta. O bar estava enchendo cada vez mais e uma música animada tocava ao fundo.
- Então você está mesmo apaixonado por ela?- perguntou Rony.
- Ah, estou sim. E... estou reunindo a minha coragem para hoje à noite. Vou pedi-la em namoro...
- É assim que se fala, amigão!- Rony brindou com Harry.
Passado um tempo, John, Neville e Simas se juntaram a eles. Compraram mais cervejas e ficaram conversando.
- Então, quem são seus pares para hoje à noite?- perguntou Rony aos amigos.
- Eu vou com a Jane Palmer, uma quintanista da Lufa-Lufa.- falou Neville.
- Eu vou com a Gina- falou John.
Ao ouvir o nome da irmã, Rony, que era espantosamente branco, tentou disfarçar. Mas suas orelhas o denunciaram.
- E você, Simas?- perguntou Harry, olhando de esguelha para Rony.
- Eu... é... vou com a Liz Kiona...- falou o jovem baixinho, olhando para os joelhos.
- O QUÊ?!- exclamaram os três. Rony se engasgou com a cerveja.
- É... eu sei, ela é da Sonserina e eu da Grifinória... mas, ela me emprenssou na parede e perguntou se eu não queria ir com ela e...- exclamou Simas nervoso.
- Tá tudo bem, Simas, já que foi ela que te convidou- comentou Neville.
- É verdade...- concordou Harry.
- Mas... vamos combinar, né pessoal, ela é muito bonita, não é não?- perguntou Simas.
- Eu não falo nada- cortou Rony.
- É, temos de admitir que ela é muito bonita mesmo- falou John.
Liz Kiona era uma sextanista da Sonserina bastante inteligente. Oriental, tinha longos cabelos negros e lisos, um olhar muito atraente e um sorriso magnífico.
Neville, Simas e John despediram-se dos garotos e foram para a Dedosdemel comprar doces. Mal saíram do bar e duas garotas de chapéu entraram no recinto.
- O que fizeram com vocês duas?- exclamou Rony, olhando para Hermione e Hallie.
- Bem, a Miss Patner fez um pequeno reajuste nos nossos cabelos e, por isso, não poderemos tirar esses chapéus até a hora do baile. Até lá, se agüentem com a curiosidade.
Pediram mais uma rodada de cervejas amanteigadas. Depois que terminaram de beber, os quatro foram dar uma volta na cidade. As lojas estavam apinhadas de jovens compradores.
- Vamos rapidinho na Kirk & Schowels comprar umas coisinhas?- sugeriu Hermione.
- Que tal fazermos diferente?- propôs Harry- Como a loja Artefatos para Quadribol fica do outro lado, nós nos dividimos e cada um vai para a sua loja. Em meia hora, nós nos encontramos aqui.
- Perfeita idéia!- exclamou Hallie.- Vamos Mione, não podemos perder tempo!
As duas meninas saíram correndo. Foi muito divertido na loja. Hermione experimentou várias roupas e acessórios dentro da loja, fazendo Hallie sorrir à beça. Enquanto Hermione se trancava dentro de uma cabine com vários cabides de roupa, a outra garota foi dar uma volta pela loja.
Hallie comprou uma blusa dos Comensais do Rock e outra das Esquisitonas. Depois, a garota se encaminhou para a seção de jóias. Olhando dentro das vitrines, Hallie parou diante de uma jóia particularmente bela. Um estupendo crucifixo prateado estava colocado sobre uma caixinha. A garota pediu para a vendedora que lhe desse o objeto. A mulher até comentara que fora muita sorte da parte de Hallie ter conseguido encontrar aquela jóia. Minutos depois, quando Hermione finalmente se decidiu, as duas pagaram suas compras e foram para a praça. Encontraram com Rony sozinho, encostado na vitrine de uma loja de acessórios, esperando por Harry.
- O que você comprou?- perguntou Rony, aliviado por ter visto o amigo sair da loja.
- É, um objeto essencial.
- Tipo o quê?
- Depois eu falo.
Os quatro se reuniram na praça que ficava entre as duas lojas. Enquanto Rony conversava com Hallie sobre os artigos de quadribol, Hermione quase teve um acesso.
- O que foi, Mione? Tá passando mal?- perguntou Harry, preocupado.
- Temos menos de vinte minutos para chegar ao castelo! E agora!- falou Hermione exasperada.
No entanto, enquanto todos estavam nervosos, um sorriso maroto surgiu no rosto de Harry.
- O que você está planejando, Harry?- perguntou Hallie.
- Para a Casa dos Gritos, já!- disse Harry, saindo correndo.




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