Fim de férias



Fim de férias


Mais um fim de férias modorrento. Faltando dois dias para o seu aniversário, Harry se sentia mais solitário do que nunca. Não podia mais escrever cartas a Sirius, o que lhe deixava profundamente abalado. Evitava pensar no padrinho, ainda não acreditava que nunca mais fosse vê-lo novamente.
Os tios de Harry andavam com os nervos à flor da pele. Durante uma refeição, Hermes aterrissou desastradamente em cima da mesa, espalhando comida para tudo o que é lado. Duda caiu da cadeira, que quebrou com o peso do primo. Harry não conseguia entender como o primo podia ser tão gordo.
Antes que tio Válter pudesse pegar Harry, o garoto agarrou a coruja e subiu as escadas correndo. Ouviu quando o tio berrava seu nome no andar de baixo, mas ele não estava mais nem aí. Enquanto Hermes bebia água na vasilha de Edwiges, Harry sentou na beira da cama e leu a carta.

“E aí, Harry, tudo bem? Desculpa se o Hermes aprontou algo aí, ele anda meio estranho desde que os gêmeos pegaram ele como cobaia e o Errol não podia ir, ele tá quase morrendo. Hermione veio mais cedo esse ano. Gina quase chorou para que ela viesse. Mamãe teve a seguinte idéia: Por que você não vem aqui pra casa amanhã? Eu não sei o que deu nela, mas ela quer porque quer fazer uma festa de aniversário pra você. O que achou? Manda a resposta imediatamente que amanhã à noite nós vamos aí. Papai conseguiu comprar um carro. É de segunda mão, mas ele é belezinha. Preciso te contar uma coisa: Eu e a Mione estamos namorando! Cara, eu dei uma surtada e resolvi dar em cima dela. Depois do jantar, eu, a Gina e a Mione fomos dar uma volta no jardim. Andamos um pouco, até a mamãe chamar a Gina. Ficamos só nós dois. Do nada, a Hermione vira e me dá um beijão. Quando terminou, eu fiquei sem ar e ela ficou sem graça. Me pediu desculpas e tudo. Aí, eu segurei as mãos dela e pedi ela em namoro. Ela disse sim e quase me sufocou...

Harry teve um acesso de riso. Rony e Hermione eram o casal mais briguento de Hogwarts e no entanto, tinham virado namorados. Harry se recompôs e voltou a ler a carta.

... com tanto beijo. Só quem sabe é a Gina e você. Os gêmeos desconfiam, mas acho que já sabem. Vindo ou não, nos mande a resposta. Iremos buscá-lo assim mesmo. Até mais-Rony"
.
Harry procurou um pergaminho para mandar a resposta ao amigo enquanto Hermes parecia meio empalhado no poleiro de Edwiges. A coruja o olhava curiosa.

Rony, podem vir. Minhas férias estão sendo um saco. Hermes pousou na mesa, no meio do jantar. Fico feliz por você estar com a Mione. Fico mais feliz ainda que a Sra. Weasley queira me fazer uma festa de aniversário. Só tive uma até hoje e eu não faço a mínima idéia de como é. Se possível, venham à tarde. Quanto mais rápido eu sair daqui melhor. Mal posso esperar.
Harry

Harry dobrou a carta com cuidado e prendeu na perna de Hermes. A coruja continuou imóvel. Harry escreveu um bilhete e prendeu na perna de Edwiges.

Rony, a Edwiges vai ficar por aí. Cuida dela por mim. Obrigado.

- Acompanha ele, tá bom?- Harry fez um afago na cabeça da coruja. As duas abriram as enormes asas e voaram para a noite.
Mal Hermes levantou vôo, a coruja deu um mergulho muito perigoso. Harry achou que ela tivesse se esborrachado no chão. Mas a coruja se recuperou e seguiu ao lado de Edwiges.
Harry já estava saindo da janela quando avistou uma bela águia olhando para ele. Ambos se encararam por alguns minutos até a ave levantar vôo e se perder de vista.
- É a segunda vez que eu tenho a nítida impressão que estão me vigiando...- Harry murmurou para si mesmo.
Enquanto organizava seu malão, tio Válter apareceu no quarto do sobrinho. Harry levantou o olhar e tampou o baú assustado.
- O senhor deseja alguma coisa?
- O que animal imundo veio lhe entregar?- Tio Válter olhava friamente para Harry.
- Uma carta do meu amigo. A propósito, o senhor não me liberaria para ir amanhã para a casa dos Weasley?
- E porque eu deixaria você ir?- perguntou o tio, sarcástico.
- O senhor se livraria de mim mais cedo.- falou o garoto sorrindo
O homem parecia estar decidindo qual era a melhor resposta. Deixar o sobrinho ir iria deixá-lo feliz, uma coisa contra a qual Tio Válter lutava desde que Harry veio morar com eles. Mas se livrar do sobrinho mais cedo que o planejado era muito melhor. O tio pareceu estar fazendo um esforço terrível até que deu a resposta.
- Esses Weasley não são aqueles que tem um monte de filhos de cabelos vermelhos? Uma mulher que parece um barril?
- Sinceramente e com todo o devido respeito, a quem o senhor está chamando de barril?- Harry estava fulo com o tio.
- Olha como fala comigo, seu moleque?
- O senhor já esqueceu do que o Moody lhe falou lá na estação ano passado? É só eu dar um grito...
O tio, que estava prestes a esganar o sobrinho, recuou assustado, olhando para os lados. Já estava próximo à porta quando se virou para Harry.
- Tá bom, escreve pra eles e diz que você vai. Mas você me paga, seu fedelho!- O tio bateu a porta com força.
Harry sorriu de felicidade. Arrumou o malão e deitou na cama. O luar deixava seu quarto mais claro. As coisas pareciam ter ganhado um sabor a mais.
Harry levantou e pegou o seu álbum de fotografias. Viu a foto do casamento dos pais, seu padrinho Sirius, ele no colo da mãe, uma jovem de cabelos longos e repicados, abraçada ao pai...
Harry parou nessa foto. Será que era uma ex-namorada do pai? Mas parecia ser bem mais nova que ele! E, eles se pareciam muito, apesar da diferença de idade. O garoto olhou melhor para a foto e desviou seu olhar para o relógio. Já passava das dez horas. O garoto recolocou o álbum no malão e foi dormir. Uma sensação de felicidade o invadiu por completo, embalando sua noite de sono.


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