Confusões e mudanças d opinião
Pela primeira vez em sete anos de escola, Tiago se viu esperando, ansioso, por uma aula de Poções. Seriam dois longos e maravilhosos períodos de aula ao lado de Lilian, e ele estava adorando a idéia dessa proximidade. Em oposição à alegria de Tiago, Isabelle não tinha apreciado muito a idéia de passar duas aulas ao lado de Sirius.
- Como é? – perguntou ela, ao receber a notícia – Eu vou ter que sentar com o Black?
- Ah, Isa, desculpa! – disse a ruiva, com ar culpado – O Tiago me pediu isso no dia em que estudamos Poções, e eu esqueci de te avisar.
- Não dá pra ser com o Remo? – perguntou Isabelle, esperançosa.
- Remo tem que ajudar o Pedro, ou ele é capaz de explodir a sala inteira. – explicou Lilian.
- Mas o Black pode ajudar o Pedro, e aí o Remo pode ficar comigo. – Isabelle ainda resistia.
- Sirius não tem paciência pra trabalhar com o Pedro, você sabe. – disse Lilian – Mas, olha, é só nessa aula, eu prometo.
Isabelle suspirou.
- O que não se faz pelos amigos... – resmungou ela, baixinho.
- O quê? – perguntou Lilian.
- Nada, Lil. Vamos pra aula. – respondeu Isabelle, com voz desanimada, enquanto pensava: "Ainda mato o Tiago por isso!"
Chegando às masmorras, as duas encontraram os Marotos já devidamente instalados: Remo, Pedro e Sirius em seus lugares habituais, e Tiago no lugar em que Isabelle costumava sentar junto com Lilian.
- Oi Lily, quer dizer, Evans. – cumprimentou ele – E aí, Charmant?
- Oi, Tiago. – disseram as duas.
"É, as coisas realmente estão indo bem... – pensou Isabelle – ela já o chamou de Tiago duas vezes, só hoje..."
Tiago levantou-se, e puxou a cadeira para que Lilian sentasse, enquanto Isabelle, com cara de enterro, se dirigia para o lugar vago, ao lado de Sirius. Sobre ela, os olhares raivosos de metade das meninas da classe, grifinórias e lufas.
- Oi, Isa. – cumprimentou Lupin.
- Oi, Remo. – respondeu a garota – Oi Pedro. Black.
Pettigrew, com a boca cheia de biscoitos, apenas soltou um grunhido.
- Charmant. – Sirius acenou com a cabeça – Fique à vontade.
Isabelle acomodou-se ao lado do colega, sem nada dizer. Não é que ela não gostasse de Sirius, apenas se sentia um pouco incomodada quando ele estava por perto. E para tornar as coisas um pouco mais complicadas, naquele dia os pares das mesas deveriam trabalhar juntos, em uma única poção, pois a tarefa daquele dia era realmente difícil, uma poção revigorante, que levava diversos ingredientes e exigia muita atenção.
- Ih, ainda bem que você é o meu par, Charmant. – comentou Sirius – Se fôssemos eu e o Pontas, seria o caos.
- É, eu posso imaginar. – disse Isabelle, sem tirar os olhos do livro – Você pode ir cortando as raízes de margarida, por favor?
- Claro. – respondeu ele, apanhando as flores e a faca.
Algumas mesas à frente, Lilian e Tiago também estavam concentrados, trabalhando em sua poção.
- Não, Tiago! Você tem que tirar esse talinho aqui, ó. – disse a ruiva, apanhando a faca das mãos de Tiago e demonstrando o jeito certo a ele.
- Ah... isso é complicado demais, tem muito detalhe... – reclamou o garoto, voltando ao trabalho.
- É só prestar atenção. Isso, agora sim. – disse Lilian, em tom de aprovação.
- Você é mesmo incrível, Lily. – comentou Tiago.
- Não fala besteira. Presta atenção na poção, vai. – disse ela, muito corada, e sem nem perceber que ele a havia chamado pelo apelido.
No fundo da sala, Sirius os observava atentamente, enquanto Isabelle se mantinha concentrada em mexer a poção nos intervalos corretos de tempo, marcados pela pequena ampulheta sobre a mesa.
- É, parece que o seu plano tá funcionando, Charmant. – disse ele, sorrindo – Ei, o que é isso?
Uma fumaça densa saía do caldeirão de Pedro e Remo, que havia ido buscar um ingrediente no estoque do professor.
- E-Espera... – Isabelle respirava de forma um tanto anormal – isso... isso tem cheiro de...
- Charmant? Você tá legal? – perguntou Sirius, preocupado.
- O que é isso? – perguntou o professor Slughorn, aproximando-se da mesa em que Pedro trabalhava, seguido por Lupin, que trazia um frasco com cerdas de porco-espinho.
- O quê você colocou aí por último, Pedro? – perguntou Remo.
- A-acho... acho que foram as... as margaridas... – gaguejou o garoto, nervoso.
- Que parte delas? – perguntou o professor
- As raízes... e os talos... e... – disse Pedro, muito baixinho.
- Resumindo, tudo. – cochichou Tiago para Lilian, que segurou o riso.
- Menino estúpido! – disse Slughorn – Eram apenas as raízes! A poção está arruinada!
- Lily... – chamou Alice, observando Isabelle empalidecer – a Isa não parece muito bem...
- Eu... eu não... consigo respirar... – balbuciou Isabelle, colocando as mãos na garganta.
- Ah, droga! Professor! – gritou Lilian – Ela é alérgica a margaridas, tem que ser levada à Ala Hospitalar!
Sirius não pensou duas vezes; ao ouvir as palavras de Lilian, pegou Isabelle no colo e saiu da sala de aula, indo rapidamente em direção à Ala Hospitalar. Lá chegando, colocou Isabelle, quase inconsciente em uma das camas mais próximas das janelas e foi correndo buscar Madame Pomfrey.
- Muito bem, Sr. Black. – disse enfermeira, depois de examinar Isabelle – O senhor pode voltar para sua aula, agora.
- Ela vai ficar bem? – perguntou Sirius – Tá tão pálida...
- Não se preocupe. – respondeu Madame Pomfrey, em tom bondoso – Foi apenas uma reação alérgica, e como o senhor a trouxe rapidamente pôde ser contida também de forma rápida. Ela só precisa repousar um pouco e respirar ar fresco.
Convencido, Sirius voltou-se para deixar a enfermaria, mas foi detido pela voz fraca de Isabelle.
- Black...
Ele se aproximou da cama novamente.
- Shhh... você tem que ficar quieta. – disse ele.
- Eu só quero dizer obrigado... – disse Isabelle – por ter me trazido.
- Não esquenta. – respondeu Sirius, sorrindo – Agora descansa.
Ela assentiu e fechou os olhos, enquanto ele se virava e saia a passos largos em direção à porta.
No fim da aula, os Marotos e Lilian foram até a Ala Hospitalar, para ver Isabelle. Sirius ganhou trinta pontos para a Grifinória, pela rapidez em socorrer a colega, mas eles foram quase totalmente anulados pelos vinte pontos perdidos por Pedro por ter feito a poção incorretamente.
- Como você tá, Isa? – perguntou Lilian, sentando aos pés da cama da amiga.
- Oi, gente. Eu já tô legal, – disse Isabelle – só tô aqui ainda por que Madame Pomfrey não quis me deixar sair.
- As meninas mandaram beijos, Isa. – disse Lupin.
- Ah, obrigada.
- Matt ficou preocupado... – disse Lilian, com um sorriso zombeteiro.
- Cala a boca, Lily. – retrucou Isabelle, irritada.
- Matt? Quem é Matt? – perguntou Tiago.
- Matthew Smith, Lufa-Lufa. – disse Lilian – Ele tem uma queda pela Isa.
- Ele é um babaca. – disse a morena, fazendo uma careta.
- Ahn... Charmant? – chamou Pedro, baixinho – Foi mal... pelo que aconteceu.
- Não esquenta com isso, Pedro. – respondeu Isabelle, tranqüilizando-o – Você não tinha como adivinhar.
Pettigrew sorriu, visivelmente aliviado.
- Bom... eu acho que vou aproveitar a vinda de vocês e sair de fininho. – disse Isabelle, procurando Madame Pomfrey com o olhar – Não agüento mais ficar aqui.
- Isa, você não devia... – começou Lupin.
- Ah, Remo, não seja estraga prazeres, vai?! Eu já tô bem. – disse a garota, levantando-se –Vamos nessa?
Os seis deixaram a Ala hospitalar e foram direto para o Grande Salão conversando e rindo. Logo na entrada, esbarraram em Severo Snape e um de seus amigos sonserinos, Paul Avery. Snape olhou diretamente para Lilian, que caminhava ao lado de Tiago.
- Quer dizer que você não morreu, Charmant? – disse Avery – Ah, que pena! Já estávamos combinando a comemoração...
- Sabe como é, vaso ruim não quebra. – disse Snape – Infelizmente – ele acrescentou, fitando Isabelle com expressão de nojo.
Severo Snape, apelidado pelos Marotos de Ranhoso, era um aluno particularmente detestável da Sonserina. Um rapaz alto e magro, cuja pele era de um branco um tanto doentio, e que tinha o nariz um pouco grande e em forma de gancho. Seus olhos eram negros, assim como os cabelos, ligeiramente longos e que tinham um aspecto oleoso. Constantemente mal-humorado, Snape tinha um rixa com os Marotos desde... bem, desde sempre. Ele também não gostava de Isabelle, pois sempre tivera ciúme da amizade dela com Lilian, desde antes da grande briga entre ele e a ruiva. Além disso, acreditava que a garota havia incentivado Lilian a afastar-se dele.
- Cala a boca, Ranhoso! – disse Sirius, em tom de ameaça.
- Não falei com você, Black. – retrucou Snape, pondo o máximo de desprezo possível no sobrenome.
- Mas eu falei com você. – disse Sirius, dando um passo à frente. Tiago acompanhou o movimento, varinha em punho.
- Não, Tiago. – disse Lilian, colocando o corpo na frente do garoto, impedindo-o de se aproximar de Snape – Sirius, pára. E vocês, Snape e Avery, vão andando.
- Tiago? – perguntou Snape, fitando Lilian com uma expressão de total incredulidade.
- Quer dizer então que ele já te dobrou, como fez com todas as outras, Evans? – perguntou Avery, maldoso.
- Não fala assim com ela, seu babaca. – disse Tiago, furioso.
- Ou vai fazer o quê, Potter? – perguntou Snape.
- Quebrar cada osso do seu corpo? – respondeu Tiago, ameaçador.
- Já chega! – disse Lilian, ainda contendo Tiago – Vamos embora, gente.
- Cala a boca, sua sangue-ruim imunda! – rosnou Avery.
- Ah, não, agora você passou de todos os limites. – disse Isabelle, dando também um passo à frente, a ponta da varinha encostando abaixo do queixo do garoto – Chama ela assim de novo, e eu faço um estrago tão grande em você que nem o melhor medi-bruxo do St. Mungus consegue consertar.
Avery a fitou com expressão de nojo e raiva; Snape mudou a direção para onde apontava a varinha, de Sirius para Isabelle.
- Nem pensa nisso, Ranhoso. – disse Remo, apontando a varinha para o rosto do sonserino – Somos seis contra dois, nem você é tão burro assim.
Snape considerou sua posição, e com raiva, constatou que Lupin tinha razão. As varinhas de Remo, Sirius e Tiago estavam apontadas para ele, enquanto Isabelle mantinha a sua cravada no queixo de Avery. Ele puxou o colega pelo braço, e os dois se afastaram indo em direção à mesa da Sonserina, resmungando todo o tipo de xingamentos e ameaças, enquanto os grifinórios continuaram seu caminho em direção aos seus lugares à mesa de sua casa.
- Nossa, Isa! Não sabia que você era assim tão brava! – disse Remo, enquanto eles se acomodavam.
- Não me importo se me provocarem, mas não mexam com meus amigos. Principalmente a Lily. – respondeu a garota, fitando a ruiva, que tinha uma expressão tristonha no rosto – E você, não vai dar ouvidos às besteiras que ele falou, ouviu? – disse ela, fazendo um carinho no rosto da amiga – Você é melhor que todos eles juntos.
- Com certeza. – concordaram os Marotos.
- Só ignora aquele idiota, Lily. – disse Remo.
Lilian assentiu com um sorriso fraco.
- Agora vamos comer? – perguntou Isabelle – Toda essa confusão me deixou faminta!
- E eu também. – disse Pedro, fazendo com que todos se entreolhassem e caíssem na risada.
Na mesa da Sonserina, Snape fitava os seis amigos que riam na mesa da Grifinória com puro ódio no olhar.
- Vai ter volta, você pode apostar. – falou ele, mais para si mesmo.
- O que você vai fazer? – perguntou Avery.
- Eles vão me pagar, cada um deles. – disse Snape – Vou atacar bem onde dói mais, a começar pelo Black. – disse ele, fitando o irmão mais novo de Sirius, que almoçava tranquilamente a poucos metros de distância deles.
A semana passou tranqüilamente, e todos perceberam o quanto diminuiu a quantidade de gritos de Lilian com Tiago. No sábado pela manhã, os dois se encontraram novamente para estudar Poções, mas desta vez foi uma aula prática. Lilian passou apenas as poções mais simples a serem cobradas nos exames, e em meio a algumas risadas e eventuais correções da garota, eles passaram uma manhã bastante agradável juntos.
- Nossa, eu não conhecia essa sala, – disse Lilian, quando eles deixavam a Sala Precisa – quer dizer, eu li sobre ela, em "Hogwarts: uma história", mas nunca tinha vindo aqui. Como disse que ela se chama?
- Eu conheço como Sala Precisa, – disse Tiago – mas tem quem chame de Sala Vem-e-Vai.
- Sala Vem-e-Vai? É engraçado! – disse ela, rindo e encantando o garoto.
- É, mas me diga, professora, o que achou dessa aula? – perguntou ele.
- Você se saiu bem, Tiago, só precisa de mais treino.
- Ah, qual é, Evans? – disse ele, fitando-a – E aquela poção que quase explodiu?
Lilian riu novamente.
- Tá, teve aquela. – concordou ela – Mas as outras saíram certas.
- É, mas você pegou leve comigo e... cuidado! – disse Tiago, puxando a garota para perto dele e fazendo com que seus corpos se chocassem.
- Aaaaaiii!!! – gritou Lilian, quando um balde de tinta verde caiu com estrondo no chão, errando-a por pouco. Ela olhou para cima, para os olhos de Tiago; sentia o calor da mão dele em sua cintura.
Os dois se encaravam, respirações entrecortadas, um era capaz de sentir as batidas aceleradas do coração do outro, tão próximos estavam. Então a gargalhada escandalosa de Pirraça se fez ouvir logo acima deles, chamando sua atenção.
- O Potty e a ruiva, a ruiva e o Potty... – cantarolava o poltergeist, enquanto flutuava rumo ao fim do corredor.
- Pirraça! Eu vou... eu vou... – Lilian, nervosa, sequer conseguia falar. A proximidade com Tiago também não ajudava muito.
- Ei, calma! Você tá legal? – perguntou o garoto, preocupado.
- Eu... tô. Graças a você. – respondeu ela, voltando a fitá-lo – Obrigada.
Eles estavam tão próximos, Lilian sentia o cheiro levemente cítrico do perfume do garoto. Para Tiago também não estava sendo nada fácil ficar assim tão perto. Ele relutava em se afastar da garota, aqueles olhos de esmeralda pareciam hipnotizá-lo e os lábios entreabertos lhe pareciam como um convite.
"Se controla, Tiago, não vai estragar tudo agora..." – pensava ele.
- Não foi nada. – disse o garoto, desviando o olhar – Vem cá, senta um pouco, você tá pálida. – disse ele, conduzindo-a pela mão até um banco – Quer ir até a Ala Hospitalar?
- Não precisa, Tiago, eu tô bem. – respondeu Lilian depois que ele a fez sentar e se acomodou a seu lado – Foi só o susto mesmo.
- Tem certeza, Lily? – perguntou ele, afastando uma mecha de cabelo do rosto dela, que estremeceu.
- Tenho. Tá tudo bem. – respondeu ela, encarando-o. Tiago olhava bem no fundo dos olhos dela, que retribuía o olhar com a mesma intensidade. Ele então, temendo as próprias reações, quebrou o contato visual novamente; Lilian sacudiu a cabeça, como se saísse de um transe.
- Bom, se você tem certeza... vamos almoçar? Senão não vai sobrar comida pra gente. – brincou ele, tentando diminuir a tensão.
- Até parece! – disse Lilian, entrando no jogo.
Os dois riram, já um pouco menos embaraçados, e depois foram para o Grande Salão, onde sentaram à mesa como de costume: Lilian ao lado de Isabelle e Tiago junto com os Marotos. Várias garotas, das quatro mesas, olhavam Lilian com caras irritadas, mas ela nem percebeu.
- Vocês demoraram, Lil! – disse Isabelle, quando a amiga se acomodou ao seu lado.
- É, tivemos um contratempo no caminho. – explicou a ruiva – Pirraça tentou derrubar um balde de tinta em cima de mim. Com balde e tudo! – disse ela, indignada – Sorte que o Tiago é rápido e me puxou a tempo...
- Hmm... – fez Isabelle – e?
- E o quê? – perguntou Lilian, erguendo os olhos e vendo a expressão no rosto da amiga – Pára, Isa! – disse ela, começando a ficar vermelha.
- Essa cara, é por quê? – perguntou a morena, com um sorriso muito maroto.
- Nada, é a mesma de sempre. – respondeu Lilian, voltando a olhar para o seu prato.
- Você finge que me engana, e eu finjo que acredito, Srta. Evans.
- A gente pode falar sobre isso mais tarde? – pediu Lilian, percebendo que Emmeline e Alice estavam em silêncio, prestando muita atenção no que elas diziam.
- Tá bom. Mas não pense que vai escapar. – disse Isabelle, alargando ainda mais o sorriso.
Mais tarde, em seu lugar preferido nos jardins, debaixo de um enorme carvalho à beira do lago, elas retomaram o assunto.
- E então, Lily? – disse Isabelle, depois que elas se acomodaram – Quero a minha explicação.
- Ahn... é complicado... – disse a ruiva, nervosa – nem eu sei direito... por onde começar...
- Pode ser pelo começo. – disse Isabelle, zombeteira.
- Ha, ha. Uma aula junto com o Sirius e já está assim, é? – alfinetou Lilian.
Isabelle olhou feio para ela.
- Tá bom, eu tava só brincando. – disse ela, rindo – É só que... bom, quando o Tiago me puxou, pra tinta não cair em cima de mim, a gente ficou super perto, e...
- E? – incentivou Isabelle.
- Bom, ele ficou me olhando, e... – ela hesitou – eu achei que ele ia tentar me beijar de novo, mas... ele se afastou.
Por um instante Isabelle pensou ter sentido uma pitada de frustração na voz dela.
- Ele sabia que você não ia gostar se ele fizesse isso. – explicou a morena – Tá se esforçando pra agradar você, Lil.
- E está conseguindo... – disse Lilian baixinho.
- Hã? – perguntou Isabelle, que não tinha certeza do que tinha ouvido.
- Eu... já não tenho tanta certeza de que não ia gostar...
Isabelle fitava a amiga, completamente surpresa.
- Isa, eu... não sei o que pensar! – disse Lilian, exasperada – Eu tava tão acostumada a detestar o Potter, e... ah, Merlin, eu tô tão confusa! – ela escondeu o rosto nas mãos.
- Você tá mudando de opinião em relação a ele, não tá? – perguntou Isabelle.
- É, eu... ele não é tudo aquilo que eu pensava. – admitiu a ruiva.
- E? – perguntou Isabelle.
- Eu estava errada. – disse Lilian, a contragosto – Satisfeita?
- Muito. – respondeu Isabelle, com um sorriso.
- Quando estamos juntos, só nós dois, ele é tão doce e atencioso... – disse a ruiva com o olhar perdido em algum ponto do lago.
- Então, já que chegamos a todas essas conclusões brilhantes, – Lilian fez uma careta devido ao leve tom de deboche da amiga – eu acho que você poderia dar uma chance pra ele, não? – perguntou Isabelle.
- Hã? Como assim? – a ruiva pareceu alarmada.
- Vai ter uma visita a Hogsmeade no próximo fim de semana, – explicou Isabelle – e ele, óbvio, vai te chamar de novo pra ir com ele. Aceita dessa vez, Lily.
- Eu... não sei se é uma boa idéia... – disse Lilian, em dúvida.
- Caramba, Lily! – disse Isabelle, um tanto impaciente – Você precisa ver o jeito que ele fala de você.
"O jeito que ele fala de mim? Ele fala de mim?" – pensou Lilian. Mas não foi o que ela disse.
- Ele pode estar fingindo, pode estar mentindo. Você sabe que os Marotos são bons nisso. – argumentou a ruiva.
- Não, ele não tava mentindo. – disse Isabelle, muito convicta – Aquele brilho nos olhos dele não era mentira, nem aquela... aquele... ah, sei lá, aquilo que a voz dele deixou transparecer.
Lilian a fitou, com ar pensativo. Parecia estar processando as últimas informações. A sorte estava lançada.
- Você acha mesmo, Isa? – perguntou Lilian, fitando a amiga com expressão perdida.
“Vitória!” – pensou Isabelle.
- Vai, Lil! – incentivou a morena – Depois de tudo o que você me falou, tudo o que a gente já conversou sobre isso, eu acho sim. Ele merece pelo menos uma chance.
Oi, pessoas!!!
O que estão achando da fic??? Até agora não recebi nenhum coment sobre esa fic, então estou no escuro. Olha só, mesmo esquema da última vez. Sem coment, sem post, ok???
Beijos!!!
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