O Resultado



Eles chegaram, finalmente depois de tanto tempo, estavam sozinhos, Sophie se permitiu um sorriso, mas quando viu a situação de Scorpios se desesperou.
Ele estava sujo e cheio de cortes pelo corpo, suas vestes rasgadas por feitiços, ele lutara muito, tinha um corte profundo no rosto.
- Sophie... – Ele começou.
- Scorpios, não temos tempo, tome... – Ela se agachou e colocou o pequeno frasco deitado no chão, e deu um leve empurrão no mesmo, fazendo ele rolar em direção a Scorpios, que se abaixou e pegou o frasco.
- O que é isso Sophie? – Ele olhava atento para o frasco.
- Vai tirar o escudo, tome tudo de uma vez.
- Espere, como eu vou saber se você é a Sophie verdadeira?
- Eu... não sei. – Ela o olhava com ternura, um olhar que só ela tinha.
- Sophie... Aonde foi que você recebeu meu primeiro bilhete?
- Em frente ao lago Negro. – A clareza em sua voz era tamanha que é indescritível.
- Que forma ele tinha? – Os olhos dele eram como o céu em um dia frio.
- De um pássaro.
- Sophie. – Ele sorriu, pegou o pequeno frasco, o desarrolhou e bebeu todo o conteúdo de uma vez. O coração de Sophie batia rápido, será que ia funcionar?
Ele a olhou, se fitaram sem saber quanto tempo ficaram olhando um para o outro, guardando cada mínimo detalhe de seus rostos, até que Scorpios emitiu um ruído estranho e caiu no chão pesadamente.
Ele colocou a mão na garganta e se contorcia no chão, Sophie abriu a bolsa e tirou o bezoar e tentou se aproximar de Scorpios, ainda tinha vestígios do escudo nele, o que deixava difícil ela se aproximar, mas ela queria tanto, precisava tanto, ela se aproximava, a dor no coração aumentava a cada centímetro, até que ela chegou perto o bastante para colocar o bezoar na boca dele, e com as pontas dos dedos fechar sua boca e fazer ele engolir o bezoar, o tempo que ela ficou ali, deixando lágrimas rolarem pelo seu rosto, molhando seus longos e lisos cabelos pretos como a noite, deixando aquele grandes olhos verdes cada vez mais claros, ela olhava para o Scorpios, ele parava aos poucos de se contorcer de dor, ainda com os olhos fechados, ele dizia coisas que ela não entendia, ela apenas chorava silenciosamente, quando viu que o escudo já quase havia se esvaído, ela o pegou e colocou o rosto dele em seu colo, fazendo carinho, deixando algumas lágrimas escorrerem e caírem no rosto dele, que eram secadas pelos dedos ágeis de Sophie, ela se esticou um pouco e pegou sua bolsinha, tinham vários ingredientes ali, alguns serviam de anti-sépticos, então ela começou a cuidar das feridas dele.
Ela preparou uma pequena quantidade de um liquido verde para cuidar dos ferimentos dele, rasgou uma parte de sua blusa e embebedou o pano no liquido, olhando cuidadosamente para as feridas de Scorpios, ela começou a passar o pano, ele estava desacordado, ela não sabia como acordá-lo, já tentara de tudo, ele ainda respirava, quando ele soltou um gemido de dor e angústia ao sentir que ela passava o pano com o liquido, a ferida ardia muito, ele abriu lentamente os olhos, e olhou para o rosto vermelho e os olhos inchados de Sophie.
- Sophie? – Ele estava enxergando mal.
- Eu estou aqui Scorpios... Desculpe-me. Não sabia que tinha algum ingrediente tóxico, eu... eu pesquisei tanto. – Ela deixou mais uma lágrima escorrer.
- Eu devo ser alérgico a algum deles, não foi culpa sua, o importante é que funcionou, você está perto de mim novamente. – Os olhos dele clareavam, e ele juntou algumas forças e levou sua mão ao rosto de Sophie, secou as lágrimas dela. – Vai ficar tudo bem, eu lhe prometo.
Ela apenas sorriu, quando ouviu um estrondo que estourar os tímpanos do lado oposto do vagão, ela se abaixou e protegeu o rosto de Scorpios, colocando-o em seu pescoço enquanto protegia o dela no ombro dele. Fumaça por todos os lados, mais gritos de desespero, tinham aberto um buraco na parede do trem, ela levantou a cabeça e viu vários vultos correndo e gritando lá fora, ela sentiu Scorpios se mexer logo abaixo dela e sair, ela segurou a mão dele, estava escuro e as luzes estavam se apagando.
- Venha Sophie. Temos que ser rápidos. – A voz dele ecoava no vagão vazio e se misturava com as vozes de fora, ela tremia e sentia a mão dele a puxar para cima, quando ela o olhou, viu os olhos que ela tanto conhecia pedindo para ela ir.
Ela se levantou, ele continuou segurando a mão dela e saiu correndo para o fim do vagão, vultos começavam a entrar no vagão, Scorpios rapidamente explodiu a parede final do vagão, pegando Sophie no colo, ele pulou para fora do trem, ainda sentindo a fumaça densa entrar em seu nariz, ele saia correndo com Sophie em seus braços. Sophie estava confusa, o cheiro era muito forte, sentia que podia cair dos braços de Scorpios a qualquer momento de ele falha-se, mas ela confiava nele, sabia que ele não a deixaria cair.

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