Encontro inesperado



Josh não se lembrava da última vez em que ficara tão ansioso para entrar na Internet quanto nos últimos dias. Também não se lembrava de quando havia se sentido tão culpado a respeito de alguém quanto se sentia em relação a Stephane. Gina vinha preenchendo seus pensamentos muito mais tempo do que sua noiva.
Naquele exato momento, por exemplo, Josh estava sentado em frente ao seu computador, com o MSN ligado, esperando que Gina aparecesse. Enquanto isso ficava olhando para a foto que havia pego da primeira vez em que conversaram.
_Gina... – sussurrava. – Gina... [i] “Como será o nome dela de verdade? Porque não deve ser apenas Gina.” [/i] – ele apoiou o cotovelo ao lado do teclado e a cabeça sobre a mão. – Regina... Virgínia... Gina... Gina... Ginevra... Ginevra? – ele riu. – De onde eu tirei esse nome?
[b] Gina “minha vida é um caldeirão de lembranças” escreve: [/b] Oi! – a caixa de diálogo de Gina piscou em sua tela, mas ele estava tão distraído que não havia notado.
[b] Josh “cada dia mais confuso” escreve: [/b] Olá. – ele respondeu, com um belo sorriso no rosto, embora soubesse que ela não poderia ver.
[b] Gina “minha vida é um caldeirão de lembranças” escreve: [/b] Você não trabalha não? Vira as noites no MSN? :D
_Desde que comecei a falar com você, Gina... – ele sussurrou, sem coragem de escrever tal coisa para ela.
[b] Josh “cada dia mais confuso” escreve: [/b] Olha quem fala! E você?
[b] Gina “minha vida é um caldeirão de lembranças” escreve: [/b] Eu sou autônoma. Levanto cedo apenas para levar a Lily no colégio, depois volto para casa e posso tirar um cochilo se eu quiser. 
[b] Josh “cada dia mais confuso” escreve: [/b] Hum... Sorte a sua. Passo as noites na net porque não tenho conseguido dormir direito.
[b] Gina “minha vida é um caldeirão de lembranças” escreve: [/b] Problemas?
[b] Josh “cada dia mais confuso” escreve: [/b] Não exatamente...
[b] Gina “minha vida é um caldeirão de lembranças” escreve: [/b] Se quiser conversar...
[b] Josh “cada dia mais confuso” escreve: [/b] Está tudo bem. Não se preocupe. Estava pensando com meus botões: qual seu nome de verdade? Não é apenas Gina, é?
[b] Gina “minha vida é um caldeirão de lembranças” escreve: [/b] Hahaha Não. Mas eu não vou falar qual é, pq vc não colocou uma foto. Eu não sei como vc é, vc não sabe como é o meu nome.
[b] Josh “cada dia mais confuso” escreve: [/b] Hum...  Muito justo...
[b] Gina “minha vida é um caldeirão de lembranças” escreve: [/b] Coloca uma foto sua!
[b] Josh “cada dia mais confuso” escreve: [/b] Não posso. Não tenho nenhuma em meu computador, acredita? Não tenho câmera digital e todas as minhas fotos estão com Stephane.
_Ah é... – Gina desanimou. – A noiva! – rolou os olhos.
[b] Gina “minha vida é um caldeirão de lembranças” escreve: [/b] Por falar em noivos... Lily comentou sobre nossas conversas para o Draco, sabe? Meu noivo... - Josh fez uma careta em frente ao monitor ao ler o nome – e ele ficou um pouco enciumado...
Os olhos de Josh se arregalaram, seu coração deu uma leve acelerada e seus dedos começaram a coçar para que ele digitasse uma certa mensagem.
_ [i] “Nem pensar! Não posso perguntar uma coisa dessas!” [/i] – ele ficou olhando para a mensagem dela. – [i] “Ela vai se casar, o que eu espero que ela responda?” [/i] – debatia consigo mesmo. – [i] “E se a resposta for sim?” [/i] – o coração dele pulou de novo. – [i]“Mesmo que seja! Você também é noivo! Tenha compostura!” [/i] – brigou consigo mesmo. – [i] “Mas eu amo a Stephane?” [/i]
[i] [...] _Humpf. Você ama mesmo essa Stephane?
_Lily... Não se trata disso... – ele tentou.¬
_Ama ou não ama? Por que se não ama, melhor não se casar também! [...] [/i]
[b] Gina “minha vida é um caldeirão de lembranças” escreve: [/b] Josh? – a caixa de texto balançou na tela.
_Hum... – Josh ainda pensava. – [i] “O máximo que vai acontecer é ela nunca mais querer falar comigo... Aí, pelo menos, eu vou ter certeza!” [/i]
[b] Josh “cada dia mais confuso” escreve: [/b] E ele tem motivo para ficar enciumado? – Josh escreveu e depois cruzou os dedos torcendo para que, no mínimo, não a tivesse ofendido.
_O quê? – Gina sentiu o rosto esquentar do outro lado da tela. – Mas... – enquanto olhava estupefata para o que ele havia escrito. – Claro que não! – ela respondeu para si mesma, embora seu coração estivesse discordando um pouquinho. – Mas que... Que... Abusado!
[b] Gina “minha vida é um caldeirão de lembranças” escreve: [/b] Não. – ela respondeu, apenas.
Josh suspirou, aliviado e decepcionado ao mesmo tempo.
[b] Gina “minha vida é um caldeirão de lembranças” escreve: [/b] Já está tarde. Tenho que ir.
[b] Josh “cada dia mais confuso” escreve: [/b] Ok... tchau.
[b] Gina “minha vida é um caldeirão de lembranças” escreve: [/b] Tchau.
[b] Josh “cada dia mais confuso” escreve: [/b] Gina?
[b] Gina “minha vida é um caldeirão de lembranças” escreve: [/b] Sim?
[b] Josh “cada dia mais confuso” escreve: [/b] Desculpe pela pergunta...
[b] Gina “minha vida é um caldeirão de lembranças” acabou de sair [/b]
_Burro! – Josh se xingou. Depois desligou o computador e foi dormir.
[hr]
Draco não estava nem um pouco convencido de que não precisava se preocupar com Josh. Talvez se tivesse crescido como um dos amigos de Gina não ficaria tão preocupado, mas seu passado o condenava, e ele não estranharia nada se Gina, convencida pelos parentes ou não, decidisse que ele não é bom o bastante para ela. Sua estratégia era acabar com tudo que podia atrapalhá-lo, e um simples trouxa não seria uma tarefa nada difícil.
Draco chegou ao shopping logo que ele abriu na semana seguinte. Para sua sorte a praça de alimentação, que abria mais cedo que as lojas, ficava próxima a loja de bonecas e, ainda por cima, podia lhe dar uma boa visibilidade de tudo. Ele comprou um milk shake, iguaria trouxa que Gina o ensinara a gostar, e sentou-se numa das mesinhas, de frente para o estabelecimento.
Não demorou nada para que o movimento no lugar começasse a aumentar. Em pouco tempo ele viu o que esperava: um casal chegou junto e parou em frente ao lugar. Enquanto o rapaz equilibrava umas três caixas em frente ao rosto, a moça destrancava a loja. Draco apertou os olhos para enxergá-los melhor.
Mesmo que não houvesse sabido do inicio de amizade entre sua noiva e Josh, ele certamente chamaria sua atenção. O rapaz de estatura mediana e cabelos pretos lhe era incrivelmente familiar.
_ [i] “Estou sugestionado por aquela pestinha, é isso!” [/i] – ele riu de si mesmo.
Levantou-se e jogou o copo de milk shake, ainda pela metade, no lixo mais próximo. Então se adiantou para a loja. A moça já havia conseguido abrir as portas e agora caminhava por dentro do estabelecimento acendendo as luzes. Josh a seguiu e colocou as três caixas em cima do balcão, então se virou para a entrada e falou alguma coisa que Draco não pode ouvir.
_Não pode ser! – ele exclamou, assustado, parando no meio do corredor e quase sendo atropelado por um cliente distraído.
Continuou parado e ficou observando. A moça, sorridente, deu um beijo na boca do rapaz, que permaneceu sério, muito diferente dela, e depois atravessou o balcão e entrou para os fundos da loja.
_Mas que diabo? – Draco se perguntou, ainda duvidando do que seus olhos viam. – Não pode... – ele voltou a caminhar, até entrar na loja.
_Abriremos em alguns minutos, senhor. – Josh falou, sem olhá-lo, agora que começara a desempacotar as bonecas das caixas que estivera carregando.
_Não vim comprar nada. – Draco respondeu, frio.
_No que posso ajudá-lo, então? – Josh virou-se de frente para Draco, que teve um leve sobressalto. Josh teve a impressão de já ter visto aquele rosto antes. Como isso freqüentemente acontecia, achou melhor perguntar. – Nos conhecemos de algum lugar?
_Temo... – Draco ainda o encarava. Percorreu sua testa com os olhos, rapidamente. Não havia cicatriz, nem óculos, mas o cabelo era o mesmo e os olhos também. – Temo que não, senhor? – ele perguntou, desconfiado.
_Pode me chamar apenas de Josh. – ele respondeu, simpático. – Em que posso lhe ser útil, senhor?
_Malfoy. – Draco respondeu, observando cada reação de Josh. – Draco Malfoy.
_Malfoy? – Josh perguntou, pensativo.
_Essa loja é sua? – Draco se adiantou.
_Não. É da minha noiva. O senhor é...
_Então o senhor tem uma noiva? – Draco sorriu. – Aquela moça que entrou há pouco.
_Sim. O que o senhor deseja, afinal?
_E o senhor tem família, Josh?
_Por que não diz de uma vez a que veio, sr Malfoy? O sr é...
_O futuro padrasto da pes... de Lily.
_Ah. – Josh parou o que estava fazendo. Cruzou os braços e ficou esperando o que viria a seguir.
_Vim até aqui, sr...
_Josh. Apenas Josh. – ele enfatizou.
_Vim até aqui dizer que, para o seu bem, é melhor ficar longe da minha noiva.
Josh levantou as sobrancelhas, surpreso. – Para o meu bem? – ele perguntou, em tom desafiador.
_Para o seu bem, e para o bem daqueles que você ama. – Draco insistiu.
_Isso é uma ameaça, sr Malfoy? – ele perguntou, polidamente.
_Vejo que você é esperto, [i] Josh [/i]! – Draco enfatizou. – Ginevra e eu vamos nos casar e eu não quero ninguém no meu caminho.
_Ginevra?! – Josh perguntou, cada vez mais surpreso.
_Estou disposto a fazer qualquer coisa para tirar do caminho aqueles que me atrapalham. – ignorou a interrupção.
_Eu não tenho medo de ameaças, sr Malfoy. – ele deu um passo em direção a Draco.
_Mas devia ter! O senhor não me conhece, ou saberia que sou capaz de qualquer coisa, para conseguir o que quero que, nesse caso, é Ginevra Weasley! Você não vai tirá-la de mim! – ele enfrentou Josh, com coragem.
_ [i] “Weasley?” [/i] – Josh gravou mais esse nome em sua mente. - Pois, pelo que vejo, Malfoy, seria um favor a Lily e Gina tirá-las de você! – depois respondeu a altura às ameaças de Draco.
_Não me provoque, Potter - Josh! – Draco gritou, então, corrigindo-se.
_O que está acontecendo, querido? – Stephane entrou na loja, assustada.
_Nada. – Josh respondeu. – Esse senhor já estava indo embora.
_Não estava não! – Draco falou, embora tenha perdido ligeiramente o fio da meada quando viu Stephane, que parecia haver se retraído também diante de Draco. – Não sem antes deixar bem claro para você que eu não vou abrir mão de Gina. – retomou, confuso. - Se você quer que essa loja continue no lugar, que sua noivinha continue intacta, afaste-se de Gina, suma da vida dela de uma vez por todas!
_Do que ele está falando, Josh? Quem é Gina? – Stephane desviou sua atenção de Draco.
_Vá para dentro, Stephane, por favor! – Josh pediu.
_Estou lhe avisando, Po- Josh! Fique longe da Gina e da filha dela, ou vai se arrepender! Esse é meu primeiro aviso! No próximo, eu mesmo darei um jeito nessa situação.
_É o que veremos, Malfoy! Agora vejo que Lily tinha razão! Você não pode ser boa pessoa! Nada justificaria ameaçar um estranho desse modo!
_Esse é o meu método! Sou bem direto e claro! E espero que você tenha entendido muito bem!
_Faça o favor de sair, sr Malfoy! – Josh apontou a porta da loja. – Essa loja é freqüentada por crianças e não é bom que nos vejam brigando. – ele retomou a calma.
_Você se preocupa com a loja? Então fique fora do meu caminho! – Draco disse, então. – Passar bem! – girou sobre os calcanhares, depois de dar mais uma olhada atenta em Stephane, e se retirou da loja, bufando de raiva.
_Quem era esse louco? – Stephane perguntou, assustadíssima. – Ele te fez alguma coisa, ele te machucou? – ela atravessou o balcão e o abraçou.
_Ele não me fez nada! – Josh ainda olhava Draco se afastar, com muita raiva. – Malfoy... – repetiu.
_Esse é o nome dele? – Stephane o soltou.
_Sim. Draco Malfoy. É o noivo da mãe da Lily. Lembra-se dela? – Josh a afastou e voltou ao trabalho, embora ainda com a cabeça a mil.
_Aquela garotinha ruiva? Ah, Josh! Eu sabia que você ainda ia arrumar confusão!
_Não fui eu quem criou essa confusão, foi ele! O homem é um descontrolado! E é perigoso! Lily e a mãe podem estar realmente correndo perigo ao lado dele! – Josh falou, inconformado.
_Isso não é da nossa conta, Josh! – Stephane falou, impaciente.
_Agora é! O homem me ameaçou! Além de...
_Além do que? – Stephane perguntou, aflita.
_Você ouviu do que ele me chamou? Potter. Por que ele me chamou de Potter? – ele parou e ficou olhando para fora da loja, onde Draco não podia mais ser visto.
_N-Não sei! – Stephane respondeu. – Deve ser um ato falho, sabe? Potter deve ser alguém de quem ele não gosta! – falou. – Vamos voltar ao trabalho! Esqueça esse tal Malfoy, sim? – ela o segurou pelos ombros e sorriu, apaziguadora.
_Vai ser difícil! – Josh falou. – Eu preciso contar isso para Gina! Ela tem que saber com que tipo de gente está se envolvendo e a quem está expondo a filha dela.
_Esqueça essa família e tudo se resolve. O homem foi bem claro! Só não te quer perto da esposa dele!
_Noiva! – Josh a corrigiu. – Eles ainda não se casaram!
_Mas vão se casar! – Stephane respondeu com um grito agudo. – E nós também! E não me agrada nada ver esse seu interesse pela mãe daquela garotinha atrevida!
_Stephane eu...
_Esqueça aquela mulher, para o bem dela mesma e do nosso! Principalmente para o bem do nosso relacionamento, Josh! – ela atravessou o balcão de volta. – Se eu souber que você ainda está falando com qualquer uma daquelas duas eu mesma vou avisar esse tal Malfoy! Vou procurá-lo onde quer que seja, ouviu bem! Vou mesmo! – entrou para o fundo da loja, possessa, deixando-o boquiaberto na frente do balcão.
[hr]
Draco passara todo resto da tarde sem conseguir se concentrar direito em nada do que precisava fazer. O encontro que tivera mais cedo com Josh o deixara chocado, inseguro e confuso.
Ele estava abismado com a semelhança entre Josh e Harry Potter, seu maior inimigo, do qual ele havia conseguido se livrar a tantos anos, embora indiretamente. Sentia-se inseguro com a possibilidade de perder Gina para aquele homem misterioso, e estava confuso por Gina nunca ter comentado a semelhança entre eles.
Só quando teve certeza de que seu dia estaria completamente perdido foi que ele resolveu pensar num modo de afastar Josh de Gina. Passou o dia tendo as mais mirabolantes e absurdas idéias para isso, mas nada realmente bom aparecia.
Já era fim de tarde quando ele decidiu que a melhor tática era a sinceridade. Ele não estava habituado a usá-la, mas sabia empregá-la quando era preciso. Munido de sua expressão mais apaixonada e insegura, Draco foi para frente da casa de Gina e esperou alguns minutos. Todas as engrenagens de seu cérebro começaram a funcionar, repassando cada palavra da fala que havia ensaiado, quando ele viu o carro dela chegando pela rua.
_Ah, não! O que é que ele está fazendo aqui? – Lily viu Draco de longe, e toda animação que estava sentindo desde que revelara ao homem a existência de outro pretendente, se esvaiu completamente.
_Lily! – Gina ralhou. – Seja educada com ele!
_Eu achei que ele ia desistir da senhora quando eu falei do Josh! – ela protestou, fechando a cara assim que o carro estacionou na frente da casa.
_Já conversamos sobre esse assunto! – Gina lembrou. – Foi uma atitude horrível a sua. Pura fofoca e intriga. Não foi assim que eu a eduquei!
Draco, com um sorriso no rosto, veio abrir a porta para Gina. Ele nunca vira muito sentido numa bruxa ter um carro, quando podia aparatar por aí ou usar chaves de portal, no caso de estar acompanhada de um menor de idade. Mas esse era um assunto para se resolver depois de casado. Aí sim as coisas mudariam.
_Como vai meu amor? – perguntou, carinhoso.
_Draco... – Gina nem teve tempo de demonstrar sua surpresa. Mal saiu do carro e recebeu um caloroso beijo nos lábios.
_Alôo! Tem uma criança aqui! – Lily reclamou, indignada.
_Oi Lily. – Draco separou-se de Gina para cumprimentar a futura enteada. – Como vai?
_Mal! – ela respondeu. – Mãe, me dá a chave! – pediu.
Sem dizer palavra Gina entregou a chave à menina. Sabia que quando Lily estava de mau-humor, uma mistura de Rony ofendido com Harry desacreditado, era melhor não contrariá-la.
_Não esperava te ver aqui. Achei que estivesse zangado. – ela voltou para falar com Draco.
_Chateado, talvez, mas não zangado. – ele sorriu, tomando os lábios dela novamente. – Vamos entrar? Quero conversar com você.
_Claro. – Gina respondeu, sentindo que o clima ia pesar.
Já dentro da casa, depois de colocar sua bolsa e a mochila de Lily sobre o sofá, ela encaminhou-se até a cozinha, onde ofereceu um copo de suco a Draco. Em seguida sentou-se em frente ao balcão que dividia a copa da sala de jantar para escutar o que ele tinha a dizer.
_Estava pensando... – ele começou. – Todos os preparativos para o nosso casamento estão prontos. Por que não nos casamos de uma vez?
_O casamento será daqui a um mês, Draco. – Gina sorriu, nervosa. – Por que a pressa?
_Você sabe que por mim essas meras formalidades seriam jogadas para o alto. Tudo que eu quero é ficar perto de você. – ele caminhou para o outro lado do balcão, para ficar junto dela. – Mas não quero entrar num conflito com sua família e, além do mais, aqueles empresários de que te falei parecem viver no século XVIII, então...
_Aparências... – Gina concluiu, desanimada.
_E então? Podíamos antecipar tudo, o que você acha? Semana que vem, que tal? – ele despejou.
_Meu Deus, Draco! Semana que vem? – ela se espantou. – Está muito em cima da hora. Como vamos avisar a todos os convidados? Como vamos explicar?
_Quanto a avisar a todos, você deixa comigo. – ele falou, seguro. – Quanto a explicar... Não temos que explicar nada! Estamos apaixonados, temos tudo pronto, vamos nos casar!
_Eu não sei... Você mesmo disse que fazer as coisas correndo não era um bom negócio. Que as pessoas poderiam pensar...
_Esqueça tudo que eu disse, Gina! – ele pediu. – Eu só quero que você seja minha esposa! – segurou o rosto dela com as mãos. – Só isso.
_Eu fico lisonjeada, Draco, mas eu te conheço. Tem mais coisa aí! – ela se afastou dele, desconfiada.
_Ok! Quer saber mesmo? Estou com ciúmes! Não gostei nem um pouco dessa história com o tal cara da loja de bonecas! Você nunca antes tinha dado atenção aos “pretendentes” que sua filha arrumava. Agora está de conversinha com esse cara! – ele falou tudo de uma vez. – Não gosto de correr riscos, Gina!
_Riscos? Draco, não seja ridículo! Você acha que num intervalo de um mês eu vou desistir de tudo que vivemos esses anos por causa de um homem qualquer? Alguém que eu nem conheço? – ela ficou indignada.
_O que eu sei é que você sempre se afastou de todos os homens que vieram depois do Potter, menos de mim e desse tal Josh! O que você quer que eu pense?
_Você pode pensar o que quiser, Draco, mas tem que confiar em mim!
_Eu confio em você, Gina, eu não confio é nele! Sabia que ele tem uma noiva?! Aposto como ele não te contou isso nas suas conversas por TSM, MSG... Sei lá!
_Para o seu governo eu sabia sim, Draco! Sabia desde o início, por isso te digo que não passa de uma amizade! Mas... Espera aí! Como você soube que ele tem uma noiva? Com certeza a Lily não te contou isso! – ela o encarou, desconfiada. – Você foi até a loja?! – perguntou meio que afirmando. – Oh meu Deus, Draco! Espero que você não tenha feito nenhuma besteira! Você sabe como o ministério é rigoroso quando um bruxo entra em contato com um trouxa. Se esse homem se sentir ameaçado, Draco...
_Quer se acalmar? Eu não fiz nada! Apenas fui até lá e mantive uma conversa civilizada com ele. – falou, seguro de si.
_Civilizada? – Gina desconfiou. – Você teve uma conversa civilizada com um trouxa?
_Foi civilizada sim! – ele insistiu.
_Então você o viu? Sabe como ele é? Por que nem eu sei!
_Não sabe mesmo? Você nunca viu uma foto dele? Nem de longe?
_Não. Já disse! – ela respondeu, aborrecida.
_Sei o que está pensando. – Draco falou de uma vez. – E ele não tem nada a ver com o Potter. – sorriu, confiante.
_Não? – Gina perguntou, meio decepcionada. – E se tivesse você não ia me falar que tem, ia? – ela desafiou.
_Provavelmente não. – Draco sorriu, baixando a guarda. Certamente tanto tempo tentando convencer a mãe de que havia encontrado alguém parecido com o pai haviam acabado com a credibilidade de Lily. – E então? – ele voltou ao assunto, já bem mais calmo. – Se você não sente nada por esse cara, se não acabaria com nosso noivado por causa dele, e se já temos tudo pronto, por que não antecipamos a cerimônia?
_Hum... Duas semanas. – Gina negociou. – Pode ser?
_Duas semanas! – Draco caminhou até ela, animado. – Duas semanas e você será a senhora Malfoy! Aí nem os devaneios da sua filha vão poder nos separar! – sorrindo, Draco a beijou novamente.
_Duas semanas? – Lily sussurrou da escada. – Ah não... Josh precisa saber disso, mas como?
[hr]
_Potter. – Josh sussurrava consigo mesmo, horas depois de Draco ter saído da loja. – Tenho certeza de que aquele homem me chamou de Potter, mas por quê? – ele pensava, inconformado. – Potter, Ginevra, Weasley, Draco Malfoy... Por que esses nomes parecem querer dizer tanto para mim?
_Josh? Você não viu a cliente? – a voz de Stephane interrompeu seus devaneios.
_Hein? O quê? – ele se assustou.
_Uma cliente! Acabou de sair com uma cara nada boa. – ela parou na frente dele, desgostosa.
_Não. Desculpe, mas estava em outro mundo.
_Deu para perceber! – ela fechou a cara e começou a arrumar as estantes que, constantemente, ficavam desarrumadas por causa do entra e sai de crianças na loja.
_Nós conhecemos algum Potter? – Josh perguntou, de repente.
_Potter? – Stephane se surpreendeu e deixou uma das bonecas cair. – Não. Não conheço nenhum Potter! – respondeu, rápida. – Não vai voltar com essa história de novo, não é?
_Estranho... Por que o nome me soa familiar. – ele continuou, pensativo.
_Potter é um nome comum, Josh. – ela disse, impaciente. – Deve ser o nome de alguém famoso, sei lá!
_E Ginevra? – ele perguntou, então. – Ginevra não é um nome comum, não é? Então como é que ele também não me soa estranho?
_Josh...
_Será que tem alguma coisa a ver com meu passado? Alguma coisa que ficou esquecida? – ele insistia.
_Eu...Eu duvido, Josh! Acho que você está apenas impressionado pelas palavras daquele homem! Você tem mania de tomar as dores dos outros como se fossem suas! Agora, com certeza, vai achar que tem alguma obrigação com a garota e com a mãe dela!
_De certo modo sim! – ele respondeu. – Se aquele homem veio até aqui me ameaçar por achar que eu posso ter alguma coisa com a noiva dele, agora eu tenho certa obrigação com ela. Obrigação de, pelo menos, desfazer o mal-entendido!
_Eu já te pedi para esquecer essa história, Josh! – Stephane se aproximou dele com os olhos marejados. – Por mim! Por favor! – ela o abraçou. – Esqueça essa mulher e a filha dela. Deixe-a ser feliz com esse homem!
_Algo me diz que não há chance dela ser feliz com ele, Stephane. Ele pode ser perigoso!
_E nós não temos nada a ver com isso! – ela o soltou, brava.
_O computador dos fundos está ligado? – ele não lhe deu ouvidos.
_O que você vai fazer? Entrar no MSN? Ela não deve estar on-line agora! – ela cruzou os braços e o olhou ferozmente.
_Você sabia?
_Vi o nome dela na sua lista. O que está havendo entre vocês dois, Josh?!
_Não está havendo nada! – ele respondeu logo. – Somos apenas amigos! Fique no balcão, por favor.
_Josh, não!
_Não vou falar com ela! Quero apenas fazer uma pesquisa. – ele explicou.
_Pesquisa? Que pesquisa?
_Potter. Vou ver o que acho sobre Potter’s no Google. – ele falou, simplesmente.
_O quê? – ela teve vontade de rir, muito aliviada.
_Do que você está rindo? – ele perguntou, confuso.
_Sabe quantos Potter vão aparecer depois que você digitar o nome? Milhares!
_Eu sei, mas quem sabe, por foto, não descubro o Potter certo? Eu não demoro. – e seguiu para dentro do cômodo nos fundos.
_Vá, Josh, vá! Não vai encontrar nada sobre [i] o [/i] Potter na Internet. – ela falou para si mesma, posicionando-se atrás do balcão. – Mas pode estragar tudo se deixar a tal Gina de sobre-aviso a respeito do noivo. – de dentro de sua bolsa, escondida atrás do balcão, Stephane retirou um pequeno espelho de maquiagem preto com uma inicial prateada. Abriu-o e posicionou-o em frente ao rosto. – Augustine. – chamou, baixo.
[b] N/A: Ufa! Achei que ia passar mais um final de semana sem um capítulo novo. Peço desculpas pela demora. Sei como é horrível esperar por uma atualização que não vem nunca, mas o fato é que a faculdade está me deixando louca e, com todo o estresse que está por aqui, eu fico sem ânimo e sem idéias para escrever.
Espero que gostem do novo capítulo. Foi escrito com muito carinho, apesar da falta de tempo. Fico esperando os comentários de vocês porque, sei que os leitores não gostam quando autores ficam cobrando coments, mas eles são um estimulo e tanto para escrever!
Valeu pela paciência e pelos comentários daqueles que já deixaram e dos que vão deixar.
PS: Se vc estiver lendo essa fic no 3V e estiver gostando dela, vote, por favor. Queria tanto ver uma das minhas fics nos destaques! Podem votar em outras fics tb, não só nessa. Qualquer fic minha que aparecesse nos destaques me deixaria super, super, super feliz!!! Valeu, bjos, até a próxima! [/b]

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