Euforia - BETADO



Mais uma noite havia chegado. Desde que havia acordado estava com a expectativa de mais uma vez ir à Sala do Espelho para ver seus pais. Era incrível como o amor que sentia por eles vibrava em seu peito.
E a decepção com Rony continuava desde que o levou à sala para mostrá-lo a seus pais, mas Rony não havia visto nada. Era incrível como a angústia que ficara só em pensar que havia ficado louco ao ver que Rony não via o mesmo que ele. E as palavras dentro de si não cessavam, diziam continuamente para falar com Hermione, mas o medo de ser tratado como louco por sua melhor amiga parecia ser maior do que sua própria vontade, até que Harry resolveu então abrir a caixa de bombons que havia ganhado de Hagrid, afinal, não poderiam ser tão ruins quanto pareciam.
Só quando terminou de comer todos os bombons, que percebeu o bilhete que Hagrid havia lhe deixado. Na letra borrada e garranchada sobre um pergaminho borrado de chocolate e meio amassado, Harry leu o que o fez dar uma volta em torno de si mesmo e repensar, a chegar à conclusão de que de-veria falar com Hermione.

Siga o seu coração, pois ele é mais sábio do que a razão.

Tais palavras serviram de impulso a Harry, e então levantou-se e desceu à sala comunal para falar com Hermione. Estava seguindo seu coração, afinal, este era mais sábio que a razão.
- Hermione, você tem um tempinho pra mim?
- Harry, desde que não sejam besteiras, eu o escuto, você sabe que ando muito ocupada com os deveres de Transfiguração, e ainda tenho que pesquisar sobre Flamel. Mas então, diga, o que é?
- É sobre meus pais.
- Ai Harry, outra hora a gente conversa sobre isso, tenho muitos deveres e...
- Eu os vi.
- Você o quê?
- Venha, vamos a um local mais apropriado.
Harry correu ao dormitório dos meninos, pegou sua capa da invisibilidade no fundo do malão, voltou à sala comunal, e então os dois passaram pelo retrato da Mulher-Gorda e seguiram até um local apropriado, sendo este escolhido por Harry.
- Harry, você não poderia ter escolhido um local um pouco mais confortável do que um armário de vassouras?
- Em “Hogwarts, uma história” não diz que os armários de vassouras são os melhores esconderijos e os mais apropriados para se contar segredos?
- Sim...
- Então ouça. Outro dia, quando eu estava andando pelo castelo à noite com a capa da invisibilidade e vi Snape...
- E ele pegou você? Meu Deus!
- Calma, escuta, ele não me pegou, mas eu corri dele e do Filch, para que não me vissem, e entrei numa sala, e lá havia um espelho...
- Que espelho?
- Não sei, mas eu cheguei mais perto, toquei o espelho, e quando olhei, no reflexo eu estava com meus pais, minha mãe pôs a mão sobre meu ombro, e eu a senti, só não consegui falar com eles...
- Você descobriu um espelho que se comunica com os mortos?
- Não, porque Rony esteve lá noite passada, fui mostrar meus pais a ele, mas ele não viu morto algum, e sim se viu cumprimentando Dumbledore e segurando a Taça das Casas como Monitor...
- E que espelho é esse? Pode me levar até ele?
- Não sei, mas te levo até ele, vamos.
Saíram na penumbra, escondidos embaixo da capa da invisibilidade, até que chegaram à sala do espelho.
- Veja Hermione, eles estão aqui, comigo, estão sorrindo para mim! Mione?
- Harry, eu li sobre este espelho em “Hogwarts, uma história”. É o Espelho de Ojesed.
- Espelho de o quê?
- Espelho de Ojesed, Harry. É um espelho muito antigo, da época da Revolução dos Duendes, este espelho lida com o tempo Harry, e coisas horríveis acontecem com bruxos que lidam com o tempo. Na época, os duendes criaram este espelho para torturar os bruxos que os ameaçavam, só existiam dois espelhos no mundo, um deles foi quebrado durante uma batalha em Oxford, e o outro é este que você está vendo. Trouxeram-no para Hogwarts devido à segurança do Castelo, pois é o único local de onde os duendes não poderiam roubá-lo. Só não consigo imaginar o porquê de uma sala tão óbvia para guardá-lo...
- Vai ver é porque o quanto mais perto ele está de você, menos você o vê – completou Harry.
Harry continuava a contemplar o espelho enquanto Hermione o examinava. Era a primeira vez em que via Hermione naquele estado, sabendo muito pouco sobre alguma coisa e aflita devido a isso.
- Não entendo, Harry... O que foi mesmo que Rony viu quando se olhou no espelho?
- Ele viu-se cumprimentando Dumbledore e segurando a Taça das Casas como Monitor... E você, o que vê?
- E-eu... B-bem... Está bem... Eu me vi neste espelho de três formas, tentei pôr-me no lugar de você e do Rony, e como se fosse a mim mesma.
- E qual foi a conclusão a que chegou?
- Eu acho, apenas acho, que este espelho nos mostra aquilo que queremos ver, pois coloquei-me no seu lugar, e vi meus avós, dos quais sinto muita falta, coloquei-me no lugar de Rony, e me vi como Monitora, encaminhando crianças à Sala Comunal da Grifinória, e em minha própria vontade...
- Viu o quê?
- B-bem... Vi-me casando com um ruivo... A Sra. Weasley estava ao meu lado, chorando muito...
- Você estava casando com o Rony?
- De onde você tirou essa idéia maluca? Eu NUNCA me casaria com o Ronald! Afinal, devem existir milhares de bruxos ruivos espalhados por aí!
- Mas então, será que ele mostra o futuro?
- Não, afinal, seus pais estão mortos, e não tem como você vê-los no futuro... Como eu disse, esse espelho era usado para torturar as pessoas... Acho que ele mostra o que a pessoa mais deseja... o que poderia explicar a tortura dos bruxos na Revolução dos Duendes... mas não posso afirmar...
Baseando-se nisso, Harry impulsionou-se a perguntar se o maior desejo de Hermione era casar-se com o ruivo, mas para não deixar a amiga furiosa, de modo que ela desistiria de ajudá-lo, preferiu calar-se.
- Harry, eu prometo que vou te ajudar, mas preciso de sua capa da invisibilidade emprestada.

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