Capítulo 12



Capítulo 12


Hermione tinha os olhos fixos em Rony que a encarava confuso.
-Hã? Eu não estou te entendendo. Você não disse que...
-Tem outra coisa que você precisa saber, nós não temos um filho Ronald... – calou-se quando ouviu novos passos na escada, mas dessa vez, deparou-se com um garotinha com cabelos ruivos intensos e olhos azuis muito profundos que vestia um pijama com ursinhos desenhados.
-Mamãe, você não vai me colocar na cama? – disse com a voz manhosa.
Hermione olhou para a garota e em seguida voltou seu olhar para Rony. Estava ainda mais pálido e incapaz de pronunicar sequer uma palavra, as pernas pareceram fraquejar quando ele desabou sentado no sofá.
-...nós temos dois – continuou Hermione.
-Dois o que mamãe? – foi então que notou que a mãe não estava só – Mamãe é o Rony?
-Sim é o Rony.
-Você tava chorando mamãe?
-Não meu amor, está tudo bem. Vai pro seu quarto, eu já vou.
Ashley seguiu a ordem da mãe, mas não sem antes dar um tchauzinho para Rony. Hermione olhou para Rony, esperando uma reação que não veio. Decidiu então quebrar o silêncio.
-Eu...
-Você é pior do que eu pensei – disse Rony quando finalmente conseguiu encontrar algo pra falar – Dois filhos Hermione? DOIS FILHOS?
-Eu estava grávida de gêmeos. Ronald por favor tenta me entender.
-Entender o que? Que você me escondeu os meus filhos por 5 anos?
-Nem tudo foi fácil pra mim – ela disse com as lágrimas correndo pelo rosto – Imagina Ronald, eu sozinha em outro país e ainda por cima grávida de gêmeos.
-TUDO, HERMIONE, TUDO TERIA SIDO MUITO MAIS FÁCIL SE VOCÊ NÃO TIVESSE IDO EMBORA. E AGORA? EU MAL CONHEÇO OS MEUS FILHOS – berrava Rony enquanto caminhava de um lado para o outro passando as mãos pelos cabelos – EU NÃO OS VI NASCER, NEM ESCUTEI SUAS PRIMEIRAS PALAVRAS, ELES NEM AO MENOS SABEM QUE EU SOU O PAI DELES. TUDO ISSO É CULPA SUA! VOCÊ COM SEU EGOÍSMO, NÃO PAROU PRA PENSAR EM MIM EM NENHUM MOMENTO, SÓ PENSOU EM VOCÊ – Hermione chorava sentada no sofá, apenas observando Rony caminhar de um lado para o outro enquanto berrava de maneira acusatória – SÓ PENSOU NO QUE VOCÊ QUERIA,VOCÊ SEMPRE METIDA A SABE-TUDO, SEMPRE ACHANDO QUE TUDO O QUE VOCÊ PENSA É CERTO, – dizia apontando o dedo para Hermione – TUDO FOI DO JEITO QUE VOCÊ QUERIA COMO SEMPRE, VOCÊ NÃO PENSOU EM MIM, NA MINHA FAMÍLIA E MUITO MENOS NELES! VOCÊ SÓ PENSOU EM VOCÊ! AQUELA NOSSA BRIGA NÃO FOI MOTIVO SUFICIENTE PRA VOCÊ AGIR DESSA MANEIRA!
-Rony... – chamou Hermione, baixinho.
Ouvi-la dizer o seu apelido daquela maneira e depois de tanto tempo, foi o que o fez se acalmar. Sentou-se ao seu lado sentindo-se estranho por ter gritado com ela daquela maneira, mas sentia que precisava desabafar, tinha que dizer pra ela tudo o que sentia naquele momento. Ficaram em silêncio até que ele disse:
-Desculpe por ter gritado dessa maneira com você. – falou sem encará-la.
-Tudo bem, você tem razão, eu fui egoísta. Você apenas me falou o que estava sentindo e eu já estou acostumada com seus gritos – respondeu Hermione, ainda sem encará-lo.
-De qualquer maneira eu não devia ter gritado, eles podem ter ouvido. – disse Rony. Ele hesitou um momento, então perguntou: – Eles sabem que tem um pai?
-Eu apenas disse que eu e ele havíamos brigado.
-Hum – disse Rony e então continuou – E bem... Qual é o nome deles? Eu acho que ainda não sei.
-Ashley e Arthur.
-Arthur?
Hermione encarou Rony antes de responder, olhou em seus olhos, eles tinham um brilho diferente, um brilho especial.
-É, Arthur.
-Papai vai adorar saber que ele tem o mesmo nome que ele – disse Rony carinhosamente. Pensou por um tempo até que ele lembrou-se de algo. – Essa menina, quer dizer, a Ashley, eu a vi com a Gina no jogo lá em Paris. Espera ai, então quer dizer que minha querida irmãzinha sabe de tudo?
-Sabe, ela e o Harry.
-Grande amigo ele é. – disse Rony sarcástico – Eles poderiam ter me dito.
-Eu pedi para que não contassem a você.
-Quem mais sabe que eu tenho filhos? Acho que eu sou o único que não sabia – ele disse rancoroso.
-Não seja bobo Ronald, eu não saí espalhando. Só a Gina, o Harry e a sua mãe.
-O que? A minha mãe sabia e não me falou nada?
-Eu contei pra ela hoje, não a culpe, eu também pedi que não lhe contasse nada. Eu precisava de tempo pra achar uma maneira de te contar tudo.
-Isso é tão confuso – disse Rony encarando Hermione – Antes eu não precisava me preocupar com nada, mas agora eu sou responsável por duas crianças.
-Eu entendo, também foi estranho pra mim, mas a minha elfa Marie e a babá deles a Louise me ajudaram muito e tudo ficou mais fácil. Eu acho... hum... que talvez eu deva apresenta-lo pra eles – acrescentou, vendo a cara de assustado de Rony – claro como um amigo ou tio, não sei. Acho que ainda não é o momento pra dizer que você é o pai deles, eu quero que eles te conheçam antes. Tudo bem pra você?
-OK. Se você acha que é o certo.
-Vou chamá-los. Marie?
E com um crack a elfa apareceu.
-A senhora chamou?
-Traga a Ashley e o Arthur, por favor.
Pouco tempo depois a elfa retornou com as crianças, deixou as na sala e foi para a cozinha. Rony estava apreensivo e emocionado ao mesmo tempo, não sabia ao certo como agir na presença dos filhos. Hermione notou o nervosismo de Rony, lançou-lhe um olhar antes de dizer:
-Ashley e Arthur eu quero que vocês conheçam uma pessoa muito especial. Esse é Rony Weasley.
-Eu sei quem ele é mamãe – disse Ashley para a mãe.
-Oi Rony – disse Arthur apertando a mão de Rony – Eu sou Arthur Granger.
-Muito prazer Arthur Granger – respondeu Rony sorrindo, ainda apertando a mão do garoto – Muito prazer em ver você de novo Ashley, já que eu te conheci naquele dia que você tava com a Gina.
-Você é irmão da tia Gina né?
-Sou.
-Então a gente tem que te chamar de tio também?
Rony trocou um olhar rápido com Hermione antes de responder.
-Nãm, vocês podem me chamar só de Rony, ta bom?
-Tá Rony – respondeu a garota sorrindo.
Ao olhar a garota sorrindo, ele viu a si mesmo. O mesmo sorriso, os mesmos inconfundíveis olhos azuis, as mesmas sardas e principalmente os mesmo cabelos ruivos. Rony sorriu também, sentia uma alegria diferente, que ele nunca havia experimentado.
-Então você gosta de quadribol?
-Gosto, quando eu for pra Hogwarts eu vou jogar como artilheira.
-Você já pensou em ser goleira?
-Não, é mais legal fazer gols do que levar gols. O problema é que a mamãe não gosta muito que eu jogue quadribol.
-O que tem de errado ela jogar quadribol Mione?
-É um jogo muito bruto e ela é apenas uma garota.
-E o que tem isso haver? A Gina jogava quadribol e várias outras garotas também. – disse Rony, virou-se para Ashley e disse: – Pode deixar que eu convenço ela – deu um piscadinha para a garota que começou a rir.
-Eu acho que a mamãe ta certa – disse Arthur.
-Quer dizer que você não gosta de quadribol? – perguntou Rony.
-Não, ele só gosta de ficar vendo uns livros bobos – disse Ashley.
-Não são livros bobos – respondeu Arthur zangado.
-Então você é igual a sua mãe? Ama livros e morre de medo de uma vassoura.
-Eu não tenho medo de vassoura – disseram Arthur e Hermione ao mesmo tempo.
Os quatro caíram na gargalhada.
-Eu também gosto de jogar xadrez, o Paul me ensinou quando a gente morava em Paris - disse Arthur.
-Eu também jogo xadrez. Nunca ninguém conseguiu me vencer, quando eu jogava com a sua mãe, eu ganhava dela rapidinho.
-Onde você e a mamãe se conheceram? – perguntou Ashley curiosa.
-Em Hogwarts querida – respondeu Hermione – Por hoje chega de conversa, vocês vão poder conversar depois, agora cama para os dois.
-Pode deixar que depois eu conte pra vocês umas historinhas sobre a Hermione – disse Rony para Ashey e Arthur recebendo um olhar de censura de Hermione – Tchau, foi bom conhecer vocês.
-Tchau Rony – disse Arthur lhe dando um abraço.
Gesto que foi repetido por Ashley. Assim que as crianças deixaram a sala, as lágrimas que Rony conteve na presença deles, correram livremente pelo rosto do ruivo. Um sentimento diferente se apoderou dele, ele se sentia feliz. Aquelas crianças eram a prova do amor entre ele e Hermione, eram frutos daquele amor. Hermione entendeu bem o significado daquelas lágrimas e meio sem jeito o abraçou. Ficaram assim abraçados, nem eles mesmos sabiam por quanto tempo. Separaram-se levemente, seus rostos estavam pertos, seus olhos se encontraram e suas bocas desejavam-se.
-Mione , eu...– disse Rony com a voz rouca no ouvido de Hermione.
Aproximaram-se mais, suas bocas ansiavam por aquele beijo, queriam matar a saudade.
-Senhora, as crianças... – começou a dizer Marie, mas ao presenciar a cena calou-se.
A chegada de Marie foi como um balde de água fria. Eles rapidamente se separaram com os rostos corados.
-Desculpa senhora – disse a elfa se retirando.
Rony e Hermione estavam bastante envergonhados e não se olhavam. Rony começou a olhar as fotos que estavam sobre a lareira que não havia reparado antes. Havia apenas duas fotos: as duas eram de Hermione grávida, mas em meses diferentes, uma com 4 meses e outra com 9 meses. Rony olhou a foto atentamente, em sua opinião, Hermione ficara linda grávida.
-Hem hem – pigarreou Rony após observar a foto – Você...hum...ficou linda grávida.
-Obrigado – respondeu Hermione com o rosto corado.
-Eu já vou Mione. Amanhã eu posso vir aqui?
-Ta, tudo bem.
-Tchau – disse Rony aproximando-se e deu-lhe um beijo na bochecha fazendo a ofegar.
Rony foi para casa, tomou um banho demorado. Saiu do banheiro com os cabelos ainda molhados, foi até o armário. Procurou pela caixinha até que a encontrou, abriu e lá dentro estava o anel que ele guardava havia 5 anos e era sua esperança. Colocou o anel de volta na caixinha. Vestiu apenas a calça do seu pijama já que estava calor e preparava-se para dormir quando a caminha tocou. Desceu as escadas com a varinha na mão, abriu a porta e teve uma surpresa.
-Adam? O que faz aqui?
-Eae cara desculpa pelas horas é que tem uma pessoa que ta doida pra te ver.
Foi então que seus olhos recaíram sobre a mulher ao lado de Adam.
-Natalie?
-Olá Ronald. – respondeu a loira com um enorme sorriso.
-Uau... Natalie... Eu não... que supresa – disse Rony.
-Eu estou de férias aqui em Londres então resolvi passar pra te ver – respondeu a loira de uma forma sedutora – Podemos entrar?
-Ah hum... tudo bem – disse Rony deixando que os visitantes entrassem na casa.
-Sua casa é muito bonita Ronald.
-Obrigado, vocês gostariam de beber alguma coisa?
-Se não for incomodar muito, eu queria um uísque de fogo – respondeu Natalie.
-Pra mim também.
-OK, vou buscar.
Rony foi para a cozinha deixando Adam e Natalie na sala. Adam ficou sentado no sofá enquanto Natalie olhava tudo ao redor.
-Então essa é a famosa Hermione? – perguntou Natalie mostrando a Adam uma foto de Rony, Harry e Hermione dos tempos de Hogwarts.
-Acho que sim. Eu nunca cheguei a conhecê-la,quando eu entrei no time, ela e o Rony não estavam mais juntos. E esse outro junto com eles parece ser o famoso Harry Potter.
-Ela nem é muito bonita – desdenhou Natalie colocando o porta-retrato de volta ao lugar.
-Voltei – disse Rony entregando a bebida aos dois.
-Você não vai beber nem um pouquinho? – perguntou Natalie depois de tomar um gole da bebida.
-Não, eu prefiro não beber. Vocês ainda não me disseram o que vinheram fazer aqui. – perguntou Rony erguendo a sombrancelha.
-Nada demais só passamos pra te ver – respondeu Natalie – por quê? Não gostou?
-Hum... Gostei claro. É que o dia foi cansativo e eu já estava indo me deitar quando vocês chegaram.
-OK, nós já vamos então. Depois a gente marca de sair, nós quatro.
-Hã? Nós quatro? – perguntou Rony confuso.
-É nós quatro, eu, você, a Natalie e aquela sua irmã gata – disse como se isso fosse a coisa mais óbvia.
-Eu já te falei que ela é casada – disse Rony em meio aos risos.
-E eu já te disse que eu não tenho ciúmes. Até mais cara.
-Tchau Rony e obrigado pelo uísque – disse a loira enquanto se despedia – Até breve. – deu uma piscadinha e saiu acompanhada por Adam.
-Cada coisa que me aparece, eu já tava indo dormir – resmungava Rony enquanto subia as escadas.

Hermione, apesar de tudo, se sentia aliviada, como se um enorme peso tivesse sido tirado de cima de suas costas. Ela não precisava mais mentir, algo que odiava fazer, agora Rony já sabia de tudo. Resolveu ligar para Gina. Pegou sua agenda e localizou o número dos Potter, discou e ouviu o telefone chamar até que alguém atendeu.
-Alô!
-Gina, não precisa gritar.
-Mione? Oi, é que eu ainda não me acostumei muito bem com esse treco, mas por que não conversamos na lareira?
-É melhor assim, eu não gosto muito de enfiar a cara na lareira.
-Tudo bem, mas por que você está me ligando a essas horas?
-Desculpa, eu atrapalhei vocês em alguma coisa?
-Que? Ah, não claro que não. – respondeu Gina.
-Eu precisava te contar algo e não podia esperar até amanhã – disse Hermione.
-Me contar o que? – perguntou a ruiva curiosa – Conta logo.
-Calma se você deixar eu vou contar – disse Hermione rindo.
-Ta, to caladinha. Agora desembucha.
-O Rony veio aqui em casa hoje.
-O que? Como ele descobriu onde você morava?
-Ele disse que conseguiu meu endereço no St. Mungus.
-Ele veio aqui ontem – disse Gina entediada – E disse que tinha te visto com um garoto e fico fazendo perguntas se você tinha casado, tinha um namorado, essas coisas, mas não conseguiu notar que o Arthur é filho dele.
-Mas agora ele já sabe.
-Por Merlin Mione – ofegou Gina – por que você não me disse antes? E então como foi?
Hermione narrou a amiga tudo sobre a visita inesperada do ruivo, de como não teve saída a não ser contar a verdade.
-E depois ele me perguntou se ele poderia vir aqui amanhã – dizia a morena.
-E você disse o que?
-Eu disse que tudo bem, afinal não tem problema em ele querer ver os filhos.
-Se fosse só os filhos que ele quisesse ver.
-O que você está insinuando Ginevra? – perguntou Hermione fingindo estar brava.
-Eu? Não estou insinuando nada Hermione, o que eu poderia estar insinuando?
-Não sei, você que poderia me dizer o que estava insinuando.
-Depende do que você acha que eu estava insinuando.
-Chega – disse Hermione provocando risos da ruiva – E o Harry e o Tiago?
-O Harry e o Tiago? – repetiu Gina – Estão bem, o Tiago já está dormindo...
-E o Harry?
-Ta quase lá.
-Ah sei. Bem então boa noite Gina.
-Boa noite Mione.
Assim que Gina desligou o telefone, Harry que estava deitado ao seu lado perguntou:
-E então? Ela atrapalhou o nosso ato sublime pra dizer o que?
-Ah Harry, por favor! Ato sublime? Que coisa mais brega – exclamou Gina enquanto Harry gargalhava e continuou – Era pra dizer que o Rony foi a casa dela e ele já descobriu tudo sobre as crianças.
-Como ele reagiu?
-Berrou um pouco, mas depois se acalmou.
-A Ashley e o Arthur já sabem?
-Não, eles conheceram o Rony apenas como ‘Rony’, a Mione disse que não seria uma boa idéia de uma hora para outra dizer pra eles que eles têm um pai que se chama Rony, ela quer fazer isso com o tempo. Eu concordo com ela, é melhor preparar o terreno antes de contar pra eles. – disse Gina, então acrescentou – Ele pediu pra ir lá amanhã.
-Você ta pensando no que eu to pensando?
-To, eu acho que ele ainda gosta dela.
-E ela?
-Ela disse que ele iria lá só pra ver as crianças.
-Eu perguntei se ela ainda gosta dele.
-Ah – Gina riu – Não sei, mas eu acho que sim, não se esquece um amor como aquele que eles viveram assim tão facilmente.
-Nem como o nosso – disse Harry abraçando a esposa.
-Nem como o nosso, acho que é por isso que nunca vou te esquecer Harry Potter
-Eu também acho que nunca vou esquecer você Gina Weasley.
-Você sabe por que eu nunca vou te esquecer Potter? – e quando Harry acenou a cabeça dizendo que não, ela continuou – Por que teus olhos são verdes como sapinhos cozidos...
-Ah não Gi! Esse poema não! – disse Harry fingindo indignação, mas não agüentando por muito tempo, logo caiu na gargalhada.
-Teus cabelos, negros como um quadro de aula – continuava Gina enquanto Harry gargalhava – Queria que tu fosses meu, garoto divino...
-Herói que venceu o malvado Lord das Trevas – disseram os dois ao menos tempo e gargalhando logo após.
-Você ainda lembra? – perguntou Gina.
-Como é que eu não vou lembrar? É o poema mais horrível que... – disse Harry e logo levou um travesseiro no rosto.
-Você não gostou do meu poema? – perguntou Gina fingindo estar emburrada.
-Claro que gostei – mentiu Harry.
-Gostou não.
-Gostei sim.
-Gostou não.
-Gostei sim.
-Você mesmo tava dizendo que ele era horrível.
-Desculpa, seu poema é maravilhoso! Pronto feliz agora?
-Na verdade, eu tenho que concordar com você, o poema é horrível – disse Gina desfazendo a cara de emburrada e rindo – Fazer o que? O amor faz a gente fazer coisas bobas e escrever poemas horríveis.
-Já que você fez um poema para mim, eu vou fazer um pra você.
-Ah não Harry, por favor...
-Gina, teus cabelos de fogo me incendeiam – dizia Harry no ouvido de Gina.
-Nossa Harry...
-Seu corpo é quente como o sol
-Eu prefiro o meu poeminha. – cantarolou Gina.
-E seu olhar brilha como o luar.
-Até que não foi tão ruim, mas eu prefiro o meu.
-Ah é? Então ta, nem vou mais me dar o trabalho de fazer poemas pra você – agora foi a vez de Harry fingir estar emburrado.
-Nem adiantar fingir que ta com raiva. Que tal a gente continuar de onde a gente parou?
-Ótima idéia meu amor.
Harry a beijou como se há muito tempo não fizesse isto e a noite acabou sendo muito bem aproveitada.

Rony ainda estava dormindo, quando começou a ouvir bicadinhas na janela. A muito custo, ele se levantou e pegou a carta que a coruja trazia. Era um carta endereçada a ela,mas com uma caligrafia descohecida.Abriu o envelope,e ele a carta.

Rony,
Bom dia! Como você esta? Desculpe por ontem, eu não resisti, eu precisava te ver, mas como a visitinha ontem foi muito rápida, eu gostaria de convidar você pra almoçar comigo e com o Adam hoje no Feitiço mágico, acho que você sabe onde fica. Então aceita o meu convite? Diz que sim!
Beijos,
Naty.


Rony pensou um pouco, pegou uma pena e um pergaminho e escreveu uma carta dizendo que estaria no Feitiço mágico ao meio-dia, devolveu a carta a coruja e ficou observando ela voar por entre as nuvens. Pegou outro pergaminho e escreveu uma carta, dessa vez com um destino diferente.

Hermione,
Espero que esteja bem e as crianças também. Se não for problema pra você, eu gostaria de passar na sua casa hoje a noite por volta das 8 horas. Tudo bem pra você?
Atenciosamente,
Rony


Já que havia sido acordado, decidiu tomar um banho enquanto esperava pela resposta de Hermione. Saiu do banho e pouco depois viu Pichitinho na janela com a resposta de Hermione, confirmando de que ele poderia ir à casa dela à noite. Sorriu enquanto dobrava a carta, estava ansioso para rever os filhos e Hermione também, claro. Vestiu uma camiseta e jeans, arrumou os cabelos com as mãos de qualquer jeito, pois era assim que ele gostava, e aparatou na Toca. O vento estava forte aquele dia, as árvores ao seu redor balançavam e ao longe ele viu, a casa em que passara a maior parte da sua vida. Decidira aparatar um pouco mais longe para poder caminhar um pouco, ou melhor, ‘esticar as pernas’. Aquela casa, que parecia sustentada por magia, lhe trazia muitas lembranças, lembranças dos verões em que era apenas um garoto e sonhava em um dia contar para sua melhor amiga o que sentia por ela de verdade e fora ali também onde eles se casaram, o momento em que os sonhos do garoto se tornaram realidade. O ronco de sua barriga o tirou de seus devaneios, sorriu ao lembrar de que ainda não tomara café da manhã e caminhou para a Toca. Caminhou pelo quintal até chegar a porta dos fundos que dava diretamente na cozinha. Abriu a porta vagarosamente e observou sua mãe que mexia alguma coisa no fogão e parecia distraída. Sorriu marotamente enquanto aproximava-se de sua mãe, quando estava perto o suficiente disse:
-Bom dia mamãe. – caiu na gargalhada em seguida ao perceber o susto que sua mãe levara.
-Pelas calças de Merlin Ronald, você quer matar sua mãe de susto?
-Desculpa mamãe, eu não resisti.
-Ah você não resistiu? – perguntou a Sra. Weasley dando tapas em Rony.
-Desculpa mamãe – disse Rony rindo e tentando se desviar dos tapas de sua mãe.
-E o que você faz aqui uma hora dessas? – perguntou a senhora, desconfiada.
-Vim visitar a aminha mãe – disse Rony, mas quando seu olhar cruzou com o de sua mãe, acrescentou: – e também tomar café da manhã, você sabe que eu não resisto a sua comida mamãe.
-Você não resiste a qualquer comida Rony.
-Onde está o papai? – perguntou Rony, sentando-se na mesa.
-Ele teve que ir mais cedo pro Ministério, tinha alguns assuntos para resolver – respondeu a senhora enquanto servia o filho algumas torradas e um copo de suco de abóbora.
Rony começou a devorar as torradas e em alguns intervalos tomava um gole de suco. Depois de servir o filho, ela sentou-se de frente a ele e passou a observá-lo, não poder contar ao filho que já era pai era algo muito difícil para ela. Rony notou que sua mãe passara a observá-lo.
-Mamãe – disse ele depois de um tempo, engoliu o resto de comida que estava em sua boca e continuou – não precisa me olhar com essa cara de pena, eu já sei de tudo.
- Já sabe de tudo o que? – perguntou a senhora fingindo não saber do que o filho estava se referindo.
-Eu já sei sobre o Arthur e a Ashley, então não precisa ficar me olhando com essa cara.
-Mas como você sabe?
-Eu descobri, fui até a casa da Mione, vi as crianças e ela me contou a verdade. – disse com simplicidade.
-Como você está? – perguntou a Sra. Weasley.
-Bem, mamãe, estou bem. No começo eu fiquei com raiva por ela ter me escondido eles durante tanto tempo, mas depois eu fiquei feliz e assustado ao mesmo tempo.
A Sra. Weasley sorriu bondosamente e disse:
-É normal meu filho sentir medo, mas com o tempo esse medo passa.
-Eu tenho medo de eles não gostarem de mim, sei lá. – disse Rony, as bochechas corando levemente.
-Eu tenho certeza que eles vão amar você – disse a senhora sorrindo no que foi retribuída pelo filho. – Eles são crianças maravilhosas.
-É eu sei – disse com orgulho.
-Eles já sabem que você é o pai deles?
-Não – respondeu Rony – A Mione acha melhor esperar um pouco, esperar que a gente se conheça melhor pra então contar a eles.
-E ela tem razão – disse a Sra. Weasley. Ficaram em silêncio por alguns minutos, até que ela disse: – Eles são muito parecidos com você e com Hermione, diria que eles têm um pedacinho de vocês.
Rony sorriu, nisso sua mãe tinha razão, eles tinham um pedacinho dele e de Hermione.
-A Ashley então é a sua cara – continuou a Sra. Weasley sorrindo – Ela me lembra muito você quando criança, os mesmos cabelos ruivos, as sardas, o jeito e principalmente os olhos azuis. Seu pai ficou muito contente em saber que ele e o neto têm o mesmo nome, você precisava ver a alegria dele.
Rony ainda tinha o sorriso bobo no rosto quando sua mãe perguntou:
-E você e Hermione?
O sorriso de Rony se desfez e sua feição ficou inesperadamente séria.
-Eu não sei mamãe – disse ele encabulado – Acho melhor sermos só amigos como fomos a maior parte de nossas vidas, será melhor assim.
-E é só isso que você quer?
Rony não respondeu, ficou mudo. Ele sabia que não era só isso que ele queria, nunca foi. Ele sempre quis mais do que amizade, ele sempre quis ser para ela, mais do que um amigo.
-É só isso que você quer meu filho? – repetiu a Sra. Weasley.
-Pode não ser o que eu quero, mas é o certo a se fazer.
A Sra. Weasley analisou o filho meticulosamente, o conhecia muito bem para saber que ele ainda amava Hermione. Levantou-se da cadeira, deu a volta na mesa, ficando perto do filho. Passou as mãos carinhosamente pelos cabelos ruivos dele, relutou por um instante, mas disse simplesmente:
-Você já é adulto, já sabe o que é melhor pra você. Eu só vou te dizer uma coisa meu filho: não tente agir com a razão, apenas aja pelo coração, faça o que ele te diz para fazer.
Depositou um beijo no topo da cabeça do filho, que permanecia sentado e saiu dizendo que iria pegar algumas roupas para lavar. Rony decidiu deixar aqueles pensamentos sobre Hermione de lado e rumou para a sala. Sentou-se no sofá e seus olhos correram pela sala até que ele viu na estante um livro que lhe chamou a atenção. Pegou o livro e o folheou levemente. Lá estavam as fotos de familia, afinal aquele era o álbum da família Weasley. Havia fotos de todos os Weasley. Parou em uma página particularmente especial, a sua parte no álbum. E lá estava ele, com um sorrindo radiante no sorriso, por vezes acenava para a foto. Ela estava simplesmente deslumbrante, nada muito enfeitado, simples como ela era, mas, maravilhosa ao mesmo tempo. Sorriu ao lembrar-se de como aquele dia havia sido especial para ele.

Flashback
Estava em seu quarto na Toca. Estava particularmente nervoso aquele dia. Finalmente iria se casar com a mulher de sua vida. Andava de um lado para o outro na tentativa de se manter calmo e não notou quando Harry entrou no quarto. Harry não pode deixar de conter o sorriso ao notar o nervosismo do amigo, lembrou-se de como ele havia ficado nervoso também em seu próprio casamento.
-Relaxa Rony, esse nervosismo logo passa.
-E se... se ela desistir? Se ela descobrir que não me ama, ou pior, e se ela descobrir que ama o Krum?
-Rony, ela te ama e você sabe disso.
-Eu não sei cara, ela pode descobrir que eu não sou bom o suficiente para ela.
-Vocês se amam. Vocês demoraram a perceber isso e depois que perceberam tentaram esconder, mas esse amor é forte demais e esta estampado na cara de vocês e então fique tranqüilo mesmo que o Krum tente algo com a Mione, ela não vai dar bola pra ele e nem pra nenhum outro cara.
Rony pareceu se animar um pouco mais com as palavras de Harry.
-Valeu cara – disse ele esboçando um sorriso.
-É para isso que servem os padrinhos, apesar de eu ser o padrinho da Mione.
-Nós quase brigamos na hora de escolher os padrinhos, pois saiba o senhor que você e a minha irmãzinha foram muito disputados.
-Mas no final você cedeu.
-É tive que ceder, você sabe como são as mulheres.
-É eu sei como elas são, e as que nós escolhemos não são nada fáceis.
-É – concordou Rony sorrindo – Elas não são nada fáceis.
Harry consultou seu relógio, o mesmo que ganhara nos seus dezessete anos.
-Vamos Rony, acho que já ta na hora

Fim do flashback


Estava absorto em suas lembranças que não percebeu quando sua mãe entrou na sala carregada uma cesta com roupas para serem lavadas.
-Ah meu filho você esta aqui.
-Eu tava dando uma olhada no álbum da família, às vezes é bom lembrar-se do passado. – ficou calado, hesitou e então disse – Mamãe, por que a senhora não tirou a foto do meu casamento com a Mione? Porque nós nos separamos e se eu casasse de novo, onde iria ficar a foto?
-Eu não fiz por mal, apenas pensei que... quem sabe... – disse a Sra. Weasley encabulada – bom de qualquer forma a esperança é a última que morre meu filho e você não é nem doido de se casar com qualquer mulherzinha que você encontrar, ouviu bem né mocinho?
-Ouvi mamãe e a senhora acabou de me lembrar que eu preciso ir almoçar justamente com uma mulherzinha dessas que você falou. Quem sabe eu não a peço em casamento?
-Nem pense nisso Ronald Weasley. – disse ela, séria.
-Tá ok – respondeu Rony rindo – Então eu não peço agora, mas quem sabe no jantar... Brincadeirinha. – olhou o álbum que ainda estava em suas mãos e lembrou-se de algo – Depois a gente precisa colocar a foto do Arthur e da Ashley.
A Sra. Weasley apenas sorriu em resposta.
-Tchau mamãe, eu já vou.
Rony deu um beijo na mãe que ficou observando ele aparatar nos jardins.


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N/A: agora eles sabem!espero q tenha agradado a vcs a forma como tudo ocorreu!eu tentei escrever da melhor formaa!^^
desculpa se alguém veio aqui e viu q o cap. n tava certo, desculpa é q teve um probleminha e dps eu vi q tava faltando metade do cap.
Obrigadooo pelos comentários e pelos votos!eu fico muito contente em saber q vcs estão acompanhando e gostando da fic!!!
;*
14 de maio de 2009

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