Honra Malfoy

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Lucius e Scorpion estavam sentados frente a frente. Em silencio, face inexpressiva.

Lucius apoiava as mãos sobre sua bengala. Mantinha uma postura firme e ereta.
Scorpions também se posicionava muito bem para sua idade. Suas mãos pousadas sobre os braços da poltrona delicadamente.

Para quem visse a cena, 2 minutos naquele ambiente bastava para que aquele silêncio desconfortável o enlouquecesse.

Olhos azuis, cristalinos feitos gelo e, de longe, muito mais frios. Dava pra sentir a temperatura ambiente baixar grau por grau.

Dava até para ver um fino raio elétrico passando dos olhos de um Malfoy ao outro.

Os cabelos compridos até as costas, prateados praticamente, outrora mais louros, sem um fio fora do lugar, pareciam exaltar sua postura imponente. Cabelo repicado, mal se percebia quão comprido realmente era, e uma mecha erguia-se sobres os olhos de cada lado do rosto, parecia aumentar a intensidade do olhar.

Trajava-se com o mais elegante terno bruxo que um trouxa possa imaginar, com detalhes lilás e verdes, um lenço afofado no pescoço, um brasão Malfoy na gola. Anéis de poder.
O jovem vestia uma charmosa sobreposição: a camisa superior, cor musgo, com gola muito larga e de corpo menor realçava a inferior, branca, com mangas que iam até metade dos dedos e o corpo largo até abaixo dos quadris. Uma corrente prateada.

Não se moviam. Não falavam. Aparentemente nem respiravam.
Ficaram assim por minuto após minutos. Começaram a virar horas, mas ainda não se moveram. Narcisa mandou-os pararem. Astoria ficou preocupada. Draco achou muita graça.

Já amanhecera e nenhum deles manteve os olhos fechados por mais de um segundo. Não se ajeitaram na poltrona nem comeram ou beberam coisa alguma. E principalmente: não romperam a ligação entre os olhos.

Lá pelas horas do almoço...

-Está bem, desisto, conseguisse aquele aumento de mesada...

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