A Noite de Lua Cheia
Harry estava a correr velozmente por entre os matagais cheios de silvas e ervas daninhas... Ia atrás de qualquer coisa... mas não sabia o quê. Corria, corria, corria em direcção à floresta proibida, já a suar. Quando olhava para os lados, várias árvores assustadoras assombravam a sua face... estava a correr muito... Não conceguia ver o que acontecia ao longe... só ao perto.
Viu de repente um homem baixo encarapuçado, com a capa do uniforme a voar pelo vento frio e gélido. Estava a coxear e ía para o mesmo sítio que Harry ia...
Esse homem olhou para trás, vendo quem o seguia... Parecia que não se tinha importado de ver o Harry. Continuava a andar como se nada se passasse.E de repente parou bruscamente e desapareceu. Harry não viu para onde foi, e muito estranho, nem se importou. Continuou a correu e parou no mesmo sítio onde aquele homem desaparecera e olhou em frente: estava quase a cair num abismo e a quinze metros à sua frente uma torre enorme estava erguida. Tinha várias fendas em vez de janelas, e estava rachada num dos cantos. Do outro lado da torre continuava a floresta. Mas Harry não sabia o que ia fazer e o que ia deixar de fazer: deu um salto enorme para o outro lado da torre e... caiu pelo abismo abaixo... que parecia não ter fim...
Harry acordou de repente a suar, envolto pela escuridã da noite.
-Que foi?
A voz de Sirius ecoou no ar e Harry sentou-se na cama, pondo os óculos e ligando a luz.
-Harry, estás bem?-perguntou-lhe o padrinho, do retrato, que estava encostado à mesinha de cabeceira.
-Tive um pesadelo...
Nesse momento Lupin entrou na sala e olhou para Harry. Estava um tanto preocupado, trajando um roupão azul e prateado.
- O que aconteceu aqui?-perguntou ele, enchendo um copo de água e ofereceu-lhe. Harry estava pálido e respirava com dificuldade tal foi o seu susto. Lupin olhava para ele, como se a qualquer momento ele desmaia-se.
-Toma.
Harry agarrou no copo, tentando recordar-se.
-Harry.. acalma-te.
-Sonhei que estava a seguir um homem.-disse Harry- E depois cai...
- Caiste? Como?
- Um abismo muito fundo.-disse olhando para o retrato de Sirius.- Era... dei um salto e cai pelo precipicio abaixo.
- Er... bebe a água.-pediu Lupin, sentando-se na cama.
- Acham... acham que estava a ter outra visão?
- Mm... não creio.-disse Sirius, do retrato.
- Voldemort não iria certamente deixar que tivesses mais visões dos actos dele. O melhor...
- Então o que seria?
- Não faço ideia.- disse Lupin, nervosamente.- Engole a água. Er... não te preocupes, não está choca.- murmurou, e Harry deu um pequeno gole.
-Que horas são?-perguntou Harry.
- Três e meia.-respondeu Lupin.
- É melhor deitarem-se.-disse Sirius.- Vocês, eu não posso.
Harry olhou para ele e despediu-se de Lupin.
Era certamente um sonho estranho, um sonho do qual o significado deveria ser simples mas longe de o Harry saber já.
Deixou-se adormecer, perdido em pensamentos do dia, que fora o mais longo que ele alguma vez tivera nesse Verão.
Harry acordou no dia seguinte um pouco abruptamente, levantando-se da cama e espreitando. Já eram oito horas da manhã. O retrato de Sirius dormia, encostado à parede.
Harry saiu do quarto e entrou na cozinha banhada pela luz das janelas mágicas, donde dava a impressão de estarem sobre a terra e não debaixo dela, facto muito curioso.
- Olá, Harry, vejo que já acordas-te!-afirmou Lupin, sentado na mesa, enquanto comia.- Senta-te. Estás em tua casa!
Harry obedeceu e portanto, pouco depois, quem entrasse pela casa dentro via duas pessoas sentadas à mesa a tomar o pequeno almoço.
- Sentes-te bem?-perguntou Lupin, olhando para Harry.
- Muito melhor do que á horas atrás, segundo vejo.-disse Harry, enquanto enchia o copo de água.
- Ou melhor: vejo eu.-replicou Lupin alegremente.
Harry saboreou a torrada e pensou numa pergunta que o andava a incomodar a algum tempo embora não o revelasse.
- Professor Lupin, er...
-Diz Harry!
- Posso fazer uma pergunta?
- Até duas. Diz lá.
- Er... ontem o Snape...
- O professor Snape, Harry.
- Ou isso... er...
- Queres perguntar porque disse tal parvoice sobre o Richard?
- Richard?
- Outro membro da Ordem, se assim preferires.-explicou Lupin.- Estou certo com a minha pergunta de à bocado?
-Está. Er... o Sn... o professor Snape anda a cometer... actos de Devorador da Morte?
- Claro que não Harry! Que ideia!-exclamou Lupin.- Podes pensar que o professor Snape tenha bastantes defeitos, mas nunca seria capaz de fazer tal barbaridade!
- Mas ele disse...
- É normal que muitas pessoas digam algo antes de pensarem. Isso é uma característica humana, e como tal, o professor Snape é humano, nunca capaz de fazer algo tão selvagem.
-Quer dizer que nunca podia...
-Claro que não. O professor Snape seria incapaz de produzir uma maldição imperdoável noutra, só se, e espero estar muito enganado, nutrir por ela um ódio tão intenso que o obrigasse a actuar o Crucio nela. De resto penso que não é necessário mais conversa. Estou certo?
- Sim.-responeu Harry. Já não sabia se sentia alguma desconfiança pelo professor de Poções. Contudo, não sentia nem mais, nem menos afecto pelo professor depois da revelação de Lupin.
- Agora que já está tudo esclarecido, peço desculpa mas tenho imenso trabalho pela frente e não me posso demorar. Então, até já-levantou-se e dirigiu-se à despensa onde retirou uma folha de pergaminho e começou a anotar tudo sobre um assunto confidencial.
Harry, pouco depois de comer, foi até à entrada da casa e pegou as malas que tinha deixado em casa de Mrs. Figg. Era estranho, pois ia quase começar o sexto ano, mas tinha ainda trabalho de casa de Poções para terminar, e como tal, passou a manhã a investigar no livro de Poções, dicas para finalizar o trabalho, mas felizmente, Lupin ofereceu-se para ajudar, indo pouco depois continuar o seu trabalho para a Ordem da Fénix.
Passou a manhã, tentando terminar o trabalho para Poções, virando as páginas já muito antigas, enquanto procurava os vários ingredientes de poções.
À tarde, Harry ficou a ler o livro oferecido pela Hermione, que além de ser muito interessante ajudava a passar o tempo. Sabia que era uma questão de tempo para ter de sair daquela casa, mas não comentava isso com ninguém. Lupin continuava o seu trabalho, saindo às vezes para fazer algum trabalho para a Ordem e , portanto, Harry ficava sozinho em sua casa, sem muita coisa para fazer.
Pensava por vezes e com alguma saudade, nas idas a Grimmauld Place, com os risos de Sirius, embora aborrecidos o gritos de Mrs. Black, a arrumação à casa e a diversão em tantas horas que lá tinha passado. Agora que tinha o retrato de Sirius, tão fiel ao antigo, não sabia o que pensar acerca da morte do padrinho humano, que desaparecera no arco da Morte, naquela sala enorme, parecida com um anfiteatro.
Lembrava-se de ouvir vozes dentro do arco. Não sabia o que seriam e porque lá se encontravam, pois Lupin tinha-lhe dito que Sirius não iria voltar. Mas o que dissera Luna Lovegood no ano passado? “Tu ouviste-os, mesmo por detrás do véu, não ouviste?”-dissera ela.- “Eles só estavam escondidos, é só isso.”. Não fazia a mínima ideia se ela teria razão, mas mesmo assim, tinha pouca esperança. Dumbledore tinha-lhe dito que Sirius tinha morrido por sua culpa, o que queria dizer que certamente Dumbledore sabia o que era aquele arco. Porque Harry nunca lhe perguntara nada?! Poderia ter a informação certa sobre o que queria. Era estranho, mas Harry ainda sentia respeito pelo professor. E por falar em professor...
Uma labaradela de fogo cortou o ar e uma fénix lindíssima surgiu em cima do caldeirão de Lupin, não caindo por pouco, lá dentro.
- Fawkes?- balbuciou Harry. Ela agitou as asas e pouco depois estendia a pata a Harry para que ele desenrolasse a carta que lá estava atada. Quando por fim ele o fez, olhou para os lados e sem o sinal de Lupin, olhou para o endereço. A carta era para Lupin, e sem mais delongas, não indo ainda Harry levar-se no acto de abrir a carta, chamou Lupin.
- Já vai!-exclamou ele.Entrou dentro da sala e olhou para a fénix.- Hum... uma carta de Dumbledore, suponho?
- Não sei, mas é para si.
- Bom, então esper...Bolas!-Lupin tirou o pé do caldeirão, espalhando pelo chão todo o seu conteudo.- Evanesco. Tenho de a prepar mais tarde.
E com o pé ainda encharcado pela poção, olhou para a carta e tirou o envelope. Leu muitas vezes a mesma carta e pouco depois deu-a a Harry.
- Le-a rapidamente. Eu tenho de sair.-disse.- Vou só buscar o casaco.
Curioso para saber qual seria o motivo de Dumbledore ter escrito começou a ler. Era uma carta estranha...
Caro Remus Lupin,
Devido a uma circunstância estranha fui a Al-Sorceria, mas já regressei são e salvo à escola. Recebi uma carta de Mamud-Yussuf , que fala sobre umas estranhas runas. Com isto temos de mudar por completo o estratagema da Ordem. Tu passas a viver em Grimmauld Place com a Nymphadora e o Kingsley . Em Hogwarts vieram os professores e também Cound e o Richard. O Harry continua a morar em tua casa, onde a Hermione Granger, Ronald, Ginny, Billy, Arthur e Molly Weasley, também terão de ir.
Pesso imensa desculpa por te invadirem a casa assim, mas penso que seria bom fazermos a mudança a partir das sete horas da tarde, do qual só faltam dez minutos. Não te digo mais nada, pois não há razão para tal.
Albus Dumbledore
P.S.: Se o Harry ler esta carta, digo a ele que se receber mais alguma carta estranha, dê imediatamente a algum membro da Ordem.
Ao ler a última parte, Harry poisou a carta na mesa e foi a correr pelas escadas acima até ao seu quarto, onde pegou na carta de Lestrange, enviada à dois dias.
- Professor Lupin!-gritou harry do andar de cima.
- Sim Harry?-ouviu-se uma voz lá do rés do chão, indo pouco depois Harry pelas escadas a baixo, quase atropelando Lupin, que acabava de sair do quarto de banho.
- Sim?
- Tome esta carta e entregue ao Dumbledore.
- Está bem.-aceitou ele.- Bom , agora o melhor é esperares, pois os Weasleys vem daqui a pouco. Bom, vo usó buscar o casaco.- saiu apressadamente e poisou o subrescrito na mesa.
- Professor... já o tem vestido...
Este parou a meio das escadas dizendo apenas“ Bom, er...” e acabando com “adeus”.
Lupin concentrou-se e pouco depois desmaterializava-se, deixando Harry sozinho em casa. Mas não completamente.
- Harry.-gritou o retrato, da cozinha.-O melhor é já pores a mesa para a ceia, pois Mrs. Weasley não vai ter muito tempo.
Harry obedeceu, sempre atento a algum som de passos ou de alguém a materializar-se. E foi quando poisou a última faca na mesa, que ouviram-se uma porta a abrir e vozes, misturadas com o barulho da rua.
- Harry! HARRY!
Harry apressou-se a ir até ao hall, muito sorridente, à espera de ver a multidão que entrava agora em casa.
Ron estava um pouco diferente durante o tempo que tinham estado juntos. Estava mais alto, o cabelo ruivo estava maior e tinha mais sardas. Quanto a Hermione, tinha o cabelo mais comprido e vinha mais morena. Entre abraços e risos, Harry conversou com Hermione, com o Bill, que tinha trazido umas botas de pele de dragão, foi interrogado por Mrs. Weasley, que desejava saber sobre tudo, nos poucos dias que tinham estado separados e Mr. Weasley, que vinha carregado com um pequeno embrulho, do tamanho de uma caixa de gelados e poisou-o em cima da mesa.
- Estás bem, Harry?-perguntou-lhe Hermione, muito sorridente, olhando para ele.
-Vai-se indo... E tu o que fizes-te no verão?
- Nada... Como eu...-respondeu Ron.- Acreditas que o Chudley Cannons conseguiu avançar para o quarto lugar na liga? Ultrapassou os Falcons por cinco pontos e os Wanderers por sete?
- Mal acabamos de nos reencontrar e já te pões a falar sobre o Quidditch.- disse ela, ainda muito contente.- Acabei de comprar o Al-Sorceria, Uma História para me entreter, é um espectáculo! Havias de ver as múmias...
- ... sem contar com os oito pontos ganhos no passado Domingo, senão já estariam em terceiro lugar, ultrapassando os Portree...
- Óptimo.-respondeu o Harry, que não sabia a quem responder.- E vocês não acreditam no que eu estive a fazer à dois dias...
- Er... estives-te a ler o meu livro.-tentou Hermione, atirando para trás o cabelo.
- Não, não...
- Jogaste Quidditch dentro do teu quarto...- afirmou Ron, indeciso.
- Frio, frio...
- Er... Fizeste o trabalho de casa de Poções.
- Pensas mesmo que foi isso?
- Já sei!-bradou Ron.- Foste para a rua e puseste a lançar pedras aos carros!
Riram-se todos, enquanto Crookshanks subia para uma cadeira.
- Não.-disse Harry.- Eu participei...
- Num jogo de Quidditch.-disparou Hermione, olhando para ele com uma cara convencida.
- Eu participei-começou Harry lentamente.-numa reunião da Ordem.
- Não!-exclamou Hermione, estupfacta.
- Não podes, quer dizer... és muito jovem, como disse a minha mãe.-continuou Ron.- Tinhas que já ter saido da escola...
- Mas Dumbledore pensou que poderia ser útil na reunião. Depois vou-vos contar uma coisa... que vos vai congelar.
- Hum... que será?-murmurou Hermione, divertida.
- Harry!-chamou Ms. Weasley da cozinha.- Podes vir cá?
- Já sei!-sussurrou Ron.- Foi minha mãe que te chamou.
Harry sorriu, entrando na cozinha com Ron e Hermione ladeando-o.
- Obrigada por teres posto a mesa. Podes sentar-te, se quiseres.
E como uma mãe, mesmo que não seja a nossa, tem sempre razão (excluindo talvez a Mrs. Black.), Harry ,Ron e Hermione sentaram-se à mesa, conversando animadamente.Só pararam quando o retrato de Sirius falou e Hermione soltou um grito, semsaber de onde tinha vindo o som.
- É só o retrato de Sirius Black, que eu encontrei em Grimmauld Place.
A reacção de Ron foi a mesma de Harry, quando tinha visto o retrato pendurado na parede à dois dias, mas Hermione não ficou muito satisfeita.
- Bem Harry, eu não quero ser desmancha prazeres, mas um retrato, é uma maneira muito limitada de ter uma recordação das pessoas...
- Deixa lá Hermione... Cá para mim foi uma óptima ideia. Este retrato pode vir a ser útil.
- Obrigado.-disse Sirius Black, muito contente, enquanto espreitava pelo vidro tentando ver o que Ms. Weasley estava a fazer.
- Arthur, Bill, podem chegar aqui por um momento?-pediu Mrs. Weasley, empunhando uma colher de pau.- Vamos comer.
Mrs. Weasley pos uma panela em cima da mesa e abriu-a. Saiu muito vapor, do qual a mãe do Ron travou uma guerra renhida com a sua mão e serviu todos de batatas.
- Não está lá grande coisa... Foi tudo feito por magia, pode não estar lá muito bom...-desculpou-se ela.
Mas os feitiços deviam ter um aditivo para saborear a comida pois Harry achou tudo delicioso. Mr. Weasley abriu a tampa da panela e ficou com os óculos embaciados com o vapor, tendo de tirar para conseguir ver qualquer coisa. Serviram-se todos de batatas e de salada, olhando uns para os outros, conversando e sorrido.
- Mais problemas no ministério, Molly!
-A sério? E o que aconteceu agora?
-Alguém anda a infeitiçar uma bola de futebol e uma equipa forreta anda a ganhar todos os jogos. Os Muggles andam desconfiados que alguma coisa se passa e até deram essa reportagem no noticiário deles...
- E ninguém sabe quem é que anda a enfeitiçar a bola. O Cornelius Fudge anda lá cheio de papelada, nem se quer se mostrou interessado no assunto. Anda com outros trabalhos, ele. Nunca pára quieto, mas tem bons motivos. Desde que o Caesar foi atacado, teve de criar a uma série de inquéritos para dar a todos os funcionários. Mas também ninguém lhe mandou não acreditar no Dumbledore. Agora está a colher o que plantou.
- Ouvi dizer que perdeu os Óscares da Magia. Ia muito bem com o seu cargo e perdeu. As pessoas deixaram de votar nele...-disse Mrs. Weasley.
- Foi um bulgaro que ganhou-esclareceu Bill.- Aquele que estava no nosso camarote de honra.
-Ai é?-retorquiu Hermione.- Ouvi dizer que Albus Dumbledore ganhou o prémio de melhor director, embora o Khan Ramsés quase o ultrapassou.
- As pessoas descobriram que ele nunca tinha mentido acerca do Voldemort e agora votam nele...-comentou Harry.
- Lá no ministério falam muito nele para o próximo ministro da magia. A mesma história de à seis anos...
-Cornelius Fudge vai deixar de ser ministro?
- Não se sabe.-respondeu Bill, a meio de uma garfada.- Se o pessoal votar nele de novo talvez possa vir a tornar a ganhar o poder. Mas não sei se isso irá acontecer...
- O Fudge mentiu muito.-disse Hermione e muitos murmuraram em sua concordância.- Talvez seja outra pessoa, não sei quem mais se irá condidatar...
- Talvez a Millicent de novo.-tentou Ron.
- Acho que não.-retorquiu Mrs. Weasley.-Ela já é um pouco velha para tornar a ser a ministra da Magia...
- Tem razão.- concordou Hermione, bebendo um copo de sumo de abóbora, agitando-o distraidamente.-
- Mas o Fudge ainda tem muito que fazer antes de chegarem as eleições.-afirmou Mr. Weasley, olhando para Bill.- E a primeira coisa que fez foi dimitir-me de chefe do Departamento de Artefactos Mágicos. O Perkins conseguiu o meu lugar. É agora membro da Ordem.-disse para Hermione e Harry, olhando pelos óculos.
- Mas porquê o demitiram do cargo de chefe?
- Dumbledore diz que foi uma tentativa para eu dizer a verdade a Fudge. O ministro sabe que eu estou metido nos planos de Dumbledore e pensa que se eu ganhar quase nada no ministério, talvez eu conte a verdade. Um truque que se possa dizer antigo.
- Mas Fudge enganou-se...-concluiu Bill.- Nós nunca iriamos revelar um plano da Ordem ao ministro.
- Mesmo assim, ele não deve desconfiar muito em outras pessoas da ordem.-começou Mrs. Weasley, abrindo a tampa da panela e tirando batatas para o seu prato.- Se desconfia-se em mais alguém, não daria o prémio de melhor animagus a Cleverus Count. É o Fudge e mais uma série de pessoas importantes do ministério que escolhem os vencedores. O único que não são eles a escolher é o melhor director de escola de Feitiçaria e o melhor ministro da magia, pois decerto que votaria em si próprio.
- Então quem é que escolhe para ganhar esse prémio?-perguntou Harry.
- É a Confederação Internacional de Feiticeiros, liderada, como já sabem por Albus Dumbledore.
- E o Dumbledore não votou no Fugde?-perguntou Sirius, do seu retrato.
- Claro que não! Votou no ministro búlgaro e também em Khán Ramsés, o director da escola de Al-Sorceria.- respondeu Mrs. Weasley, servindo Hermione, com uma colher de batatas.- Mas para melhor director foi o Dumbledore! Ele próprio entregou um prémio de melhor escritor a Joanne Kathleen, sabes, a escritora da banda desenhada do Muggle louco. -continou, olhando para o retrato de Sirius pensativamente.
- Correu tudo bem aqui ,enquanto estavas com o Remus?
-Oquê?- murmurou Harry distraido, pois pensava que ainda estavam a falar sobre os Óscares da Magia.- Ah, sim... correu tudo bem...
Mrs. Weasley olhou para o retrato e outra vez para Harry, murmurando baixinho:
- Não tens recebido mais cartas do Lestrange, pois não?
- Recebi uma.-respondeu Harry, enquanto Bill contava uma anedota a Ron e a Hermione.- Mas já entreguei ao Lupin.
- Ainda bem.-disse ela.
Pouco depois arrumavam a mesa, pondo os pratos no lava-loiças que estava enfeitiçado para lavar tudo mais depressa. A refeição tinha terminado e harry estava pronto para ir para o seu quarto, levando o retrato do Sirius, mas ouviu Mrs. Weasley a chama-lo, com uma voz em que pânico se podia notar facilmente.
-Que foi?- pergunto Harry, juntando-se a ela, curioso.
- Olha para isto!- e levantou bem alto a carta de Lestrange, que devia ter sido dada a Lupin. Mas... Harry tinha-lhe entregado. Só se...
- Ele esqueceu-se!-disse Harry para Mr. Weasley, que acabava de se lhes juntar.-Ia a subir as escadas para procurar o casaco e poisou a carta na mesa...
- Bom.-começou Mr. Weasley.- Pode não parecer ,mas esta carta é de extrema importancia para a Ordem. Temos que fazer de novo a troca. Lupin fica convosco e eu, a Molly e o Bill vamos para Hogwarts entregar isto ao Dumbledore.
-Mas como farão isso rapidamente?-perguntou Harry.
-Nós materializamo-nos até Grimmauld Place e chamamos o Lupin e logo a seguir materializamo-nos para Hogwarts.
-Mas não dá.-disse Harry rapidamente.- Ninguém consegue materializiar-se nos terrenos de Hogwarts.
-Ora bolas, esqueci-me!-resmungou Mr. Weasley, andando de um lado para o outro.- Só se apanharmos o Expresso de Hogwarts e chegarmos à escola amanhã.
- Pronto fica assim.-declarou Mrs. Weasley pondo ponto final à questão.-Harry, podes ir ter com o Ron e com a Hermione que estão lá em cima? O Bill já deve ter ido.
- Como? Só conversei com vocês agora.
- Ele foi a Grimmauld Place buscar mais material para trazermos para cá. A sério, temos que nos despachar. Até logo.
- Então, adeus!
Mr. e Mrs. Weasley despediram-se e em menos de um minuto já se tinham desmaterializado da casa de Lupin.
Harry subiu para o seu quarto e poisou o retrato na parede.
- Os meus pais?-perguntou Ron, e Hermione surgiu atrás dele.
- Foram a Grimmauld Place, mas já voltam. Vai vir agora Lupin, para cá.-respondeu Harry.
- Este sitio é estranho.-murmurou Hermione.- Há janelas por todo lado, mas estamos debaixo do solo.
- Tens razão.-concordou Ron.- Já viram como a lua está tão brilhante hoje?
- É verdade.-disse Harry, olhando para a janela artificial.- Os controladores de Tempo fazem bem o seu trabalho.
- Ouvi dizer que é preciso ter uma licença para enfeitar assim a casa.-afirmou Hermione, enquanto Crookshanks ronronava.- O tempo é igualzinho ao verdadeiro, sem tirar nem por.
- Quer dizer que lá fora está lua cheia?
- Sim.-disse Sirius do seu retrato.- E o tempo tem os mesmos efeitos. Se uma casa tem muitas janelas onde o sol está sempre a irradiar essa casa será muito quente.
Olharam uns para os outros e logo de seguida para a janela. Que ruido seria aquele que tinham ouvido?
Ouviu-se de novo um uivar desta vez mais próximo. Seria um efeito das janelas?
E um som simultaneamente alto e horrível ecoou na casa. Donde seria o uivo?
- O que fazemos?-sussurrou Hermione em pânico.
- Escondam-se atrás da cama, que eu tratarei do assunto.
Obedeceram a Sirius e um minuto depois ouviram um uivo que nunca que se compararia a um lobo verdadeiro.
- Lupin?-murmurou Hermione, aterrorizada ,de olhos fechados ,escondida atrás da cama.
Lá em baixo, na cozinha, ouviram uma série de pratos a cairem e uns cortinados a serem rasgados. Passos apressados subiram as escadas e entraram no quarto onde Harry, Ron e Hermione estavam escondidos. A tremer esperaram.
- Sai daqui, Remus.-rugiu Sirius do seu retrato.
Harry olhou para Ron. Se deixasse desenrolar a acção perderia sem dúvida a única coisa que tinha pertencido a Sirius: o seu retrato. E sem pensar duas vezes saltou para cima da cama e revelou onde estava. O lobisomem olhou para ele e exactamente ao mesmo tempo, Harry saltou para o chão, e Lupin para cima da cama. Harry rastejou apressadamente, agarrou no retrato e horrorizado com o que acabara de fazer resolveu chamar o lobisomem para perto de si, tentando afastá-lo do amigos
- Anda cá, lobisomem!-chamou Harry e pouco depois ia a descer as escadas desvairado, deixando cair com a pressa um vaso de flores.
Mas o lobisomem era mais esperto do que pensavam. Saltou do parapeito das escadas e aterrou mesmo à sua frente, não tendo Harry outro remédio que dar meia volta e subir outra vez para andar de cima. Hermione acenou-lhe apressadamente e esconderam-se todos dentro do armário do fundo das escadas, esperando que o lobisomem entrasse dentro do quarto e conseguissem fugir. Sem pronunciar uma única palavra ,Harry espreitou para ver o que se passava e viu, com alívio, uma cauda a entrar para dentro do quarto. Agitou o braço, e os amigos seguiram-no e conseguiram trancar a porta do quarto, onde Lupin estava.
Triunfantes, olharam para a porta, mas antes que pudessem dizer alguma coisa, umas garras pontiagudas perfuraram a madeira, deslizando pelas tábuas abaixo como se fossem feitas de papel. Aterrorizados e sem qualquer ideia sobre o que iriam fazer a seguir, avançaram pelas escadas descontroladamente ,causando um enorme estrépido em toda a casa. Dando meia curva entraram para a cozinha e foram para trás da mesa das Poções onde tentaram conversar sem muito ruido.
-Nós não podemos magoa-lo.-sussurrou Hermione, com uma expressão indignada.- Vamos ter de sair desta casa e ir lá para fora.
- E deixar o Lupin cá dentro?-murmurou Harry olhando para Hermione.- Não sei o que fazer.
-Harry.-disse tristemente Sirius.- Porque me desobedeces-te?-perguntou e todos olharam para a fotografia.- Eu tinha intenções de ir para Grimmauld Place avisar o Bill e voltar rapidamente. Seria tudo mais simples, não te parece? Fica aqui e não façam muito barulho, está bem?
Harry fitou o caldeirão, ainda admirado com as palavras do padrinho. Este desapareceu pelo retrato deixando o quadro sem nada. E como se já não bastasse, um rugido soou atrás deles e sem sequer olhar para trás lá iam os três a bom correr até ao hall de entrada para sairem daquela casa.
- Abre.-pediu Ron, apressadamente.
Mas não abria de maneira nenhuma. E ninguém podia enfeitiçar a fechadura pois arriscavam-se de serem expulsos da escola. Não havia mais nada a fazer. Lupin aproximavasse cada vez mais perto e as possibilidades de escapa iam diminuindo.
O lobisomem uivou de novo e com um último rasgão nos cortinados da janela, Lupin precipitou-se sobre eles.
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