Capitulo 12



Obs1:Capitulo dedicado a Fernanda Destro que está fazendo aniversário hoje!!!!PARABÉNS QUERIDA!!!!Tudo de bom pra ti!!!!Bjux!!!!Te adorooooo....



CAPÍTULO XII


Harry ainda fervia de raiva quando desejou uma boa noite a Putman e arrancou Cecília do meio de um grupo de políticos, surpreendendo tanto o pai, quanto a filha. Fazia muito tempo que não se sentia tão furioso.
— Aonde vamos? — perguntou a noiva em tom abor­recido, enquanto ele a guiava para a porta principal. — A festa já está esfriando, mas ainda não acabou e não fica bem sairmos assim.
— Pensei que quisesse ir comigo para um hotel — ele replicou.
O aborrecimento desapareceu do rosto de Cecília, que sorriu para ele com ar de satisfação e cumplicidade.
— Espere um pouco — ela pediu, quando atravessavam o vestíbulo majestoso da mansão de Putman. — Preciso pegar minha estola.
— A noite está quente. E a casa é de seu pai. A estola não vai desaparecer. Pode vir buscá-la amanhã.
Ela riu, divertida.
— Não uso uma estola de peles só para me aquecer, querido.
— Mas isso, no verão, não tem cabimento — ele resmun­gou, enquanto ela subia a escadaria circular.
Impaciente, mandou o criado encarregado de estacio­nar os carros dos convidados ir buscar o seu. Quando Cecília voltou o luxuoso veículo já se encontrava parado na porta.
— Não sei se é certo sair agora — ela comentou, acomodando-se no banco. — Brad Leander estava me dizendo que lhe dará apoio, se você se candidatar a deputado estadual nos próximos dois anos.
Harry lançou-lhe um olhar enviesado.
— Você decide, Cecília. Ou vai comigo, ou fica aí, baju­lando Brad Leander.
— É claro que vou com você.
Enquanto percorriam as ruas, ela falou o tempo todo sobre a festa e os convidados, parecendo não perceber o silêncio de Harry e seu ar carrancudo.
No hotel, ele fez o registro e os dois subiram no ele­vador silencioso até o andar onde ficava a suíte. En­quanto Harry gratificava o empregado que os acompa­nhara, Cecília examinou o aposento decorado nos tons dourado e verde.
Harry fechou a porta, jogou a chave numa mesa em estilo provençal francês e foi até a janela. Com as mãos nos bolsos, ficou olhando para as luzes da cidade, lá embaixo.
— Faz algum tempo que estou querendo falar com você, Harry.
Ele se virou e viu-a tirar a estola dos ombros e estendê-la na cama coberta por uma colcha dourada.
— Sobre o quê? — perguntou, embora imaginasse que ela fosse falar de seu relacionamento com Hermione.
Cecília sentou-se graciosamente numa poltrona ao lado da cama.
— Sobre o caso Adamson. Sabe que tenho me preocupado com isso. Na festa, Clara me disse que a mãe continua entusiasmada por aquele homem e...
— Espere aí, Cecília — ele interrompeu-a. — Admiro o fato de preocupar-se tanto com os sentimentos de uma amiga, mas...
Ela riu, cortando o que ele ia dizer.
— Nossa, Harry! Como pode imaginar que estou preo­cupada com os sentimentos de Helen? Tenho muito juízo para envolver-me emocionalmente com os problemas de um cliente, amigo, ou não.
— Preocupa-se com quê, então?
— Com o patrimônio dela. Helen prometeu ser generosa em suas contribuições, quando você entrar para a política e precisar de recursos para a campanha. Não podemos permitir que gaste dinheiro com esse oportunista.
— Você nunca pensa em outras coisas, a não ser em poder e dinheiro, Cecília?
— Deveria pensar em quê?
— Em seus amigos, sua família, nos filhos que vai ter.
— Filhos... — ela ecoou, fazendo uma careta. — Entendo que você queira um herdeiro e estou disposta a ter um filho, um menino, por sua causa.
— Por que não uma menina?
Cecília refletiu por um instante.
— Acho que um menino seria melhor para sua imagem — declarou em tom decidido. — Quanto aos amigos, tenho os Adamson e não preciso de mais. Dou-me bem com papai e vou me casar com um homem que chegará ao senado dos Estados Unidos. Você nasceu para vencer, Harry.
— Acha, mesmo?
— Claro — ela afirmou, arrumando a saia do vestido. — Você anda meio estranho, nessas duas últimas semanas, como se emoções confusas o perturbassem. Foi por isso que decidi tornar nosso relacionamento mais íntimo.
— Planejou fazer sexo comigo para canalizar minhas "emoções confusas"? — perguntou Harry.
— Deve concordar comigo que os eleitores gostam mais de candidatos frios e controlados do que daqueles vulgares, que exibem sentimentos exagerados.
Ele deu uma risada áspera.
— Quer dizer que está disposta a oferecer-se em sacrifício para manter minha imagem?
Ela o fitou sem perder a serenidade.
— Não precisa ser sarcástico. Não será sacrifício nenhum, pois não sou virgem. E sou bastante realista para não es­perar que o mundo vire de cabeça para baixo ou que as estrelas caiam, quando estivermos fazendo amor.
— Isso é muito lisonjeiro — replicou Harry secamente.
— Gosto de franqueza — ela declarou. harry olhou-a, pensativo.
— Diga-me uma coisa, Cecília. Vai casar comigo só porque pretendo entrar para a política?
Ela encarou-o com ar divertido.
— Naturalmente. Fui preparada a vida toda para me casar com um homem destinado ao poder político. Mas cumprirei todos os meus deveres de esposa, inclusive na cama.
Levantou-se e começou a desabotoar o vestido.
— Pare — ordenou Harry.
Ela o fitou com surpresa, depois sorriu de leve.
— Venha desabotoar para mim, então.
Ele hesitou e depois caminhou para ela com relutân­cia. Soltou os pequenos botões que se enfileiravam até abaixo da cintura e o vestido escorregou para o chão, amontoando-se.
Cecília usava roupas de baixo da mesma cor do vestido, de seda e rendas, que revelavam as curvas firmes do corpo bonito. Parada na frente de Harry, olhava-o calmamente.
— Você tem uma pinta no pescoço — ele comentou.
— Nunca reparou?
— Não.
Era inacreditável, mas ele conhecia Cecília desde que entrara na firma e não notara a pinta. Nunca teria olhado de verdade para aquela mulher que era sua noiva, que dentro de dois meses seria sua esposa?
Ela sentou-se na borda da cama. Harry ficou parado, fitando-a, com uma sensação esquisita, que lhe dava a im­pressão de estar preso numa armadilha.
— Venha cá — ela chamou.
Devagar, ele se aproximou e curvou-se para beijá-la. O perfume forte que emanava do corpo bem-feito invadiu-lhe as narinas. Em vez de excitá-lo, porém, repeliu-o. Ele endireitou o corpo e passou uma das mãos no cabelo.
— Cecília, acho que...
— Arrependido? — ela perguntou. — Mas já é um pouco tarde. Anunciamos nosso noivado e fiquei sabendo que papai decidiu aceitar você como sócio majoritário assim que nos casarmos. Vai ter seu nome na placa, querido.
Harry observou o rosto inexpressivo, uma bela máscara fria, que jamais revelava qualquer emoção. O que ela dis­sera deveria tê-lo feito feliz. Afinal, não deixava de ser uma proeza chegar a sócio majoritário de uma grande firma de advocacia aos trinta e quatro anos. Todavia, tudo o que sentia era um vazio que se espalhava por seu íntimo. Descobriu que não dava ã mínima importância à decisão de Putman.
Atônito com essa descoberta, permaneceu imóvel, sem ação. Hermione tinha razão, afinal. Ele não queria ser um dos figurões da firma e muito menos entrar para a política. Não queria continuar num lugar onde se sentia como se estivesse vendendo a alma.
— Harry?
Ele fitou a noiva. Hermione tinha razão sobre ela também. Vendo-a seminua, não sentia o menor desejo. O corpo de pele clara e macia tinha curvas sensuais, mas não o excitava. Era como admirar uma bela estátua de mármore.
Impossível imaginar Cecília em sua cama, em sua vida.
— Desculpe — ele murmurou. — Não posso levar isso em frente.
— Sexo não é tão importante assim, Harry.
— Não se trata apenas de sexo, Cecília. Acho que não devemos casar. Não somos adequados um para o outro.
Ela se levantou e parou diante dele.
— Como pode dizer isso? Juntos, teremos tudo, dinheiro, poder... — Interrompeu-se e enlaçou-o pelo pescoço, pres­sionando os seios contra o peito musculoso.
Harry ergueu as mãos para soltar as dela, mas Cecília ignorou o gesto e puxou-lhe a cabeça para baixo, colando a boca na dele.
Então, começou a chover. Chuva fria e pesada.
Cecília gritou e cambaleou, caindo na cama. Harry con­tinuou parado, olhando incrédulo para o teto. Os irrigadores de incêndio tinham sido acionados.
Sem poder conter-se, ele começou a rir. Cecília continuava gritando e rolando na cama, tentando proteger-se, mas não havia como fugir do aguaceiro. Em questão de segundos, os dois ficaram ensopados.
— Faça alguma coisa, Harry! — ela berrava. — Faça a água parar. Minha maquilagem! Meu cabelo!
— Calma, Cecília. A água só cai durante um minuto.
Ele mal acabou de falar e a "chuva" cessou. Sentada na cama, Cecília estava um desastre. O penteado despencara, a maquilagem desaparecera, a não ser pelo delineador azul-marinho que lhe escorria pelas faces, formando riscos.
Harry parou de rir, com pena dela. Ofereceu-lhe a mão, mas Cecília rejeitou-a com um tapa.
— Me deixe em paz! — ela gritou. — Fique longe de mim. Está me achando muito engraçada, não é?
— Não. Não estava rindo de você. Desculpe, se dei essa impressão.
Ela saiu da cama e pegou o vestido molhado, enfiando-se nele com grande dificuldade. Depois calçou os sapatos de salto alto e Harry quase tornou a rir da cômica figura.
— Quero ir embora desta espelunca, e já.
— Não é uma espelunca, Cecília. É o Quatro Estações.
— É uma droga. Vou processar todo mundo, você vai ver.
— Está certo, mas vamos embora, agora.
— Não, antes de dizer-lhe umas verdades. Sempre achei você um rústico, um provinciano de gostos vul­gares. Sua amiguinha garçonete é perfeita para você! — ela exclamou, furiosa.
Pegou a estola ensopada e passou-a pelos ombros. Depois, começou a andar para a porta, atrapalhando-se com o ves­tido molhado, que se enrolava em suas pernas.
— Não se preocupe em me levar para casa — continuou. — Nunca mais quero vê-lo na minha frente. E não vou ver. Quando meu pai souber do rompimento do noivado vai chu­tar você para fora da firma.
Abriu a porta com um gesto brusco e saiu, fechando-a atrás de si com uma batida estrondosa.
Harry ficou olhando para a porta fechada. Nunca vira tão perversa satisfação nos olhos de alguém quanto nos de Cecília, quando ela declarara que o pai o poria para fora da firma. Ela era uma pessoa má, vingativa, além de com­pletamente fria. Graças aos céus, ele recuperara o juízo e rompera o noivado.
Para ser franco, graças a Hermione. Ela o fizera ver a verdade. Era uma mulher maravilhosa, que sacudira seu mundo desde o primeiro instante. Por causa dela, ele rira, tremera de raiva, experimentara emoções que decidira nunca mais sentir. Em outras palavras, tornara-se hu­mano novamente.
Com passos decididos, ele dirigiu-se para a porta. Pela primeira vez, em muito tempo, sabia exatamente o que que­ria e para onde estava indo.




Obs2:Oiiii pessoal!!!!Capitulo postado!!!!Espero que tenham curtido!!!!Na sexta dia 06/06, que é meu aniversário, vou postar mais um capitulo de cada fic para vocês!!!!Bjux!!!!Adoro vocês!!!!

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