Capitulo 3
Obs1:Capitulo dedicado à todas as mulhers da FeB!!Um Feliz Dia da Mulher!!!Bjux!!!
CAPITULO III
Hermione nunca fora beijada daquela maneira tão profunda e intensa. Quase entrou em
pânico e começou a debater-se nos braços fortes, fazendo o colchão de água balançar sob eles. Por fim, Harry interrompeu o beijo e fitou-a.
— Qual é o problema, garota?
Ela encarou-o sem responder. Ele franziu a testa, intrigado. Segurando-a com delicadeza, tornou a rolar, de modo que ela ficou por cima outra vez, e soltou-a.
— Desculpe, eu não queria assustá-la —- murmurou em tom rouco.
Hermione suspirou, aliviada. Pressionando os cotovelos contra o peito dele, conseguiu erguer o corpo, enquanto ele acariciava-lhe os braços, olhando-a com ar pensativo. Ela sabia que precisava sair de cima dele, mas sentia-se trêmula e sem forças. Além disso, não havia mais tanta urgência de ir embora, pois era evidente que Harry não lhe faria mal. Fora tudo um mal-entendido horrível.
Ele correu uma das mãos por sua espinha e ela, inconscientemente, arqueou o corpo numa reação de prazer, o que o fez sorrir.
Hermione não reagiu, quando ele pegou-a pela nuca e baixou-lhe a cabeça com delicadeza para que seus lábios se encontrassem. O novo beijo começou leve, hesitante, mas depois aprofundou-se, quando ela, com um gemido quase inaudível, entreabriu os lábios. Harry aproveitou-se desse instante de entrega e forçou a língua para dentro da boca quente e úmida, explorando-a gulosamente.
As mãos grandes e másculas foram escorregando pelas costas dela até chegarem às nádegas redondas, onde demoraram-se, sensuais e atrevidas. Ela ajeitou-se sobre o corpo musculoso, arrepiando-se quando ele introduziu uma coxa dura entre as suas. Sentiu-se tonta, como se tivesse entrado num sorvedouro que a levava para baixo... para baixo... para baixo...
Num movimento abrupto, ele separou os lábios dos dela, quebrando o encanto. Confusa, Hermione ergueu a cabeça e fitou-o através de uma névoa de desejo. Harry fechara os olhos e havia um leve sorriso em seu rosto. Então, quando ouviu-o ressonar de leve, ela compreendeu. Ele adormecera de repente, vencido pelo álcool.
Um barulho estranho acordou Harry na manhã seguinte, fazendo-o sentar-se na cama sobressaltado. Uma dor repentina na cabeça o fez gemer. Que droga! Uísque sempre produzia aquele resultado, no dia seguinte. No entanto, uma dor de cabeça tão forte ele nunca tivera. E a porcaria do colchão de água não estava ajudando em nada. Ele tinha a impressão de estar navegando em alto mar e o movimento dava-lhe náuseas. Tornou a deitar-se, esperando melhorar, mas ouviu um ruído tilintante no outro aposento e sentou-se depressa, segurando a cabeça com as mãos para impedi-la de explodir. Lentamente, saiu da cama, esperou que ás paredes parassem de girar á sua volta e caminhou até o armário onde guardava o saco de tacos de golfe. Escolheu um para usar como arma, pois tinha a certeza de que um intruso invadira o apartamento.
Então, com toda a cautela, foi até a porta e espiou para dentro da sala. A luz do início da manhã, viu que o televisor enorme, o videocassete e o aparelho de som continuavam lá, intocados. Ninguém tentara roubá-los. Olhou na direção da pequena cozinha, mas de onde estava não tinha uma visão completa do ambiente e só viu que a porta da geladeira encontrava-se aberta. O descarado do ladrão assaltara seu
estoque de guloseimas finas!
Erguendo o taco num gesto ameaçador, avançou para o meio da sala.
— Ok, fique onde está! — ordenou, tentando não fazer uma careta ao som da própria voz, que ressoou no cérebro de modo desagradável.
Uma linda mulher, de cabelo castanho com reflexos acobreados, todo revolto, apareceu, saindo de trás da porta aberta da geladeira. Os olhos eram castanhos e angelicais e as bochechas... Por que as bochechas rosadas estavam estufadas daquele jeito?
Ele olhou para a mão dela e viu que segurava seu precioso pote de cerejas ao marasquino. A moça estava banqueteando-se com suas cerejas! Então, subitamente, ele se lembrou.
— Oh, tinha esquecido você — resmungou.
Esquecera de tudo o que acontecera na noite anterior, mas aos poucos foi se lembrando. Um bar. Homens mal-encarados. Um grandalhão que não parava de espirrar. Uma briga. Ele e a moça indo para a casa dele. Nossa! Deixara uma desconhecida dirigir seu carro! O que dera nele? Nunca, mas nunca mesmo, fizera tantas loucuras num dia só. Na verdade, nem em muitos dias.
Sempre fora metódico, medindo as conseqüências de seus atos. Crescera num bairro de gente de renda baixa, dependendo apenas da mãe, e tivera muitos exemplos de como uma ação impulsiva podia retardar o progresso de uma pessoa e até destruir uma vida. Na noite anterior, era evidente, esquecera todas as valiosas lições.
Devia ter enlouquecido. Essa era a única explicação. O que mais fizera naquele período de insanidade? Ele e a moça teriam feito aquilo? Com certeza. Ela estava usando uma de suas camisas sociais, que lhe chegava até os joelhos, e enrolara as mangas acima dos cotovelos. Deixara de fechar dois botões de cima e era possível ver um pedaço de pele dourada. Ela era bonita. Muito bonita.
Com uma careta involuntária, ele se lembrou de ter acariciado aquela pele, que achara deliciosamente macia, e de ter beijado a boca generosa e provocante. Além desse ponto, tudo era um vácuo.
Hermione acabou de mastigar as cerejas e engoliu-as.
— Você está bem? — perguntou.
Ouviu apenas um resmungo e ficou esperando por uma resposta inteligível. Enquanto isso, pescou mais algumas cerejas com a colher que segurava na mão direita e colocou-as na boca, observando Harry.
Ele foi até a cozinha, largou o taco no chão e debruçou-se na mesa, apoiando a cabeça nas mãos com um gemido. O cabelo escuro, revolto, parecia o de um garoto travesso, mas a sombra azulada da barba era bem viril. Continuava com a calça e a camisa da noite anterior, completamente amarrotadas.
Ela deixou escapar uma risadinha. O lobo que tentara seduzi-la transforma-se num cordeirinho. Um cordeirinho de ressaca!
Ouvindo-a rir, Harry ergueu a cabeça e fitou-a com um ar ameaçador nos olhos vermelhos. Hermione engoliu o riso e pegou outra cereja. Sentia compaixão por ele, pois evidentemente o mal-estar era dos grandes, mas Harry bem que merecia um castigo. Na primeira noite em que ela prestava serviço, aquele desmiolado quase arruinava sua chance de entrar no céu. Não apenas a induzira a pensar que só tinha uma semana de vida, como tentara seduzi-la com a tentação do sexo. Se isso não bastasse, fizera-lhe o desaforo de dormir enquanto a beijava!
Recolocando o pote de cerejas no lugar, ela examinou o conteúdo da geladeira. Não sabia que anjos sentiam tanta fome! Mas o estoque de Harry era bem pobre. Azeitonas, champanhe, suco de laranja e caviar.
— Você come mesmo isto? — ela indagou, pegando o vidro de caviar e mostrando-o para Harry.
— Claro.
— É gostoso?
— Delicioso.
— Nunca comi. São pequenas ovas de peixe, certo? — Ela abriu o vidro, olhou a pasta e franziu o nariz. — É grudento. Sempre tem esse cheiro de peixe, ou estragou?
— Não estragou coisa nenhuma.
— Então, cheire — ela ordenou, indo até ele e enfiando o vidro embaixo de seu nariz.
Harry mudou de cor, como se estivesse nauseado.
— Por favor, senhorita...
— Hermione Granger — ela completou. —- Bem, se o caviar não está estragado, posso experimentar um pouco?
— Coma um pouco, coma muito, o vidro inteiro, se quiser. Mas cale a boca, por favor! — ele implorou — Minha cabeça está rachando.
Tornou a fechar os olhos e suspirou, agradecido, quando percebeu que ela não ia mais falar. Ouviu-a encher um copo com água e mexer no armário. Momentos depois, sentiu-a tocá-lo no braço e abriu os olhos, irritado.
— Será que não pode... — começou a reclamar, então viu que ela apresentava-lhe duas aspirinas na palma da mão delicada.
— Tome os comprimidos. Vai sentir-se melhor, carneirinho.
— O quê?
— Nada.
Ele olhou-a desconfiado, mas pegou os comprimidos e o copo de água. Tomou o remédio e sentou-se, observando-a preparar a cafeteira.
— Escute, senhorita...
— Her-mi-o-ne — ela repetiu lentamente, como se estivesse falando alguém que não entendia inglês. — O que ia dizer?
— Essa situação... isto é... ontem à noite... — ele engrolou hesitante. — Bem, é melhor ir embora, não acha?
— Eu vou, mas só depois que acabar meu trabalho.
— Se está preocupada com dinheiro...
— Não preciso de dinheiro.
Ele franziu a testa, confuso.
— Então, por que faz isso?
— Por pura bondade — ela respondeu. — E porque fui empurrada.
— Empurrada? Quem a empurrou?
— O pastor e a velhinha.
Espanto puro estampou-se no rosto de Harry.
— Vai para a cama com homens porque o pastor mandou? — perguntou.
— Não vou para a cama com homens! — ela exclamou, girando para encará-lo.
— Mas foi comigo.
— Não! Só ajudei você a deitar e... Não se lembra de nada?
— De alguma coisa, mas não de tudo.
— Percebe como isso me ofende?
— Claro que sim e peço desculpas, mas...
— Não estou falando que seu esquecimento me ofende, mas sim a idéia de que eu faria amor com você assim, sem mais, nem menos.
Uma expressão de cinismo brilhou nos olhos dele.
— Ora, vá contar essa história para outro. Veio para casa comigo porque quis. Está usando uma de minhas camisas. Quer me enganar, dizendo que não fizemos nada?
— Não fizemos. Só aceitei ficar com você para ajudá-lo.
— Me ajudar a deitar?
— Não. Em primeiro lugar, para tirá-lo daquele lugar horrível chamado Cova. Como teria se livrado da turma da pesada que estava lá, sem mim? — Ela virou-se para o balcão e ligou a cafeteira. — Entrei no bar para ajudá-lo. Expliquei a situação. Você não ouviu?
Ele não ouvira coisa alguma. Com certeza preferira prestar atenção em coisas mais interessantes, como os seios altos e firmes.
— Quer dizer que entrou naquele inferninho porque 'achou' que eu precisava de ajuda?
— Eu 'sabia' — ela corrigiu. — Gostaria que me dissesse uma coisa. Pensou mesmo que eu estava louca para ir para a cama com você? Se pensou, é muito presunçoso.
Aborrecido, ele começou a explicar o que achara que ela fosse, mas calou-se abruptamente. Não ia admitir que a julgara uma prostituta. Hermione parecia realmente indignada e ele poderia causa uma explosão, se dissesse a coisa errada.
Olhando-a atentamente, concluiu que ela não podia ser uma daquelas mulheres que levavam vida "fácil". Relaxou na cadeira, refletindo que quase esquecera que ainda existiam pessoas como Hermione, capazes de perder o próprio sossego para ajudar os outros.
— Desculpe — murmurou. — Eu a julguei mal, mas no meu campo de trabalho não encontro bons samaritanos todos os dias. Agora reconheço que sua intenção foi boa.
— Obrigada! — ela respondeu ainda agastada, enchendo uma xícara de café, que deu a ele.
Harry segurou a xícara e aspirou o vapor com gosto. O café cheirava bem. Hermione também tinha um cheiro floral delicioso.
— Mora por aqui, Hermione? — quis saber, sob a forte impressão de que a conhecia de algum lugar.
— Não tenho endereço fixo. Viajo muito.
— Parece que já a vi, antes. Não estou repetindo um clichê. Falo sério. Já esteve em Los Angeles?
Ela assentiu.
— Anos atrás. Não cheguei a me formar, mas estive durante algum tempo na universidade...
— Estadual da Califórnia — ele terminou por ela,
— Exatamente! — ela exclamou, surpresa. — Como sabe?
— Você esteve na mesma classe que eu. No curso de avaliação de filmes.
Hermione olhou-o fixamente.
— Fiz esse curso, mas não me lembro de você.
Por algum motivo, a declaração irritou-o.
— Demorei para entrar na universidade, de modo que era mais velho do que a maioria dos estudantes — ele explicou em tom seco. — E só fiz esse curso de avaliação de filmes para completar créditos, no último ano. Para ser franco, achei-o perda de tempo. Mas, pelo jeito, você gostou.
— Gostei. Adoro filmes antigos! — ela afirmou, servindo-se de café.
— Ah, bem, gosto não se discute. Por que parou de estudar?
— Porque minha família mudava-se constantemente. Nunca ficávamos muito tempo em um lugar. Isso me lembra que não temos tempo a perder. Acho melhor começarmos.
— Começarmos? O quê?
— O que eu vim fazer aqui — ela respondeu com um sorriso.
— Pensei que apenas tivesse me trazido para ter certeza de que eu chegaria são e salvo, Hermione.
— Isso foi só o começo. Tenho muito o que fazer, e depressa, se quiser voltar logo.
— Voltar para onde?
Para o céu. — Ela tomou um gole de café e encarou-o. Vendo o ar atônito no rosto másculo, acrescentou: — Eu já lhe disse, Harry. Sou um anjo.
Obs2:Capitulo postado!!!!Espero que tenham curtido!!!Essa semana tem mais!!!Bjux!!!Adoro vocês!!!
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