A Gargalhada de Rony




Harry Potter, o garoto da cicatriz em forma de raio, que já sobrevivera vários ataques do bruxo mais temido das trevas, Lord Voldemort. No entanto, sua vida estava bem tranqüila nas férias.

O bruxo mal acreditava no que acontecia. Havia acabado de pôr os pés no Expresso de Hogwarts, o trem vermelho só que dessa vez havia uma diferença de todas as vezes. Dudley Dursley, ou Duda, como era mais conhecido estava com ele. Harry não sabia o motivo, mas havia visto uma carta de Alvo Dumbledore em sua casa endereçada aos Dursleys, e tentou arrancar todas as informações que pôde do primo, em vão. Duda não abria a boca para falar nada.

- Veja bem, eu vou atrás dos meus amigos e você, seja amigo de Draco Malfoy e fique longe da minha turma. – disse ele irritado. – Não fique perto do Rony, da Gina, do Fred, do Jorge, da Luna e nem da... – Harry se arrepiou todo só de pensar novamente em rever o sorriso dela. – da... da Hermione.

- Quem é Hermione? Sua namorada?

- Não! – disse ele. – Minha melhor amiga. – na verdade nem ele tinha certeza do que estava falando. As férias haviam terminado para deixá-lo confuso porque logo reviu Cho Chang, uma menina que o incomodava todas as vezes que ele admirava. No entanto Hermione... No ano anterior ele havia salvado ambos de um ataque de dementadores e foi incrível ter momentos de aventura ao lado dela.

- Uau. – disse Duda. – Hogartis tem meninas bonitas. – disse olhando para Cho.

- É Hogwarts. – corrigiu Harry. – Agora vá encontrar sua turma, e eu encontro a minha. Fique longe de mim.

- Calma, eu não vou ter aula de bruxaria como vocês, fica tranqüilo. Assim que eu termina meus assuntos com o velho caduco eu volto pra Smeltings. Tenho certeza que lá é muito melhor que essa porcaria de magia. – Harry foi olhando os vagões um a um até encontrar um onde estavam Hermione, Rony, Luna e Neville.

- Oi. – cumprimentou Hermione sorridente. – Achei que não tivesse nos achado.

- Ah... Achei. – ele sentou-se ao lado dela e sentiu o perfume dela. Era bem suave, fazia-o lembrar dos vôos em sua Firebolt, do ar bagunçando seus cabelos... E como era bom, porque quando ele voava ele também se lembrava de Hermione.

- O que o seu primo ta fazendo aqui? – perguntou Rony. Só então Harry reparou que Duda entrava no vagão.

- Como sabe que eu sou o primo do Harry? – disse Duda estranhando.

- Adivinhação... Adivinhei o sonho do Harry no ano passado. E você havia virado uma minhoca e depois um porco encalhado na praia.

- Tomara que signifique alguma coisa. – disse Harry. – Será que Trelawney verá o Sinistro na borra de café para o Duda? Viria bem a calhar... – todos soltaram gargalhadas.

- O que é Sinistro? O que é Trelawney? Do que estão falando?

- Coitado. – disse Hermione com pena. – Ele não merece ouvir sobre as porcarias da Trelawney. E só porque o Rony descobriu o sonho do Harry e a professora Trelawney disse que ele tem aptidão para Adivinhação não significa nada.

- Não mesmo. – disse Rony. – Eu tirei tudo da minha cabeça, mas acabei acertando. – disse ele. – E você está com ciúmes porque não conseguiu fazer essa matéria porque os livros não ajudam. – Hermione pegou seu exemplar de “Runas Antigas, sua magia” deixou os olhos cobertos sem que ninguém notasse que ela estava chorando.

- O que veio fazer aqui mesmo, Dudoquinha? – perguntou Rony sarcástico.

- Não é Dudoquinha, é Duda.

- Foi mal. Achei que Dudoquinha combinava mais com você. – todos mais uma vez riram, com exceção de Hermione que estava magoada.

- Vim fazer negócios com o velho Dumbudore.

- É Dumbledore. – corrigiram todos.

- Tanto faz. Ele me convidou, e eu aceitei. Tenho uns assuntos com ele. Meu pai e minha mãe mandaram eu trazer a minha bengala da Smeltings para bater nele se precisasse. – disse ele orgulhoso de si mesmo.

- Não vai precisar dela. – disse Harry. – Ele lança um feitiço estuporante em você antes que tenha a oportunidade de batê-lo. Ou quem sabe até um simples... Wingardium Leviosa. – Harry fez a bengala da Smeltings voar para o alto, deixando Duda muito irritado. O primo subiu no assento para tentar pegá-la de volta, mas Harry encerrou seu feitiço e deixou-a cair na cabeça do primo.

- PARE HARRY. – disse Hermione que enfim mostrara seu rosto. – Só porque ele não te trata bem quando tem oportunidade não significa que você tem que fazer o mesmo!

- Mas Hermione eu...

- Quando você e o Rony vão deixar de ser esses eternos bebezões? Já está na hora de acordar para a vida.

- Lendo “Hogwarts, uma História”? – perguntou Rony sarcástico. – Já está na hora de você aprender a ser uma menina normal.

- Eu sou uma menina normal! – retrucou ela furiosa.

- Tão normal que nenhum cara nunca quis nada com você. – Rony havia tocado em um ponto sensível para Hermione. Não que ela se importasse que não tivesse admiradores secretos, mas isso para ela significava muito mais. Ela sempre pensou que Harry e Rony não tinham segredos e viu nessa fala o fim da esperança para Harry ter algum dia sentido qualquer sentimento por ela. Ela olhou para todos e saiu com seu gato Bichento nos braços e lágrimas nos olhos.

- Não devia ter dito isso pra ela. – disse Harry um pouco atormentado. – Não deveria, você sabe que ela é sensível.

- Ela sempre estraga todas as nossas diversões. Quer tudo e todos muito perfeitos como ela. Isso não é legal. – Harry olhou triste para o lugar em que Hermione estava. Agora estava se sentindo como se um dementador tivesse passado por lá para roubar sua alegria. A viagem jamais seria a mesma sem Hermione. Sem a sensação de voar em sua Firebolt.

Harry ficou refletindo um pouco sobre o que Hermione devia estar sentindo e adormeceu.

♥ ♥ ♥

Depois de algum tempo Harry acordou.

- Seu primo foi conversar com o Malfoy. Parece que eles se deram bem. Não sei como porque ele é trouxa. – Harry nem se importou com isso. Não era novidade o quanto Duda e Malfoy eram chatos. Tinham mesmo que ser amigos, e com certeza seu primo seria mais um capanga de Draco, assim como Crabbe e Goyle.

- Feijõezinhos de todos os sabores! – disse Harry contente. – Vou comprar. Quer sapos de chocolate?

- Seria bom. – disse Rony rindo. Harry voltou para seu lugar e ofereceu feijõezinhos de todos os sabores para todos. – Hermione me ensinou a mudar o gosto dos feijõezinhos. – disse ele contente. – Acho que a gente podia pregar uma peça no seu primo. Que tal um de vômito com aparência de chocolate.

- É, podemos improvisar enquanto Fred e Jorge não trazem alguma coisa pra fazer ele vomitar mesmo. – Harry entregou algumas guloseimas da caixa para Rony que murmurou:

- Feijõezinhos que são de todos os sabores, morango, chocolate ou baunilha, cera de ouvido ou cereja, gostos amargos ou doces, transformem-se agora em gosto de – Rony riu do que aconteceria quando Duda provasse os doces. - vômito.

- Legal. – disse Harry. – Hermione te ensinou a transformar em gosto de vômito?

- Ela disse que transforma em qualquer sabor. Não sei se vai dar certo, mas eu fiz do jeito que ela ensinou. – Duda havia voltado ao lado de Malfoy.

- Os dementadores sentiram saudades nas férias, Potter! – riu ele. – Não mandou nem um pedaço do bolo do seu aniversário? Que menino mal educado. – Duda também entrou no ritmo das gargalhadas.

- Cale a boca Duda, você nem sabe o que é um dementador. – disse Harry. O Dursley desfez sua cara de bom humor. – Feijõezinhos de todos os sabores? – ofereceu Harry tirando os que haviam sido enfeitiçados por Rony.

- São de morango? – perguntou.

- De TODOS os sabores. – disse Harry tentando conter as gargalhadas.

- Não oferece para o seu colega de Hogwarts? – perguntou Draco. – Não tem portância. Os que tem sangue-puro sempre tem privilégios que os outros não tem. – os dois colocaram os feijõezinhos de todos os sabores na boca e começaram a rir com a risada de Rony.

- Eca! – disse Duda rindo com a gargalhada do ruivo, assim como Draco. – Tem gosto de vômito.

- Não consigo parar de rir. – disse Malfoy. Harry olhou para Rony.

- Acho que quando eu dei risada atrapalhou o feitiço. – disse o ruivo vermelho. – Acho melhor chamar a Hermione para ela dar um “basta” nisso.

- Vou atrás dela. – disse Harry. Ele caminhou por todos os vagões à procura dela, mas não encontrou. Enfim quando chegou no último leu uma placa na porta: “Reservado para B.T.E. – Bruxos com Talento Extraordinário”. Ele olhou por uma janelinha e encontrou Hermione lendo um livro ao lado de Vítor Krum e alguns outros bruxos. Harry bateu na porta e abriu-a. – Mione... Posso falar com você?

Ele viu os olhos dela subiram do livro para sua face. Ficou incomodado que ela estivesse sentada ao lado de Krum. Hermione movimentou os lábios e por um momento Harry acreditou que ela fosse dizer um “Não” mas ao contrário disso, ela murmurou algum encantamento no livro, deixou-o ao banco e se levantou para conversar com Harry.

- Diga.

- Veja bem... O Rony não quis dizer aquilo. Não é verdade que nenhum menino nunca tenha gostado de você.

- É claro que não é. – disse ela olhando para os pés.

- Não zombe de mim. Estou falando sério. É mentira.

- Eu sei que é, e também to falando sério.

- Certo, queremos que você volte pro...

- Não quero incomodar vocês lendo “Hogwarts, uma História” pela vigésima vez.

- Não incomoda. Você não vai querer ficar com esses metidos, vai?

- Se não fosse Krum, você poderia ficar com a gente, sinto muito. – disse ela triste. – É que ele é conhecido como o melhor apanhador do mundo.

- Não quero ser o melhor apanhador do mundo e muito menos que a minha amiga fique com esses narizinhos empinados, achando que tem um talento especial. Você tem, mas não quer ficar se exibindo com isso. Então... Volta...

- Está bem. – disse ela. – Vou voltar. Só tenho que pegar “Hogwarts, uma História”. É um livro muito importante que todos deveriam ler.

- E acho bom você saber fazer algum contrafeitiço para feijõezinhos de risada.

- Quê? – perguntou ela incrédula. – O que foi que você f... Rony! – adivinhou Hermione ficando irritada. – Seu primo! Posso saber o que Rony fez com o seu primo?

- Nós tivemos a idéia de transformar alguns feijõezinhos em sabores de vômito para o Duda comer mas o Rony riu no meio do feitiço e agora eles não param de rir com a voz do Rony.

- Eles quem?

- Esqueci de contar. Malfoy e Duda ficaram amigos. Ambos comeram.

- Se alguém descobrir... Vocês podem levar até uma detenção ao chegarem na escola.

- Eu sei. Por favor, me diga que sabe alguma coisa para parar isso.

- Claro que sei! Me lembro bem que no “Contrafeitiços Padrão” falava alguma coisa sobre isso. – os dois caminharam pelo trem até acharem Duda e Malfoy ainda rindo. Hermione olhou com desdém para Rony. – Tempus Veneficus. – disse ela sacudindo a varinha, formando uma espiral e depois uma leve circunferência. Uma luz amarela saiu da varinha de Hermione e atingiu os dois meninos. Instantaneamente eles voltaram ao normal.

- Vamos sair desse hospício. – disse Malfoy. – Vamos Duda. – o primo de Harry balançou a cabeça e saiu olhando agradecido para Hermione.

- Ronald Wesley! Se a sua mãe soubesse...

- Mas ela não vai saber. – disse ele autoritário. – Ou vai?

- Eu vou por minhas vestes. – anunciou Hermione. – Vamos chegar em quinze minutos e eu não quero ser a última a me trocar. – a garota deixou-os. Harry mal podia acreditar que dentro de quinze minutos estaria de volta a Hogwarts, ou seu lar. Só esquecera de perguntar a Hermione o que Krum fazia no Expresso de Hogwarts, mas isso podia esperar... Ainda teria um ano inteiro para perguntar a ela...

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