Confissões... por Sirius Black
Confissões
por Sirius Black
Eu sempre soube que não se brinca com as mulheres Black. Sei disso desde minha infância. Aprendi com minha mãe, Walburga Black. Ela era fria, calculista, e não demonstrava sentimentos. Pelo menos os bons. Na verdade nem sei se ela os tinha.
Minha tia... Pode-se dizer que Druella Black era ainda pior do que minha mãe. É preferível não ter sentimentos bons, a fingir tê-los. Hipócrita... e fútil. Era impressionante vê-la, quando titio chegava bêbado. O tratava com carinho, parecia achar que aquele era o papel dela. Mas quando ele dormia... Pobre titio! Ela pegava todo o dinheiro do seu casaco e saía... Desatava a fazer compras!
Minha prima mais nova, Narcisa Black, parece que aprendeu muito bem com a mãe. Era falsa! Com seus longos cabelos loiros e seus grandes olhos azuis, conseguia tudo o que queria. Conquistava qualquer um com aquele jeitinho dengoso.
Andrômeda Black, a Andy, essa não é como as outras. Ela é autentica. Mas ela não é tão diferente assim. Sem dúvida alguma o sangue da família corre em suas veias. Ela é orgulhosa como todos os Black. E é ambiciosa como os mesmos. Só que a ambição da Andy é diferente. Ela não passa por cima de todos para isso, mas sempre consegue seus objetivos. Resumindo, ela não é covarde como os outros Black. Senão não teria fugido de casa com um nascido trouxa.
Agora, a minha prima mais velha... Ela é a mais diferente, e ao mesmo tempo, a mistura de todas elas. Bellatrix Black é o que se pode dizer de uma mulher perfeita. Ela é linda, irresistível, tem um corpo escultural... E os olhos mais lindos e expressivos que se pode ter. O seu olho azul acinzentado é a única coisa nela que se dá pra entender. É nele que moram os seus segredos. O cabelo é magnífico. O negro dele a impõe seja onde for. É inteligente, esperta, ambiciosa... E fria. Para os Black e o tipo que a cerca é o que a torna perfeita. Para mim, foi o que acabou com a gente.
Sim, eu a amei. Muito! O tanto que eu nunca imaginei ser capaz. Principalmente ela. Sempre tão calculista, tão interesseira, tão cruel... E tão interessante. Ela me absorvia por completo. Ela fazia com que eu não conseguisse distinguir a fantasia da realidade. Ela me inebriava. Me atormentava. E ainda atormenta. Em meus pensamentos.
No começo era apenas o tormento de dois primos que se odiavam. O que eu sentia por ela era apenas desprezo. Uma menina mimada que achava que podia ter tudo. O que eu não sabia naquela época é que ela pode...
Depois, com meus treze anos, veio o desejo. O típico desejo pela prima mais velha... Eu ainda a desprezava, mas ainda assim a desejava. Ela sabia disso. E me provocava. Me torturava com pequenos gestos, como um decote maior, uma saia mais curta, um aproximamento. Ela sempre foi cruel...
Aos quinze anos já estava totalmente apaixonado por aquela mulher. E eu sabia que por mais meninas que eu encontrasse, e que até gostasse, ainda assim a desejaria. Elas seriam apenas meninas perto daquela mulher. Teria que tê-la. A minha sorte é que também sou um Black. E também sei provocar.
Nessas férias eu já estava preparado para ela. Para encarar seu jogo, e jogar também... Provocações, e mais provocações. Sedução. Dos dois lados.
Encontrões pela casa sem ninguém por perto, corridas para a cozinha à noite, visitas inesperadas no quarto. Eu a tinha por brevíssimos momentos, mas momentos cheios de extravasamentos. Beijos, amaços, desejos, loucuras, prazer. Tudo misturado. Tudo ao mesmo tempo. E provocações. Sempre teve isso. Um jogo de sedução.
E para ela sempre foi por isso. Pelo jogo. Pelo menos era o que demonstrava. No meu caso, era apenas uma paixão. Assim eu achava. Mas paixão é coisa que dá e passa. Paixão, não te prende a uma única pessoa. Paixão, não te deixa feliz só por está com ela. Paixão, não te leva às nuvens quando ela sorrir. Paixão... Não te faz querer morrer por saber que ela está com outro.
Bellatrix ia se casar. E ela agora seria a Srª Lestrange. E não a minha priminha mais velha, com a qual eu me divertia nas férias. Foi aí que eu descobri a diferença de paixão para amor.
Eu não suportava vê a Bella com aquele cara. Se arrumar para ele, sair com ele, beijar ele em público. Tudo o que não podia fazer comigo. Eu não suportava saber que ela iria se casar com ele.
Mas ela também me queria. Eu sabia disso. Só que a diferença da gente é que ela só conseguia demonstrar isso à noite, em seu quarto.
“Sirius... eu preciso tanto de você!” dizia ela em momentos de devaneios” Me liberta”
“Bella...”
“Eu te amo, Sirius!” ela sussurrava. Porque ninguém podia saber.
Eu não dizia muita coisa. Apenas a amava. Era tão diferente vê-la daquele jeito. Tão insegura... Tão vulnerável! Mas isso era só à noite...
Na manhã seguinte ela voltava ao normal. Segura, confiante, sedutora, e provocante. Ela não ousava sequer lembrar o que dissera na noite anterior. Mas era tarde, eu já sabia que aquele jeito frio dela era só pra esconder que também tinha fraquezas e medos. Ela só precisa se mostrar forte. O que fazia muito bem.
Naquele tempo eu me perguntava muito o que impedia a gente de ter uma relação à sério. O fato de sermos primos não era um motivo, já que na nossa família muitos primos se casam para seguir a linhagem de sangue puro. Mais uma porcalhice Black... Toujours Pour. O lema deles. Nunca concordei com essa nojeira.
A Bellatrix concordava. E isso era o que nos impedia uma relação séria. Os nossos ideais. Custeia a entender isso. Bellatrix acredita que somente o sangue bruxo, puro, é capaz de ter o poder. O poder absoluto. E isso ela sempre quis. E pra ela não importava os meios. Os fins justificariam. Tudo pelo seu ideal.
Já eu não concordo com nada disso. Para mim não importa ser sangue puro ou não. Não importa ser mestiço. Também nunca quis “o poder”.
Para falar a verdade, antes eu não me importava muito com isso. Mas depois... As coisas tomaram proporções imensas. Tinha gente morrendo. Tudo pelo tal ideal. Decidi então que estava na minha hora de agir. Afinal eu também tinha o meu ideal. E eu iria lutar por ele.
Nunca vou me esquecer do dia que a deixei. Do dia que a vi pela última vez como eu conhecia.
Naquele dia quando ela entrou no meu quarto, foi uma surpresa muito grande. Eu estava planejando deixar uma carta para ela. Fiquei com medo de não conseguir se a visse.
_ Para onde você vai? – perguntou ela ao ver minha mochila no chão.
_ Eu vou embora Bella. – falei com algum pesar. Ela estava tão linda. Com uma trança caprichada de lado. Uma camisola delicada e um pouco transparente, deixava seu corpo muito bem delineado. Seus olhos mais lindos do que nunca...
_ Embora? Para onde? – falou desacreditada.
_ Não importa, Bella! – precisava ser firme.
_ Oh priminho, resolveu dá mais uma crise de adolescência? – perguntou debochada.
_ Olha, eu não quero discutir! Eu só quero ir embora daqui! – falei pegando a mochila. Eu não podia dar trela pra ela. Tinha que ir logo. Antes de desistir...
_ Você tá falando sério? Você vai embora mesmo? – ela falou pela primeira vez sem seu sarcasmo habitual.
_ Vou...
_ Por que, Sirius?
_ Porque eu preciso. Eu preciso sair dessa casa. Eu preciso ter minha vida. – falei um pouco alto. Talvez pra seguir aquilo que tava dizendo – Tem uma guerra acontecendo lá fora, Bellatrix. E eu preciso fazer algo por ela.
_ Não é uma guerra, Sirius. – falou ela fria – É a tomada do poder. Por quem tem direito a ele.
_ Pois é! Você já está seguindo um lado – falei revoltado pelo que ela terminara de dizer – Eu preciso seguir o meu.
_ Você está escolhendo o lado errado, Sirius.
_ Engano seu, Bella. – falei cansado – Você que escolheu. Há muito tempo...
_ Eu só estou lutando para alcançar meus objetivos.
_ Merda, Bella! – falei batendo na cômoda – Por que você tem que tornar tudo tão complicado?
Ela ficou calada. Estava tentando permanecer fria. Eu a conhecia o tanto para saber disso. Então falei o que estava lutando para não dizer:
_ Eu te amo, Bella!
_ Então, Sirius, fica do meu lado! – tentativa frustrada. Ela não conseguiu ser fria – Eu deixo o Rodolphus! É só você ficar do meu lado, Sirius!
Eu não estava preparado para ouvir aquilo. Há meses era tudo o que eu queria ouvir. E era sincero... Dava pra vê em seus olhos. Há meses... Mas agora... Eu já tinha optado pela minha dignidade.
_ Não é do seu lado que você quer que eu fique Bella. – falei com um sorriso fraco. De frustração. – É do lado dos seus ideais.
Ela voltou ao seu natural. Se controlou. Voltou a ser fria. Mas nos seus olhos... Neles dava para vê seu sofrimento.
_ Se você for embora agora, Sirius, eu não garanto que quando a gente se encontrar de novo eu não te mate.
_ Eu sei... – falei triste – Mas ficar aqui, do seu lado, como você diz, vai me fazer morrer também. Prefiro morrer lutando... Pelos meus ideais! É mais digno!
Ela me olhou. Me observou. Por um momento pensei que ela ia chorar. Por um momento pensei que ela ia me beijar, e que tudo isso ia ser deixado de lado. Ela não chorou. Ela não me beijou. Ela virou as costas e saiu.
_ Adeus, Black! – falou antes de fechar a porta.
E eu... Também fui embora. Fui embora pra nunca mais vê a Bella. Eu sabia que a próxima vez que nos encontrássemos ela naum ia mais ser aquela Bella, e nem eu seria aquele Sirius. Eu nunca mais seria o mesmo. Sabia que me lembraria dela até o final. Dos nossos beijos, das nossas carícias, das nossas provocações, dos nossos prazeres... Das nossas brigas. O que eu não sabia é que ela iria deixar um vazio tão grande em mim. Um vazio que nunca seria preenchido.
Mas eu sempre soube que não se brinca com as mulheres Black.
Sirius Black.
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gentee eh meio melozinhaa mesmo a fic... rsrs
É um jeito diferente de Sirius Black!! x)
maas releeveem... ela foi feita numa aula xaaata de biologiaa!
xD
Sofia Quintela
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