Aprendendo a conviver



Era interessante observar aquele líquido escuro rodar pelo copo e não deixar nenhum rastro. Ele não manchava a taça de vidro, não lhe fazia nenhum dano. Porém, o vinho não era o perdedor. Rosier tinha certeza de que se entornasse o objeto na sua direção naquele momento o dano em sua camiseta branca novinha que comprara exatamente para aquela data seria dolorosamente irrecuperável. Afinal, os feitiçeiros estavam ocupados demais em inventar pedras que transformavam tudo em ouro para se preocuparem em criar um feitiço anti-manchas! Patético!

Ela percebeu sua presença antes mesmo de sentir o peso no braço de sua cadeira e sua voz cumprimentá-la.

- Olá. É assim que pretende começar o ano? Bebendo? Vai passar o ano todo bebendo!

Rosier olhou para o conteúdo intacto de sua bebida.

- Nem estou bebendo.

- Então tá.

Ela reagiu indignada quando ele tirou a taça de suas mãos.

- Dylan!

Ele ergueu as sobrancelhas.

- Se não estava bebendo devo supor que há algo de muito interessante aqui dentro.

Rosier riu.

- Pode pegar, minha observação já tinha acabado mesmo.

Esticando o braço sobre a garota, Dylan virou a taça na planta atrás da mureta que rodeava a varanda onde estavam. Rosier prendeu a respiração e se recostou mais no encosto acolchoado.

- Tudo bem?

Ela abriu os olhos, dando conta de que os fechara.

- Claro. Para onde eles estão indo? - desconversou, apontando para Maggie, Sírius, Sarah e Lucas que saíam dos jardins e entravam na casa, conversando animadamente.

- Vão subir, eu acho. Estavam todos combinando de assistirem aos fogos de artifício da sacada. Você não quer ir?

- Ah... A vista daqui também é boa.

Ao sentir que ele lhe encarava, Rosier desviou os olhos, fingindo interesse nos outros que, um a um, deixavam a mesa do jardim e seguiam o mesmo caminho que os jovens. Seus olhos recaíram sobre uma figura isolada. Olhava na direção deles.

- Lily está olhando pra você. - falou ainda sem encará-lo.

Dylan não se moveu.

- Deve ser impressão sua.

- Não, não é impressão. Ela realmente está olhando pra...

- Deixe Lily pra lá, Rosy.

A moça em questão levantou, passou por eles e entrou dentro da casa. Rosier suspirou.

- Acho que ela também foi assistir os fogos. Pode ir, eu vou ficar por aqui.

- Qual é o problema, Rosier? - a voz de Dylan soou irritada, fazendo com que ela o encarasse sem entender. - Porque está me jogando nos braços de Lily?

Rosier abriu a boca, mas fechou-a outra vez.

- Eu não estou te jogando nos braços dela - negou. - só achei que você queria ficar com ela.

- Pois eu não quero. Não mais. Minha paixão por Lily já passou da hora de acabar.

Rosier tinha uma leve impressão de que fazia uma cara de idiota. Piscou e forçou um sorriso.

- Ok. Não está mais aqui quem falou, então.

- Ótimo! - exclamou ele, sorridente. - Agora sai pra lá que eu quero assisitr os fogos. Faltam três minutos.

- Ei! Não cabem nós dois aqui!

E não cabia mesmo, o assento era pequeno demais.

- Ah, tá legal...

Dylan saiu com dificuldade do buraco onde se enfiara. De pé, observou a garota ruiva que gargalhava. Começou a rir também.

- É bom ver você assim... - comentou. - Fazia um tempo que você parecia me ignorar.

Rosier parou de rir, lembrando-se, então, porque o ignorava.

- Estamos entrando num novo ano - ele continuou, aproximando-se dela. - Vamos esqeucer tudo o que houve nesse ano, sim?

Ela fez um aceno com a cabeça, exclamando, surpresa logo depois. Dylan havia aproveitado sua distração para sentar-se em seu colo.

- Ei, o que está fazendo! - ela o cutucou, divertida.

- Ah-hãm! - Dylan segurou suas mãos e as abraços em volta do seu corpo. - Eu quero ver os fogos e se você não percebeu, só há uma cadeira aqui!

- Porque eu a trouxe, seu folgado! - Por mais que ela brigasse, estava rindo e aceitando abraçá-lo. - Era só buscar uma!

- Aqui está melhor - Dylan respondeu e o seu tom de voz fez algo vribrar no coração de Rosier. Ela recostou sua cabeça na dele quando ele a apoiou na curva de seu pescoço.

- Rosier? - ele chamou quando o relógio avisou faltar um minuto para a meia-noite.

Ela estava ciente demais do carinho que ele fazia em sua mão para conseguir prestar atenção. Foi por isso que ele inclinou um pouco a cabeça, perto demais que ela conseguisse deixar de tremer.

- O... O quê?

A voz dele era rouca e sussurrada, mas se podia notar o tom levemente divertido.

- Você tem noção de que as posições estão invertidas, não?

Ele não aguentou e riu.

- Idiota.

E o idiota ergueu a cabeça e se ajeitou de lado em seu colo. Rosier não pôde controlar os batimentos acelerados de seu coração quando ele apoiou uma mão no encosto da cadeira e com a outra jogou os seus cabelos para trás, segurando, então, seu pescoço.

- Eu senti sua falta nesses meses - confessou baixinho. - Demorei pra entender porque se afastou... E demorei pra perceber também o quanto sua compania sempre me fazia feliz... Fui mesmo um idiota. Desculpe-me.

Os sentimentos eram profundos demais para que ela conseguisse transformá-los em palavras.

- É um novo ano - conseguiu, por fim, dizer. - Vamos esquecer toda essa história.

- Sim - Ela entrou em torpor quando percebeu que ele aproximava sus lábios. - Vamos escrever nossa própria história.

No momento em que os lábios se tocaram, uma explosão iluminou o céu sobre eles. Rosier quase acreditou que aquilo estava acontecendo apenas em seu coração quando se lembrou dos fogos. Na mesma hora, os dois se afastaram e levantaram os olhos.

- Feliz ano novo, Rosy.

- Feliz ano novo, Dylan - ela retribuiu, sorrindo, contente.

Ele se virou outra vez e voltou a unir seus lábios, dessa vez aprofudando o beijo que transmitia apenas carinho, amor, doçura...

- Eu achei que você queria ver os fogos - Rosier comentou, sem ar, quando eles se afastaram um pouco, apesar de não ter feito esforço nenhum.

- Mudança de planos. Além disso, não acho que vou querer passar o ano todo assistindo a fogos de artifício...

Ela mal teve tempo de entender o significado daquelas palavras, quando ele voltou a beijá-la, seu cérebro entrando em torpor novamente enquanto as luzes lá em cima brilhavam e explodiam indiferentes aos únicos seres de uma platéia que as ignoravam.


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- Você não está se concentrando, Sarah.

Sarah sentou-se no chão, desanimada. Quando algo espetou o seu dedo ela fez uma careta e se afastou dos pedaços de vidros que outrora fora um belíssimo porta-retrato.

- isso é impossível! - Ela gritou. - Tudo vem espontâneamente, não há como canalisar toda a energia para o braço da varinha!

- Há, se você se esforçar mais - Harry repreendeu, fazendo os cacos de vidro se reintegrarem outra vez. Ao olhar para a garota ele suspirou, solidário. - Seus poderes são incríveis, Sarah, mas você se descontrola em momentos de grande emoção. É só isso que precisamos mudar.

- Mas estamos tendo progresso, não estamos? - ela perguntou esperançosa. - Quero dizer, eu já consegui atingir só o que eu queria atingir, sem prejudicar mais nada!

Ela apontou para a pequena estante, atualmente quebrada, com suas dezenas de livros jogados, sem metade das folhas, para todos os cantos.

Harry achou que não precisava lembrá-la que um dos livros ricocheteara e quebrara o porta retrato preferido de Draco. Nem que outro lhe acertara a cabeça e o deixara zonzo antes que pudesse detê-lo.

Sorriu bondosamente.

- Tivemos um bom começo. Mas enquanto você não aprender a canalisar sua energia apenas para a sua varinha corremos o rosco de que se descontrole outra vez e libere feitiços para todos os lados.

Sarah acenou, mas não fazia idéia de como conseguiria isso. Harry voltou a sorrir.

- Vou te deixar descansar. Deve ter muito o que arrumar para a volta à Hogwarts amanhã. Continuaremos com as aulas na sexta, treine até lá.

- Vou treinar. Obrigada, tio Harry.

Assim que Harry saiu, outra pessoa entrou. Sarah sorriu.

- Olá, Lucas. Veio ver mais um fracasso?

- Não seja tonta - Ele ofereceu a mão para ajudá-la a levantar - Você está treinando há uma semana, era de se esperar que não conseguisse milagres.

Sarah mordeu os lábios, travessa. Ela puxou Lucas para um canto e, depois de se assegurar que estavam mesmo a sós, ela sussurrou:

- Posso confiar em você para uma coisa? Você não vai contar ao meu pai nem para tio Harry?

Uma ruga de preocupação surgiu entre os olhos do rapaz.

- O que você está tramando?

- Eu descobri... Claro, quando não estou abalada nem nada, mas eu descobri que consigo... Veja só.

Ela tirou a varinha da manga e entregou-a para Lucas. Deu alguns passos para trás.

Sem entender, Lucas apenas observou quando Sarah estendeu a mão na sua direção.

- Dê-me a varinha - ela falou numa voz diferente.

Num primeiro momento, ele achou que ela estava vindo buscá-la, então espantado, percebeu que era ele quem se aproximava. Seus pés deslizavam sem sua autorização para mais perto de Sarah, enquanto a mão com a varinha estendia o objeto para a garota.

- Merlim, Sarah... Faz isso parar!

Então parou, mas ela não sorria mais. Especialmente quando ele deu um pulo para trás, parecendo assustado.

- O que foi? Você não gostou?

- Isso... é muito esquisito! Como você soube que podia fazer isso?

- Borboletas. Tinha uma aqui dentro ontem. Foi incrível! Eu chamei e ela veio até mim!

- Não é perigoso ficar fazendo essas mágicas assim? - Lucas perguntou, ainda meio pertubado. - E se o ministério descobir?

- Essa sala não detecta magia, esqueceu? É por isso que estou aprendendo a controlar os meus poderes com tio Harry aqui.

Ela encarou-o, parecendo preocupada.

- Mas... É só uma brincadeira. Não há razão para ficar tão assustado assim... Quero dizer, o que eu fiz não é tão difícil para qualquer outra pessoa...

Lucas não concordava. Aquilo era mesmo assutador, era... Difícil. Era perigoso. Mas era sua amiga ali, inocente e ignorante dos próprios poderes excepcionais. Então ele abriu um sorriso para ela e puxou assuntos friviais, tentando imaginar até onde iriam os poderes de Sarah, e até que ponto ela os conhecia.

♥_________________________________________♥

A volta à Hogwarts foi tranquila. Ou pelo menos até onde um grupo de centenas de alunos cheios de agitação e fofocas podem ser tranquilas. As aulas extras com Harry, para desespero de Sarah, passaram a ser quase todos os dias. Apesar de ainda não ter conseguido o controle total de seus poderes em momentos de grande emoção, no final de Janeiro Sarah já era capaz de fazer com facilidade todos os exercícios e feitiços na sala de aula e ainda praticar as tarefas extras que Harry passava. Mas ela não mais mostrava a seus amigos o que descobria poder fazer a cada dia. Muito menos ao seus pais, ou a qualquer outra pessoa. Sarah era uma pessoa curiosa e gostava de testar seus limites, mas por algum motivo a experiência com Lucas mostrou que nem todos fossem iguais, talvez.

Sarah não fora assistir ao jogo de quadribol. Ela não gostava de se ver dividida, e Sonserina contra Grifinória era um terrível teste pra ela. De um lado, seus grandes amigos, do outro, seu irmão. Sem contar que seu pai pulando na arquibancada e jogando indicações e ordens para o filho lá em cima também não era animador para que torcesse em paz por sua casa.


Então, depois que os amigos apareceram exaustos e satisfeitos para uma festinha de comemoração pela vitória, Sarah deu-lhes um abraço e aproveitou a aglomeração para se afastar de mancinho, sem ânimo para festas também.

- Viu o Lucas? - perguntou para Rosier quando ela passou mau humorada ao seu lado.

A garota fez um aceno negativo com a cabeça e subiu as escadas para o dormitório. Sarah suspirou, Dylan ficava irratíssímo quando perdia o jogo e deveria ter descontado na namorada.

Sentindo seus ouvidos começarem a doer com o barulho excessivo, ela passou pelo buraco do retrato o mais depressa possível.

- Ah, desculpe, eu... Collin?

Collin Creevey estava parado à sua frente, com a mochila preta de sempre jogada no ombro. Por pouco ela não o derrubara na escada.

- Sarah! Até que enfim, eu achei que você não ia mais aparecer.

De alguma forma estranhamente inusitada, Sarah se sentiu reconfortada ao rever o seu "mais novo velho amigo". Sorriu e deixou-se ser ligeiramente abraçada.

- O que está fazendo aqui? Quer dizer, como chegou?

- Tenho sido bastante liberado para fazer cobertura no campeonato de Quadribol Hogwarts. As pessoas ultimamente parecem bastante interessadas nos jogos, com tantas celebridades aqui dentro agora.

Collin deu um sorriso significativo, fazendo Sarah rir.

- Porque você não faz parte da equipe? Esperava te ver no jogo.

- Esperava? Não, eu prefiro não fazer parte de nenhum time, gosto de quadribol mas odeio essas disputas entre casas. Aliás, vamos dar uma volta? Tem muito barulho aqui.

- Claro.

Fazendo um gesto de cavalheirismo exagerado como qual Sarah sorriu, Collin estendeu o braço e desceu com ela as escadas.

- Como passou o feriado, Sarah? Bem?

Um nó começou a se formar na garganta de Sarah; ela engoliu em seco.

- B-bem... Quero dizer... Não, na verdade. Aconteceram muitas coisas...

Calou-se.

Collin a fez parar e virou-a para si. Os olhos da garota estavam úmidos.

Ele franziu o cenho.

- Vou começar a achar que a minha compania te deixa triste. É eu te encontrar que ou você está chorando, ou começa a chorar.

Sarah piscou, uma lágrima se desprendendo de sua pálpebras e rolando. Os olhos de Collin seguiram automaticamente o seu percurso.

- Não pense isso, não tem nada a ver... É que eu ainda estou tentando me acostumar com as coisas que andam acontecendo... É tudo tão recente...

A expressão de quem não estava entendendo nada que surgiu no rosto do pobre homem fez até Sarah sorrir.

- Sarah, o que aconteceu com você?

Ela suspirou e olhou ao redor. Não haviam se afastado muito da torre da Gifinória. Ela o puxou para que continuassem andando.

- Eu descobri... Que sou diferente. Muito diferente, entende?

Não, Collin não estava entendendo.

- Você é lésbica? - ele perguntou de repente. Sarah arregalou os olhos e riu.

- Não! Não é nada disso! Eu só... Ah, deixa pra lá. Outra hora eu te explico melhor. Você deve estar com pressa agora pra escrever a matéria do jogo. A história é um pouquinho longa.

- Bom, eu realmente tenho que ir escrever, mas vou me sentir mal se te deixar agora, do jeito em que está. Tem certeza de que não quer conversar agora?

Sarah ia responder, mas algo pareceu chamar a sua atenção e ela parou de repente, olhando fixamente para uma porta entreaberta. Collin, que parara bem a frente, não podia ver nada.

- O que...

Ela fez sinal para que ele não se aproximasse quando pareceu que ele queria fazer isso. Os olhos dela arregalaram de repente e suas bochechas coraram. Então ela pegou sua mão e correu.

- Corre! Vamos!

- O que...?

- Corre! Corre! Corre!

Os dois correram até virar dois corredores, onde só pararam quando um ser de cabelos ruivos veio na direção contrária e quase se chocou contra eles.

- Desculpe - pediu Lily, continuando a correr pelo caminho pelo qual eles tinham acabado de vir.

- Você jovens - disse Collin, arfando. - Não sei que graça vêem em ficar correndo.

Sarah olhou para o lado, notando um burburinho por perto.

- Tem alguma coisa errada - falou.

Os dois viraram o próximo corredor e perceberam uma aglomeração de pessoas e uma verdadeira bagunça.

- O que será que está acontecendo? - perguntou Sarah.

- Não sei, vamos lá ver.

- Dá licença, dá licença - Sarah foi abrindo caminho entre a multidão. - O que está havendo? - perguntou para uma garota gordinha do primeiro ano ao avistar seu irmão entre um sonserino que tinha algumas aulas com elae um um grifinório da sua turma, ambos muito pálidos.

- Os dois... - disse a garota, com uma expressão de nojo. - Eca...

- O que houve?

- Eles foram pegos juntos...! Estavam se beijando!

O queixo de Sarah caiu sem que ela pudesse evitar. Constrangeu-se, porém, quando o colega de sala ergueu os olhos até então postos no chão e a encarou, magoado, tendo ouvido as palavras pouco discretas da garotinha.

- E porque esse monte de gente aqui? - Ela faloum alto de repente. - O que todo mundo tem a ver com isso? Anda! Vazando, todo mundo!

Os estudantes se entreolharam; alguns se afastaram reclamando, outros apenas reclamaram.

- Vocês estão surdos?! - ela continuou. - O que vocês têm a ver com a vida deles? Quem são vocês pra julgar alguém? Vazando! Vão cuidar das suas vidas!

- 5 pontos para a Grifinória pela sensatez, srta. Malfoy.

Sarah deu um pulo, virando-se para trás (como todos) para ver Blaize Zabini parado ali.

- Vocês ouviram a colega de vocês, voltem para suas salas comunais e vão cuidar das suas próprias vidas.

- Mas professor, eles estavam...

- Eu já fui informado das circurstâncias, sr. Poirot, não precisa refrescar a minha memória. Agora, se eu fosse o senhor, voltava para a minha sala comunal e não incomodaria mais meus colegas, a menos que queria que eles saibam da condição em que o encontrei semana passada neste mesmo corredor.

O grandalhão de cabelos crespos ficou tão pálido quanto seus amigos pegos no flagrante. Zabini ergueu uma sobrancelha.

- Você devia enxergar suas verdades vergonhosas antes de falar dos seus colegas. Vá para o seu Salão Comunal e fique avisado, se eu souber que têm perseguido seus colegas eu passarei a te perseguir, Poirot. Espero que tenha sido o suficientemente claro.

Forçadamente, o rapaz respondeu.

- Sim, senhor. - E se afastou.

Com apenas um olhar cortante de Zabini, os outros também os seguiram um a um. Apenas Collin (afastado bem uns três passos de Zabini), Dylan, Sarah, Lily, e o próprio Zabini além dos dois garotos envergonhados, continuavam lá.

Os dois o encararam, constrangidos.

- Vocês estão bem? - ele perguntou, surpreendendo-os. - Alguém fez alguma coisa além de ofendê-los verbalmente?

Os dois se entreolharam outra vez.

- N-não, não senhor.

- Ótimo. Se fizerem alguma coisa, vocês terão que nos avisar. O Preconceito é crime, além de um grande atentado contra a moral e auto-estima das pessoas. Por outro lado, esse tipo de... de contato dentro da escola é proibido para qualquer... - Zabini estava surpreendentemente corado. Sarah e os outros o encaravam, esperando o que ele iria falar. - Para qualquer estudante, de qualquer sexualidade. Por favor, evitem isso da próxima vez. E eu vou ter que retirar cinco pontos de cada por infringirem essa regra. Estão bem mesmo?

Os dois fizeram acenos positivos, sem palavras para dizerem qualquer coisa, e se retiraram.

Zabini olhou friamente para Collin (que deu um outro passo para trás) e encarou Sarah.

- Eu precisava...

- Ótima defesa, tio Zabini - ela o cortou, grudando no braço de Collin. - Se eu souber de algo vou avisa-lo, não se preocupe. O lado bom de tudo isso é que agora eles não vão precisar mais se esconder, não é? Devia ter sido difícil pra eles...

- É. Provavelmente. Sarah...

- Bem, até mais então, tio, eu e Collin tinhamos um assunto pra resolver. Até mais.

- Sarah...

Ela acenou, puxando Collin para que se afastassem do local, ignorando os chamados de Zabini.

- Que coisa... - foi só o que o jornalista comentou, tendo Sarah concordando com um aceno exagerado de cabeça.





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