Capítulo 1
“Ain’t nothing wrong whit it, just actin’ like we’re animals.”
Acelerando. Acelerando, acelerando, acelerando. Haha, não sei porque, mas esse “acelerando” está me lembrando o filme das Spice Girls. Deve ser por causa daquela gostosa da Victoria Beckham, AUCH. Se concentra, camarada, nada de britânicas loucas agora. Acelera. Acelera esse carro maldito. Talvez se você acelerar bastante, o nervosismo sai pelo escapamento do carro. Hehe, James Potter tendo seu nervosismo cagado por um carro trouxa, essa é muito estúpida. Vamos, vamos, marcha três agora. Opa, não pisou na embreagem, e o carro soltou um pum. Olhei, pelo retrovisor, a fumaceira que saiu pelo escapamento. Haha, olha lá, um pumzinho de nervosismo. Cala a boca, cérebro, cala a boca. Vai, para de rir e respira fundo. Mas presta atenção na rua, besta, senão tá tudo perdido. Já imaginou? Na noite em que você vai conhecer os pais da sua noiva, você fica ai, cagando e peidando nervosismo em plena Londres, e ai chega um caminhão carregador de... De... Toras de árvore, e mata. Mata você, sua noiva, o carro. E os peidos. E provavelmente os pais da Lily morrem do coração depois, então mata eles também.
Ai meu peido. Digo, pai. Freei com tudo e encostei o carro no acostamento. A pobrezinha da minha noiva foi, quase bateu a cabeça no painel do carro, e voltou, batendo de vez a cabeça no banco do passageiro. Ela me olhou com os olhos arregalados, toda descabelada por causa do “vai e volta”.
- Pelo amor pelas coisas banais, o que foi agora? É a terceira vez que você breca do nada e quase me mata! – ela falou arrumando o cabelo.
- Li... Li... Eu não consigo fazer isso. – eu falei virando a chave naquele lugar onde as chaves do carro ficam quando o carro... Meu Deus, do que DIABOS eu estou falando?! Respirei fundo, desligando o carro. – É que... Poxa, são seus pais! E se eles me odiarem? E se eles mandarem eu pentear o meu cabelo?!
Ah não. Eu posso até fazer um malabarismo com bananas, mas eu nunca, NUNCA penteio o meu cabelo.
Só se a Lily pedir.
- Jay! – Ah, caramba. Ela fez aquela voz doce e aquele olhar bom de “eu te entendo” que só essa tampinha sabe fazer. Ela chegou mais perto de mim e começou a afagar meus cabelos. – Querido, eles vão te amar! Não é possível uma pessoa normal nesse mundo não te amar!
- Hehe... – eu ri. “Hehe”, que risada estúpida essa minha. Os pais da Lily vão odiar ela. Certeza.
- Amor, é só você se lembrar das três regras. – ela disse, no que eu JURO que tentei lembrar as três regras que eu JURO que decorei ontem, mas sei lá, elas foram peidadas (?). – Sempre aceitar tudo o que eles te oferecerem, mesmo que seja... Hã, grilo frito.
Eca.
- Gargalhe até ficar roxo das piadas do meu pai, mesmo que sejam péssimas, o que eu acredito que seja verdade.
Ah, nessa eu manjo.
- E sobre tudo, tudo, não fale palavrão na frente deles, nenhumzinho.
Oh, puta merda.
Digo, oh, que supimpa.
Você supimpa como eu supimpo?
Cala a boca, cérebro.
- Agora pisa fundo, meu bebê, porque como os bons britânicos que meus pais são, eles são muito pontuais. – falou Lily, me dando um tapinha na perna, com se tentasse... Sei lá, dar vida a ela. Tá, eu pisei fundo e bem. O carro não se mexeu.
Ai, cacetada.
- Querido, eu disse “pisa fundo”. – Lily disse sorrindo.
- Acontece que eu estou pisando fundo, querida. Na verdade, se eu pisar mais fundo do que eu estou pisando agora, eu vou furar o assoalhado e a gente vai ter que ir pra casa dos seus pais no carro dos Flintstones! – eu to ficando nervoso. É como se todos os malditos puns e cocos viessem voando de volta para a minha boca. E eu fiquei ainda mais nervoso quando Lily começou a rir MUITO e de um jeito não muito legal, para depois gritar “VOCÊ TEM QUE LIGAR O CARRO!”.
Oh.
Girando a chave. Girando, girando, girando. Ah, cara, eu estou tão nervoso que eu acho que vou vomitar.
- Tá bem. Vendo seu estado lamentável e anti-grifinório, Jay, eu te faço uma proposta.
Uh. As propostas da Lily são aqueles tipos de propostas que deixam qualquer homem... animado. Se é que você me captou, hehe. Me virei para ela, com um sorriso maroto (bons tempos).
- Que proposta?
- Se você conseguir que tudo dê certo, se você for perfeito como você sempre é... – ela chegou bem perto de mim, e sussurrou no meu ouvido: - Você ganha um prêmio.
E passou a mão... Hã. Lá. LÁ, meu Deus!
Sorri maroto e acelerei bastante, de olho nas ruas.
Eu estou sentindo. Hoje, já que eu vou “ser perfeito como eu sempre sou”, a noite vai ser mais perfeita do que sempre é. Ah, a melhor noite que eu vou passar com a minha ruiva, eu sinto!
E com um sorriso de orelha à orelha na cara eu acelerei ainda mais o carro, enquanto Lily voltava a seu banco sorrindo satisfeita e comentando algo sobre a música do KISS que tocava na rádio, e afirmando para mim mesmo algo que já é óbvio para qualquer ser desta Terra, incluindo os sogrões: eu sou irresistível.
Tô lascado.
Ah, cara, eu não POSSO. Velho, sabe quando você broxa? Então. Eu estou me sentindo (PELA PRIMEIRA VEZ NA MINHA VIDA!) completamente broxa. A segurança que eu estava sentindo há... Dois minutos e quarenta e sete segundo su-miu. Maldita, foi cagada.
Eu estacionei o carro na frenet da casa número 10. A casa dos pais dela é três casas para frente, a número 6. Estacionando. Eu nem tirei a chave da ignição e me virei para Lily.
- Eu broxei.
Ela arregalou os olhos e abriu a boca, e eu comecei a achar que essa frase tem algum tipo de ambigüidade. OPA.
- NÃO! – eu gritei e a segurei pelos ombros. – Não daquele jeito, não. Daquele jeito está ligadíssimo.
- E como está. – falou Lily, com aquela cara de safada. Eu sorri meio convencido para depois voltar a ser eu mesmo.
- Eu broxei como grifinório. Eu to morrendo de medo dos seus pais. – eu comecei a falar um monte de merda que nem tinha PASSADO pela minha cabeça. – Quer dizer, eu sei a fama das sogras. Elas vão sugando a sua alma até você virar do avesso e não conseguir falar nada a não ser “fazer churrasco para a sogra”, como aqueles robôs trouxas. E a fama dos sogros?! Eles pagam uma de simpático, e ficam rindo com você a noite toda, ai ele fala que vai pegar uma cerveja no refrigerador, e você, tentando pagar uma de educado, fala “eu vou juuuuuunto, sogrão”, ai quando vocês ficarem sozinhos ele simplesmente materializa uma bazuca, aponta para o seu rabo e fala “se você machucar meu broto açucarado eu enfio isso ai”. Eu to com medo, EU NÃO QUERO UMA BAZUCA NO MEU CÚ, LILY! – ai eu terminei essa cena do ato um gritando, enquanto puxava meus cabelos com as mãos, provavelmente acordando metade do bairro com a palavra “CÚ”.
E a desnaturada da minha futura esposa apenas me olhava, assustada, os olhos do tamanho de CDs e afastada, BEM afastada de mim. Ela ficou me olhando por uns segundos, sem mexer nenhum músculo, até que ela estreitou os olhos e apontou para o meio da minha carinha fofa.
- O Sirius andou te assustando de novo? – ela me perguntou na lata, sem nenhum rodeio, me fazendo sentir-me um bebê que é pego pelos irmãos mais velhos. Maldito Black.
- Ah... É, mas...
- James, eu posso afirmar que meus pais não são iguais aos pais da namorada do Sirius. – ela disse, se mexendo normalmente, obrigada. Então ela sorriu, olhando para o rádio (I WANNA ROCK AND ROLL ALL NIGHT! AND PART EVERYDAY!), e depois me olhou no canto do olho.
Conheço esse olhar.
- Mas sabe... – ela soltou o cinto de segurança dela E o meu. - ...eu acho que você tem que liberar um pouco toda essa... – ela girou-se rapidamente e se sentou no meu colo, com as costas viradas para o volante, as pernas envolta da minha cintura, os grandes, maravilhosos, gostosos seios completamente encostados no meu tórax. - ...tensão.
Ela apertou o botão que trancava o carro por fora. Ah meu Merlim, me controla.
- Lily, na frente da casa dos seus pais? – eu sussurrei, com a voz toda trêmula, porque ela começou a morder e beijar meu pescoço.
- A casa deles é mais para frente, você sabe. – ela me puxou mais para perto dela e me beijou como nunca havia me beijado antes. Ela controlava o beijo. Uma das suas mãos passava por entre os meus cabelos e a outra estava no meu pescoço. Me separei dela com uma...
...ENORME...
...dificuldade.
- Lily, aqui não dá. – eu TINHA mesmo que falar isso?! Credo, eu sou uma bixona. Digo, um homossexual.
Ela me soltou e ficou me estudando. Depois saiu de cima de mim e foi para o banco de trás do carro.
- Lily, não fique brava.
- Eu não quero saber.
- Lil...
-Não quero saber.
Ai a gente ficou daquele jeito. Eu todo excitado e ofegante no banco do motorista, com os olhos fechados tentando me controlar. E ela sentada no banco de trás. Até que ela, como sempre, me provocou.
- Bem que você disse. Você é broxa. – ela sussurrou aquilo e a jaquetinha que ela usava por cima do vestido do nada voou do banco de trás e ficou dependurado no volante. Eu quase quebrei meu pescoço com a velocidade que eu usei para me virar pra trás para ela, que agora só vestia um vestidinho vermelho sangue de alça e decote fundo.
É, é o meu vestido favorito. Nela, quero dizer.
Pulei para o banco de trás e me sentei em cima dela, que se deitava no banco.
- Se você me chamar de broxa mais uma vez, eu vou fazer uma coisa que vai te deixar louca, senhorita Evans, então cuidado.
- Você sabe melhor que ninguém do quanto eu gosto de ficar louca, broxa, então cuidado você. – ela falou sorrindo. Eu a acompanhei e me aproximei dela, meus lábios a poucos milímetros dos dela.
- Então eu posso começar o meu trabalho? – então eu posso começar o meu trabalho, eu sussurrei, acariciando a cintura dela. Ela mordeu o lábio inferior e deu de ombros.
- Sinta-se a von... – mas o papai aqui não deixou ela terminar a frase. Há há, não mesmo. Pressionei meus lábios nos dela, e segurei a fina cinturinha de Lily com força. Me endireitei um pouco, deitando completamente em cima dela. Ela arranhou as minhas costas e eu pude sentir que ela sorria levemente. Levei minhas mãos até as duas coxas dela, e lá, a pressionei mais contra mim. Lily soltou uma risadinha sacana, e eu também.
Ai pai.
- Lily, se você não parar de me beijar, eu vou gritar e uh... – fechei os olhos ao sentir ela lamber lentamente meu pescoço, - ...eu vou acordar a vizinhança toda. – ela se separou do meu pescoço. – Você anda evoluindo, hã, ruiva. – comentei, com um sorriso.
Ela estava sentada no meu colo, uma perna de cada lado da minha cintura. Eu estava só de boxer e ela só de calcinha e sutiã. Eu estava todo suado e as janelas do carro estavam completamente embaçadas, nós nem conseguíamos ver o lado de fora. Ela estava completamente descabelada e os lábios dela estavam vermelhos e inchados, e os meus deviam estar assim também. Ah, amaços no carro são sempre bem vindos.
Ai do nada a Lily franziu a testa e inclinou a cabeça para a esquerda.
- Ouviu esse barulho? – ela perguntou, olhando para a janela do carro.
- Eu não ouvi nada... – eu disse, enquanto beijava o colo dela.
- James, juro que acabei de ouvir o barulho de alguém batendo no vidro do carro. – ela disse se sentando no meu colo, ainda olhando para a janela que eu acho que estava do lado da calçada.
- Lily, querida, você só pode estar ficando insana. Eu também teria ouvido o tal barulho, e eu não ouvi nadica de nada. Você deve ter ouvido, sei lá, um gatinho ou... Opa. – eu finalmente havia parado de matracar. Porque alguém realmente bateu na janela do carro Eu e Lily nos entreolhamos.
- Que porra foi essa?! – eu falei alto o suficiente para açodar os outros que não haviam acordado com a palavra “CÚ”. Lily começou a se aproximar da janela, que estava ainda embaçada, e depois de um longo tempo soltou um grito fino e bem alto, que provavelmente deu um sumiço nos meus tímpanos.
- Credo, mulher, o que foi isso?! – eu falei. Ela virou-se para mim de olhos arregalados.
-Meus pais estão do lado de fora. – ela sussurrou, completamente desesperada.
OH SHIT, os tios Evans estão lá, e agora, QUEM PODERÁ NOS SALVAR?!
Segundo capítulo, “O Sirius Tem Razão”.
Vou pra ferona comer sobá, TCHAU!
ANINHA GOOBER POYNTER (L)
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