E agora... Acredita em mim
Aquele dia passara monótono, gelado e parado; ninguém não tinha nada para fazer, a não ficar no salão comunal, próximo a lareira, conversando com os amigos, ou jogando xadrez bruxo ou até mesmo, Snap Explosivo. Tiago e Remo encontravam-se sentados em poltronas conversando com o tom de voz baixo, e parando abruptamente de falar ao perceberem a aproximação de alguém. Sirius decidira ficar no dormitório, assim como Cassye.
Segunda-feira. Dia de acordar cedo para assistir aulas. O dormitório masculino estava silencioso, quando as 6:30 o despertador trouxa de Remo Lupin, toca alto, anunciando que era hora de acordar. Remo levantou instantaneamente, mas Sirius e Tiago colocaram os travesseiros sobre a cabeça. Pedro tinha o sono muito pesado, por isso, continuava a roncar. Lupin jogou um travesseiro em cada maroto, e se dirigiu rapidamente para o banheiro. Passados aproximados vinte minutos, Remo saiu do banheiro e percebeu que os amigos não haviam movido um músculo. Revirou os olhos, ao deparar-se com a cena, apanhou a varinha, apontou-a para o despertador e murmurou “sonorus”, e colocou o mesmo para tocar. O despertador trouxa tocou tão alto, que Sirius e Tiago que haviam voltado a dormir, acordaram num pulo, e Pedro de tanto susto, caiu da cama. Os outros três riram da cara de Rabicho, caído de bunda no chão, com os olhos arregalados. Tiago correu para o banheiro, queria ser o primeiro a tomar banho. Sirius percebeu a ação do amigo, revirou os olhos e xingou baixinho. Remo já havia se trocado, e riu da cara emburrada de Almofadinhas. Sabia que os três iriam demorar a se aprontarem, portanto, resolveu descer para o salão comunal e esperá-los. Ao descer as escadas, avistou uma cabeleira ruiva sentada em uma poltrona, enfrente a lareira. Lílian estava com um livro nas mãos, mas não saia da mesma página. Estava lá a mais de vinte minutos e ainda lia a mesma linha, sem ao menos entender uma palavra. As lágrimas a cegavam, e Lily não conseguia ler absolutamente nada. Ela secava as lágrimas com as costas da mão, recusando-se a chorar novamente. A página que em vão, tentava ler estava com marca de lágrimas caídas. A ruiva pensava repetidamente “Madame Pince vai me matar por deixar marcas no livro! Pare de chorar, Lílian!”. Porém os pensamentos eram inúteis, pois lágrimas continuavam a deslizar por suas belas feições, e ela continuava, teimosamente, a secá-las. Estava tão distraída, que não percebeu Remo Lupin se aproximar dela:
- Bom dia, Lily. – Disse o maroto, com um fraco sorriso no rosto.
- Dia, Remo. – Respondeu a garota de cabelos acaju, com a voz embargada, enxugando novamente, as lágrimas teimosas e virando-se para encará-lo.
- Você não estava chorando, estava? – Perguntou Lupin, encarando os olhos verdes de Lílian.
- Não... Que bobagem, Remo... – Tornou a responder Lily, tentando disfarçar.
- Você não me engana, Lílian. – Disse Remo, seriamente.
Ela demorou a lhe dar uma reposta, hesitou por alguns minutos, que pareceram mais longos do o normal. Lily encarou o livro, e depois se voltou para o amigo:
- Não consigo esconder nada de você, não é mesmo Remo? – Falou, com a voz meio falhando e rouca.
- Sinceramente, te conheço o bastante para dizer que não está bem. – Respondeu o garoto de cabelos castanho-claro, sorrindo fracamente. Ela sorriu de volta, e depois os lábios rosados dela, não mais se curvaram. Ela encarou-o, seria e tristemente.
- Ah, Remo... Seu amigo é tão... tão... Eu disse que iríamos ao baile como amigos, mas... – Ela não terminou a frase. As palavras se perderam, e Lílian Evans se calou.
- Lily, eu estou a par dos fatos... Sei que Tiago não agiu certo, mas... aposto que não fez por mal e...
- Não diga que foi sem querer, Remo... Ele sabia o que estava fazendo. Tenho certeza que depois disso, você sabe, do baile e do beijo, ele me chamaria pra sair como fez tantas vezes antes... – Lílian o havia interrompido, e dito o que a atormentava por dentro.
- Eu sei que a atitude do Pontas, quer dizer, Tiago... – Consertou Remo. -... não foi certa, mas Lily, ele te ama muito e...
- Não pôde se segurar? – Completou Lílian. – Pensei que ele fosse ao menos respeitar a minha decisão de irmos apenas como amigos. Eu sei que há algum tempo atrás eu lhe disse que talvez, sentisse alguma coisa pelo Potter, mas, queria que ele realmente, me provasse que havia mudado... Mas parece que... ele continua o mesmo!
- Você está muito enganada, Lílian. Tiago realmente mudou, e mudou pra você! Admito que a atitude dele não foi a melhor que ele teve, mas... Você vai, honestamente, deixar que um beijo, em tantos outros que ele te roubou, destrua toda a imagem de mudança que Tiago Potter tentou te mostrar?
Antes mesmo que Lílian, que estava muito impressionada com que Remo havia lhe dito, passos vindos do dormitório masculino foram ouvidos. Lily queria evitar encontrar-se com Tiago, por isso, murmurou para o maroto ao seu lado “conversamos mais tarde” e passou pelo buraco da Mulher Gorda, e foi para o salão principal tomar seu café da manhã. Tiago, Sirius e Pedro encontraram-se com Remo e já iam para o grande salão, quando ouvem Cassye, Melody e Alice chegando. Os marotos (apenas Sirius, Remo e Tiago, pois Pedro não perdera tempo e fora tomar café) se viraram para cumprimentá-las, Pontas na esperança de ver a sua amada. Eles disseram “bom-dia”, no que elas responderam, exceto Cass que fez questão de dizer “bom-dia, Remo, Tiago”.Um silêncio quase constrangedor reinou entre eles e Melody resolveu quebrá-lo:
- Alguém viu a Lily por aí?
- Ela já foi tomar café. – Respondeu Remo.
- Bom, acho que vou me juntar à minha amiga... – Disse Alice, levando com ela Melody. Tiago e Remo disseram “vamos com vocês!”, deixando Sirius e Cassye sozinhos. O moreno abriu e fechou a boca várias vezes e por fim disse:
- Cassye?
- Rouwood, por favor. – Disse Cassye, divertida e provocativa ao mesmo tempo.
- Er... Rouwood?
- Que é, Black?
- Eu queria dizer que... sobre... hum... – Sirius pigarreou e antes que pudesse continuar sua frase, Cass falou:
- Diga de uma vez, Black! Tenho mais o que fazer!
- Er... Sobre... Te provar aquilo do baile...
- Não vou falar sobre isso agora, Black. Se me der licença, vou tomar café. – Ela o interrompera novamente e agora estava saindo pelo buraco do retrato. Sirius ficou pregado no chão por alguns segundos e foi se dirigir ao salão principal. Cassye estava se sentando à mesa da Grifinória um pouquinho mais feliz do que acordara. Lílian, Melody e Alice conversavam, porém, pararam abruptamente de falar quando viram a amiga chegar. Cassye nem ao menos percebeu que as amigas pararam de falar com sua chegada, e muito menos os olhares que elas lhes lançavam. Mel a chamou, receosa:
- Cass? Tá tudo bem?
- Sim, porque não estaria?
- Bom é que... er...
- Rolou alguma coisa entre você e Sirius? – Lice fora direto ao ponto.
- Não. – Respondeu a morena com firmeza. – Só digo uma coisa: Sirius Black vai ter de ralar pra me reconquistar, ah, se vai...
Lily que bebia suco de abóbora sorriu fracamente entre os goles que dava, e agora comia uma torrada amanteigada. Alice riu do comentário da amiga, Melody a seguiu, mas agora elas concentravam-se em tomar café. Os marotos sentaram-se um pouco afastados das garotas, e tomavam café da manhã silenciosamente. Mas, o silêncio raro acabou com a chegada de Sirius. Tiago riu fracamente da cara de bobo que o amigo exibia, Remo o seguiu, e logo o moreno foi questionado:
- E aí? Rolou alguma coisa entre você e Cassye? – Tiago Potter é realmente direto em certas coisas.
Remo o encarou com um olhar de censura, e Tiago voltou à atenção a seus ovos com bacon. Pedro comia sua oitava torrada, e agora lançava olhares cobiçosos ao bacon do prato de Pontas. Passados alguns minutos, Sirius respondeu a pergunta de Tiago:
- Não, não aconteceu nada. E agora ela pede que eu a chame de Rouwood. – O maroto bufou de raiva e impaciência e fez uma careta. Tiago prendeu o riso, Remo fazia o máximo para concentrar-se no seu prato, e Pedro fazia uma cara de desentendido. Sirius se virou para o amigo que tentava esconder o riso, e fez uma nova careta:
- Grande amigo você é! Rindo da desgraça alheia!
- Mal, Almofadinhas... É que... você fez uma cara muito engraçada! – Tiago agora ria das novas caretas que Sirius fazia, enquanto Remo prendia o riso.
A sineta bateu anunciando o início das aulas. Os alunos do 7° ano da Grifinória teriam uma aula dupla de História da Magia.
- Cara, ninguém merece! Aula dupla de História da Magia... – Disse Sirius emburrado.
A aula dupla passou com grande lentidão. Tiago bocejava todo o tempo, assim como Sirius lutando para se manterem acordados, porém, Remo Lupin mantinha-se acordado, não bocejava e fazia anotações sobre a aula. Lílian fazia o mesmo, e Melody tentava fazer o mesmo. Já Cassye e Alice estavam deitadas sobre as carteiras, viradas umas para a outra, com os olhos semicerrados.
Após aquela aula, tinham uma aula de poções, em que Lílian Evans teve, como sempre, o melhor desempenho. Almoçaram tranqüilamente, e ouviram a sineta bater novamente, anunciando o início das aulas da tarde. As garotas caminharam preguiçosamente, até a sala em que teriam aula de Transfiguração. Os marotos também se dirigiam à sala em que McGonagall os esperava. Os exercícios que a professora passara durante a aula foram extremamente cansativos. McGonagall exigia perfeição, ela informara que faria um pequeno simulado dos testes práticos dos NIEM’s.
Quando a sineta tocou mais uma vez, ás cinco horas, Tiago disse que encontraria os amigos mais tarde e se dirigiu ao sétimo andar. Passou três vezes seguidas por uma rígida parede. Na parede rígida surgiu uma enorme porta de mármore, na qual o maroto passou. Lá estava o belo jardim em que estivera algum tempo atrás. O lago no centro, repleto de lírios brancos de textura delicada e suave, e a grama verde esmeralda que lembrava os olhos dela. Porém, próximo ao lago não havia o banco branco em que se deitara. Tiago tirou do bolso um pergaminho e um tinteiro. Conjurou uma pena, molhou-a na tinta preta e começou a escrever algo. Ficou naquele lugar, sentado, escrevendo, rabiscando algumas frases que para ele não faziam sentido. Após, aproximadamente, uma hora e meia, ele parou de escrever, releu o que havia escrito, então, enrolou o pergaminho e prendeu-o com uma fita qualquer que achara em seu bolso. Já estava se dirigindo à porta, quando parou e pegou um lírio branco, particularmente delicado e suave, do belo jardim e por fim deixou-o. Eram 18:30, quando o maroto se dirigiu ao corujal. Lá, encontrou sua bela coruja muito negra com os olhos amendoados. No momento em que ia amarrar na perna de sua coruja a carta e o belo lírio, ele hesitou. Na hora “h” faltara-lhe coragem. Então pensou “Qual é, Tiago Potter? Você é um Grifinório ou não?” Finalmente, ele despachou a coruja negra com uma carta e um lírio branco amarrados a sua perna. Deixou o local onde se encontravam as corujas, e se dirigiu para o salão principal. Encontrou os outros marotos, e Sirius, o curioso logo perguntou:
- Onde é que você tava, Pontas?
- Falo depois. – Murmurou em resposta. E sentou-se para começar seu jantar. O horário do jantar foi bem tranqüilo. Lílian disse que precisava terminar alguns deveres, por isso subiu mais cedo. A ruiva atravessou o buraco do retrato, e largou os livros em uma mesa. Sentou-se e iniciou uma redação para Poções. Lily estava dando o máximo de si nas aulas, e enforcando-se para realizar os deveres corretamente. A garota estava muito concentrada no que escrevia, que não percebeu a chegada das amigas. Cassye chegou por trás, pôs a mão sobre o ombro da amiga, que deu um sobressalto da cadeira de susto e virou-se para encará-la:
- Cass! Quer me matar de susto?
- Calma Lily. Só pus a mão no seu ombro, mas se eu incomodo...
- Não, imagina, Cass... Ei! Você não tem dever para fazer, não?
- Er... – A morena corou levemente.
- Sente-se aí, srta. Rouwood. Não vou deixar você tomar um zero no relatório de Poções.
- Ah, Lily! Eu tô morrendo de preguiça...
- Nada disso! – Negou Lily, puxando a amiga para sentar-se com ela, e realizar a tarefa pedida.
Melody e Alice juntaram-se a elas logo, e o silêncio reinou entre as garotas. Quando o relógio anunciou que eram 22:30, as meninas resolveram se retirar. Ao chegarem ao dormitório, levaram um susto, pois havia na janela uma coruja muito negra a sua espera. Alice abriu a janela para permitir a entrada da coruja de olhos amendoados, e ela voou direto em direção a Lílian Evans. A ruiva desamarrou a carta e o lírio da perna da coruja negra, que piou agradecida, e saiu pela janela que logo foi fechada novamente. Alice, Melody e Cassye olhavam atentamente para Lily, que desenrolou o pergaminho. A carta tinha uma caligrafia que a garota desconhecia, era inclinada e bonita. Ela começou, finalmente a leitura:
“Cara Lílian,
Em primeiro lugar eu queria agradecer. Você deve estar se perguntando: O que é que o Potter tem a agradecer? Bom, espero que as minhas seguintes palavras respondam a sua pergunta:
Queria agradecer pela sua companhia no baile, e pela boa vontade que teve de me dar uma chance. Uma chance que eu desperdicei.
Lílian ficou impressionada com o que Tiago Potter havia lhe escrito. Decidiu prosseguir a leitura:
Peço desculpas pela minha atitude tola, e espero que possa me perdoar. O que acha de começarmos de novo? Nesse caso, ‘Prazer, sou Tiago Potter.’
A garota de cabelos acaju curvou os lábios levemente, mas tornou a ficar séria e continuou a ler:
Brincadeira. E se começarmos apenas como amigos? Tudo vai depender de você. Peço novas desculpas pelo meu feito, e espero (novamente) que possa me perdoar.
Beijos,
Tiago Potter.
Lily colocou a carta sobre a cama, ainda pasma com o que o maroto havia lha escrito, pegou então, o lírio que o maroto enviara junto à carta. Sentiu a textura delicada e suave da bela flor, e pôs encima de sua cômoda. Quando a ruiva se virou para juntar a carta ao lírio, mas a mesma não se encontrava mais lá e sim nas mãos de Cassye Rouwood, que a lia juntamente, a Melody Wondercolt e Alice Filbert. A ruiva bufou de raiva baixinho, mas que amigas mais bisbilhoteiras! Lílian tomou das mãos de Cass a carta, que provavelmente já terminara de lê-la. A morena fez uma cara de boba e disse com um tom divertido:
- Ah! Tiago...
Mel e Lice caíram na risada, na verdade, elas gargalharam gostosamente, enquanto Lily corava, não se sabe se de raiva ou de vergonha... Estava mais para a segunda opção... O rosto de Lílian estava da cor de seus cabelos acaju, o que arrancou das amigas mais risadas divertidas.
- Ora! Foi apenas uma carta! – Exclamou Lily, com o rosto recuperando a cor normal.
- Sim, uma carta... Capaz de te deixar toda corada! – Disse Cass, entre suas risadas e a das amigas.
- Cassye Rouwood!
Lily tornou a corar, e suas amigas a rir gostosamente. Após esse acesso de risos, as meninas fizeram sua higiene pessoal, e foram dormir. Naqueles instantes, enquanto todas riam, exceto Lílian, Cassye esqueceu-se momentaneamente, de que Sirius traíra sua confiança.
Enquanto no salão comunal da Grifinória, nas poltronas mais próximas à lareira, estavam os marotos conversando, exceto Pedro Pettigrew, que dormia e babava sobre o relatório de Poções, que deveria ser entregue no dia seguinte. Sirius estava mais do que curioso para saber onde Tiago passara o tempo, após o término das aulas. O moreno então, perguntou ao amigo onde estivera, e comentou desconfiado, com um sorriso maroto nos lábios:
- Sabia que você não ia agüentar muito tempo, Pontas! Com quem você saiu dessa vez?
- Com ninguém, seu idiota! Tava na Sala Precisa.
- Na Sala Precisa? – Admirou-se Remo.
- É.
- Fazendo o quê?
- Escrevendo uma carta.
- Porque não escreveu no nosso dormitório? – Perguntou Remo com um quê de curiosidade na voz.
- Porque o Sirius ia ficar me atormentando.
- Assim você me magoa, Pontinhas... – Disse Sirius, fingindo indignação e tristeza.
- E o destinário dessa carta não seria Lílian Evans, seria? – Honestamente, Remo Lupin é bem inteligente.
- Acertou em cheio, Aluado. Como você sabia? – Perguntou, Tiago surpreso.
- Tive um palpite. – Respondeu o maroto com simplicidade.
- E o que você escreveu pra ela? – Indagou Sirius Almofadinhas Black, sem esconder a curiosidade.
- Isso só diz respeito a mim e a Lily Evans.
- Ah! Me fala vai, Pontas! – Insistiu Sirius, curioso.
- Já falei que o que tava escrito naquela carta diz respeito a mim e Lílian Evans. Por acaso seu nome mudou e eu não sei?
- Como você não está me reconhecendo, Potter? – Disse Sirius, na tentativa de imitar a voz de Lily, com uma expressão que mescla diversão e irritação.
- Ah, cala essa matraca, Almofadinhas! – Ralhou Tiago, segurando-se para não rir.
- Ok, eu paro. – Respondeu Almofadinhas, levantando as mãos, em sinal de rendição.
Remo ria da imitação de Sirius, e de Tiago, que havia ralhado com amigo e ainda prendia o riso. Pontas consultou o relógio, e anunciou que eram quase meia-noite. Os marotos resolveram subir para o dormitório, quando Lupin lembrou:
- E o Pedro? Devemos acordá-lo?
- Deixa comigo. – Manifestou-se Sirius Black.
O maroto chegou bem perto da mesa em que Pedro dormia sobre a redação que mal havia começado, e bateu na mesa. O feito do moreno produziu tal barulho, que Pedro acordou num pulo e caiu da cadeira. Sirius, Tiago e Remo agora gargalhavam da cara do amigo sentado no chão e após alguns minutos o chamaram para subir também.
O alvorecer chegou antes que todos pudessem perceber. Parecia que cinco minutos depois de se deitarem, já estavam se levantando. Lily levantou às 6:30 da manhã como sempre o fizera. Em seus lábios brotara um leve sorriso, ao ver encima de sua cômoda uma carta e um belo lírio branco sobre a mesma. Melody acordou pouco depois da ruiva, lhe desejou bom-dia e foi tomar um banho. Como Lily tomara banho na noite anterior, se trocou e esperou a amiga sair do banho, enquanto se vestia, Mel perguntou:
- Lily... Você vai perdoar o Tiago?
- Eu não sei, Mel...
- Lil, se quer um conselho, eu acho que... que você deveria perdoá-lo.
Lílian suspirou profundamente, e pensava que deveria seguir o conselho que a amiga estava lhe dando, mas porque seu orgulho não a deixava realizar tal feito? As palavras então, simplesmente escaparam de sua boca:
- Porque você acha que devo perdoá-lo, Mel?
- Porque... Poxa, Lily, pensa bem... Ele já te roubou beijos antes, e ele mudou tanto... Você acha mesmo que deveria condená-lo por isso?
- Honestamente, acho que não.
- Então, diga a ele que o perdoa. – Sugeriu a garota de cabelos castanho-claro.
- Ah, não sei se devo dar esse gostinho ao Potter...
- Não é ‘gostinho’, apenas responder algo que ele te perguntou na carta...
- Hum...
- Falando na carta... Muito fofo o que ele te escreveu, né?
- Bom, mais ou menos... – Falou Lily, mas ‘algo’ em si dizia que achara lindo o que Tiago Potter havia lhe enviado.
- Ah! Não negue, Lil...
Melody acabara de se vestir, e agora acordava Alice, enquanto Lílian acordava Cassye. Por volta das 7:10 as meninas desceram para o salão principal para tomarem um café da manhã. Os marotos chegaram no salão apenas quando faltavam 15 minutos para o começo das aulas. Como haviam ido dormir tarde, atrasaram-se para o café. Os 15 minutos passaram ligeiros e logo a sineta tocava.
Quando era o almoço, Lily encaminhou-se para a biblioteca a fim de adiantar algumas tarefas. Minutos depois da ruiva ter saído do salão principal a caminho da biblioteca, Tiago Potter a seguiu. O maroto chegou ao lugar em que Lily já se encontrava sentada, escrevendo algo, muito atenta e avidamente. O moreno se aproximou sem que ela nem ao menos notasse sua presença até o mesmo a chamar:
- Lily?
- Sim? – Respondeu a garota, agora tirando os olhos do pergaminho e virando-se para encará-lo.
- Tem um minuto?
- Seja rápido, Potter, como pode ver estou ocupada com alguns deveres...
- Er... Você recebeu... uma carta minha?
- Recebi. – Assentiu Lily.
- Eu... eu queria saber a resposta da minha pergunta...
- Pergunta?
- Sim... perguntei... se poderia me perdoar pelo o que aconteceu no baile... ?
Tiago a encarou firmemente, encarou os olhos verdes esmeralda dela, e perdeu-se nos mesmos por alguns segundos e depois voltou a si. Passaram-se alguns poucos minutos, em que Lily respirou fundo, fitou o pergaminho, e então se voltou para encará-lo:
- Sim, perdôo. – Disse Lílian e completou antes que ele pudesse dizer qualquer coisa. – Mas, nada de “festinhas” por minha resposta, Potter. Posso mudá-la facilmente.
O moreno assentiu levemente e disse com um quê de felicidade na voz, na verdade, ele nada precisava dizer, pois seus olhos castanho-esverdeados mostravam felicidade:
- Não vai se arrepender, Lily. – E saiu, e deixou continuar a fazer seus deveres, tranqüilamente. Tiago chegou com um belo sorriso em sua aula de Poções daquele dia.
- Posso saber o motivo desse sorrisinho “discreto”? – Perguntou Sirius, curioso como sempre, ironicamente. Remo, que estava ao seu lado, balançou a cabeça e revirou os olhos. Seus amigos eram mesmo enxeridos, e ao perceber sue pensamento, Aluado riu fracamente.
- Pode, Sirius Almofadinhas Black.
- Diga, tô ouvindo.
- Lílian Evans me desculpou por eu a ter beijado no baile!
- Lílian Evans tinha que ter a ver com esse sorriso discreto. – Comentou Sirius.
Aluado perguntou a Sirius, mudando de assunto abruptamente:
- E você, Sirius? Já pensou em alguma maneira de reconquistar a confiança da Cassye?
- Para informação de vocês: sim, já pensei. E se pretendiam interferir, esqueçam. Deixem comigo.
Tiago e Remo se entreolharam significativamente, como ele poderia saber? Porém, como o amigo pedira que não interferissem, eles não interviriam. Não puderam responder, pois o prof°. Slughorn já pedia a atenção da classe.
A semana após o baile passou, e já era sexta-feira. As meninas e os marotos voltaram a sentar-se próximos uns aos outros, depois de Lily ter recebido uma carta e perdoado um certo maroto. Mas, o clima entre Cassye e Sirius continuava o mesmo, pois ele não havia recuperado a confiança da morena. Todos tomavam café tranqüilamente e em silêncio, até uma coruja marrom, de porte razoavelmente grande, posou na mesa da Grifinória à frente de Cassye Rouwood. A morena parecia surpresa com o que a coruja lhe trazia: Um belo buquê de rosas vermelhas e em meio delas um pequeno cartão. Ainda muito surpresa com que havia sido lhe mandado, Cassye com a ajuda das amigas, desamarrou o buquê da coruja marrom. Depois de descarregada a coruja saiu voando pelas janelas do castelo. Cass elogiava as belas flores que havia recebido, e pegou o cartão, apesar de ter uma mera idéia de quem havia lhe enviado as tão bonitas rosas. Então começou a ler o bilhete que estava dentro de um cartãozinho branco em meio às flores:
“Cassye,
Espero que tenha gostado das flores. Sei que não é suficiente para ter sua confiança de volta.
Para recuperá-la, preciso que vá ao Três Vassouras (teremos visita a Hogsmeade amanhã) mais ou menos às 18:00.
S.B”
Ao terminar de ler o pequeno bilhete, a morena exibiu um breve sorrisinho. As amigas tinham uma vaga idéia de quem havia enviado as flores a Cassye. Lily, Cass, Mel e Lice resolveram já se encaminharem para a aula. Todas questionaram Cass, perguntaram quem havia lhe mandado as rosas vermelhas, e a morena respondeu simplesmente, mas com um brilho diferente no olhar:
- Alguém com as iniciais S.B.
- Alguém... Nossa! Realmente difícil de adivinhar quem é o dono dessas iniciais... – Disse Alice sarcástica.
- Posso saber o motivo da ironia? – Perguntou Cassye, fingindo-se de desentendida.
- Não se faça de desentendida, Cass Rouwood... – Respondeu Alice, num tom de desafio.
- Desentendida? Eu? Da onde tirou essa idéia, Lice? – E dizendo isso, passou a frente das amigas e dirigiu-se a sala, aonde teriam a primeira aula.
- Ai... Como eu adoro essa Cassye... – Disse Alice, num suspiro e seguindo os passos da amiga, junto a Lily e Mel.
O dia passou rapidamente, os professores passaram a (agora) costumeira carga de deveres para o fim de semana.
Era sábado de manhã. Exatamente 8:00 horas. Não era uma hora que Cassye Rouwood normalmente, acordaria, mas para uma surpresa, até para si mesma acordou. A morena dormira muito pouco, pois passara parte da noite em claro, pensando no bilhete e nas belas rosas vermelhas que havia recebido no dia anterior. Pensara se iria ao local combinado pelo maroto e finalmente, depois de uma longa discussão com sua consciência, resolvera ir. Só pensava agora, no que Sirius Black aprontara dessa vez. Decidiu que ficar rolando na cama, sem conseguir dormir novamente, seria extremamente inútil, então se levantou para começar a se aprontar. Não sabia o porque queria estar linda naquele dia. Aliás, sabia sim, só apenas tentava omitir o fato de si própria.
No dormitório masculino, Sirius estava quase no mesmo estado de Cassye. Passara a noite em claro, revisando cada detalhe em sua mente, do que tinha planejado para reconquistar a garota... Tinha de admitir que era um plano com vários riscos... Porém, a única maneira de mostrá-la que não estava mentindo. Surpreso consigo mesmo, por ter acordado às 8 da manhã, resolveu ir se vestir, já que ficar se revirando na cama, de nada adiantaria.
Enquanto no dormitório feminino, Cass estava devidamente vestida, e agora fitava o céu azul, pela janela fechada. A neve caía, branca, silenciosa e solene. O natal estava próximo, e Cassye ainda não decidira aonde passaria a data especial. Dependeria da decisão de suas amigas. Lily acordava, silenciosa, e ao perceber Cass olhando para janela, com o olhar vago, supôs que ela deveria estar pensando no ocorrido na manhã anterior. Sorriu fracamente, e desejou bom-dia à amiga. A morena respondeu entusiasmada, não queria chorar. Não agora. Não mais por Sirius Black. Lílian se encaminhou para o banheiro e pediu que Cass acordasse as outras, pois senão perderiam a carruagem. A morena assentiu e caminhou até a cama de Alice.
De volta ao dormitório masculino...
Remo levantou pouco depois de Sirius, e desejou-lhe bom-dia. O maroto respondeu com um aceno de cabeça. Lupin caminhou até a cama de Tiago e tentou acordá-lo. Como o garoto de cabelos castanho-claros já tinha experiência (Tiago Potter dorme como uma pedra), apelou logo para o feitiço “Sonorus”, apontou a varinha para sue despertador trouxa e colocou-o para despertar. Ao tocar, fez um barulho quase ensurdecedor. Tiago levantou num pulo de susto e Pedro, que babava no travesseiro, caiu da cama pela segunda vez na semana.
- Você quer me deixar surdo, é Remo? – Gritou Tiago.
- Eu me esforço...
Tiago deu um bufo de impaciência e raiva, no que Sirius riu da careta do amigo. Deu uma risada escandalosa que só ele sabe dar... E não passou desapercebida por Tiago, que comentou:
- Menos Sirius... Quase nada...
Foi a vez de Sirius bufar de raiva e de Tiago rir, das caretas que Almofadinhas exibia. Logo, todos os marotos já estavam prontos para tomar café e ir para as carruagens que os levariam para Hogsmeade.
As garotas desceram para o café da manhã, tranqüilamente. Os marotos não haviam descido e como Alice disse que estava com fome, pois não jantara direito na noite anterior e disse que queria passar um tempo com as amigas, antes de ir ao encontro de Frank Longbottom. Chegaram ao salão principal, e avistaram os marotos já sentados e devidamente tomando seu café. Teriam eles, levantado mais cedo? Aproximaram-se da mesa da Grifinória e se sentaram à frente dos garotos. Disseram bom-dia, no que elas responderam e foram comer. Quando o relógio anunciou que eram 10:45, os alunos se encaminharam para fora do castelo, para tomarem sua carruagem. Partiram em direção a Hogsmeade, às 11:00 em ponto. As garotas despediram-se dos marotos e se dirigiram a Trapobelo, para umas “comprinhas”, e os marotos, logicamente, foram para a Zonko’s. As garotas retornaram para Hogwarts na hora do almoço. Além de estar um dia muito frio, estavam com fome. Chegaram ao castelo às 13:00, e o almoço ainda era servido. Mais da metade dos estudantes havia voltado para almoçar. Quando era verão, mais da metade dos alunos ficava na pequena aldeia bruxa. As meninas sentaram-se na mesa da Grifinória com mais alguns estudantes, e começaram a se servir. Alice se juntou às amigas um pouco mais tarde. Lily, Alice e Melody decidiram ficar no castelo pelo resto do dia. Cassye, porém, iria retornar a Hogsmeade, pois resolvera ir ao encontro marcado por Sirius. Como ainda eram 16:00, ficou no castelo, pois ainda faltavam 2 horas, para o encontro combinado. Lily, Mel, Lice e Cass foram à biblioteca fazer os deveres passados para o fim de semana, que eram ainda maiores do que os passados durante a semana. Começaram pela redação pedida por McGonagall. Todas concentradas no que escreviam, com a atenção no pergaminho a sua frente. Quando Cassye se deu conta, já eram 17:55, ou seja, faltavam 5 minutos para encontrar-se com Sirius. Despediu-se das amigas, pegou as luvas escarlates que deixara sobre a mesa, e se dirigiu onde ficavam as carruagens. Pegou uma, e desceu ao chegar à aldeia. Consultou seu relógio de pulso e viu que já eram 18:15. Esperava que Sirius não tivesse desistido de esperá-la. Abriu a porta do Três Vassouras, e avistou o moreno no balcão. Sorriu fracamente ao vê-lo. Porém, ao lado do maroto encontrava-se uma garota de cabelos muito longos e negros, com traços orientais. Sirius espiou pelo canto do olho, pela décima vez, a porta, para ver se Cass havia chegado, e ao espiar a porta do bar, novamente, a vira. Ela se aproximou, para dizer ao garoto, como tivera coragem de convidá-la para um encontro, se ainda estava com “aquelazinha”. Cassye estava pronta para explodir com o garoto, quando percebeu que ele não percebera que, ela estava lá. Isso a deixou mais furiosa ainda, mas antes de se fazer presente, parou para ouvir o que o maroto conversava com Lin:
- E então, Lin?
- Sim, amorzinho...
- Você admite que sabia que não estávamos mais juntos na época do baile?
- Admito... – Assentiu a garota, apoiando o cotovelo no balcão, e o queixo na mão, e sorrindo bobamente. Parecia que não tinha consciência do que fazia. Ao ouvir que a garota admitia, Cassye permaneceu lá.
- E afirma que, empurrou Cassye Rouwood e me beijou para fazer com que ela acreditasse que ainda estávamos juntos?
- Sim, afirmo, Sissi...
- Admite que queria que eu me separasse de Cassye, que queria magoá-la?
- Logicamente, eu queria que se separasse dela, amorzinho... E sim, fiz isso para magoá-la...
- Certo... Então acho que acabei com as perguntas... – Disse Sirius, satisfeito.
Cassye ficou simplesmente, sem ação. Aquilo deveria ser um sonho, uma ilusão. Então Lin Chang confessara tudo? A única coisa que foi capaz de fazer foi pigarrear para se fazer presente, Sirius se virou, sorrindo satisfeito e perguntou:
- E agora... Acredita em mim?
A morena não respondeu imediatamente, apenas corou levemente e sorriu fracamente ao encará-lo novamente. Mas, sua consciência ainda exigia mais provas, e as palavras apenas escaparam de sua boca:
- Como posso saber que, não foi armação sua e dela?
- Achei que iria perguntar isso, portanto... – Sirius tirava algo de seu bolso e mostrava-o à Cass.
- O que um frasco de poção tem... – Ela parou de falar, percebendo aonde o maroto queria chegar. – Não vai me dizer... Não vai me dizer que isso é...
- Sim, é um frasco de Veritasserum. – Completou o moreno. E continuou: - Roubei do estoque do Slughorn essa semana... Por isso, Lin Chang disse toda a verdade...
Cassye continuou imóvel, sem dizer nem fazer nada. E Sirius Black tornou a perguntar, ansioso:
- E agora... Acredita em mim?
A morena demorou mais alguns segundos, depois olhou-o, parecia estudá-lo através de seus olhos azuis e depois respondeu, com um sorriso no rosto:
- Sim, Sirius, acredito em você!
- Ótimo! Porque... Tem mais uma coisa que eu quero te dar...
- Sério, Sirius, adorei as rosas... Foram um ótimo... – Mas, antes que ela pudesse terminar a frase, o moreno a calou com um apaixonado beijo. Nele depositou, toda a paixão, carinho, amor e admiração de sentia pela morena. Ela não o empurrou, ao contrário, ela o correspondeu. O beijo apenas cessou, quando ambos não tinham mais nenhum fôlego.
Com o peito ofegante, Sirius pediu que saíssem do bar, a fim de desviar dos olhares curiosos. Ao se afastarem um pouco do bar, Sirius ajoelhou-se a frente da morena, que exibiu um belo sorriso. O maroto, então perguntou a ela:
- Cassye Rouwood, quer namorar comigo?
- Sirius, quero que seja sincero comigo agora...
- Diga. – Pediu o maroto e ela prosseguiu:
- Você... tá pronto pra isso? Quer dizer, você sempre se diz um ‘homem livre’, sem compromisso com ninguém... Eu quero saber se realmente tem certeza de que quer isso... Quer algo mais sério...
Ele levantou da neve gelada, e beijou-a novamente. O beijo cessou aos poucos e ele achou que o beijo fosse o bastante para demonstrar, que a resposta para a pergunta da morena era um ‘sim’.
- Isso responde sua pergunta? – Perguntou o maroto, divertido.
- Responde. – Assentiu a morena
Ambos ainda encontravam-se unidos, e Sirius, perguntou brincando com a morena:
- Posso te chamar de Cass agora?
- Não! Me solta, Black! – E empurrou o maroto. Ele exibiu uma feição que mesclava, tristeza e surpresa. Cassye riu da careta de Sirius e ele percebeu a brincadeira da namorada. E disse:
- Me empurrando logo no começo do namoro, é?
Em resposta, a menina riu mais ainda e saiu correndo em direção ao castelo de Hogwarts. O moreno riu, em seguida, saiu em disparada atrás de Cassye. Como tinha um ótimo físico, por causa do Quadribol, Sirius logo a alcançou e puxou-a para perto de si pela cintura, e ao perceber o feito do maroto, Cass riu fracamente e beijou-o. Após o término do beijo, deram as mãos e voltaram para Hogwarts. Quando chegassem, contariam aos amigos a novidade.
***
Oii! Gnte eh minha 1° fic, por isso, desculpem qlqr coisaa!!! Ahh!! Por favorr!!! Nm se esqueçam de comentarr!!!! Msmo criticas!!! Podem ser construtivass!!! Comentar nemm eh taum dificil assim, vaii???
Façam uma autora =] !!!
BjoO!
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