Só Pro Meu Prazer
N/A: Essa fic faz parte do projeto Cigarettes & Chocolate do fórum Aliança 3 Vassouras.
Ela é também parte do universo alternativo da fic Perfeição, que eu ainda não postei!
Eu sei que você pensa que eu não deveria te amar mais
Ou te dizer isso.
Mas se eu não dissesse, bem eu ainda sentiria
Onde está o sentido nisso? (White Flag – Dido)
Eu não me importo se nós não somos bem assim
É tudo real, as minhas mentiras
E assim não faz mal, e assim não me faz mal não.
“JÁ CHEGA, GRANGER! QUANTAS VEZES VOU TER QUE TE DIZER QUE NÃO ME IMPORTO? QUE NÃO FAZ DIFERENÇA SE VOCÊ SE SENTE OU NÃO CULPADA!?”
Estava cansado daquilo, era sempre assim. Por que tinha que ser tão difícil pra ela entender que eram amantes e só?
Com ela queria apenas sexo e prazer, as crises e discussões, já tinha com a esposa, obrigado.
Ela tinha acabado de chegar. Chovia forte lá fora, e Hermione estava encharcada. Os cabelos caiam pelo seu rosto e colo de maneira provocante. Era nessas horas que Draco entendia o porque daquilo tudo. No início ele só queria provocar Potter e Weasley, mas se envolveu. A maldita sangue-ruim era muito atraente.
Os olhos dela se encheram de lágrimas, estava prestes a chorar... de novo.
“Por Merlim, sempre precisa fazer isso?”, perguntou entediado.
“Você é um monstro, Malfoy! UM BABACA!”
Começou a socá-lo, aquilo virara um ritual insano. Eles discutiam, ela o socava e acabavam na cama... Não sabiam exatamente por que havia começado e tão pouco, como iria acabar.
Foi em um evento do Ministério. Durante a noite, Hermione notou que Malfoy não parava de olhá-la de uma maneira “estranha” e se sentiu intrigada com a situação.
Mas ele pareceu não se importar com o incômodo dela e sempre que ela o olhava como se pudesse matá-lo, ele retribuía como se pudesse vê-la nua.
No decorrer da noite, ele indicou um lugar e ela o seguiu, queria entender o que estava acontecendo.
Ao chegar em um corredor escuro se deu conta do quanto estava sendo imprudente. Ir para um lugar afastado com o Malfoy não era algo seguro para se fazer.
“Malfoy?”
“...”
“Eu não devia estar aqui. Droga!”
“Mas você quer.”
Apareceu atrás dela e sussurrou rouco em seu ouvido. Ela sentiu um arrepio forte percorrer-lhe o corpo.
“O que você quer?”
Não tinha coragem de encará-lo, sentia a respiração dele em sua nuca, estavam próximos demais.
“Descubra, gênio!”
Os lábios dele tocaram seu pescoço e ele a segurou pela cintura com segurança, como se dissesse com aquele ato, que ela não sairia dali.
Cerrou os punhos, tinha que reagir, Draco Malfoy não podia fazer o que estava fazendo e seguir impune.Virou-a rápido, não queria pegá-la de surpresa, sem dar tempo para ela pensar.
Entrelaçou os dedos em seu cabelo com firmeza e a beijou com voracidade.
Tudo o que queria ver era até quando ela resistiria.
Eu te imagino, eu te conserto, eu faço a cena que eu quiser
Tiro a roupa pra você, minha maior ficção de amor
Eu te recriei só pro meu prazer, só pro meu prazer.
O quarto era mal iluminado e bastante simples, um lugar discreto, como deveria ser. Sempre com algumas flores murchas na mesa central, quase mortas, como ela.
O que mais a incomodava naquele lugar era o espelho que tinha na entrada dele. Era repugnante ver a própria imagem refletida. O reflexo da mentira e da vergonha.
Draco deixou que descontasse sua raiva, mas isso parecia aumentar ainda mais a ira da mulher.
Cansado de ser agredido, segurou-a com força pelos braços, prensou-a contra a parede e a encarou de maneira “imperativa” antes de beijá-la.
Com a mesma intensidade que batia, correspondeu ao beijo. Malfoy a deixava louca. Quantas vezes mais faria loucuras por ele? Quantas vezes ainda erraria?
Ao sentir que estava entregue, puxou-a pelos ombros em direção à cama e a deitou com pressa, sem romantismo, não era pra isso que estavam ali.
As mãos percorriam sôfregas pelo corpo dele, querendo sentir cada detalhe, cada centímetro de pele, cada reação que ele tivesse pelo contato entre eles. Queria senti-lo por inteiro.
Draco tirou rapidamente as roupas dela, não estava disposto a mais um “ataque” de histerismo.
Sentiu-a arrepiar com o primeiro toque sobre seu corpo nu e sorriu. Ela gemeu seu nome baixinho quando ele beijou o vão do seu pescoço e o mordeu.
Como podiam se dar tão bem na cama e se odiarem tanto fora dela?
Será que por serem tão diferentes fora dali e isso não fazer a menor diferença entre aquelas paredes?
Talvez.
Naquele quarto, ela não era a amiga do Potter, a senhora Ronald Weasley ou a intragável sabe-tudo. Ela era Granger, apenas isso. Sua Granger.
Adorava vê-la perder o senso... Tinha certeza de que quem a visse ali, com ele, jamais diria que era a mesma mulher recatada que acompanhava o marido em eventos sociais.
Sempre pedia por mais e ele não tinha por que negar... também queria...
Ali e naquele momento, não existia o Malfoy nem a sangue-ruim. Eram apenas um homem e uma mulher com desejos a serem saciados e fome.
Os seus defeitos ou de algum medo normal
Será que você não é nada que eu penso
Também se não for, não me faz mal, não me faz mal não.
“Eu te odeio tanto, Malfoy!”
“Saiba que é recíproco, Granger.”
Ainda estava sobre ela, mas ao ouvi-la saiu de cima e se ajeitou ao seu lado. Seu corpo não tinha voltado ao normal, queimava e desejava mais, deitou-se de lado encaixando-se nela, por algum motivo seu calor fazia com que se sentisse bem.
Ficou de costas para ele, enquanto ele beijava seu ombro e acariciava suas costas. Malfoy ficava “carinhoso” depois do sexo, mesmo que não houvesse nada de carinhoso nos beijos ou toques dele. Sabia que logo ele iria querer mais.
“Por que fazemos isso?” respirou fundo antes de continuar, enquanto Draco seguia seu ritual de beijos e carinhos.
“Eu amo meu marido, você me odeia, não consigo entender.”
“Seja bem vinda ao mundo real, Granger! Você não é perfeita! Ninguém é! Eu jamais serei seu príncipe encantado e você jamais será a mulher ideal para mim, temos química e só.”
Não parou de beijá-la, queria atiçá-la para que pedisse por mais... E o corpo dela começava a apresentar reações mostrando que esse momento estava próximo.
“Ainda assim, é tão... errado!”
“Sim, e por isso é tão bom! Aposto que apesar de 'amar seu marido' – ele disse, fazendo com os dedos o sinal de aspas, mostrando que citava o que ela tinha acabado de dizer – o sexo entre vocês não chega aos pés do que temos aqui”, retrucou virando-a de frente, tinha se cansado do assunto e esse era o basta.
Ela o encarou séria e de repente sentiu que acordara de um pesadelo.
Os olhos que a encaravam não eram azuis e cheios de vida e amor como os de Rony, eram cinzas e frios e estavam atentos como os de um animal prestes a atacar sua presa.
Malfoy, de alguma maneira, fazia com que se sentisse submissa, como se ela tivesse a obrigação de obedecer cada ordem que os olhos transmitiam... saciar qualquer desejo que eles sentissem.
Era isso. Não podia olhar!
“Não devia estar aqui, não deveria voltar aqui!”
Levantou-se rápido, no intuito se afastar.
Podia deixá-la ir embora, sabia que ia voltar, mas não queria que partisse, não ainda.
Antes que tivesse tempo de sair da cama, deitou-a bruscamente e segurou seus braços acima da cabeça.
“Ainda não!”
Ela engoliu em seco, o animal capturara a presa. Tinha que sair dali e nunca mais voltar. Tinha que fazer muitas coisas.
Ele começou a jogar, aproximava os lábios da pele dela sem tocá-la, queria que sentisse seu hálito, sua respiração e seu desejo.
As mãos tocavam seu corpo deliberadamente em pontos estratégicos... Uma das mãos acariciava a parte interna da coxa direita... a respiração acelerou. Ele a prendia com o olhar, mantendo-a ali sem pensar.
As mãos subiram e chegaram ao destino almejado, e para derrubar toda e qualquer defesa começou a beijar seu ventre e depois os seios.
Instintivamente, fechou os olhos... ia ceder... de novo.
Eu te imagino, eu te conserto, eu faço a cena que eu quiser
Tiro a roupa pra você, minha maior ficção de amor
Eu te recriei só pro meu prazer, só pro meu prazer.
“Já vai?”
Ela juntava as roupas, estava furiosa, ele sabia que estava com raiva dele, mas que mais do que isso, estava irada com ela mesma.
Hermione respondeu com um aceno.
“Algum gato comeu sua língua?”, perguntou divertido. Esse era o momento que gostava de irritá-la.
Ela rolou os olhos.
“Oras, vamos lá Granger, estava tão falante há alguns minutos.”
Hermione cerrou os punhos. Odiava quando ele fazia isso, como se quisesse humilhá-la pela sua fraqueza. Após ponderar brevemente chegou à conclusão de que era essa a intenção.
“Vá à merda, Malfoy!”
“Oras, estamos tendo um avanço. A Granger consegue falar depois do sexo!”
“Mas que inferno! O que você quer de mim agora?”
“Exatamente o que estou obtendo.”
“Cretino!”
Pegou a bolsa sobre a escrivaninha evitando o maldito espelho. Quando já estava perto da porta, ouviu a voz dele.
“Quando volta?”
“Nunca!”
Podia vê-lo revirar os olhos mesmo de costas, sabia exatamente a expressão que ele fazia naquele momento.
Céus, quando ficaram tão íntimos?
“Vamos lá, vou perguntar de novo, quando você volta?”
Ela queria reafirmar sua resposta, sentir-se mais forte que o aperto que sentia no peito, queria sair dali de cabeça erguida, e enfim, encarar o maldito espelho, mas não conseguiria, não seria capaz. Mordeu o lábio inferior com força. Não deveria voltar nunca mais... Mas conseguiria ficar sem ele? Sem seu toque e seu cheiro? Sem os beijos?
Após um longo silêncio, respondeu com um fio de voz.
“Amanhã, no mesmo horário.”
“Perfeito!”
Sabia que ele estava sorrindo... Resignou-se. Algumas coisas não mudariam nunca.
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